• Nenhum resultado encontrado

A teoria que nos orienta: algumas considerações acerca das potencialidades do SSO para

4. DESAFIOS HISTÓRICOS E POSSIBILIDADES CONTEMPORÂNEAS: refletindo

4.2 A teoria que nos orienta: algumas considerações acerca das potencialidades do SSO para

Pensar a atuação do SSO frente à hegemonia do modelo biomédico no atual contexto do SUS exige identificar as particularidades da profissão em meio às transformações sócio históricas, na qual a categoria é parte e expressão.

Enquanto um tipo de especialização do trabalho coletivo, o SSO se vincula às organizações por meio da venda de sua força de trabalho, é mobilizado mediante a

racionalidade e interesses do Estado burguês para responder a demandas das classes sociais na perspectiva de contenção das mobilizações, e embora tenha suas condições objetivas para realização da intervenção profissional definidas pela classe que o contrata, contem em si um caráter contraditório, com potencial de ressignificar suas práticas (CARVALHO; IAMAMOTO, 1982).

Temos como desafio cotidiano, face às exigências de refuncionalização da profissão, a luz das transformações societárias e do projeto social que estas privilegiam, instituir práticas com reconhecimento social capazes de reafirmar nossa identidade profissional enquanto intelectuais orgânicos da classe trabalhadora (MOTA; AMARAL, 2010).

Dada a natureza contraditória da sociedade, que é permeável aos interesses da classe trabalhadora, o lugar atribuído ao SSO na divisão sócio técnica do trabalho, no espaço de mediações entre classes e Estado, atribui a nossa intervenção um caráter contraditório e político, onde não podemos subestimar o papel ativo dos sujeitos (GUERRA, 2017).

Assim, no cotidiano de sua prática profissional, o/a Assistente Social se depara com demandas e interesses contraditórios, bem como com possibilidades de ação, permeadas por valores e princípios, que irão mobilizar sua capacidade teleológica, pondo em movimento escolhas teóricas, éticas e políticas, frente a uma relativa autonomia (ibdem).

Ao refletirmos sobre tais possibilidades, a partir do referencial teórico-crítico que fundamenta a direção social hegemonicamente assumida pela profissão, passamos a enfatizar os avanços obtidos no âmbito do Movimento de Reconceituação, que desencadeou um legado político e ideológico ancorada na perspectiva da classe trabalhadora, e na transformação da ordem social vigente, ratificamos que:

a principal tarefa posta ao serviço social na atual conjuntura é a de identificar o conjunto das necessidades (políticas, sociais, culturais e materiais (...) é preciso refazer- teórica e metodologicamente- o caminho entre a demanda e as necessidades fundantes, situando-as na sociedade capitalista contemporânea com toda a sua complexidade (MOTA; AMARAL, 2010, p. 26).

Ao assumir esta tarefa, o SSO evidencia sua identidade profissional e utilidade social vinculada aos pressupostos do PRSB, pautado na PDSS, quando define que sua atuação na direção do PEP exige evidenciar a questão social enquanto fundamento da profissão.

Interpretada na perspectiva teórico-concreta explicitada por Netto (2001) em sua relação entre economia e sociedade, desenvolvimento capitalista e pauperismo, a partir da lei geral da acumulação elaborada por Marx, a questão social se constitui como produto da exploração, no âmbito das contradições de classes na sociedade capitalista, implicando na

pauperização das condições de vida da população, resultando em desigualdades com diversas formas de manifestação vivenciadas pelos sujeitos em seu cotidiano.

A centralidade no debate acerca da questão social, presente no projeto pedagógico hegemônico na formação profissional de acordo com as Diretrizes Curriculares para o curso de Serviço Social (ABEPSS, 1996), se constitui, em pressuposto norteador da concepção de formação profissional, apontando que o SSO no contexto das relações de produção e reprodução social, se particulariza enquanto profissão interventiva no âmbito da questão social, onde a relação do SSO com a questão social é elemento fundante da profissão.

