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Professora 1 – P (1)

Boa tarde, estou a frequentar o Mestrado em Educação Pré-escolar e Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico na Escola Superior de Educação de Santarém. Para finalizar o meu mestrado irei realizar um relatório final que apresentará como temática “A inclusão de crianças com necessidades educativas na Educação Pré-escolar e no 1.º Ciclo do Ensino Básico.”

Deste modo, gostaria de solicitar a sua participação neste meu estudo. Todas as respostas aqui mencionadas serão utilizadas e apresentadas apenas na dissertação de mestrado, na medida em que todo o trabalho será disponibilizado antes de qualquer tipo de divulgação.

Percurso profissional da entrevistada:

Num primeiro momento, gostava de perguntar há quantos anos desempenha a profissão de professora do 1.º Ciclo do Ensino Básico?

Professora M: Há 25/26 anos.

Durante a sua experiência profissional alguma vez contactou com alunos com necessidades educativas?

Professora M: Sim, mas poucas vezes.

Qual o tipo de necessidade educativa com que trabalhou?

Professora M: Que me lembre, já são muitos anos, só tive um miúdo com dois

parâmetros de dislexia, não era nada de necessidade educativa especial muito profunda, mas foi a única experiência que tive.

Definição do conceito “necessidades educativas”:

Como professora do 1.º Ciclo do Ensino Básico como define “necessidades educativas”?

Professora M: Eu se calhar não defino do mesmo modo que o Ministério, esta parte

das medidas universais que hoje em dia foram estendidas a outros níveis, para mim adequa- se melhor porque temos muitos tipos de necessidades educativas especiais : ligeiras, graves, muito graves, não estando a denegrir nenhuma, mas seria a melhor classificação para que outros professores de outras áreas e outros técnicos pudessem ajudar essas crianças nas nossas salas de aula. Por exemplo, presentemente eu não tenho nenhuma criança com necessidade educativa especial dita, mas em termos de medidas universais tenho, mas não sou contemplada, estes dois meninos não são contemplados, porque não são as

111 necessidades educativas especiais, mas também não têm um professor de apoio educativo especial, ou seja, abrangeu-se mais, mas as respostas não existem, portanto a mim não me faz muito sentido, não por mim mas pelas crianças. Agora reconheço que há crianças que precisam e precisam mesmo e a escola devia estar formatada, para mim, de uma outra forma para essas crianças com necessidades educativas especiais.

Papel a adotar na inclusão de crianças com necessidades educativas:

Já referiu algumas das limitações da legislação em vigor bem como as suas potencialidades. Qual é que considera que deve ser o papel do professor do 1.º Ciclo do Ensino Básico na inclusão de alunos com necessidades educativas?

Professora M: Para os alunos do 1.º Ciclo tem que ser igual ao dos outros e deve ser,

o problema são as barreiras, posso dar-lhe um exemplo, se calhar vai de encontro a outras perguntas que possa ter para me fazer, para mim seria como funciona noutros países da europa as crianças com necessidades educativas especiais tinham um currículo muito adaptado, mas muito adaptado e com atividades lúdicas, sem serem académicas, outro tipo de atividades em muito maior número do que as académicas. Porque estas crianças precisam de outro tipo de estímulos e as escolas não têm e os professores do 1.º Ciclo não têm porque têm mais 20 e não sei quantos meninos, portanto não dá e eu acho que essas crianças deveriam de ter duas horas académicas por exemplo na parte da manhã e depois tinham o resto do dia com outro tipo de atividades desde cavalos, mecânica, madeira, tecelagem, pintura, as mais variadas áreas e outras atividades que pudessem surgir que complementassem e estimulassem a parte académica, o desenvolvimento da criança, a motricidade da criança, a fala, as dificuldades que essa criança manifesta. Agora isto tinha que ser um grande conjunto de técnicos, e existir muita disponibilidade económica para pagar aos técnicos e que as escolas tivessem condições físicas para isso e que alguns pais entendessem isso como uma necessidade e algo que manifeste um efeito positivo nas crianças. Portanto as coisas no papel não são más, na prática não funcionam assim, porque infelizmente não funciona e quem escreve está sentado, não vem ao terreno, eu pessoalmente não tenho, mas falo com colegas e vejo e sei que é assim.

Para se trabalhar com crianças com necessidades educativas existem 5 processos: a detenção, a intervenção, a monotorização, a articulação com os restantes técnicos e a avaliação. Como considera que se deve articular todos esses processos para que se chegue a um resultado positivo para o aluno?

Professora M: Se estes 5 processos tivessem todos o mesmo núcleo, mas não estão,

a detenção posso ver eu, mas depois vou confrontar a família, posso ter uma família que aceite ou que não aceite. Se tiver uma família que não aceite, e um médico de família ou especialista que se compatibilize com a família, também sei de casos desses, eu como

112 professora nunca mais consigo um relatório que me diga que para o bem da criança que tem isto ou aquilo, ou que tem a possibilidade de ter. Se isto não for comprovado, não há intervenção, não há monotorização, articulação não há e é aquilo que eu estava a dizer, são muitos processos, implica muitas pessoas e o nosso país não está preparado para isso, está no papel só.

