• Nenhum resultado encontrado

2.4 RISCOS AMBIENTAIS

2.4.4 Riscos Ergonômicos

2.4.4.1 Trabalho Físico Pesado

Este fator representa bem ao dia a dia de uma obra de construção civil, onde muitas vezes é necessário esforço físico por várias horas. Este tipo de trabalho leva o trabalhador a ter dores musculares, fraqueza, hipertensão arterial, diabetes, úlcera, doenças nervosas, alterações no sono, problemas de coluna e acidentes. (STEFANO 2008)

2.4.4.2 Jornada Prolongada

A jornada de trabalho prolongada é causadora de stress físico e ou psíquico e tem como consequências o cansaço, dores musculares, hipertensão arterial, diabete, úlcera, doenças nervosas, alterações no sono, asma, tensão, ansiedade, medo, comportamento estereotipado. (STEFANO 2008)

2.5 CAUSAS DE ACIDENTES DE TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Segundo PESSOA (2014), o crescimento acentuado da construção civil, verificado nos últimos anos em todo o país, tem sido acompanhado pelo aumento do número de acidentes de trabalho e de mortes de operários, principalmente por soterramento, queda ou choque elétrico. O setor é foco da preocupação de auditores do trabalho, gestores públicos e especialistas da Justiça do Trabalho e por profissionais da área da segurança.

Segundo PESSOA (2014), podem ser apontados diversas causas para o número acentuado de acidentes na construção civil sendo eles:

 Baixa qualificação profissional de boa parte dos trabalhadores;  Elevada rotatividade de pessoal;

 Maior contato individual dos trabalhadores com os itens da construção civil;  Realização de atividades sob condições de clima, como ventos ou chuvas fortes;  Falta de treinamento e procedimentos;

 Prensamento de membros, principalmente das mãos;  Presença de corpos estranhos nos olhos;

 Picada de animais peçonhentos;

 Projeção de materiais sobre partes do corpo;  Lesões pela utilização de ferramentas portáteis;  Quedas no mesmo nível ou de mais de um nível;  Pressão psicológica;

 Ritmo de trabalho cada vez mais denso, tenso e intenso.

COSTELLA, GUIMARÃES E CREMONINI (2000) publicaram em seu artigo a porcentagem de acidentes de trabalho na construção civil segundo a natureza do acidente. Estes dados estão visíveis na tabela 01 abaixo.

_____________________________________________________________________________________________ Tabela1 - Natureza do acidente na construção civil

Fonte: Costella, Guimarães e Cremonini 2000

Analisando a tabela acima, nota-se que a maior quantidade de acidentes segundo o pesquisadores são por impacto sofrido, queda com diferença de nível, impacto contra e esforços excessivos ou inadequados.

2.6 NORMAS REGULAMENTADORAS DA SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

A segurança e a saúde do trabalho na área da construção civil baseiam-se em normas regulamentadores descritas na portaria 3214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Atualmente tem-se 36 Normas Regulamentadoras vigentes sendo elas:  NR 01 – Disposições Gerais;

 NR 02 – Inspeção Prévia;

 NR 03 – Embargo ou Interdição;

 NR 04 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança em medicina do Trabalho;

 NR 06 – Equipamentos de Proteção Individual (EPI);

 NR 07 – Programas de Controle Médico de Saúde ocupacional (PCMSO);  NR 08 – Edificações;

 NR 09 – Programas de Prevenção de Riscos Ambientais;  NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade;

 NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais;  NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos;

 NR 13 – Caldeiras, Vasos de Pressão e Tubulações;  NR 14 – Fornos;

 NR 15 – Atividades e Operações Insalubres;  NR 16 – Atividades e Operações Perigosas;  NR 17 – Ergonomia;

 NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção;  NR 19 – Explosivos;

 NR 20 – Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis;  NR 21 – Trabalho a Céu Aberto;

 NR 22 – Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração;  NR 23 – Proteção Contra Incêndios;

 NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho;  NR 25 – Resíduos Industriais;

 NR 26 – Sinalização de Segurança;

 NR 27 – Revogada pela Portaria GM nº 262, 29/05/2008 Registro do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB;

 NR 28 – Fiscalização e Penalidades;

 NR 29 – Segurança e Saúde no Trabalho Portuário;  NR 30 – Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário;

 NR 31 – Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura;

 NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde;  NR 33 – Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados;

_____________________________________________________________________________________________  NR 34 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e

Reparação Naval;

 NR 35 – Trabalho em Altura;

 NR 36 – Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados.

Em junho de 1978 foram aprovadas normas de segurança e saúde do trabalho através da portaria 3214. Essa era composta inicialmente por vinte e oito normas. Quase que a totalidade das normas existentes estão relacionadas ao setor da construção, entretanto a norma que trata especificamente do setor de edificações é a NR-18. (ARAÙJO 2002).

A norma NR 18, estabelece diretrizes administrativas, de planejamento e de organização para implementar medidas de controle e sistemas preventivos de segurança no processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção, além de determinar a elaboração do Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Industria da Construção (PCMAT).

ARAÚJO (2002), faz uma rápida análise da norma brasileira NR-18 em comparação a norma europeia 92/57/CEE e relata o seguinte:

 São bastante parecidas em termos de conteúdos;

 A implantação da diretiva na Europa encontra menos obstáculos devido a maior organização dos canteiros e processos construtivos mais avançados. No Brasil, as empresas que têm apresentado melhor desempenho quanto ao cumprimento da NR-18 são aquelas que já a algum tempo vêm investindo em organização do canteiro e inovações no processo produtivo, geralmente empresas certificadas em qualidade.

 Existe uma maior conscientização do empresário europeu quanto à implantação da legislação de segurança, sendo seus maiores problemas os custos e a forma de aplicação de tal legislação. O empresário brasileiro ainda não tem esse nível de conscientização. Ele inicia o processo de implantação da NR-18 por que é obrigado pela “lei” e não porque acredita na prevenção. Suas ações são reativas e não proativas. Deve-se salientar que existem as exceções.

As normas Regulamentadoras (NR), relativas à segurança e saúde do trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). (ARAUJO 2002)

De acordo com ARAUJO (2002):

A NR-18,após a nova redação, passou a contar com 28 disposições e um glossário. Essas disposições abordam os seguintes itens: objetivo e campo de aplicação; comunicação prévia programa de condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção – PCMAT; áreas de vivência; demolição; escavações, fundações e desmonte de rochas; carpintaria; armações de aço; estruturas de concreto; estruturas metálicas; operações de soldagem e corte a quente; escadas, rampas e passarelas; medidas de proteção contra quedas de altura; movimentação e transporte de materiais e pessoas; andaimes; cabos de aço; alvenaria, revestimento e acabamentos; serviços em telhados; serviços em flutuantes; locais confinados; instalações elétricas; máquinas. Equipamentos e ferramentas diversas; equipamentos de proteção individual; armazenamento e estocagem de materiais; transporte de trabalhadores em veículos automotores; proteção contra incêndio; sinalização de segurança; treinamento; ordem e limpeza; tapumes e galerias; acidente fatal; dados estatísticos; comissão interna de prevenção de acidentes – CIPA nas empresas da indústria da construção; regulamentos técnicos de procedimentos – RTP; disposições gerais; disposições finais; disposições transitórias.

Documentos relacionados