• Nenhum resultado encontrado

3 GESTAO DE DESTINOS TURÍSTICOS

3.2 A COOPERAÇÃO DOS AGENTES NO DESENVOLVIMENTO DE BASE LOCAL

3.2.1 O Terceiro Setor

No Brasil, a denominação “terceiro setor” é utilizada para identificar as atividades da sociedade civil que não se enquadram na categoria das atividades estatais, e em linhas gerais, é constituído por organizações da sociedade civil de direito privado e sem fins lucrativos, que realizam atividades complementares às públicas, visando contribuir com a solução de problemas sociais, em prol do bem

comum. No Engenho do Mato, há uma Organização Não Governamental atuante que busca desenvolver projetos de proteção ambiental e desenvolvimento de atividades alinhadas com os princípios da sustentabilidade. Este é um ponto positivo para o desenvolvimento do bairro como destino turístico.

O terceiro setor torna-se necessário pelas características do sistema econômico capitalista, principalmente, em países considerados subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, com a ausência do Estado no que tange a garantia dos direitos sociais e humanos. Assim, o terceiro setor passa a ter uma grande importância para o desenvolvimento socioeconômico do país. Cabe destacar que o terceiro setor não substitui e não assume as responsabilidades do estado.

Para o setor empresarial, o terceiro setor pode fortalecer o ambiente competitivo tornando-o mais próspero, que se mostra cada vez mais interessado nas parcerias com o terceiro setor, através do financiamento de projetos sociais que possam beneficiar a comunidade e os mercados consumidores.

Uma das maiores dificuldades desse setor é conseguir se organizar de forma estratégica, usar as ferramentas de gerenciamento de projetos de forma similar às grandes instituições privadas sem deixar de ter um foco social e democrático.

3.2.2 Os Empreendedores Locais

Adotar a cooperação nas estratégias de trabalho é o que distingue um mero profissional ou investidor de alguém que empreende de fato. É preciso estimular a troca de experiências e compartilhar o conhecimento para o desenvolvimento progressista do local, com protagonistas sociais no planejamento participativo e na gestão compartilhada do destino turístico.

No desenvolvimento de destinos turísticos com base local a cooperação entre as empresas antecede o momento de competição.

Como percebido na pesquisa de campo, existe interesse em participar de forma cooperativa por parte dos empreendedores locais do Engenho do Mato, de

atividades e projetos que objetivem o desenvolvimento do turismo sustentável, apesar de não acontecer de fato.

As estratégias de cooperação, segundo o Sebrae Nacional, têm o objetivo de fortalecer o poder de compras, compartilhar recursos, combinar competências, dividir o ônus de realizar pesquisas tecnológicas, partilhar riscos e custos para explorar novas oportunidades, oferecer produtos com qualidade superior e diversificada. De fato, essa é uma estratégia que deve ser adotada pelos empreendedores da região, para que possam investir e acreditar no desenvolvimento do turismo no Engenho do Mato.

Na gestão de destinos turísticos a cooperação entre os empreendedores locais nas diferentes formas de organização (associações, redes, cooperativas, arranjos produtivos locais ou clusters turísticos) podem aumentar o poder de negociação do destino turístico, através de estratégias para ganhar representatividade nas decisões políticas, negociar créditos com bancos e o Estado, participar de campanhas de marketing e conseguir facilidades de pagamento; são algumas vantagens competitivas que fortalecem a posição do destino turístico no mercado. Para Buhalis e Cooper (1998) apud Hall (2004, p.234) esse tipo de organização em redes possibilitará que empresas de turismo de pequeno e médio porte: “reúnam seus recursos a fim de aumentar a competitividade, idealizem planos de marketing e gerenciamento estratégico, reduzam os custos operacionais e aumentem seu know-how.”

