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Terreiro de Umbanda

No documento Umbanda de Nego Veio (páginas 152-200)

Vimos expondo, conforme publicações anteriores, as relações existentes entre o médium e seus guias espirituais - no campo da prática mediunista - e estabelecendo considerações, embora sumarias, em torno de determinadas características semânticas observadas nos ritos umbandistas, quais sejam a dança, a curimba, o ponto riscado, as ervas, as oferendas, a magia, as roupas litúrgicas, entre outras.

Cremos agora ser o momento de estabelecermos algumas considerações em torno dos aspectos que relacionam-se com as percepções de natureza espiritual, seus desdobramentos dentro da experiência mística, identificando-as com as movimentações que dão-se no plano espiritual, ao longo da gira, as quais implicam na elaboração de um discurso e interpretação de natureza interior e particular de nossas experiências nos ritos de Umbanda, as quais intentaremos, por ora, transmitir aos amigos leitores e irmãos de fé.

Entendemos ser o rito umbandista uma prática religiosa de caráter coletivo, no qual cada participante comunga com o outro a experiência espiritual.

152 Desta forma, compreenderemos que cada indivíduo que se integra aos trabalhos da casa (mesmo aqueles sentados na assistência, bem se diga), traz para o interior do terreiro todo o conjunto de suas possibilidades psíquicas e anímicas, assim como todo o complexo de suas relações espirituais, identificadas diretamente com sua existência. Assim, cada participante do rito traz ao terreiro os seus protetores espirituais e depositam ao longo do rito, na irradiação (egrégora) formada ao longo dos trabalhos, a sua contribuição em benefício de si mesmo e de todos quantos estejam compartilhando do momento da gira.

É de conhecimento, "senso comum", no meio umbandista que os espíritos Guias iniciam um processo de maior estreitamento de suas energias com as de seu médium (cavalo), num período de 24 horas antes do início dos trabalhos espirituais. Isso implica no conhecimento de que há, adrede programado, um relacionamento estabelecido entre as estruturas psíquicas do medianeiro com as de seus Guias, os quais irão penetrar em seu campo consciencial de maneira ostensiva nos momentos de transe, culminando na realização de sua função mediúnica e aplicando-a na experiência religiosa. De tal sorte que o cavalo de Umbanda deve preparar-se ritualisticamente para o seu mister como medianeiro. O recolhimento, a oração, os banhos de defesa e a iluminação de suas correntes, conforme recomendação de cada templo, deverão ser práticas presentes em sua vida religiosa.

153 Isso porque serão trazidos ao campo de influência de sua aura (irradiação) não somente aqueles espíritos que irão comungar com o médium no momento do transe, mas também aqueles espíritos que encontram-se "adormecidos" no plano espiritual ou que estejam influenciando negativamente determinada pessoa ou local. Compreendamos tal fato ao considerarmos que o indivíduo-médium, ao propor-se a realizar a sua iniciação espiritual, passa a ampliar as suas relações com o mundo espiritual, levando-o a um maior estado de sensibilidade das influências espirituais (positivas e negativas) verificadas em determinados ambientes e pessoas.

Porque ilumina a sua consciência com a Luz espiritual que adquire na senda mediúnica, passa a servir como farol àqueles que ainda encontram-se na escuridão e necessitam do "choque" com as suas irradiações para recuperarem a lucidez espiritual. Encontrando-se preparado, disciplinado, e consciente de sua responsabilidade como médium, poderá servir como instrumento útil aos Mentores de Luz no socorro aos necessitados do mundo espiritual, sem sofrer com isso nenhum prejuízo ou desgaste.

Voltando à questão coletiva da prática umbandista, gostaríamos de enfocar algumas percepções a respeito de particularidades do rito umbandista e seu campo de influência espiritual sobre os participantes e também sobre toda a região física e extrafísica que pode ser alcançada pelas irradiações do templo, a depender de seus propósitos de trabalho e compromisso diante das Leis de Umbanda.

154 Movimentando as consciências de todos, no momento, irmanados no sentimento religioso, para um estado de equilíbrio psíquico, o rito Umbandista efetiva desvincular os presentes (encarnados e desencarnados,

sempre vale lembrar) de mecanismos

emocionais perturbadores, afastando influências espirituais negativas e dissipando acúmulos de energias nocivas.

