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Transformando o intensivo em sensível ou quando o pesquisador atende o chamado do

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e acordo com os neófitos, existe no microcosmo straightedge uma frase que define de forma precisa a atitude dos jovens que optam por esse estilo ou filosofia de vida, é a sentença: “Se n~o é, é porque nunca foi”. Essa afirmaç~o contundente, além de lembrar a importância do compromisso firmado por aqueles que se autodefinem straightedges, também serve para mostrá-los que a escolha por essa forma de conduta não pode ser considerada aleatória - uma espécie de modismo ou tendência que pode ser alterada de acordo com as estações do ano. Uma vez straightedge, sempre straightedge! Certamente não se trata de uma regra partilhada por todos os jovens, há também aqueles que afirmam que não se pode utilizar tanto rigor para discorrer sobre algo que segundo a maioria é eminentemente pessoal. Depois de examinar de forma mais acurada essa afirmação, e mais ainda, experimentar o sentido da frase - porque não basta simplesmente interpretar é importante viver o sentido - devo dizer que pude compreender melhor o que esses jovens querem dizer quando a pronunciam de forma tão incisiva.

As Ciências Sociais, e mais especificamente a Antropologia, postulam que é preciso ter cautela com a interpretação da teia de significados que é construída pelo outro em toda sua complexidade. Quando nos aventuramos a compreender os sentidos empregados nas práticas de povos distantes parece que conseguimos efetuar de forma mais precisa o exercício de estranhamento. Porém, quando se trata de um outro que não está muito distante de nós, e que por isso partilha de valores semelhantes, o tratamento dado a esse postulado, a meu ver, sofre uma pequena alteração. A proximidade geográfica e cultural nos força a lançarmos mão da estranheza como dispositivo metodológico. É preciso “estranhar o familiar” para que a proximidade com nosso objeto não se torne um empecilho para o bom andamento da pesquisa. Contudo, mesmo possuindo o recurso do “estranhamento”, penso que é preciso ir um pouco mais além. E, para mim, isso não é uma questão de mais conhecimento ou mais competência no fazer etnográfico, é uma disposição do pesquisador em se deixar contagiar pela matéria intensiva invisível que se faz presente no encontro com o outro, ou nas palavras de Janice Caiafa (2007) é preciso ter simpatia na pesquisa de campo. Não se trata de um sentimento de estima do

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pesquisador por seu objeto, mas de composições de corpos (físicos, psíquicos, sociais, verbais) que nos permitem a construção de pontes de sentido. Se eu não possuísse algo para agenciar com esse outro da pesquisa (mesmo que seja amor ou ódio), certamente não teria me incomodado tanto essa frase que é comumente pronunciada pelos jovens straightedges.

E por que atribuir tanta importância a uma afirmação localizada e que não é consenso entre os straightedges? A resposta é simples: porque ela diz algo sobre mim. E quando algo encontrado no outro nos coloca em contato com nós mesmos, é sinal de que a vibratilidade de nosso corpo não está anulada, é sinal que tenho algo para agenciar com eles. Trata-se de uma espécie de convocação, de um chamado, que pode ou não ser atendido pelo pesquisador. Quando isso acontece, é preciso saber aproveitar o momento, porque nem sempre estamos preparados para o encontro com o inesperado.

Meu primeiro encontro com a filosofia de vida10 straightedge deu-se no ano de

1999. Na época eu tinha 20 anos e acabara de ingressar na faculdade. Diferente dos demais jovens da cidade de Maranguape, uma pacata região localizada na zona metropolitana da cidade de Fortaleza, Ceará, sempre fui critico dos “modelos de juventude” que eram oferecidos as pessoas que ali residiam. Dentre as opções disponíveis que compunham o repertório das práticas juvenis locais, onde se destacavam o ingresso em comunidades católicas e a participação em equipes de futebol de várzea, havia uma em específico que eu particularmente repudiava mais do que as outras: o rito de iniciação nos bares. Não me conformava com o fato dos jovens adentrarem tão cedo no universo do consumo de bebidas alcoólicas, com a falta de perspectiva que não os deixava outra opção, a não ser os botecos da cidade. Eu não queria isso para minha vida. Sentia que precisava tomar uma atitude para ao menos expressar minha indignação diante daquilo que eu considerava uma constatação aterradora. Foi então que encontrei na música, ou melhor, no Punk/Hardcore, a

10 Utilizarei a express~o “Filosofia de vida” porque é dessa maneira que muitos jovens se referem a

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válvula de escape para as minhas frustrações adolescentes. Decidi me reunir com uns amigos e montar uma banda de rock, uma alternativa convencional para a maioria dos jovens, mas não para um jovem que residia numa cidade de 90 mil habitantes com características rurais.

Depois de fazer alguns shows na cidade e na capital, tive a idéia de divulgar a banda por intermédio de cartas; prática quase inexistente hoje em dia, devido o aparecimento do correio eletrônico. Mantinha contato com jovens de várias partes do país, jovens que tocavam em bandas, que confeccionavam fanzines11, que faziam parte

de coletivos12, etc. Numa dessas cartas chegou até a mim um folder que falava sobre

jovens envolvidos com o cenário Punk/Hardcore de São Paulo que eram adeptos de um curioso estilo, ou filosofia de vida, definido como straightedge. O folheto me apresentava esses jovens como indivíduos que compartilhavam práticas ascéticas assentadas sobre a abstenção do consumo de drogas lícitas e ilícitas, e também de produtos (alimentos, vestuários, cosméticos) de origem animal. Recebi aquelas informações com um misto de surpresa e felicidade, e mesmo não sabendo ao certo do que se tratavam, me identifiquei com aquelas idéias, pois elas me fizeram perceber que eu não estava sozinho. Agora já não era um jovem outsider, pois tinha encontrado pessoas parecidas comigo, que também partilhavam da idéia de que “beber e fumar n~o tornava ninguém mais revolucion|rio”. Demorei um pouco para me reconhecer como straightedge, pois sempre considerei uma grande responsabilidade a defesa de um posicionamento seja qual ele for, ainda mais se tratando de uma forma de conduta que exige de jovens um acentuado disciplinamento. Hesitei, pois não sabia se estava preparado para tomar uma decisão que, para mim, naquele momento, possuía extrema importância.

11 O fanzine é um veículo impresso de cunho estritamente independente, ou seja, não possui fins

mercadológicos, bastante utilizado pelos jovens que estão envolvidos com a cultura punk. Produzidos dentro do lema “Do it yourself!”, nele s~o divulgados informações sobre shows, entrevistas com bandas, assim como textos de caráter sociopolítico. Atualmente os fanzines ganharam sua versão online, o que acarretou numa diminuição considerável da versão impressa.

12 Os coletivos são grupos organizados e independentes que se reúnem em torno de uma causa política, construindo uma agenda de luta.

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Para os que aspiram serem considerados straightedges esse momento é encarado como rito de passagem, que só se concretiza quando o jovem torna público esse desejo. Enquanto isso não vem à tona, este indivíduo se mantém numa posição liminar, uma espécie de liminaridade solitária, silenciosa, que é provocada pelo mal estar de não poder ser reconhecido como parte do grupo. Grupo aqui entendido não simplesmente como uma reunião de pessoas que partilham de códigos e práticas sociais semelhantes, mas, como cita Barros (2007), algo que é ao mesmo tempo objeto psiquicamente investido, produto do inconsciente e uma forma social regida por relações simbólicas. Devo salientar que esse rito de passagem não está relacionado com o funcionamento de uma ordem social, como aquele analisado por Victor Turner entre os Ndembu13. Não existe entre os straightedges um rito que é instituído pelo

grupo com o objetivo de garantir a aceitação daqueles que decidem serem reconhecidos como parte da comunidade straightedge. Utilizei a expressão liminaridade solitária para descrever o sentimento de confusão psíquica experimentado por inúmeros jovens que se vêem diante do dilema de ter que assumir, ou não, o que podemos definir grosseiramente de identidade grupal.

Uma das formas de reconhecimento mais comum entre os iniciados é a marcaç~o com o “X” nas m~os. Muitos straightedges, quando v~o aos shows de hardcore, geralmente costumam marcar uma das m~os ou as duas com um “X”, buscando dessa maneira transmitir aos seus iguais a “boa nova”. É bastante comum ver em alguns shows jovens reunidos no processo de marcação coletiva. Essa prática é geralmente adotada por pequenos grupos de amigos que combinam com antecedência, antes do show, qual deles levará o pincel. Eles se ajudam mutuamente nesse processo de escrita corporal, que para os iniciados possui uma maior relevância. Também pode ocorrer que alguns deles j| saiam de casa com o “X” estampado nas m~os. Para alguns, o rito de passagem se completa com a marcaç~o do “X”, é a constatação objetiva de que o jovem saiu do processo de liminaridade para atingir o status de membro do grupo. Para alguns straightedges mais experientes o “X” passou