Assim, as diretrizes para a formação objetivam capacitação teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa para, dentre outros elementos essenciais à formação qualificada “formular respostas profissionais que potenciem o enfrentamento da questão social,‖ (ABEPSS, 1996, p. 7). Nestes termos, a questão social é apreendida enquanto eixo fundante e articulador dos conteúdos para a formação profissional.

Nesta direção, Netto (2001) afirma a centralidade da questão social como ponto incontestável na agenda do serviço social brasileiro, notadamente para o âmbito da investigação da realidade social, posto que se constitui como a razão de ser da profissão, onde a direção social hegemônica da categoria requer o desenvolvimento das potencialidades da profissão até a fase de superação das raízes das desigualdades sociais.

Avaliamos que é partindo da centralidade da questão social para o SSO, em sua apreensão crítica no bojo das competências teórico-metodológica e ético-política da profissão, que temos o potencial de nos articular aos objetivos da intervenção da SC, teoricamente referenciada na MS latino-americana, cuja opção ética e política por um projeto radicalmente democrático para satisfação das necessidades humanas tornam imprescindível conhecimentos e habilidades que conformem competências profissionais para atender a estas finalidades (PAIM, 2006).

Tomar esta centralidade como parte inerente para análise do processo saúde-doença é o caminho de convergência entre a PDSS e a atuação do SSO para construir intervenções planejadas e qualificadas que indiquem possibilidades de ação em prol do PEP. Assim, Nogueira (2017) destaca a despeito desta intercessão presente na PDSS:

O conceito reconhece a questão social tal como é compreendida pelo Serviço Social, ou seja, como elemento que expressa à contradição capital-trabalho, inerente ao modo de produção capitalista, pelo qual ocorrem suas diversas manifestações. Este é o ponto de partida para compreensão da desigualdade em saúde. Sendo assim, considera-se acrítica a concepção que visa explicar a desigualdade em saúde desvinculada de sua fundamentação, ou então, que partam apenas das expressões da questão social com a tendência de naturalizá-las (NOGUEIRA, 2017, p. 76).

A concepção de saúde que permeia o debate daqueles que estão presentes nessa arena de disputas, que é a busca pela hegemonia entre os projetos sanitários, é preponderante para compreender os limites e as possibilidades na garantia da atenção integral, evidenciando o que estamos apreendendo enquanto demandas, e mais especificamente, a quais necessidades estas atendem.

Para Paim (2006), o trabalho em saúde coletiva, ao tomar como objeto as necessidades sociais em saúde, requer do profissional um conjunto de práticas estruturadas sobre o coletivo, para viabilizar intervenções que atendam às necessidades, englobando planejamento e avaliação como parte do processo de trabalho coletivo em saúde, contemplando nas atividades e nos meios de trabalho a dimensão da epidemiologia social para apreensão das necessidades, a partir das particularidades que se expressam no âmbito institucional. Trata-se, portanto, de um perfil que exige, entre outros conhecimentos, a epidemiologia articulada às ciências sociais.

Ao destacar a necessidade de repensar a formação do profissional de saúde coletiva (identificado historicamente como sanitarista), enquanto um desafio para a Saúde Coletiva na atual conjuntura política e sanitária, sugerindo inclusive uma formação específica em nível de graduação, face a insuficiência de subsídios teórico-críticos que englobe as competências e habilidades necessárias na formação das profissões de saúde, o autor refere que a demanda por esta formação se intensifica na medida em que a realidade passe a exigir de forma mais contundente esforços pela mudança do modelo assistencial hegemônico, visando fortalecer a diretriz da integralidade (ibdem).

Concordamos que a adoção do modelo médico biomédico hegemônico faz com que a construção de subsídios teóricos à prática não se atente a essas necessidades para a formação profissional, posto que não é o objetivo das suas práticas. Assim, se repõe a exigência de uma formação que respalde a ampliação de profissionais com uma visão voltada às necessidades sociais em saúde para atuar nos serviços na perspectiva de sua transformação. Porém, defendemos que a necessidade é investir na mudança dos currículos dos cursos das profissões de saúde, para que as profissões se identifiquem com o campo da SC e se apropriem dos debates da epidemiologia social crítica, como um saber transversal a todas as formações, para se constituir práticas coletivas em prol da reversão do modelo.

Portanto, discordamos de Paim ao sugerir uma formação específica de graduação em SC, advogamos que se faz necessário um conhecimento transversal em SC fundada na teoria

social crítica que deve estar presente na grade curricular de todas as profissões da área da saúde.

A formação de profissionais de saúde com clareza da direção social na perspectiva de atendimento às necessidades sociais em saúde é notadamente relevante face ao cenário de transformismos pelos quais o PRSB original vem passando desde a década de 1990 (período que coincide com a expansão da inserção de Assistentes Sociais na política de Saúde), transitando entre o discurso do SUS possível, e o discurso contemporâneo de impossibilidade de execução da Reforma Sanitária neste cenário de contrarreforma explícita, ensejada por projetos ultraliberais e conservadores que ascenderam ao poder no país, reforçando a hegemonia do projeto privatista.

Tal leitura requer dos intelectuais individuais e coletivos na saúde a retomada da centralidade da teoria social crítica para apreensão da essência dos processos sociais que permeiam as complexas relações que estruturam o setor saúde no âmbito da sociedade capitalista, na qual se evidencia a PDSS como fundamento ideopolítco da racionalidade sanitária, para projetar ações de resistência possíveis de serem realizadas e expandidas nos espaços de atuação, frente a ausência deste domínio teórico-metodológico e operativo, que favorece ações que se esgotam na própria demanda.

É, portanto, na direção de fortalecer o paradigma sanitário contra hegemônico, capaz de fundamentar um projeto com compromisso ético e político com as necessidades humanas, que se faz necessário ao SSO um forte domínio das teses clássicas do PRSB e da SC, para refletir os desafios contemporâneos do SUS, articulado ao debate da questão social acumulado pela trajetória histórica da profissão no âmbito da teoria social crítica marxista, para assim, mobilizar estratégias de intervenção articuladas no campo dos que resistem na defesa do PRSB formulado nos anos 1980.

Conforme apontam Bravo; Matos (2009), muito embora não tenha tido relevo no debate profissional, notadamente pela ausência de sintonia com os debates do MRSB à época de sua emergência, em face do processo de Reconceituação37 vivenciado pela categoria (que se deu de forma paralela), a convergência entre a direção social hegemônica do SSO e a perspectiva de saúde defendida pelo MRSB versam sobre os fundamentos teórico-políticos

37

A incorporação de matrizes teórico-críticas colocou à profissão um novo perfil para responder as demandas da sociedade, ampliando as dimensões ética e política da intervenção profissional. Como eixos estruturantes o projeto profissional crítico destaca a liberdade, entendida como possibilidade de escolha, resultando em um compromisso com a autonomia e expansão dos indivíduos sociais, vinculado a um projeto societário sem dominação e exploração, na defesa dos direitos humanos, defendendo o pluralismo na sociedade e na profissão, mediante um posicionamento político voltado para os interesses da classe trabalhadora (NETTO, 1999).

que alicerçaram o Movimento de Reconceituação da profissão e embasam o Código de Ética Profissional.

Matos (2013) destaca que o SSO sofre influência conservadora até 1970, por meio de teorias que reforçam a ordem. Tal perfil profissional é subsídio para a prática do SSO Médico, que busca construir práticas e discursos próprios para cada intervenção, se adequando a instituição e a conjuntura. A análise do autor aponta que a inserção do SSO na saúde deu-se a partir de um modelo clínico, mediante cooperação vertical, na perspectiva complementar, com ações paramédicas, sem objetivo próprio. Nesse sentido, se colocou como elo entre família e instituição, com metodologia de casos (positivista) voltada para culpabilização dos sujeitos.

