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Durante a minha prática de ensino supervisionada verifiquei como o contexto educativo e o contexto familiar são inseparáveis. É deste modo necessário compreender o contexto familiar das crianças para dar resposta individualizada a cada criança. A família e o meio institucional são contextos sociais diferentes que contribuem para uma boa educação das crianças. Deste modo, existe um cuidado para que haja uma boa relação entre estes dois sistemas.

Desde o dia em que nascem, as crianças vivem numa família que dá forma às suas crenças, atitudes e acções. Ao tentar compreender e respeitar a família de cada uma delas, vamos encoraja-las a verem-se, a si próprias e aos outros, como sendo pessoas de valor e membros participantes da sociedade (Hohmann & Weikart, 2004:99)

A participação da família na vida da instituição é fundamental “ os pais são os principais responsáveis pela educação das crianças têm também o direito de conhecer, escolher e contribuir para a resposta educativa que desejam para os seus filhos” (M.E, 1997:43).

Relativamente ao trabalho com as famílias e a comunidade é realizado através de conversas diárias e informais principalmente na hora de entrada das crianças de modo a dar a conhecer os trabalhos das crianças, a educadora expõe os trabalhos à entrada da sala.

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Todas as famílias são informadas no início do ano letivo, das regras de funcionamento do estabelecimento, desde situações de emergência médica ou de doença da criança. São ainda prestadas informações às famílias sobre os cuidados de higiene e sobre estratégias promotoras de uma maior autonomia das crianças neste domínio, promovendo uma continuidade entre os cuidados prestados em casa e os prestados no estabelecimento (informação sobre cuidados dentários, controle de esfíncteres/deixar a fralda, cuidados com a higiene do corpo).

É indiscutível o papel que as famílias e também a comunidade desempenham em todo o processo educativo, assim a colaboração entre ambos contribuirá para uma melhor aprendizagem das crianças, a relação das famílias passa por contatos diários e informais, que são importantíssimos para um melhor conhecimento das crianças, e por consequência das suas famílias, mas também reuniões sempre que seja necessário, o atendimento na hora previsto, a solicitação dos pais na colaboração em projetos/atividades que estejam a desenvolver na sala, bem como outras de acordo com os interesses do grupo.

Durante a minha prática de ensino supervisionada em que estive presente na sala de Creche e Jardim de Infância, tive oportunidade de estreitar laços com as famílias e com a comunidade, considero contudo que muitas vezes foi necessário quebrar um pouco da timidez e ser eu a dirigir-me aos familiares, mostrando interesse por escutar os seus recados e comunicações sobre as crianças. Estas “parcerias caracterizam-se pela confiança e respeito mútuo e incluem um constante dar e receber em conversas sobre o crescimento e o desenvolvimento das crianças em que todos os envolvidos têm interesse comum e promissor” (Post & Hohmann, 2007: 327).

Deste modo, considero que foi importante ter tomado a iniciativa de me dirigir aos pais, e sem dúvida isso permitiu uma maior ligação com as famílias, e sentir-me de facto como total responsável pelo processo educativo das crianças.

Para além desta proximidade que foi sendo construída com os familiares, decidi poder contribuir para a ligação da Creche com os familiares, desde a sua participação em propostas na sala, bem como com a proposta de pedir os e-mails dos pais, e enviar via e-mail fotografias dos filhos nas diversas propostas que são desenvolvidas na sala.

Durante o meu período de intervenção em Jardim de Infância, realizei pequenas conversas com os pais, tanto na chegada da criança à instituição bem como na saída. A relação com a família foi gradualmente sendo fortalecida, por diversas vezes os pais mostravam-se recetivos às minhas propostas, desde a sua participação na sala, até ao

48 prestar apoio em materiais.

Foi importante para mim estreitar relacionamento com as famílias, e sem dúvida que uma das propostas que realizei, em que era pretendido que as mães viessem à sala com uma fotografia de mãe e filho, falar um pouco dessa fotografia e da importância desse momento, contribuiu imenso para criar vínculos com as famílias. (fig. 22)

Durante a presença das mães tive oportunidade de conhecer melhor cada criança, a relação que existe no meio familiar, e sem dúvida que muitas mães mostraram grande interesse nestas partilhas, sendo que várias mães trouxeram para a sala várias fotografias, inclusive álbuns de fotografias que nos permitiram alargar o nosso conhecimento sobre cada criança.

A realização desta proposta, que se estendeu ao longo de uma semana, tornou-se um momento rico em interações entre crianças, bem como entre criança e adultos, e sem dúvida que encontramos aqui um enfoque ao tema do presente relatório “a relevância das interações criança-criança no processo de aprendizagem”, na medida em que foi criado um ambiente que favorecia o diálogo e estas interações que se estabelecem. Ao encorajar as crianças, estas interações “permitem à criança expressar com liberdade e confiança os seus pensamentos e sentimentos, decidir acerca da direcção e conteúdos da conversa e experimentar uma partilha verdadeira no diálogo” (Hohmann & Weikart, 2004:6-7).

Deste modo, a relação que se estabelece com as famílias acarreta consigo contributos a nível das interações entre crianças, ao criar ambientes acolhedores, de bem-estar e prazer, as crianças encontram-se reciprocas a estabelecer vinculação entre os seus pares. A vinculação da criança tanto em contexto de Creche como em Jardim de Infância é essencial para o bom desenvolvimento da criança, sendo que quanto mais

Fig. 22 – Apresentação da fotografia pela Mãe da B. M (5anos) e extrema cumplicidade entre mãe e filha

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segura se sentir a criança, mais predisposta esta estará para estabelecer relações e interações no seu seio escolar. Assim sendo, tanto os pais como educadores de infância desempenham um papel fundamental na medida de transmitir à criança um ambiente de apoio e confiança.

5.

INTERVENÇÃO EDUCATIVA NA PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA