Pesquisador – então Marcelo, a gente poderia começar falando um pouco sobre quais as diferenças significativas que você entende dentro do padrão das duas seqüências como ele era antes demonstrado em sala de aula e como foi agora nessa experiência que a gente teve junto de construção.
Professor da disciplina – eu acho assim, pra ser bem pragmático penso que a principal diferença foi o cuidado que tivemos em tentar incluir nas explicações da matéria que foi lecionada os mecanismos evolutivos, normalmente a gente só comenta seleção e assim mesmo desvinculado do processo. Dentro então daqueles cenários evolutivos que eu trabalhei, na verdade, eu tive mais preocupação de tentar inserir esses mecanismos dentro do cenário e chamar mais atenção para os aspectos ecológicos que já eram chamados, mas que entendo não eram tão vinculados aos mecanismos de evolução como quanto eu estou fazendo agora. Eu trouxe essa influência para esse semestre, tenho feito e chamado mais atenção pra isso. Não só para os mecanismos evolutivos como também para a ecologia e estou inserindo com uma dose maior também questões de biologia evolutiva do desenvolvimento. Venho chamando atenção com as leituras do livro, A História de Quando Éramos Peixes, (Shubin, N, 2008), que tornei obrigatória (livro trabalhado em nossa sequência didática que envolve uma narrativa da transição combinando aspectos da evo-devo). Do que fazia para o que estou fazendo hoje foi muito positivo, eu acho que a aula ficou mais ligada aos diversos conhecimentos que compõem o conteúdo hoje e eu noto isso nos alunos, tanto é que tem um grupo de alunos estão criando um grupo de estudos que tem como objetivo é criar um conhecimento mais multidisciplinar dentro do instituto, e isso foi iniciativa deles, inclusive me convidaram para participar desse movimento. Eles vêm enfatizando que zoo IV, especificamente ali na minha parte, contribuição de vocês, vem dando um enfoque evolutivo, ecológico integrativo que outras disciplinas não vêm fazendo. Questionaram-me porque, isso esse semestre agora porque dos outros eu não conversei, dessa turma, porque que os outros não fazem assim. Obviamente que eu não respondi absolutamente nada, falei que eu só posso responder pela minha disciplina. Bem é isso, eu achei que foi muito positivo, acresceu muito na minha, em zoologia IV e sem dúvida alguma em futuras disciplinas em que eu venha ministrar também vou utilizar um pouquinho do que a gente conseguiu desenvolver... Acho que o objetivo básico, eu sinto o seguinte, o que eu posso fazer em sala com uma carga horária pífia que você teve a possibilidade de identificar agora, pela quantidade de conteúdo, é tentar despertar coisas esse é o meu objetivo em zoo IV. Eu não tenho sinceramente, eu já refleti muito sobre isso e eu não tenho assim o menor pudor de afirmar e nenhuma ambição de que eles saiam de zoo IV dominado o conteúdo zoológico evolutivo ecológico ou paleontológico, ou qualquer outro ―ógico‖ que você queira profundamente. A minha idéia em zoologia IV é despertar não para a diversidade dos organismos, mas para a integração entre os diversos conhecimentos que permitam que nós entendamos a evolução desses grupos. O que eu sei é mínimo, é uma gota no oceano, literalmente, sem nenhuma demagogia do que existe no conhecimento de morfologia, zoologia, evolução e genética. Eu sou um professor generalista ali. Então, eu sinto como obrigação de juntar essas coisas e dar a eles e incentivá-los a buscar mais informações. Bem, eles usam pelo menos cinco bibliografias grandes ao longo do curso, eles têm muitas horas de teoria e de prática e cabe a eles procurarem essas informações também. Eu acho, eu entendo que o problema deles, quando eles reclamam é que eles não têm tempo em fora de sala pra buscar essas informações de uma maneira mais
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integrada. Eu sei que existe uma escola corrente que prega que nos damos as ferramentas para os alunos para eles procurarem as informações. O que eu tenho tentado fazer é dar as ferramentas com um tipo diferente de modelo ou método, apresentar a eles na forma de narrativa como vocês colocaram bem, um pedacinho desse universo pra tentar despertar neles o interesse nesses pedacinhos e que eles passem a ver a zoologia como algo integrado não desvinculado dos outros conteúdos. Em relação à base, eu entendo, eu acho que eles têm bons professores e conteúdos extensos mais a integração ela realmente não acontece de uma maneira uniforme homogênia, enquanto uma perspectiva do curso, digo o curso em si, então a gente fica limitado e eu tenho as minha próprias limitações , porque é um conteúdo multidisciplinar e nenhum de nós temos domínio sobre tudo que poderia vir a ser trabalhado , daí a importância das integrações, das coisas virem sendo repetidas de disciplina em disciplina de uma maneira cada vez mais integrada...é uma mudança de paradigma do instituto na maneira de trabalhar , eu entendo não seja necessariamente uma mudança de método mais de raciocínio de conceito do que o ensino deve tratar, é diferente, seu método pode ser mais tradicional ou completamente inovador , mais essa visão integradora é o mais importante pra mim... Agora biologia do desenvolvimento é uma coisa muito difícil pra eles eu trabalhei esse semestre, eu trabalhei bem, trabalhei melhor, eu já venho trabalhando isso desde o semestre retrasado com as leituras do kardong em sala de aula, e ainda assim ao que me parece eles tem muita dificuldade em embriologia especificamente, eles não conseguem associar, não significa que o conteúdo de ―embrió‖ deles é mal dado, isso eu não posso afirmar, mas ao que me parece esta desconectada, então ao que me parece os estudantes tem dificuldade de caminhar enquanto a isso.
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