O contexto do desenvolvimentismo no país, aliado a recomendação e ações da ONU para disseminar sua ideologia, frente à ameaça comunista, propiciou, contraditoriamente, experiências educativas libertadoras na perspectiva de Paulo Freire. O SSO vai se vincular a essa perspectiva progressista somente na década de 1960, em face da emergência do Movimento de Reconceituação, que se favoreceu da conjuntura e perfil de seus protagonistas, encarando polêmicas no interior da profissão a partir de 1970, culminando com um processo de renovação, que se deu paralelo ao movimento de reforma na saúde, porém sem articulação com o debate progressista da saúde, com incorporação destes somente na década de 1990 (MATOS, 2013).

Esse descompasso gerou uma lacuna no âmbito da prática, pois ―poucas alterações trouxeram os ventos da vertente intenção de ruptura para o cotidiano dos serviços. Este fato rebate na atuação do SSO na área da saúde‖ (BRAVO; MATOS, 2009, p. 204).

Ao abordar os dilemas e desafios dos sujeitos políticos perante a construção do processo de Reforma Sanitária, entre eles os Assistentes Sociais, Bravo (2011) realiza uma autocrítica acerca das contribuições da categoria no âmbito do MRSB, evidenciando a pouca incidência do Movimento de Reconceituação no âmbito da prática profissional na saúde, onde o predomínio do modelo clínico da medicina tem historicamente situado o Assistente Social em condição de subalternidade, atuando de forma assistencial na perspectiva do ajuste desde o surgimento e predomínio do modelo clínico da medicina, e mesmo com o surgimento de propostas racionalizadoras e reformadoras, a contribuição da categoria foi reduzida.

A aproximação da categoria com os debates do MRSB somente na década de 1990 (notadamente a partir da inserção em novos espaços sócio-ocupacionais propiciados pela institucionalização do SUS) expressa lacunas no âmbito da produção do conhecimento e da prática na categoria, posto que se dá em um contexto de refluxo do movimento sanitário, onde

retrocessos políticos privilegiaram os aspectos de racionalização da proposta em detrimento da luta política (BRAVO, 2011).

Muito embora o não engajamento do SSO no movimento sanitário tenha se dado em função de condições internas e externas, dada a necessidade de reelaboração teórico- metodológica da profissão, as consequências práticas deste processo expressam o distanciamento da categoria acerca das estratégias e táticas forjadas no âmbito do MRSB, onde a profissão não conseguiu acompanhar o movimento desenvolvido pelos sanitaristas.

Na saúde, os profissionais continuavam distantes da reflexão e aprofundamento teórico ocorrido no Serviço Social. Os adeptos da vertente intenção de ruptura não conseguiram definir um novo padrão de intervenção profissional com estratégias teórico-políticas-ideológicas que pudessem colocar o Serviço Social em outro patamar, deslocando-o da execução terminal das políticas de saúde (BRAVO, 2011, p. 150).

As repercussões teórico-práticas apontadas por Bravo (2011) são expressas em dificuldades de apreensão por parte dos Assistentes Sociais acerca das possibilidades de ação da vertente histórico-estrutural, incorporada no nível do discurso, mas sem materialização no cotidiano, e mesmo diante do esforço empreendido pelas entidades da categoria para encaminhar uma prática articulada, promovendo debates, não conseguiu oferecer subsídios para a prática.

Nestes termos, a ampliação de espaços institucionais para o SSO no período da transição à democracia, como forma de responder as necessidades da população, e a não penetração da categoria em postos significativos, se deu atravessada pela ausência de proposta consistente e tática política para modificação das políticas sociais. E, mesmo no âmbito da prática institucional, espaço de maior concentração da categoria, foi pequena a contribuição da profissão. Na análise da autora:

Algumas estratégias apontadas na proposição da reforma sanitária poderiam ter sido assumidas pelos assistentes sociais como diretrizes norteadoras de sua ação profissional, a fim de contribuir para mudanças na qualidade dos serviços, entre elas a ação interdisciplinar, a consciência sanitária e a participação dos usuários na instituição. O Serviço Social, tendo como eixo de ação as ―relações sociais‖ poderia mobilizar e sensibilizar a equipe de saúde, a fim de analisar a questão de forma globalizante, bem como aprofundar os canais de participação criados, estimulando os usuários da instituição, através da ampliação da consciência sanitária, para o controle dos serviços prestados (BRAVO, 2011, p. 170).

