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2.2 INOVAÇÃO

2.2.1 Tipos de Inovação e o Grau de Novidade

Segundo Zairi (1995), o processo de inovar é dinâmico e deve ser capaz de tratar das mudanças organizacionais que podem tanto ser evolutivas quanto revolucionárias. Se as organizações podem gerenciar as mudanças para se tornarem inovadoras, então devem ter um ambiente que promova a inovação (ORANGE et al., 2007).

inovação tecnológica. Os investigadores De Souza, Awazu e Ramaprasad (2007) sugerem que as duas formas de inovação existem em um ambiente corporativo. Além disso, alguns estudiosos classificam inovação em três categorias (HO, 2011). Por exemplo, Johne (1999) sugere que a inovação é composta por: inovação de mercado, inovação de produto e inovação da administração.

Da mesma forma, Popadiuk e Choo (2006) classificam em inovação tecnológica, inovação de mercado e inovação administrativa. Já o autor Lundvall (1992) define inovação em quatro classificações: novos produtos, novas técnicas, novas formas de organização e novos mercados. Da mesma maneira, Subramaniam e Youndt (2005) classificam em: inovação organizacional, o clima de inovação, inovação de equipe e inovação individual.

Neste contexto, a inovação se manifesta em vários tipos:

a) inovação de produto (um bem ou serviço novo ou significativamente melhorado); b) inovação de processo (um processo de produção novo ou significativamente

melhorado, método de distribuição ou de atividade de apoio); c) inovação de marketing;

d) inovação administrativa; e) inovação organizacional;

f) inovação comportamental (SHAHIN; ZEINALI, 2010).

Neste sentido, temos a taxonomia, sugerida por Schumpeter (1934): em primeiro lugar, diferenciar os tipos de inovação com base no objeto da mudança, como pode-se observar no Quadro 6, ou seja, inovação de produto, inovação de processo, inovação de marketing e inovação organizacional (PINTEC-OSLO, 2005). Em segundo lugar, pode-se buscar ou fazer a diferença entre as inovações com base em sua novidade, ou seja, com base na extensão da mudança (VARIS; LITTUNEN, 2010), isto é, inovação incremental e inovação radical (SCHUMPETER, 1982).

O desempenho da inovação radical refere-se a benefícios financeiros obtidos a partir de uma inovação que incorpora uma tecnologia substancialmente diferente e nova, satisfazendo as necessidades dos clientes emergentes, ao passo que o desempenho da inovação incremental refere-se a benefícios financeiros obtidos a partir de uma inovação que envolve mudanças tecnológicas menores e os benefícios dos clientes relativamente incrementais (ATUAHENE-GIMA, 2005).

Quadro 6 - Dimensões de Inovação

(continua) Tipos de

Inovação Definições Autores

Produto

A inovação de produto consiste em uma exploração bem sucedida de novas ideias.

Alegre, Lapiedra e Chiva (2006) A inovação de produto lida com a escolha de

novos produtos e seu desenvolvimento. Johne (1999) A inovação de produto pode ser vista como

qualquer bem, serviço ou ideia que é percebido como novo por uma pessoa.

Grunert et al. (1997) A inovação de produto é a introdução de um bem

ou serviço novo ou significativamente melhorado no que concerne às suas características ou usos previstos. Incluem-se melhoramentos significativos em especificações técnicas, componentes e materiais, softwares incorporados, facilidade de uso ou outras características funcionais.

OSLO (2005)

Processo

A inovação de processo lida com o número de mudanças nos processos e disposição pioneira para introduzir novos processos e de resposta rápida para a introdução de novos processos dos concorrentes.

Jimenez-Jimenez, Valle e Hernandez

Espallardo (2008)

Processo

A inovação de processo é sobre como melhorar as

capacidades internas. Johne (1999)

A inovação de processo inclui a adaptação das linhas de produção existentes, bem como a instalação de uma infraestrutura totalmente nova e a implementação de novas tecnologias.

Avermaete et al. (2003) A inovação de processo é a implementação de um

método de produção ou distribuição novo ou significativamente melhorado. Incluem-se mudanças significativas em técnicas, equipamentos e/ou softwares.

OSLO (2005)

Marketing

A inovação de marketing é definida como a exploração de novos mercados territoriais e a penetração de novos segmentos de mercado dentro dos mercados existentes.