3.3 CLUSTER TURÍSTICO

A palavra cluster não pode ser traduzida perfeitamente para o português, mas a expressão Cluster Turístico é usada no sentido de indicar atividades afins que se unem para desenvolver-se conjuntamente. Segundo Porter:

Os clusters são aglomerados de atividades produtivas afins, localizadas em determinado espaço geográfico e desenvolvidas por empresas autônomas de pequeno, médio e até de grande porte, intensamente articuladas, constituindo ambiente de negócios onde prevalecem relações de recíproca confiança entre as diferentes partes envolvidas. (2002, p. 13)

O conceito de cluster pode ser empregado na definição de um arranjo produtivo local segmentado, delimitado pelo espaço geográfico e pelas atividades econômicas que possuem ligação na cadeia produtiva para beneficiar os envolvidos. Dessa forma, o turismo também pode se organizar em clusters, aglutinando os empreendimentos mais relevantes para o seu desenvolvimento limitado pelo território. Para Vignati:

Clusters, pólos e arranjos produtivos locais são agrupamentos de empresas, localizadas em um mesmo território, que apresentam uma oferta especializada e mantêm vínculos de cooperação, articulação e aprendizagem entre si com outros agentes locais, tais como o governo, associações de classe, instituições de crédito, ensino e pesquisa. (2008, p.147)

A partir da compreensão apresentada, o modelo de desenvolvimento turístico de base local deve estar baseado nas vantagens da prática da cooperação por todos os agentes locais envolvidos para gerar vantagens competitivas para os produtos e serviços do destino, através da diferenciação pela qualidade e preço.

Tendo por base o mencionado no parágrafo anterior, é visível que a característica rural reforçada pela existência da criação de equinos no Engenho do Mato, em diferentes propriedades, é um cenário favorável à aplicação do modelo de cluster. Este cenário possibilita aos responsáveis a troca de experiências em busca de um padrão de excelência na prestação de serviços, bem como fornece subsídios para que os mesmos possam negociar melhores preços junto aos fornecedores, reduzindo custos e proporcionando aplicação de melhores preços aos produtos e serviços, na relação final com o consumidor.

Para Beni (1999), “cluster é um conjunto de atrativos com destacado diferencial turístico, dotado de equipamentos e serviços de qualidade, com excelência gerencial, concentrado num espaço geográfico delimitado.”

O benefício mais evidente do desenvolvimento dos clusters turísticos está na melhoria da comunicação entre os setores público, privado e sociedade civil e ampliação de parcerias público-privadas; que pode resultar, por exemplo, em ajudar o setor público na identificação eficaz das necessidades de investimentos e os

pequenos e médios empreendedores locais a melhorar o acesso ao crédito, além de fomentar a geração de trabalho, renda e processo de qualificação turística.

Fazendo um paralelo com as investigações realizadas por Porter (1995 e 1998), Vignati (2008, p. 152-154) identifica oito importantes vantagens competitivas que o cluster turístico pode desenvolver, são elas:

Fortalecer a imagem do destino turístico; Promover maior tempo de permanência do turista; incentivar o turista a gastar mais; aumentar a satisfação do turista; fortalecer o poder de negociação com fornecedores; fortalecer o poder de negociação com os clientes; diminuir a vulnerabilidade diante de destinos turísticos concorrentes; promover a cooperação.

Os clusters turísticos podem ser formados pelas empresas de infra-estrutura turística, comércio local, terceiro setor e empresas públicas, concentradas em um determinado território com o objetivo comum de ampliar a competitividade econômica das empresas locais.

Definidos os conceitos de destino turístico e cluster turístico percebe-se que o primeiro desafio do planejamento turístico estratégico é organizar e gerir clusters turísticos, a estrutura que vai sustentar as operações do destino turístico, para depois comercializá-lo, como já mencionado em parágrafos anteriores, tendo por base os empreendedores locais do Engenho do Mato.

A gestão de clusters turísticos faz parte de um sistema produtivo aberto, um processo dinâmico, que deve ter um planejamento estratégico com base local, que incentive processos de cooperação, inovação e empreendedorismo, atualizado com o mercado de acordo com o seu ciclo de evolução. Segundo Gollub (2005) apud Vignati (2008, p.60) “o cluster pode ser classificado segundo seu estágio no ciclo de vida em três categorias: inicial, emergente e em expansão.”

4 TURISMO NO ENGENHO DO MATO

A pesquisa refere-se ao bairro do Engenho do Mato, localizado na Região Oceânica do município de Niterói (RJ), que vem passando por um processo de urbanização acelerada, marcada pela mudança de toda sua zona rural para zona urbana5, chegando em 1991 a uma taxa de crescimento anual de 10,6%, de acordo

com o Censo Demográfico (IBGE).