Lembremos que a proporção de seres habitantes do mundo espiritual é cerca de 8 vezes maior do que a população da Terra, portanto, o número de assistidos na dimensão astral é significativamente maior do que a quantidade de pessoas encarnadas presentes ao Rito. Assim, a Corrente Espiritual da casa reúne em torno de si todos aqueles espíritos que serão atendidos e encaminhados para as paragens de refazimento e orientação, na Aruanda Maior.

Fazem isso, com a participação muitas vezes inconsciente da corrente mediúnica da casa, proporcionando quadros de profunda beleza, quando unem-se as irradiações espirituais produzidas pelas mentalizações coletivas (expressas ritualisticamente por meio dos pontos cantados e das orações), com aquelas provindas de instâncias superiores de Aruanda, evocadas pelos Guias no momento do trabalho, manifestando símbolos universais e plasmando-os no plano astral, sub cujo impacto abrem-se portais de luz (que geralmente podem ser vistos pela clarividência cintilando no centro do congá ou no "centro ritual" do terreiro), para onde são

155 atraídos os espíritos recém-desencarnados ou aqueles tantos ainda doentes e inconscientes de sua condição espiritual.

Os Mentores de Luz também reordenam no mundo astral as forças que se tornarão vinculadas aos sustentáculos vibratórios do templo de Umbanda (o congá, suas firmezas, seus pontos, etc.), integrando-as ao seu campo de influência e expandindo, consequentemente, as dimensões do templo no plano astral. Daí, imaginemos uma casa com uma tradição sólida, vivenciada durante anos e anos na prática do bem e da caridade, e poderemos vislumbrar o quão extensa pode ser a "amplitude espiritual" de um terreiro de Umbanda.

Quando presentes à gira de Umbanda, todos aqueles que nela encontram-se (médiuns ou não) são envolvidos pelo campo de atuação espiritual do terreiro, ao qual entregam, mesmo que de maneira inconsciente, todo o complexo próprio de seu mundo interior (estado emocional, memórias, conflitos, rogativas, etc), sendo este prontamente assimilado por essa "alma coletiva" formada e movimentada dentro do templo.

Esse campo "psíquico-coletivo" é acessado pelos Guias da casa e invariavelmente observado por aqueles (espíritos) que incumbem-se de trazer ao plano existencial os meios de influenciar o campo de consciência de todo filho-de-fé que pede, que ora, que agradece, plantando em seu mundo íntimo, por meio da inspiração, as disposições e possibilidades criativas de

156 encontrar novos rumos para a sua vida, mediante a realidade de cada um.

Vemos, portanto, que a atuação espiritual realizada pelos Guias de Umbanda realiza-se, não de maneira fantástica e repleta de episódios sobrenaturais (como quer a fantasia de muitos), mas de maneira sutil e contínua sobre todos, buscando inspirar ideias e comportamentos novos ao filho-de-fé, facultando que este possa libertar-se do julgo dos conflitos existenciais e abrir-se a novas possibilidades em sua vida, contribuindo primordialmente para que este aprenda e desenvolva a gratidão, a paciência, a humildade, a caridade e a compaixão, que são atributos psicológicos dos indivíduos maduros e seguros diante da Vida.

A prática da oração (feita de coração, com atenção, e não somente repetindo palavras decoradas, de maneira compulsiva) é o elo que possibilita ligar-nos aos Guias de Luz de nossa Umbanda, e será ela (a oração) o fio condutor de nossos pensamentos com os planos superiores da Vida, capaz de integrar-nos à própria Divindade, em cujo contato poderemos haurir, das fontes inesgotáveis de Amor e Paz, a Serenidade e o Equilíbrio necessários para podermos aliviar nossos sofrimentos e superarmos nossos desafios íntimos.

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A Obsessão Espiritual

A obsessão espiritual é uma problemática que grassa na sociedade contemporânea, variando seu grau de influenciação e impacto sobre o comportamento de um indivíduo, ou de uma coletividade, afetando até mesmo, em casos mais graves, sua saúde psicológica e orgânica. Importa entendermos que o mecanismo que une o ser humano à realidade que experimenta durante sua existência, como espírito encarnado ou desencarnado, está centrado nas expressões da mente, a qual coordena todas as manifestações de cada Individualidade em quaisquer planos ou circunstâncias que possamos alcançar para exemplificação.

