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Tomás Aquino

No documento Filosofia da Religião I (páginas 67-70)

Aquino (1224-1274) considerava-se um seguidor fiel de Agostinho. Muitos filósofos sustentam que a diferença básica entre eles é que Aquino tomou a verdade cristã de Agostinho e a colocou na terminologia de Aristóteles (ao invés da terminologia de Platão, que Agostinho empregou). Além disto, realmente parece haver uma mudança de ênfase, porque Aquino ressalta o papel da razão mais do que Agostinho; pelo menos fala mais acerca deste papel.

A existência de Deus pode ser comprovada. Aquino reconhecia que nem todos os ho-mens podem comprovar a existência de Deus. Assim é por muitas razões.

Primeiramente, a mente é finita, e em segundo lugar, é falível. Além disto, a maioria dos homens não tem tempo nem inclinação para dedicar-se à tarefa árdua de elaborar uma prova filosófica. Por estas razões, disse Aquino, é necessário aos homens primeiramente acreditarem na existência de Deus — senão, poucos homens possuiriam o conhecimento de Deus. De acordo com Aquino, a crença de que Deus existe é necessária porque "a investigação do intelecto humano tem, na sua maior parte, a falsidade presente com ela ... É por isso que foi necessário que a certeza inabalável e a verdade pura a respeito das coisas divinas fossem apresentadas aos homens por meio da fé." Resumindo: Aquino sustentava que o homem está sujeito aos efeitos noéticos do pecado, ou seja: a influência do pecado na sua mente.

"Estamos obrigados a muitas coisas que não estão dentro da nossa capacidade sem a graça saneadora — por exemplo, a amar a Deus e ao nosso próximo. O mesmo é verdadeiro no que diz respeito à crença nos artigos de fé." Mas, Tomás continua:

"com a ajuda da graça temos este poder."

A despeito das influências do pecado, pela fé na revelação de Deus o homem recebe a capacidade, outorgada por Deus, para vencer esta deficiência. Porque "o pecado não pode destruir totalmente a racionalidade do homem, pois então já não seria capaz do pecado." Aquino sustentava que, com a ajuda da revelação, o homem pode chegar a entender certas verdades de Deus e até mesmo "comprová-las"

filosoficamente.

Tomás fez uma lista de "Cinco Vias" pelas quais a existência de Deus pode ser

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comprovada, sendo que a mais importante é o "Argumento Cosmológico" que se segue.

(1) Existem coisas finitas e mutáveis.

(2) Cada coisa finita e mutável deve ser causada por outra.

(3) Não pode haver uma regressão infinita destas causas.

(4) Logo, deve haver uma primeira causa não causada de toda coisa finita e mutável que existe.

Aquino acreditava que este argumento se baseava em premissas filosoficamente justificáveis que não foram tiradas da revelação. O fato é, no entanto, que nenhuma filosofia já elaborou semelhante prova do Deus cristão sem antes ter sido influenciado pela revelação de Deus na Bíblia.

As verdades sobrenaturais são conhecidas somente pela fé. Não somente a fé é prévia à razão ou ao entendimento da natureza de Deus, como também algumas verdades de Deus, tais como a Trindade e outros mistérios da fé, podem ser conhecidas somente pela fé. Sabemos mediante a razão que Deus existe, mas é somente pela fé que sabemos que há três pessoas num só Deus.

Somente a revelação é base para a crença em Deus. Aquino é enfático em dizer que a única base verdadeira para crer em Deus é a divina autoridade ou revelação.

Conforme Tomás: "É necessário para o homem receber pela fé não somente as coisas que estão acima da razão, como também aquelas que podem ser conhecidas pela razão ..." O melhor que a razão pode fazer é demonstrar que Deus existe; a autoridade divina é o único fundamento para crer em Deus. A razão e a evidência têm aplicação à "crença que," mas não à "crença em." Aquino sustentava que a pessoa

"não acreditaria [naquilo] a não ser que [a revelação seja] digna de crença na base de sinais evidentes ou algo deste gênero." Do outro lado, nem (descrentes nem os demônios crêem em Deus, ainda que acreditem que Deus existe.

A evidência razoável é apoio para a crença. A fé em Deus não é baseada na evidência mas sim, na autoridade do próprio Deus mediante Sua revelação. Mesmo assim, o crente tem apoio razoável para sua fé nas evidências e milagres experimentais e históricos. A fé é mais meritória (Hb 11:6) mas a razão é mais nobre para o crente (At 17: 11). Ainda que a pessoa não possa raciocinar até a fé em Deus, pode achar razões para ela. De fato, a fé pode ser definida como sendo "a capacidade de arrazoar com assentimento." Desta maneira, Aquino aparentemente estava de acordo com Agostinho a respeito do inter-relacionamento entre a razão e a revelação.

Filosoficamente, a fé é anterior à razão; nenhum não-cristão já ofereceu provas para o Deus cristão. Mesmo assim, a razão é anterior à fé pessoalmente; a pessoa não acredita em um Deus ou na Sua alegada Palavra se não tiver evidências de que é verídico.

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Bibliografia

• BROWN, Colin – FILOSOFIA & FÉ CRISTÃ, 2ª Edição, Ed. Vida Nova, São Paulo, 1999.

• ZILLES, Urbano – FILOSOFIA DA RELIGIÃO, 3ª Edição,Ed. Paulus, São Paulo, 1991.

• GEISLER, Norman L. e FEINBERG, Paul D. – INTRODUÇÃO À FILOSOFIA - uma perspectiva cristã, 2ª Edição, Ed. Vida Nova, São Paulo, 1996.

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AVALIAÇÃO DO MÓDULO: FILOSOFIA DA RELIGIÃO I

1. Sabemos que o significado da palavra religião vem do latim “religare”; porém, como podemos caracterizar o processo religioso no sentido ontológico (humano)?

2. Quais idéias sobre a filosofia você pode extrair dos seguintes textos bíblicos:

Cl.2.8-10; II Co.10.4-6; At. 17.22-30 ; I Pe. 3.15?

3. O que estuda a Filosofia da Religião?

4. Para você como esta ciência pode auxiliar o cristão a melhor entender a mente do homem, assim como seus questionamentos acerca de Deus?

5. Cite pelo menos duas formas de Ceticismo e explique resumidamente seus argumentos:

6. Quais são os argumentos Anti-Céticos?

7. No Capítulo: “Como podemos conhecer?” afirmamos que a fonte mais comum de nossas crenças é o testemunho de outras pessoas. Quais são os fatores positivos e negativos desta afirmativa?

8. Defina razão e revelação:

9. Explique a necessidade de Karl Barth de uma revelação sobrenatural, no capítulo: O Relacionamento entre a Fé e a Razão:

10. Explique resumidamente as várias razões para a incapacidade da razão humana segundo Sören Kierkegaard No cap. O Relacionamento entre a Fé e a Razão:

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