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Terceira paragem: um jovem que foi de prodígio à decepção e sua guinada

Natural do sul do país, Pat nasceu em uma cidade interiorana, a qual sua mãe e toda sua família tinham como cidade natal. Com pouco tempo de vida, mudou-se com seus pais e irmãos para a cidade natal de seu pai, e nela viveu grande parte de sua infância. É o filho mais velho dentre três irmãos.

Ainda em sua infância, seus pais começaram a ter fortes desentendimentos, tendo seu pai chegado a ter reações violentas com a esposa, agredindo-a fisicamente em alguns momentos. Decidiram se separar, e, aos 10 anos de idade, Pat se mudou novamente e voltou a morar na cidade natal da mãe, na qual viveu por volta de três anos. Mediante o contrato de divórcio, o pai deveria prover mensalmente a família de 14 salários mínimos, relativos à pensão dos filhos, o que proporcionou uma vida confortável a Pat, seus irmãos e sua mãe.

Mesmo tendo uma vida confortável, morando em um bairro de classe média e frequentando bons colégios, Pat não conseguia se sentir bem onde naquele momento vivia. Tinha grandes dificuldades de entrosamento com as pessoas da cidade, e sentia muita falta dos amigos que tinha na cidade onde morava anteriormente. Seguia sua vida como podia, mas sofrendo com a situação.

O pai de Pat, mesmo mantendo o divórcio, alegava frequentemente que tinha interesse em reatar o relacionamento conjugal, e deixava isso claro para a ex-esposa. Esta, por sua vez, não mostrava interesse algum em resgatar o casamento, e buscava especializar-se através dos estudos para ampliar suas possibilidades profissionais e obter maior independência financeira.

Diante desse fato, seu pai passou a perceber que de nada adiantava nutrir esperanças em retomar a relação, e decidiu seguir sua vida, chegando a se casar novamente. Pat considera, até hoje, que esse foi o ponto crucial que gerou uma nova postura em seu pai, o qual passou a alegar que não poderia mais dispor do mesmo valor financeiro para a pensão dos filhos, anteriormente fornecido. Tal alegação era embasada pela justificativa de que seu comércio não ia bem e que, por isso, necessitava fazer economias para manter sua estabilidade financeira. Pat não acreditava na justificativa dada, e tinha claro para si que tal atitude se devia pelo pai ter, naquele momento, outras prioridades com o novo casamento.

A diminuição no valor da pensão, portanto, foi inevitável, e quando ocorreu, mudou a situação financeira da família de forma drástica. A questão do dinheiro, antes nunca uma preocupação, adentrou suas vidas como um problema constante. Receosa com o sustento dos filhos, a mãe de Pat passou a tentar novas possibilidades de emprego, o que acabou possibilitando sua aprovação em um concurso público, notícia recebida com felicidade por todos.

Mas não somente de boas mudanças veio acompanhada a notícia da aprovação de sua mãe, que passou a lidar com algumas dificuldades no momento em que assumiu o novo emprego. Sua nova instituição de trabalho a convocou para assumir a função em uma cidade no interior de um estado da Região Norte do país, local de dificílimo acesso, que não muito a agradou. Mesmo assim, vendo-se sem escolha, sua mãe fez a mudança para a nova cidade, considerando levar os filhos para que pudessem continuar morando todos juntos, assim que possível. Observa a cidade, e angustia-se ao perceber a carência da mesma, o que possivelmente dificultaria a vida dos filhos, repletos de necessidades diversas concernentes à fase de suas vidas. Era necessário pensar em uma nova possibilidade que contemplasse as necessidades de todos, tendo sua mãe encontrado como a decisão mais viável o retorno de Pat e seus irmãos a casa do pai.

Assim foi feito. Sua mãe assumiu o novo emprego, e enviou os filhos de volta à cidade onde antes moravam, sob os cuidados do pai. Comprometeu-se a sempre tentar uma transferência para outra cidade, e traria os filhos de volta para seu convívio caso julgasse que o local onde estaria seria capaz de fornecer melhores condições e uma consequente maior qualidade de vida aos mesmos.