4.1 PESQUISA DOCUMENTAL

4.1.1 Caracterização Geral da Área

De acordo com o que foi destacado anteriormente, o Plano Diretor de Niterói, Lei nº 1157 de 1992, alterada pela Lei 2123 de 2004, caracteriza-se como o principal instrumento de intervenção urbana e ambiental do município, que estabelece diretrizes urbanísticas para o desenvolvimento urbano e econômico, divide o município em cinco regiões de planejamento baseando-se em critérios de homogeneidade em relação à

paisagem, tipologia, uso das edificações e parcelamento do solo, considerando-se ainda, aspectos sócio–econômicos e físicos, em especial, as bacias hidrográficas. São elas: Região Norte, Região Praias da Baía, Região Pendotiba, Região Oceânica e Região Leste.

A Região Oceânica era conhecida como região de Itaipu. Nesta região sediavam-se fazendas de ampla dimensão territorial formando um grande hortifrutigranjeiro. Os nomes destas propriedades rurais deram origem aos nomes de ruas e bairros da cidade. A produção destas fazendas abastecia o centro urbano de Niterói e do Rio de Janeiro. Havia também uma extensa colônia de pescadores, devido à existência de duas lagoas, das praias de mar aberto e da cultura caiçara dos indígenas.

Em 1890, a região de Itaipu foi incorporada ao município de São Gonçalo, e em 1943 é reincorporada ao município de Niterói, que ficou dividido em dois distritos: o da sede (compreendendo duas zonas e bairros – estritamente urbanos) e o de Itaipu (essencialmente rural). Desde então a região de Itaipu transformou-se acentuadamente: “com os loteamentos de grandes áreas, surgiram bairros inteiros da noite para o dia, estimulados pela desenfreada especulação imobiliária” (WEHRS, 1984, p. 205 e 207 apud MENDONÇA, 2006, p. 12).

Segundo Paz (2006, p. 08-12) em 1944 foi encaminhado um oficio ao governo do Estado apresentando o "Plano de Urbanização das Regiões Litorâneas de Itaipu e Piratininga", que apesar de não ter sido implantado, estimulou muitas empresas a investir na região. Em 1945 foi aprovado o maior loteamento da época, "Cidade Balneária de Itaipu", de propriedade da Cia. de Desenvolvimento Territorial. Outro loteamento importante surge em 1946, o "Vale Feliz", com o parcelamento da primeira gleba da Fazenda do Engenho do Mato.

O autor afirma em seu trabalho que a construção da Ponte Rio-Niterói, em 1974, intensifica a construção imobiliária e redireciona a ocupação para áreas expansivas da cidade, como a Região Oceânica, levando à urbanização de Piratininga. Em 1976 foi aprovado o "Plano Estrutural de Itaipu", da Veplan Residência, substituindo parte do antigo Loteamento "Cidade Balneária de Itaipu", marco do processo de transformação ambiental da área, pois previu o aterro das

margens da lagoa de Itaipu e a abertura do Canal de Camboatá, interligando as duas lagoas e a passagem permanente para o mar, ampliando as terras loteáveis em volta da Lagoa de Piratininga, com o seu assoreamento.

A Região Oceânica, originalmente, era recoberta de vegetação arbustiva característica da mata atlântica, onde ainda hoje existem manchas remanescentes como a que recobre a Serra Grande e a Serra da Tiririca. Drenada pelas bacias dos rios Jacaré e João Mendes entre outros, todos tributários do sistema lagunar Piratininga – Itaipu. A região se caracteriza pela alternância de baixadas, restingas, morros, costões rochosos e algumas escarpas. Há extensas áreas de planícies muito baixas que dificultam o escoamento superficial ocasionando alagamentos e transbordamentos de rios e canais por ocasião de chuvas mais fortes.

Com a construção da ponte, Niterói passa a ser a grande zona de expansão urbana da Cidade do Rio de Janeiro. Contando com uma qualidade de vida comparável a dos bairros de zona sul da cidade vizinha, no que concerne à beleza natural da orla. Na ocasião, por ainda não ter sido objeto de uma grande especulação urbana, Niterói começou a atrair novos moradores, que acompanharam a tendência de atração para a Região Oceânica, como observado na tabela 1.

Tabela 1 - População da Região Oceânica e Taxa Média Anual de Crescimento

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 06: Gráfico - Evolução da População Residente na Região Oceânica

Atualmente, a Região Oceânica é composta pelos bairros do Cafubá, Camboinhas, Engenho do Mato, Jardim Imbuí, Itacoatiara, Itaipu, Jacaré, Maravista, Santo Antônio, Piratininga e Serra Grande e limita-se com o município de Maricá e com as Regiões Leste, Pendotiba e Praias da Baía, como podemos ver na Figura 1. Além do trecho de litoral banhado pelo Oceano Atlântico onde se destacam quatro das mais importantes praias do município, Piratininga, Camboinhas, Itaipu e Itacoatiara.

Fonte: www.nitvista.com.br

Figura 07: Mapa das Regiões de Niterói

4.1.2 Aspectos Legais da Região

Toda a Região Oceânica de Niterói é considerada Área de Especial Interesse Turístico, o que garante a preservação das trilhas de interesse ecoturísticos, ecológico e científico, de acordo com Lei Municipal 1.968/2002 – Plano Urbanístico (PUR) da Região Oceânica e integra, em sua totalidade, a Área de Proteção Ambiental (APA) das Lagunas e Florestas de Niterói, que foi criada e delimitada pela Lei Municipal nº 1.157/1992 – Plano Diretor de Niterói (PDN).

O PUR da Região Oceânica apresenta políticas setoriais da proteção do patrimônio cultural e do meio ambiente; classifica a sede da Fazenda do Engenho do Mato como bem cultural e discorre sobre a proibição de edificações e aterramentos na área do Parque Estadual da Serra da Tiririca até que o Estado defina seu Plano de manejo, além da criação das unidades de conservação municipal e Áreas de Especial Interesse Ambiental na Região Oceânica.

Para fins de ordenação do uso e da ocupação do solo, a Região Oceânica é dividida nas sub-regiões de planejamento: Engenho do Mato, Maravista, Itaipu, Jacaré e Piratininga; que passa a ter o seguinte zoneamento ambiental:

I – Zona de Preservação da Vida Silvestre (ZPVS): áreas de domínio público ou particular, consideradas de preservação permanente, onde não são permitidas quaisquer atividades que importem na alteração do meio ambiente, assim como novas edificações, parcelamento do solo, abertura de vias, aterros ou cortes de terreno, cortes de vegetação nativa, extração mineral ou quaisquer tipos de exploração de recursos naturais;

II – Zona de Conservação da Vida Silvestre (ZCVS): áreas públicas ou particulares, com parâmetros restritivos de uso e ocupação do solo estabelecidos nesta lei, com vistas à manutenção dos ecossistemas naturais;

III – Zona de Uso Especial (ZUE): unidades de conservação ou outros espaços naturais protegidos legalmente, que deverão obedecer às normas relativas à legislação específica;

IV – Zona de Uso Urbano (ZU): áreas correspondentes às frações urbanas e às Áreas de Especial Interesse próprias para ocupação urbana, obedecidos os parâmetros estabelecidos nesta lei.

4.2 CARACTERÍSTICAS SÓCIO-CULTURAIS DO TERRITÓRIO ESTUDADO

A pesquisa em questão abrange o território do Engenho do Mato com 10,5 km² de área e 12.219 habitantes (IBGE 2000), que faz limite com os bairros de Itaipu, Jacaré, Rio do Ouro, Várzea das Moças e é divisa intermunicipal Niterói-Maricá, marcado por uma linha imaginária no cume do Morro Cordovil.

O bairro leva esse nome por estar localizado na antiga sede da Fazenda do Engenho do Mato, com registros datados de 1779 como Fazenda do Mato, que abrigava um dos quatro engenhos de açúcar da freguesia de São Sebastião de Itaipu, segundo afirma WEHRS (1984, p. 205-206). Com o tempo, a fazenda é rebatizada como Fazenda Engenho do Mato, depois da venda para outros proprietários. A Fazenda Engenho do Mato tinha como função principal a produção de banana prata e grande variedade de hortifrutigranjeiros. Contígua à fazenda estava a antiga Fazenda Itaocaia e ligando estas duas fazendas existia a estrada Itaocaia, que desemboca no município de Maricá. Segundo MENDONÇA (2006, p. 13),

Esta estrada foi chamada, no passado, Estrada de Itaocaia, e era freqüentada por tropeiros e viajantes que partiam da antiga Vila Real da Praia Grande para as sesmarias de Cabo Frio. A estrada é conhecida por Vai-e-vem e, hoje, oficialmente, Estrada São Sebastião. Em 1833, como nos informa Machado de Mendonça, passou pela estrada em direção a Itaocaia o cientista Charles Darwin.