Apesar do adensamento ocorrido na categoria no âmbito da produção teórica com incorporação de novas categorias de análise, Bravo (2011) defende que as demandas

colocadas à prática profissional exigem reflexões articuladas e efetiva aproximação com núcleos de SC.

A despeito desta necessária articulação, a autora supracitada aponta a ausência de aproximação do SSO com a SC e suas potencialidades, o que limitou a profissão a uma prática subsidiária, quando poderia ter tido uma ação mais efetiva e engajada com a reforma sanitária. Entretanto, vale destacar que no processo de implementação do SUS enquanto conquista institucional do MRSB, a própria SC apresentou refluxo face aos elementos de radicalidade crítica contidos no projeto original da reforma. Neste sentido, a própria SC careceu, nas décadas subsequentes a institucionalização do SUS, de um reencontro com seus fundamentos.

Paim (2006) aponta que um dos desafios da SC no século XXI é justamente a necessidade de formação de uma massa crítica que contemple a leitura das necessidades sociais na perspectiva da emancipação humana, o que exige um articulado domínio da epidemiologia social crítica para construção de um projeto de saúde que se contribua para construção de princípios radicalmente democráticos.

Adensar práticas voltadas para emancipação vai exigir forte domínio da teoria social crítica marxista. Neste ponto, podemos afirmar que o SSO brasileiro tem um grande potencial para contribuir com o campo da SC. Na leitura de Mota (2016), a profissão redefiniu sua representação intelectual e social, ao se constituir como área do conhecimento crítico de inspiração marxiana, o que faz com que neste contexto de crise orgânica de acumulação do capital, o adensamento teórico-crítico no âmbito do SSO apresente o protagonismo intelectual de uma cultura de esquerda, por vezes identificado como refúgio para os que buscam alimentar uma contra hegemonia, o que lhe afirma como área de produção de conhecimento com incidência no âmbito das ciências sociais, endossando quadro de intelectuais formadores de massa crítica.

Assim, embora Bravo (2011) aponte as lacunas da trajetória histórica da profissão no tocante a sua articulação com o MRSB, em uma análise mais recente, aponta que especificamente a partir de 2010, o legado teórico crítico acumulado pelo SSO tem encontrado espaço para expressar seu protagonismo intelectual com grande relevo em prol das bandeiras de luta que deram sustentação ao MRSB na década de 1980. Trata-se da inserção orgânica da categoria na FNCPS, com atuação em cerca de 20 fóruns e frentes estaduais que a compõem.

A atuação da FNCPS parte de uma concepção de fortalecimento de movimentos sociais e populares, através de mecanismos de controle democrático não institucionalizados, destaca a atuação da sociedade civil, enquanto espaço de organização de interesses, conflitos e contradições, e socialização da política. Trata-se de uma forma de organização para lidar com os desafios políticos e ideológicos que permeiam o campo da saúde, cuja direção ideopolítica é a disputa por outro projeto de sociedade. Assim, objetiva a efetivação de uma saúde pública, estatal, gratuita, universal, da luta contra a privatização e da defesa da Reforma Sanitária formulada na década de 1980 (BRAVO, ANDREAZZI, MENEZES, 2017).

A FNCPS aponta como primeiro eixo de sua agenda a defesa da Determinação Social da Saúde:

Sobre o primeiro eixo, a Frente aponta para a necessidade de resgatar o conceito de determinação social do processo saúde e doença tal como no Movimento de Reforma Sanitária. E isto significa inserir a saúde no contexto mais amplo das lutas para supressão das desigualdades sociais, lutas antineoliberais e anticapitalistas com prospecção socialista, sem perder de vistas as mediações desse processo no cotidiano das práticas da saúde, ou seja, articular as lutas pela saúde às lutas por outra sociedade (BRAVO, ANDREAZZI, MENEZES, 2017, p. 172).

A contribuição da categoria na composição de um movimento contra hegemônico na saúde, que tem a PDSS como eixo norteador, é um forte indicativo da nossa capacidade