Pat tinha uma boa relação com a mãe, e nela via uma amiga com a qual poderia contar sempre que precisasse. A separação que tiveram que experienciar não foi fácil para ele, que sentia falta do convívio com a mãe continuamente. Além disso, a situação de convívio com o pai era sempre complicada, assim como com sua madrasta. Teve muitas dificuldades no trato com eles, e por vezes não via a possibilidade de mudança disso para que pudessem construir uma relação próxima e saudável. Porém, até onde sua vista alcançava, não conseguia contemplar outras escolhas. O jeito era manter-se morando com o pai e a madrasta, e tentar se adaptar à situação da melhor forma que conseguisse. Angustiado, aos 15 anos de idade começou a ingerir bebidas alcoólicas, quase que diariamente, como forma de tentar aliviar seu sofrimento.

Com o passar do tempo, conseguiu reinventar-se. Ampliou suas relações para além do ambiente familiar, fazendo vários amigos e se integrando mais à cidade e aos eventos

que nela ocorriam. Esse novo movimento muito o ajudou em seu processo de adaptação, que o possibilitou, também, dar conta de algumas questões que antes muito o incomodavam. Como exemplo de uma dessas questões, tinha destaque sua aparência física como um importante ponto de sua vida, pois por muito tempo foi alvo de críticas e chacotas de colegas por ter certo excesso de peso. Nesse momento, conseguiu perder peso, o que aumentou sua autoestima e o forneceu mais segurança para começar a expressar seu desejo por garotas, algo que não havia experimentado até então. Sentia-se desejado, tinha melhor percepção de si e, consequentemente, maior segurança e sensação de bem-estar e de pertença aos grupos com os quais se envolvia.

Esse episódio da sua vida, contudo, não teve longa extensão. Passados três anos, aproximadamente, sua mãe entrou em contato com Pat e revelou sua notícia com alegria: havia conseguido transferência para outra cidade, agora para a Região Nordeste do país, uma cidade maior e que poderia mais facilmente oferecer a qualidade de vida que ela buscava oferecer para os filhos. A essa altura, porém, mesmo sentindo falta da mãe, Pat já não se sentia tão certo se realmente gostaria de se mudar novamente, e se sentiu mais angustiado. Pensou em se recusar, mas como negaria tal possibilidade à mãe, que havia se esforçado tanto para conseguir a transferência e que estava, certamente, esperando concordância e aceitação quanto à mudança?

Não conseguiu se opor, e realizou a mudança, voltando a morar com a mãe. Chegado à nova cidade, começou todo um novo processo de adaptação, e buscou um colégio onde pudesse dar continuidade aos estudos e se preparar para o vestibular, tendo realizado sua matrícula em um colégio de grande porte. Tentando integrar-se às rotinas da instituição, deparou-se, mais uma vez, com grandes dificuldades. A cultura do colégio, competitiva e extremamente focada na aprovação do vestibular, começou a gerar sentimentos negativos nele, e Pat percebia que se sentia continuamente mal.

Como alguém que havia conseguido desenvolver uma considerável habilidade social, percebia que seus focos e desejos se direcionavam mais no sentido de fazer novas amizades, sair com amigos, fazer uma festa de formatura, algo que, ao longo do tempo, conseguiu construir na cidade onde morava, com o pai e a madrasta. Ao chegar à nova cidade, tudo isso se perdeu, o eu gerava em Pat um entristecimento cada vez mais intenso.

Sozinho, triste, desmotivado, deslocado. Pat já não mais se percebia como antes, e para resgatar o que havia construído, mantinha contato diário com os amigos do sul do país, por meios virtuais. Gostava do contato com os amigos, mas sentia que sua atitude o levava a

se perceber como alguém que estava morando em uma cidade, mas que não estava verdadeiramente presente nela.