Portanto, o nível de consciência diante da realidade de si mesmo logra fazer com que o ser abra-se às possibilidades de optar conscientemente pelos caminhos que haverá de trilhar na senda das experimentações que inevitavelmente realizará, ao longo de todo o seu ciclo de desenvolvimento como Espírito que se É, rumando para a auto iluminação.

No entanto, por conta dos mais diversos dilemas existenciais com os quais o homem defronta-se - muitos permanecendo fixados em seu inconsciente desde as eras mais primevas da humanidade -, quais sejam os dramas

158 envolvendo a ideia da ocorrência da morte, da doença, da violência, da solidão, da miséria, da perda, entre outros, este incorre na busca de mecanismos de fuga e alívio das pressões psíquicas que se lhe fazem estressantes e esmagadoras, desta forma surgindo os hábitos perniciosos, comumente observados em nosso meio social, como o tabagismo, o alcoolismo, a drogadição, a sexolatria, etc...vícios profundamente danosos à saúde e refreadores tenazes das possibilidades de transformação mental de todo aquele que se lhes torne um adicto.

Situamos a problemática do comportamento humano, e os seus desvirtuamentos, como premissas para compreendermos que na base das obsessões espirituais existe a conjunção de duas (ou mais) mentes que se afinizam e se estreitam, por identidade de pensamentos e emoções. Dessa forma, o ser encarnado não é e nunca será uma marionete nas mãos das individualidades desencarnadas. Todos recebemos as influências das dimensões extrafísicas, tanto as situadas nas regiões de Luz quanto nas regiões de Escuridão, pois que ambas encontram ressonância em nosso mundo íntimo, pelo fato de que nossa própria condição humana caracteriza-se por essa polaridade, Luz e Escuridão (Sombra), que permeia nosso mundo mental e psíquico.

Nossos padrões emocionais estabelecem nossa conduta e pensamentos referentes às impressões que detemos em torno de nós mesmos e do mundo que nos cerca. Enquanto estagiamos inconscientemente em padrões emocionais de caráter perturbador, reagimos quase mecanicamente perante as ocorrências do cotidiano, cujas

159 consequências podem afigurar-se demasiadamente sérias. A insistência e a repetição de pensamentos em torno de questões deprimentes e perniciosas, vão, aos poucos, sendo fixadas em nossos registros cerebrais, dotando-as de automatismos estabelecidos nas conexões neuronais, fisiologicamente, e programando, dessa forma, os pensamentos que iremos primeiramente emitir, como resposta aprendida pelo cérebro. Assim, formar-se-ão padrões de pensamentos de caráter intrusivo, a repetirem- se automaticamente, estabelecendo-se um mecanismo estressante.

Os sentimentos sistemáticos de culpa, de desvalorização, de desânimo, de irritação, de revolta, efetivam uma gradual negação de si-mesmo, como forças repressoras que tornam-se verdadeiros gigantes emocionais, a pressionarem "para baixo" os pensamentos de caráter positivo, desvitalizando o corpo e sobrecarregando as estruturas psíquicas, rumando para um processo de adoecimento, podendo levar até mesmo à desencarnação. Encontraremos aí, unidas à desarmonia iniciada por processos inconscientes da personalidade encarnada, as mentes desencarnadas que buscam, porque também doentes e desajustadas, o convívio psíquico do indivíduo obsidiado, nutrindo-se de sua vitalidade e entrelaçando-se ao seu "hospedeiro", num processo de simbiose espiritual, conforme já narrado em livros referentes ao tema. A obsessão dar-se-á dentro de um mecanismo de "retroalimentação", no qual ambos (obsessor-obsidiado) nutrem-se um do outro, comungando dos mesmos pensamentos e padrões emocionais. Tal vinculação se

160 estabelecerá por períodos mais ou menos longos, com a possibilidade de perdurar por uma ou várias encarnações inteiras, a depender da gravidade e dos compromissos que ligam os indivíduos envolvidos no processo perturbador.

