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Aspectos do turismo no Brasil e no RN

TOTAL Saneamento

básico esgoto Natal 5.675.623 13,56 Recuperação

ambiental Plano de manejo e operações do Parque das Dunas

Natal 1.457.6763,48 3,48

Desenvolvimento

Institucional Órgãos estaduais e municipais 1.989.135 4,75

Aeroporto Parnamirim 24.219.490 57,84 Transportes Natal, Parnamirim, Extremoz, Ceará-Mirim, Nísia Floresta e Tibau do Sul 8.528.898 20,37 Total geral 41.870.822 100,00 Fonte: FURTADO (2008, p. 94)

Andrea de Albuquerque Vianna

Ainda no Governo FHC, o Programa Avança Brasil, man- tendo a linha de investimentos no turismo, liberou 800 milhões de reais para ações da EMBRATUR, sendo destes, 150 milhões destinados à promoção e marketing turísticos (CASTRO, 2007, p. 16).

Durante o período compreendido entre 1995 e 2003 – período em que ocorreram o PRODETUR/NE I e a implantação do PRODETUR/NE II –, a atividade turística foi tratada como prioridade e recebeu investimentos elevados do Governo Federal. As ações da EMBRATUR, com a adoção de programas e cam- panhas educativas, obtiveram reconhecimento internacional, através da OMT – Organização Mundial do Turismo.

Em 2003, com a criação de um ministério voltado exclu- sivamente para o turismo, o Ministério do Turismo, teve início o Plano Nacional do Turismo 2003-2007, que apresentava como metas a geração de 1.200.000 novos empregos e ocupações, o aumento do fluxo de turistas internacionais, buscando a entrada de nove milhões de estrangeiros no País; a geração de oito bilhões de dólares de divisas; elevar para 65 milhões o fluxo de passageiros de voos domésticos e, por fim, ampliar a oferta turística6, com o desenvolvimento de ao menos três produtos turísticos de alta qualidade em cada Estado.

Em 2007, o segundo PNT – Plano Nacional do Turismo – buscava, por meio da regionalização, interiorização da atividade turística, aumentar a competitividade dos destinos turísticos, propiciando a recuperação ou adequação da infraestrutura e dos equipamentos turísticos, assim como a qualificação do

6 Conjunto de atrativos turísticos, serviços e equipamentos e toda infraestrutura de apoio ao turismo de um determinado destino turístico, utilizados em atividades designadas turísticas (BRASIL, 2007).

mercado de trabalho nas diversas atividades que integram a cadeia produtiva do turismo (BRASIL, 2007, p. 8).

O turismo ocupa hoje o quinto lugar no ranking de maiores geradores de divisas para o Brasil. Em 2006, segundo dados do PNT 2007-2010, o volume de dinheiro gasto pelos turistas no Brasil foi de US$ 4,3 bilhões, 12% a mais que a receita de 2005 e 116% além do volume apurado no ano de 2002. Os números produzidos pela atividade turística não podem ser desconsi- derados, desta forma, o Governo Federal, reconhecendo sua importância para a economia brasileira, prevê o investimento de R$ 504 bilhões entre 2007 e 2010, sendo R$ 6 bilhões destes direcionados à ampliação e modernização dos 20 aeroportos de maior significância no País. Buscando mais que fortalecer o turismo interno, ações para a descentralização do turismo, a gestão participativa e a promoção do Brasil no exterior se fizeram presentes. O destaque deste plano foi a criação e oferta de produtos turísticos para um público-alvo de menor poder aquisitivo, ampliando a oferta que antes era direcionada às camadas sociais mais abastadas.

Fazendo parte do PAC I – Programa de Aceleração do Crescimento –, implantado no Governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva em janeiro de 2007, o PNT 2007-2010 apresentava uma previsão de investimentos provenientes do Orçamento Geral da União, da ordem de R$ 983,54 milhões, além de R$ 5,63 bilhões em infraestrutura turística, sendo estes valores disso- ciados dos investimentos em infraestrutura a serem feitos pelo PRODETUR, com financiamento do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento (BRASIL, 2009, p. 7).

Logo após o período de estudo, o Brasil passa a vivenciar um cenário de expectativa em relação à Copa do Mundo 2014. Sede do megaevento esportivo pela segunda vez (a primeira foi em 1950), o País se prepara para estruturar as cidades- sede e arredores para a demanda turística – entendida como

Andrea de Albuquerque Vianna

“Quantidade de bens e serviços consumidos em um dado período, em determinado local, e por um determinado número de turis- tas” (BRASIL, 2007) – prevista para o período, crendo firmemente no retorno financeiro que o evento proporcionará aos mais diversos segmentos da economia.

O Governo Federal, em consonância com os Estados e Municípios, e a iniciativa privada, já deram início a obras de infraestrutura previstas e supostamente necessárias para aten- der à demanda. Mais do que investimentos financeiros, são determinadas alterações dos mais diversos tipos para atender aos padrões do público estrangeiro, vê-se, então, na Proposta Estratégica de Organização Turística – Copa do Mundo 2014, diretrizes voltadas para a adequação de serviços e equipamentos turísticos, qualificação, marketing, gestão pública e governança, sustentabilidade, acesso e infraestrutura.

Vislumbrando os megaeventos esportivos e as inúmeras possibilidades de negócios, o Ministério do Turismo já elaborou um plano que avance em direção a um futuro mais distante, alcançando, além da Copa 2014, os Jogos Olímpicos em 2016. O Plano em questão, denominado de Plano Aquarela 2020, visa transformar o Brasil em um destino turístico global, tornando-o mais competitivo no mercado do turismo internacional.

Os números apresentados neste capítulo demonstram a importância da atividade turística para a economia do RN, e do País, de forma geral. O volume de investimentos feitos pelo Governo Federal, instituições financeiras e pelo empre- sariado, muitas vezes em sistema de parceria, proporcionam o crescimento do turismo em cada localidade receptora, o que consequentemente se reverte na implantação de empresas diretamente relacionadas à atividade – hotéis, restaurantes, bares, transporte, entre outras –, e de outras, para atender às demandas criadas pelo novo fluxo de pessoas que circula pelo destino turístico.

O incremento da economia, advindo dessas novas empre- sas ou das antigas que se modernizam e ampliam seus serviços, refletem na economia local também através da criação de empregos diretos. O turismo, apesar de não atender plenamente ao objetivo dos planos governamentais de desenvolvimento, não é gerador de empregos em profusão, porém, há sim a geração de alguns empregos diretos, outros indiretos, há empregos fixos e temporários, e há atividades informais relacionadas à atividade.

A despeito de o ganho financeiro ser concentrado nas mãos do empresariado e do Estado, a população tem também uma participação, ínfima, no que seriam os benefícios do turismo. Gomes, Silva e Silva (2002) aponta que, em 2000, os empregos gerados pelos equipamentos turísticos em Natal respondiam pelo total de 45.634 vagas, assim distribuídas:

Empregos fixos diretos – 7.532; Empregos fixos indiretos – 37.660; Empregos temporários diretos – 442.

A autora justifica esse quadro com a seguinte afirmação: “o movimento de expansão do capital não pressupõe o pleno emprego”. Percebe-se, então, que os benefícios promovidos pelo turismo, são muito mais divulgados que concretizados para a população residente. Há uma dissociação entre discurso e prática, esta última adequada aos interesses políticos vigentes no período e no local em que a atividade ocorre.

O que você já sabe, mas