A essa altura, seus avós passaram a acompanhar um pouco mais de perto a situação em que vivia, e ressaltavam que estavam muito preocupados com Pat por observarem atitudes de isolamento, agressividade, assim como descuido com a higiene e aparência pessoal. O diagnóstico de depressão surgiu, advindo da consideração do marido de sua avó – que era médico psiquiatra – o qual considerou haver ali sintomas claros de um quadro depressivo. Para sentir-se melhor, Pat deveria se medicar, sendo receitada fluoxetina, de uso constante.

Pat chegou a fazer o uso do medicamento, por alguns poucos meses, mas não conseguia sentir mudanças efetivas em sua vida e em sua forma de se sentir, assim como não conseguia concordar com a ideia de que realmente tinha um diagnóstico de depressão. Para ele, era claro que estava se sentindo mal daquela forma por não estar morando onde queria, por não ter os amigos por perto. Além disso, também voltou a ganhar peso, questão que muito o incomodava, pois sentia que isso afetava sua autoestima e segurança. Acabou por se afastar das pessoas, e não conseguia se aproximar das garotas por quem se sentia interessado, ao longo de todo um ano, o que o era muito estranho comparado à sua atitude quando ainda morava com o pai, a qual trazia na lembrança como um período bom onde se relacionava com uma moça diferente a cada semana.

Após um ano, desanimado e sentindo profundo sofrimento, Pat decidiu que não tinha condições de continuar a morar na cidade nordestina com a mãe, e se mudaria em retorno para o sul do país. Nesse momento, percebeu que não gostaria de voltar para a casa do pai, e instalou-se em outra cidade, também no sul do país, tendo recebido o apoio dele. Seu pai não somente apoiou o novo projeto do filho financeiramente, mas também o incentivava a estudar para que pudesse ser aprovado no vestibular e dar início aos estudos de Ensino Superior, algo, para ele, de grande valor.

Inspirando-se na profissão de um de seus avós – com o qual não tinha relação tão profunda, e do qual se lembrava como alguém que carregava consigo o diagnóstico de esquizofrenia –, decidiu fazer o processo para cursar uma das áreas da engenharia. Considerava uma profissão com influência social, imaginando que geraria reconhecimento das pessoas o fato de se denominar como engenheiro. Um pouco mais tarde em sua vida, Pat percebeu que, na verdade, não entendia bem o que significava ser um engenheiro, o que o fez questionar bastante sua escolha em um momento seguinte.

Desenvolvendo o novo projeto, Pat construiu um dos períodos que, até os dias atuais, carrega na memória como um dos melhores de sua vida. Buscou onde morar, e encontrou um pensionato que se localizava em frente ao local onde realizava seu curso preparatório para o vestibular, o qual oferecia roupas lavadas, alimentação e, o melhor, a convivência com várias pessoas que estavam em sua mesma condição de estudantes que vinham de outras cidades. Conseguiu focar nos estudos, fez muitos amigos, iniciou um namoro com uma garota que conheceu. Com os amigos, fazia projetos de que todos seriam aprovados no vestibular ao mesmo tempo e que iriam morar todos juntos. Além disso, amava a cidade onde estava, e nela se sentia muito bem.

Àquela altura, havia em Pat um sentimento verdadeiro de felicidade, por um lado, e havia seu pai exercendo uma forte pressão e exigência para que fosse aprovado no melhor curso de Engenharia Química, por outro. A pressão do pai se dava tanto por uma ânsia nele em ver o filho desenvolver-se, assim como também por uma atitude que tinha por base as vaidades reforçadas socialmente em ter o filho em um curso de Ensino Superior. A questão maior era que o melhor curso realmente existia, mas se situava em outra cidade, diferente da que Pat morava naquele momento e na qual se sentia tão bem. Ser aprovado nesse curso indicaria uma nova mudança, o afastamento dos amigos e a quebra de tantos projetos que faziam juntos.