Somente com a ocorrência da "quebra" de sintonia entre as mentes conjugadas no processo obsessivo é que será possível alcançar-se a recuperação e a retomada do equilíbrio gradativo para ambos.

O tratamento espiritual torna-se, então, o recurso pelo qual será possível penetrar no campo de ligação das mentes doentias e desvinculá-las, aos poucos, do contato enfermiço e infelicitador no qual deixaram-se fixar.

O passe, a oração, o acompanhamento

médico/psicológico (quando a questão afetar de maneira mais profunda as condições psicofisiológicas do paciente), deverão constituir o caminho da reabilitação, ao qual o indivíduo deverá vincular-se a fim de modificar seus padrões de comportamento emocional, suas percepções de si e do outro, conscientizando-se dos seus conteúdos perturbadores e buscando apoios especializados para que possa encontrar meios saudáveis de resolvê-los ou de lidar com estes de maneira madura. A busca por atividades esportivas, pela ocupação do tempo livre com compromissos edificantes e regulares, o trabalho regrado e ordenado (assalariado ou voluntário), o estudo, a vivência religiosa, o hábito da meditação, entre outros, são instrumentos valiosos dos quais poderá

161 dispor para angariar forças e disposições íntimas a fim de superar os seus conflitos e recuperar o equilíbrio emocional.

A vivência de valores positivos, os quais possam trazer- nos experimentações gratificantes e felicitadoras, é a meta a que devemos nos propor ao longo de nossa atual encarnação. Tornarmos a nossa vida programada por realizações edificantes são o antídoto para os mecanismos perturbadores que poderão situar-nos nos círculos do sofrimento e do flagelo espiritual, aos quais podemos entrar por nossa própria invigilância e descaso diante de nossas necessidades de reajustamento e transformação constantes.

Se procuramos vincularmo-nos aos nossos Guias e Protetores, permitindo que essa ligação se faça cada vez mais profunda, como uma ponte que nos permita chegar aos níveis de compreensão da realidade espiritual, é necessário, antes de tudo, que nossos canais estejam limpos para que o fluxo de nossas energias possam se fundir de maneira cada vez mais profunda.

Devemos, portanto, "subir" em direção aos planos nos quais os Numes de Aruanda encontram-se, ao invés de fixarmo-nos, imóveis, no lamaçal de nossos sofrimentos e indecisões, esperando que eles "desçam", como sempre, para que possamos nos contentar com uma mínima "faísca" de toda a Luz que em Aruanda está e da qual percebemos tão pouco, por conta das sombras da inconsciência a que preferimos nos entregar, para continuarmos com nossos desatinos.

162 Que a Luz de Aruanda Maior esteja iluminando-nos cada vez mais, na medida em que nos permitimos ir ao Seu encontro!

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As Egrégoras (A Utilização das

Forças Naturais e Mentais no

Rito Umbandista)

Julgamos necessário tratarmos de um assunto já bastante explorado no campo do conhecimento místico, as Egrégoras, por reconhecermos serem estas um aspecto sempre carecedor de considerações em torno de suas composições estruturais, as quais dinamizam e criam a "identidade energética" do templo umbandista, assim como também afiguram-se presentes nos trabalhos espirituais realizados dentro do terreiro de Umbanda. É a partir do conjunto de pensamentos e emoções emitidas pelos indivíduos participantes da gira de Umbanda, encarnados e desencarnados, que formam-se as chamadas Egrégoras. Resultam estas em um campo de energia dinâmica que passa a transitar entre as dimensões física e extrafísica (espiritual), contemplando em si uma carga de intensidade maior do que a doada inicialmente por cada um de seus criadores.

Essencialmente, todos os Ritos de Umbanda buscam gerar e alimentar uma egrégora específica (também chamada em algumas casas de "irradiação", "campo estrutural" ou "forma-pensamento") que contenha em si a

164 conjunção de todas as mentalizações e exteriorizações de sentimentos, pensamentos e memórias, característicos da vivência de uma determinada coletividade em um determinado local.

A egrégora forma-se sempre, portanto, na dependência de mentes que a sustentem ao longo do tempo em um espaço específico (as giras em um terreiro de umbanda, no nosso caso) para comportar as movimentações de energias que servirão para mantê-la viva - as egrégoras são estruturas vivas-.