Estratégias a adotar na inclusão de crianças com necessidades educativas:

Na sua opinião, qual considera que são as melhores estratégias em sala de aula a adotar na inclusão de alunos com necessidades educativas?

Professora M: É precisamente a inclusão, são crianças iguais a todas, todos temos

cinco dedos e nenhum é igual, todos temos incapacidades de alguma forma e todos temos capacidades de qualquer outra forma. Claro que sou a favor da inclusão e temos a inclusão de género, de tudo. Mas continuo a dizer, as nossas escolas, e tenho o exemplo desta escola, não há pessoas. Agora imagine que chegava aqui um menino com paralisia cerebral ou com autismo. Quem é que ia intervir? Eu? Sim com muito gosto, e os outros 20 alunos? Professor de apoio não há, o Ministério não pagou, não contratou, não deu autorização ao agrupamento. O professor de ensino especial vem uma vez por semana a um menino lá em cima que ainda não está bem declarado o que o aluno tem porque a família não aceita. É um exemplo, e esse professor de ensino especial vem uma vez por semana, fica no mesmo espaço, a escola não tem outro, ele não tem mais nada que possa fazer. Não há outros terapeutas que venham aqui, outros técnicos que venham fazer alguma coisa com essa criança, e assim resta-nos o professor que também tem que ajudar os outros todos, é pouco. A inclusão é só no papel, porque nós temos que chegar ao fim e cumprir tudo. Eu gostava que fosse diferente, sinceramente, e acho que era para o bem de todas as crianças que estão nessas condições. Mas não, não funciona.

Validação da entrevista:

Gostava de agradecer a sua participação. O meu estudo tem como objetivo entender quais as melhores estratégias a utilizar na inclusão de crianças com necessidades educativas. Gostaria de acrescentar mais alguma questão?

Professora M: Não. Gostava só que a inclusão deixa-se de ser só no papel e que

passa-se à realidade existente nas escolas Obrigada.

113 Professora 2 – P (2)

Estou a frequentar o Mestrado em Educação Pré-escolar e Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico, na Escola Superior de Educação de Santarém. Para finalizar o meu mestrado irei realizar um relatório final que apresentará como temática “A inclusão de crianças com necessidades educativas na Educação Pré-escolar e Ensino do no 1.º Ciclo do Ensino Básico.”

Deste modo, gostaria de solicitar a sua participação neste meu estudo. Todas as respostas aqui mencionadas serão utilizadas e apresentadas apenas na dissertação de mestrado, na medida em que todo o trabalho será disponibilizado antes de qualquer tipo de divulgação.

Percurso profissional da entrevistada:

Num primeiro momento, gostava de perguntar há quantos anos desempenha a função de professora do 1.º Ciclo do Ensino Básico?

Professora A: 16 anos.

Durante a sua experiência profissional alguma vez contactou com crianças com necessidades educativas?

Professora A: Sim.

Quantas vezes trabalhou com crianças com necessidades educativas?

Professora A: 9 vezes.

Com que tipo/os de necessidades educativas trabalhou?

Professora A: Não me recordo.

Definição do conceito “necessidades educativas”:

Para si, como professora do 1.º Ciclo do Ensino Básico como define “necessidades educativas”?

Professora A: Necessidades educativas especiais são aquelas cujas pessoas têm

problemas físicos, intelectuais, sensoriais e emocionais.

Tem conhecimento da legislação em vigor? Se sim, qual a sua opinião?

Professora A: Sim. Concordo com o novo decreto-lei, no entanto penso que na prática

nem sempre se conseguem implementar as medidas de suporte à inclusão e à aprendizagem, uma vez que os técnicos nem sempre conseguem realizar o seu trabalho uma vez que não possuem horas que cheguem para tal. O apoio nem sempre chega.

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Papel a adotar na inclusão de crianças com necessidades educativas:

Qual o papel do professor/a do 1.º Ciclo do Ensino Básico na inclusão de crianças com necessidades educativas?

Professora A: Tem o dever e a responsabilidade de aceitar a diferença de cada uma

destas crianças e de integrá-las e incluí-las na sua sala como uma criança que tem o direito à educação tal como as outras.

Para se trabalhar com crianças com necessidades educativas existem cinco processos importantes sendo eles a deteção, intervenção e monitorização, articulação com os restantes técnicos e a avaliação. Como considera que se deve articular todos estes processos para que se chegue a um resultado positivo?

Professora A: Todos estes processos exigem a cooperação entre o professor titular

de turma e os restantes técnicos para que conjuntamente encontrem o melhor caminho para que a criança obtenha um desenvolvimento pleno.

Estratégias a adotar na inclusão de crianças com necessidades educativas:

Na sua opinião, quais são as melhores estratégias a adotar na inclusão de crianças com necessidades educativas?

Professora A: Estimular a aprendizagem e priorizar as áreas curriculares. Validação da entrevista:

O meu estudo tem como objetivo entender quais as melhores estratégias a utilizar na inclusão de crianças com necessidades educativas. Gostaria de acrescentar alguma questão?

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