O que fazer diante disso? Pat não queria abrir mão de seus projetos, e muito menos de seu bem-estar e satisfação, algo que buscava já há algum tempo e que havia sentido tanta dificuldade para encontrar. Ao mesmo tempo, não se sentia bem em frustrar as expectativas do pai, que além de tudo, ainda o estava mantendo financeiramente. Pensou, portanto, em formas de manter seus projetos com os amigos, e boicotou o vestibular para entrada nesse curso, de forma que não respondia corretamente até as questões que sabia a resposta. Sem a aprovação no vestibular, não há ingresso no curso em outra cidade, não há mudança, não há afastamento do grupo com o qual se sentia tão bem. Pôde, assim, dar continuidade aos seus projetos, combinando com os amigos que vestibulares outros prestariam. Conseguiu ser aprovado em uma universidade na mesma cidade, e mudou-se apenas de apartamento, junto com um amigo, para um local mais próximo à faculdade. Nesse momento, viu-se impossibilitado de manter o namoro, e finalizou a relação.

Estudante universitário, sem compromisso em relação a um namoro e ansiando aproveitar esse momento, passou a frequentar muitas festas e a conhecer muitas pessoas, assim como também a aumentar sua ingestão de bebidas alcoólicas. Em paralelo, sentia que seu interesse pelos estudos diminuía, assim como sua disciplina em frequentar as aulas e

acompanhar os conteúdos desenvolvidos. Seu aproveitamento estudantil decrescia, e trazia como resultado sucessivas reprovações.

A situação foi se complicando, e Pat passou a experimentar uma ansiedade maior. Alimentava-se de forma compulsiva, e voltou a ganhar peso. Junto a isso, viu-se impossibilitado de manter o apartamento onde estava morando, e decidiu se mudar para um local menor, mais simples. Pat, porém, não conseguiu se sentir bem no novo apartamento, que em suas palavras, mexia com seu humor. Acordava todos os dias com a luz do sol incidindo diretamente em seu rosto, o que muito o irritava, e gerava uma atitude que fazia com que sentisse que já começava mal todos os seus dias.

Seguia sua vida, estudando pouco, sentindo-se mal, deprimido em muitos momentos, comendo muito, bebendo muito, movimentando-se pouco, ganhando cada vez mais peso. Sua autoestima, junto com tantas outras coisas em sua vida, definhava. Aproximar- se de mulheres era algo impensável para ele naquele momento, o que o fazia se sentir ainda pior, pois percebia que não conseguia se sentir bem sozinho, sem um relacionamento amoroso, algo que muito o pesava e o fazia se sentir muito triste.

No conjunto de todas estas coisas, que já tanto o pesavam, outras ainda vinham complementar sua carga de sofrimento. Seu mau desempenho universitário não poderia, em hipótese alguma, ser revelado ao pai, um segredo seu que deveria guardar a sete chaves. Pat considerava que a relação entre eles era difícil, problemática, além de imaginar que, àquela altura, seu pai deveria estar orgulhosamente espalhando para toda a cidade onde morava que seu filho era estudante de uma universidade federal, e que teria um futuro brilhante pela frente. Sentia-se envergonhado em não conseguir alcançar as expectativas do pai e, por isso, revelar o que realmente estava acontecendo não era uma opção para ele. Assim, buscava constantemente formas de manter o imaginário do pai sobre o que o ele vinha desenvolvendo em sua vida universitária, fugindo da situação. Quanto ao contar para a mãe, também evitava fazê-lo, pois havia acabado de saber que ela recebera o diagnóstico de transtorno bipolar. Imaginava que aumentaria o sofrimento da mãe, e decidiu ser melhor guardar-se em sua dor, sem compartilhá-la com os pais.

O desânimo, porém, tomou conta de Pat como um todo, que se sentia cada vez mais angustiado, isolando-se e tendo precário cuidado com a própria higiene. Não conseguia mais frequentar as aulas, e mantinha-se cada vez mais tempo em casa, dentro de seu quarto, especificamente. A falta de cuidado consigo projetava-se no próprio local onde morava, do qual o mofo começou a tomar conta. Até os dias atuais, Pat afirma que traz lembranças vivas do apartamento onde morou durante um ano de sua vida, principalmente do quarto onde se

mantinha por dias a fio: a estrutura do quarto, da casa e o cheiro de mofo ainda são vivos em sua memória. O cheiro do mofo era algo tão forte que, ao lembrar, Pat se refere ao mesmo como o cheiro do seu ano.

