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Faria e Braga (1998) realizaram, no Estado do Rio de Janeiro, uma pesquisa com a finalidade de identificar a percepção de alunos de escola pública sobre o risco no trânsito urbano. Para

23 tanto os autores utilizaram a técnica de análise de discurso que segundo eles, nunca tinha sido utilizada na área de educação para o trânsito. Os autores concluíram que a análise de discurso é uma técnica adequada para se obter a percepção de alunos. Nesse estudo, foram identificados, por meio dos textos gerados pelos alunos, 25 topoi (princípios gerais admitidos no seio de uma sociedade) que refletiam a percepção dos alunos e que foram reunidos em seis grupos de enfoques, são eles: fatores de risco no trânsito, relacionamento entre pedestres e motoristas, respeito às regras de trânsito, atenção e cautela no trânsito, medidas capazes de melhorar o trânsito e consequências dos acidentes.

Nodari, Lindau e Ribeiro (2000) utilizaram a técnica de análise do discurso em uma pesquisa exploratória para identificar as possíveis causas dos acidentes de trânsito urbano e as medidas para a redução dos mesmos, na visão dos autores envolvidos com a problemática. Por meio das palavras mais citadas nos discursos dos agentes envolvidos, os autores puderam concluir que o desrespeito à sinalização e o alto número de veículos circulando nas vias são as principais causas dos acidentes de trânsito. Para as medidas de redução foram apontadas: campanhas de educação de trânsito e aumento da fiscalização.

Almeida e Ferreira (2008) realizaram uma pesquisa na cidade de Uberlândia-MG que teve como objetivo analisar o comportamento de condutores de veículos automotivos e pedestres, especialmente próximo à escolas. Para tanto, foi feito um estudo de caso em uma Escola Municipal. O levantamento dos dados para alcançar o objetivo da pesquisa foi feito por meio da aplicação de questionário e da observação do caminhamento dos alunos no entorno da escola. Foram aplicados 100 questionários para adolescentes e jovens. A circulação dos alunos foi fotografada e analisada com o objetivo de levantar suas atitudes no trânsito. Sobre o comportamento dos entrevistados, durante o percurso de ida para a escola e volta para casa, 60% dos entrevistados responderam que caminham nas ruas mesmo com a presença de automóveis pelos seguintes motivos: distração 60%, 20% para chamar atenção, 12% para desafiar os motoristas e outros motivos 8%. Sendo que 48% responderam que não caminham nas calçadas alegando, na maioria dos casos, que gostam de andar em grupo (um do lado do outro) e as calçadas não são largas o bastante.

Barbato e Raia Junior (2010) realizaram uma pesquisa na cidade de São Carlos-SP utilizando como ferramenta o método AHP (Analytic Hierarchy Process), com o intuito de identificar e analisar a percepção de alguns grupos de usuários ligados diretamente a um PGV (Pólo Gerador de Tráfego) escola. Para a aplicação da pesquisa foi escolhida uma Escola Municipal

24 de Educação Básica que atende alunos de seis a 11 anos de idade. O método AHP é recomendado como um dos métodos de análise de multicritério a ser usado para tomada de decisões. Para levantamento dos dados os autores entrevistaram grupos de pessoas associadas ao ambiente escolar: alunos, professores, pais de alunos, condutores escolares e especialistas em trânsito. A análise dos dados permitiu concluir que para professores o tema de maior relevância é a fiscalização no entorno da escola, para os especialistas da área de trânsito os mais significativos, de forma igual, foram educação para a comunidade escolar e para toda população e a fiscalização na porta da escola. Para os motoristas de transporte escolar o mais importante é a fiscalização na porta das escolas. Os pais de alunos identificaram como relevantes: a educação de trânsito na comunidade escolar e projeto de circulação e a fiscalização no entorno da escola. Para os alunos o mais importante é a educação para o trânsito na comunidade e num patamar um pouco inferior, o projeto de sinalização e de circulação, e a fiscalização na porta e entorno da escola. Os autores concluíram que a metodologia utilizada, (Análise Hierárquica de Processos), foi capaz de identificar como pessoas ligadas à comunidade escolar percebem as diversas ações que possam conferir ao entorno de escolas condições para um trânsito seguro. Os autores destacaram ainda que houve, pelo menos para os grupos pesquisados, consenso de que investimentos em educação para o trânsito têm maior relevância para se atingir o objetivo especificado “segurança no trânsito”.

Soares et al 2013, realizaram na cidade de João Pessoa (PB) com alunos do Ensino Fundamental com o objetivo de averiguar a percepção que estes alunos têm sobre os elementos que compõem o trânsito. Para levantar as informações os autores utilizaram como instrumento desenhos confeccionados pelos alunos. Os desenhos foram classificados em três categorias distintas, a saber, baixa percepção, quando apresentavam poucos elementos de trânsito, média percepção, quando os desenhos apresentavam alguns elementos, mas sem muita relação entre eles, alta percepção, desenhos complexos com vários elementos de trânsito se relacionando entre si. As principais dificuldades apresentadas, pelos alunos, por meio dos desenhos foram: lidar com a velocidade dos veículos, atravessarem as ruas e passar por cruzamentos. A pesquisa foi feita com alunos das 5ª 6ª e 9ª séries, do Ensino Fundamental, e os autores concluíram que alunos do gênero masculino de 5ª série apresentam menor percepção dos elementos do trânsito.

Apresentaram-se nesta seção os principais trabalhos que estabelecem uma relação direta com este estudo, na próxima seção será apresentada a metodologia utilizada neste trabalho.

3 METODOLOGIA

Nesta seção serão apresentadas a um estudo de caso realizado em d da educação de trânsito na perce Ensino Fundamental. O fluxogr etapas estão descritas nos itens a

Figu