O lugar tem uma história de conflitos por terra recente, com resquícios que interferem no aprofundamento da compreensão do território. O loteamento e venda das terras da fazenda pela “Empresa de Terras Brasileiras – Terrabraz Ltda” levou os sitiantes que trabalhavam como meeiros, posseiros e até mesmo grileiros à disputa armada pelo direito de uso e ocupação da terra. Foi nesse contexto histórico que o governo do Estado, com o Decreto-lei nº 7577 de 2 de agosto de 1961, desapropriou para fins de reforma agrária parte da fazenda, localizada na vertente da Serra da Tiririca, sendo a primeira área a ser contemplada pelo Plano de Ação Agrária do Estado do Rio de Janeiro, na tentativa de evitar um possível êxodo dessa população para o centro urbano e também para garantir a continuidade de uma produção agrícola próxima à cidade de Niterói, além de evitar a derrubada da mata existente, rica em madeira de lei. Mas com o golpe militar, em 1964, as ações previstas no plano foram esquecidas e as terras só foram completamente desapropriadas em 1998.

Para acirrar mais ainda o conflito fundiário na região, em 1991, por iniciativa popular, o estado cria (Lei nº 1.901) a unidade de conservação do Parque Estadual da Serra da Tiririca, cujo trecho passa por dentro do Engenho do Mato. A intenção era de conter a especulação imobiliária da cidade que se expandia para a Região Oceânica, para salvaguardar as áreas cobertas por Mata Atlântica que ainda não haviam sido ocupadas, mas acabou prejudicando os agricultores que ainda sobreviviam do plantio na última área rural da cidade, como relata Lucia Maris de Mendonça6 na sua pesquisa

que conta com o registro oral de moradores antigos da região.

A sub-região do Engenho do Mato engloba duas ZCVS e duas ZUE, segundo o PUR da Região Oceânica. A Serra da Tiririca e a Serra Grande são classificadas como ZCVS, que determina como parâmetro para uso e ocupação do solo para comércio e serviços, individual, somente atividades de caráter turístico ecológico (pousada, hotel, restaurante, bar, agência e serviços de guia para turistas, loja de venda ou aluguel de

6 Trabalho de Conclusão de Curso “Fazenda Engenho do Mato (Niterói-RJ): breve histórico dos

conflitos gerados pelo parcelamento do solo - de ontem e, de hoje, como atual bairro Engenho do Mato”. Lucia Maris Velasco Machado de Mendonça. Niterói, 2006.

materiais esportivos). O Parque Estadual da Serra da Tiririca e a Reserva Ecológica Darcy Ribeiro são ZUE.

Fonte: Associação Brasileira de Perícia e Gestão Ambiental

Figura 08: Mapa de Uso e Gabarito Propostos: sub-regiões Engenho do Mato e Maravista (ampliação em anexo)

Atualmente, de acordo com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia de Niterói – 19917, grande parte da área plana é ocupada por

residências de moradores de classe média que, em sua maior parte, tiveram acesso à terra a partir da compra direta dos posseiros mais pobres. A população de baixa renda localiza-se principalmente no Jardim Fluminense e nas encostas da Serra da Tiririca.

4.2.1 Identificação dos programas, projetos e ações

A pesquisa documental do território do Engenho do Mato para levantamento de dados preliminares permitiu a identificação de programas, projetos e ações

7 Niterói-Bairros - Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia de Niterói –

1991. Obtido em: www.cdp-fan.niteroi.rj.gov.br/bairros/engenho_do_mato.h... Acesso em 19 de Fevereiro em: http://wikimapia.org/6039955/pt/Engenho-do-Mato

desenvolvidas principalmente na área do Parque Estadual da Serra da Tiririca, no bairro.

A área natural do bairro é de especial interesse para organizações públicas, privadas e do terceiro setor. O envolvimento de muitas instituições nesta área ocorre devido à abertura de participação na administração do Parque através do Conselho Consultivo formado por mais de quarenta personalidades representando a sociedade. Atualmente, a ação principal discutida pelo conselho é a implantação do Plano de Manejo do Parque, assistido pelos cursos afins da Universidade Federal Fluminense, como as pesquisas de demanda do perfil do visitante do parque que vêm sendo realizadas desde 2009 pelo Grupo de Trabalho de Turismo em Áreas Protegidas (GTTAP).

A Casa da Ciência da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 2008, vislumbrou a importância do Parque com a descoberta histórica da passagem do cientista Charles Darwin, criador da teoria da evolução das espécies, pela região em

Documentos relacionados