A situação assim se manteve, e o levou a condições cada vez mais degradantes. Um de seus amigos à época, preocupado, decidiu tomar uma atitude, e entrou em contato com o pai de Pat para informar a condição de seu filho, que prontamente foi ao encontro do filho. Ao ver a real situação de Pat, seu pai ficou extremamente preocupado, e insistiu que o filho voltasse a morar com ele. Alegava que o filho não tinha depressão, mas que na verdade se sentia culpado por ter fracassado em sua vida universitária. Pat, mesmo resistente, voltou a morar com o pai, tendo, também aceitado o trabalho em seu comércio.

Trabalhando na loja do pai, começou a se sentir melhor. Sentia que estava conseguindo manter uma melhor relação com o pai, e pouco tempo depois, iniciou um namoro com uma moça da cidade. Bem, mais confiante e seguro, percebeu que estava preparado para retomar os estudos universitários, e assim o fez. Porém, algo novamente voltou a atormentá-lo, e com pouco tempo transcorrido, Pat se sente muito mal.

Seu pai, sem conseguir compreender ou acolher os sofrimentos do filho, lança seu ultimato: ou ele fazia a vida universitária seguir e ter sucesso, ou ele não mais o apoiaria. Pat, sentindo tamanha pressão, esforçou-se bastante, tentou ir às aulas, tentou manter-se disciplinado para não acontecerem novas reprovações, mas atinge o limite de suas forças, e reconheceu em si mesmo a impossibilidade de dar continuidade aos estudos. Pensou em desistir em definitivo de cursar a faculdade, mas não conseguia expressar seu desejo ao pai, esquivando-se dele, continuamente, dizendo que ia para as aulas quando, na verdade, estava na casa da namorada.

Em meio a um turbilhão de sentimentos, sofrimentos e pressões, Pat percebeu que estava apresentando alguns sintomas físicos, estranhos, ao que o parecia. Sentia dormências em todo o corpo, de forma contínua. Em um dos dias que estava na casa da namorada, sentiu fortes dores no corpo, principalmente dores de cabeça, e teve que ser atendido em emergência hospitalar. Depois de realizada uma ressonância, o médico percebeu a existência de lesões “desmielinizantes”, o que o fez desconfiar do diagnóstico de esclerose múltipla.

Atordoado com a notícia, sem entender bem o que significava aquele diagnóstico, Pat buscou pesquisar na internet maiores informações sobre o mesmo, acompanhado da namorada e de uma amiga. Durante o ato da pesquisa, algo que era, ao mesmo tempo, interessante e intrigante, foi percebido por Pat: havia nele um desejo claro e significativo de encontrar o fato de que tinha uma doença realmente grave. Enquanto buscava maiores

informações sobre a esclerose múltipla, pensava que um quadro patológico grave o possibilitaria, em suas próprias palavras, esfregar na cara do pai uma justificativa real quanto a todas as dificuldades em lidar com tantas situações em sua vida.

Seguindo as orientações médicas, Pat fez todos os exames solicitados, os quais objetivamente atestaram o diagnóstico de esclerose múltipla. Em maiores explicações, e embora não pudesse dar maiores certeza sobre isso, o médico inter-relacionou o quadro patológico com a existência de episódios depressivos, experimentados por Pat em tantos momentos.

O resultado deste processo foi Pat feliz, verdadeiramente feliz com o novo diagnóstico! Agora tinha uma justificativa real para todos à sua volta sobre o porquê havia reprovado na faculdade, porque não conseguia se sentir bem, porque nos últimos anos nem mesmo conseguia sair de casa, quebrando as justificativas advindas pelas falas do pai, que indicavam que ou o filho estava sofrendo daquela forma por se sentir culpado, ou porque era mesmo um vagabundo que não queria se esforçar para dar certo na vida. Pat se sentia profundamente aliviado por estar doente.