Avermaete et al.(2003) A inovação de marketing está preocupada com a

melhoria do mix do mercado-alvo e como os mercados escolhidos serão melhor servidos. Sua finalidade é identificar os melhores mercados potenciais e as melhores formas para servir o mercado-alvo.

Johne (1999)

A inovação de marketing é a implementação de um novo método de marketing com mudanças significativas na concepção do produto ou em sua embalagem, no posicionamento do produto, em sua promoção ou na fixação de preços.

(conclusão)

Organizacional

A inovação organizacional lida com mudanças no marketing, compras e vendas, administração, gestão e política de pessoal.

Clarysse et al. (1998) A inovação organizacional inclui novas formas de

gestão, como a gestão da qualidade total e inovação administrativa, que são partes de inovação organizacional.

Shahin e Zeinali (2010) A inovação organizacional inclui cinco

dimensões: criatividade, tomada de riscos, abertura à mudança, orientação para o futuro e pró-atividade.

Vigoda-Gadot et al. (2005)

A inovação organizacional é a implementação de um novo método organizacional nas práticas de negócios da empresa, na organização do seu local de trabalho ou em suas relações externas.

OSLO (2005)

Fonte: Elaborado pelo autor (2015).

As tipologias de inovação,segundo o grau de novidade, são classificadas pelo Manual de Oslo (2005), apresentadas no Quadro 7.

Quadro 7 – Tipologias de Inovação segundo o Grau de Novidade

(continua)

Tipos de Inovação Autores

Radical, Incremental

Schumpeter (1934); Stobaugh (1988); Freeman (1994); Lee; Na (1994); Atuahene-Gina (1995); Balachandra; Friar (1997); Kessler; Chakrabarti (1999) Sustentação, Ruptura German; Droge; Christensen (2001);

Christensen; Overdort (2000)

Autônomas, Sistêmicas Cheesbrough; Teece (1996)

Descontínua, Contínua Robertson (1967); Anderson; Tushman (1989)

Realmente Novo, Incremental Schimidt;Calantone (1998); Song; Montoya-Weiss (1998)

Instrumental, Final Grossman (1972)

Variações, Reorientações Normann (1971)

Verdadeira, Adoção Maidique; Zirger (1984)

Original, Reformulada Yonn; Lilien (1985)

Inovação, Re-inovação Rothwell; Gardiner (1988)

Radical, Rotina Meyers; Tucker (1989)

Evolucionária, Revolucionária Utterback (1996)

Ruptura, Incremental Rice (1998)

Baixa, Moderada, Alta novidade Kleinshmidt; Cooper (1991) Incremental, Nova geração,

Radicalmente Novo Wheelwright; Clark (1992)

Incremental, Modular,

(conclusão)

Tipos de Inovação Autores

Criação de Nicho, Arquitetura, Regular,

Revolucionária Abernathy; Clark (1985)

Incremental, Mercadologicamente Evolucionária,Tecnologicamente Evolucionária, Radical

Kosnik (1990) Incremental, Ruptura de Mercado, Ruptura

Tecnológica, Radical Chandy; Tellis (2000)

Incremental, Arquitetura Fusão, Ruptura Tidd (1995) Sistemático, Principal, Menor, Incremental,

Sem Registro Freeman (1994)

Reformulado, Novas Partes Remerchandising, Novas Melhorias, Novos Produtos, Novo Usuário, Novo Mercado, Novos Consumidores

Johnson,Jones (1957) Fonte: Garcia e Calantone (2002, p. 117).

A inovação pode ser apontada como fator importante para o desenvolvimento econômico e assim, o fato de ser inovador é entendido como uma semelhança ao sucesso e uma busca contínua na atualidade. Seguindo a visão Shumpeteriana, a inovação necessita gerar ganhos para a organização e, é de extrema importância, que realmente se garanta a realização dos ganhos provenientes do esforço realizado (SCHUMPETER, 1912).

Partindo da geração dos ganhos, faz-se necessário uma investigação dentro da organização para verificar o que ocorre dentro dela quando são definidas decisões em torno das inovações, identificando possibilidades que indicam melhores possibilidades na geração de vantagens competitivas (TEECE, 2006).

Nessa tese ,os tipos de inovação abordados foram a inovação de produto e de proceso baseados no Manual de Oslo (2005), em função do objeto empírico analisado.

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