A irradiação - a egrégora - formada e sustentada no Rito será perpetuada pela execução repetida das giras, alimentando-a pelas nossas mentalizações emitidas em resposta ao processo contínuo de evocações, orações e práticas ofertórias. De igual forma, a manipulação de elementos naturais (águas, ervas, pedras, chamas), em união com as energias das correntes mediúnica e astral, concorrerão para a acentuação do efeito criador, no qual a soma de energias entregues será sempre de intensidade maior do que aquelas doadas por cada um, conforme dissemos anteriormente.

A dialética da prática umbandista compreende um conjunto de ritmos, sons, imagens, cores, movimentos (entre outros) dispostos em categorias harmônicas, implicando numa criação de sentidos estéticos que são percebidos pela consciência e integrados nesta, contemplando seus aspectos intelectuais e intuitivos (não racionais), de tal sorte que há a entrega, por parte daqueles que vinculam-se aos ritos, de suas próprias

165 elaborações psíquicas, memórias, sentimentos, sensações, que passam a compor o complexo abstrato, energético, o qual se enriquecerá conforme mais intenso e positivo esteja o comportamento de seus criadores encarnados: a corrente mediúnica do templo.

A abrangência vibratória, própria da egrégora do templo, alcança cada um de seus filhos além dos limites do espaço, pois que transita num nível de existência temporal (a egrégora possui existência finita), mas conserva-se à parte do limite espacial, como em qualquer processo de formação de estruturas extrafísicas, no qual há a sujeição às influências do tempo e a "quebra" das leis que circundam o espaço, embora necessite, para a sua estruturação, de um local (espaço social) adequado, no qual o agrupamento de mentes afins será o seu dínamo gerador. Toda egrégora, por conseguinte, é o resultado de uma ação psíquica e social.

Na medida em que se desenvolve, ao longo do tempo, a tradição umbandista seguida pelo templo servirá como a contraparte social da expressão de sua egrégora. Seu complexo de conhecimentos internos ao grupo, seus trabalhos, calendários, práticas específicas (abertas ou fechadas ao público), processos iniciáticos e "modos de fazer", compõem o universo simbólico/religioso que passa a se incorporar na vida cotidiana de seus adeptos, implicando numa agregação de valores que passam pelo compartilhamento comunitário, fazendo-se memória emocional, conteúdos psicológicos influenciadores do mundo interior de cada um.

166 Porque seus criadores são dotados de vida e, consequentemente, de existência, também as egrégoras o são, e as suas expressões tornam-se possibilidades do real, agentes veiculadoras e transmutadoras das circunstâncias da vida, manancial criativo e dinâmico onde o adepto poderá colher inspiração e sustentação espirituais, por conta das práticas rito-comportamentais aprendidas no templo, as quais são associadas pelo adepto e realizadas em seu cotidiano particular (hábito da oração e da mentalização, a firmeza de suas correntes, banhos de ervas, o uso de guias e patuás, etc.).

Não obstante, quando o seu comportamento estiver destoando da ética proposta pelo exercício do bem e da caridade, entrará em choque com os padrões de energia estabelecidos pela egrégora que o influencia, sujeitando- se às contraposições cármicas e reordenadoras, com o intento de internalizar as suas atitudes e rever seu proceder diante de si e do outro.

Pelas experiências espirituais que vivenciamos junto aos Guias e Protetores de Aruanda, entendemos ser o plano astral sensível e influenciável pela mente, cujos seus estados de felicidade ou sofrimento elaborarão paisagens belas ou zonas de escuridão, a refletir, em verdade, a condição mental dos espíritos que a estas regiões estão ligados. O mundo astral molda-se, salientamos, às construções mentais próprias do(s) indivíduo(s),

situando-no nas regiões que guardem o mesmo padrão de mentalização.

167 Sendo assim, as Egrégoras sofrem a influência dinâmica dos conteúdos mentalizados pelos seus criadores e suas estruturas se expressarão luminosas ou sombrias a depender das propostas de cada trabalho e gira a ser realizada, de todo o bem que se deseja e pratica em favor

No documento Umbanda de Nego Veio (páginas 152-200)

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