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a ser visto como “coisa de criança empolgada”, que quer demonstrar para os outros que faz parte de um grupo com regras específicas. Mas esse argumento não é consenso entre todos eles, há também os que partilham a idéia de que é importante marcar o “X” nas m~os tanto para divulgar a proposta para os demais, como também reforçar o compromisso que fora firmado. Recentemente, nas últimas Verduradas14, tem-se visto

uma espécie de campanha com o sentido de incentivar os mais novos e lembrar os “mais experientes” da import}ncia de assumir o “X”. Um dos cartazes trazia escrito em letras garrafais a seguinte frase: h| quanto tempo você n~o faz um belo “X” nas m~os? Em alguns eventos é comum ver straightedges que possuem mais de 30 anos, trazerem a marca estampada nas mãos.

Lembro da primeira vez que decidi marcar minhas mãos. Antes de realizar tal feito, procurei conhecer de forma mais detalhada essa filosofia de vida que eu estava prestes a adotar. Não queria agir por impulso simplesmente porque partilhava com eles alguns pontos de vista semelhantes. Sabia que se tratava de uma decisão extremamente importante, pelo menos para mim, naquele momento, assumia uma importância crucial. Muitos pesquisadores que se propõem a estudar a juventude e seus desdobramentos tendem a menosprezar determinados processos pelos quais passam os jovens. Nessa busca incessante pela explicação e interpretação dos fenômenos acabam deixando de lado o que é realmente significativo para esses indivíduos. Como vou construir pontes de sentido com eles se não me permito experimentar seus anseios, suas angústias? Ou melhor, não me permito sequer a compreender a importância que este momento assume em suas vidas? Concordo com a afirmação de Eduardo Viveiros de Castro, quando na ocasião, parodiando Clifford Geertz, indica que não se pode simplesmente afirmar que somos todos nativos quando existem “alguns que s~o mais nativos do que os outros” (Viveiros de Castro, 2002). A velha premissa orwelliana retirada das páginas de A Revolução dos bichos reacendeu um debate interessante na Antropologia.

14 Importante evento do calendário straightedge paulistano, a proposta do coletivo que organiza a

Verdurada é divulgar o estilo de vida straightedge e o vegetarianismo por intermédio de shows, palestras, mostras de vídeo, etc. Esses eventos ganharão um destaque especial nos capítulo posteriores.

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A relação de conhecimento é aqui concebida como unilateral, a alteridade entre o sentido dos discursos do antropólogo e do nativo resolve-se em um englobamento. O antropólogo conhece de jure o nativo, ainda que possa desconhecê-lo de fato. Quando se vai do nativo ao antropólogo, dá-se o contrario: ainda que ele conheça de fato o antropólogo (frequentemente melhor do que este o conhece), não o conhece de jure, pois o nativo não é justamente, antropólogo como o antropólogo. (VIVEIROS DE CASTRO, 2002: 116).

O que estou querendo afirmar é que o momento de ades~o ao “grupo” dos straightedges não pode ser encarado simplesmente como um fenômeno “próprio” da adolescência como afirmam certas teses da Psicologia: busca por identificação, projeção do ideal de ego no eu exterior, ou como afirmam as teses sociológicas, construção de novos modelos de agrupamento que não mais são orientados pelas instituições socializadoras tradicionais (Família, Escola e Estado). As primeiras tendem a essencializar a situação do jovem definindo-o como um ser incompleto que atravessa uma fase confusa emocionalmente, naturalizando um processo que é experimentado de forma singular, e que depende exclusivamente dos agenciamentos aos quais esse indivíduo está submetido. Já as segundas, além de possuir uma acentuada carga moralizadora, desconsideram o fato de que os grandes agenciamentos sociais não podem desaparecer. Pesquisas com essas características não são nenhuma novidade, uma vez que, no início do século XX, acompanhamos através dos estudos subculturais desenvolvidos pela Escola de Chicago, uma verdadeira avalanche de trabalhos, que tinham por objetivo explicar – já que se tratavam de estudos de matriz funcionalista - o comportamento dos jovens anômicos que compunham as camadas menos abastadas da população norte americana.

Apesar das inúmeras discussões já travadas em torno da juventude enquanto fenômeno social, parece que assistimos a uma espécie de eterno retorno das questões já suscitadas em outras épocas. Indagações como: o que é ser jovem? Ou o que querem

os jovens? continuam “dando o tom” dos debates, mostrando que os tempos

mudaram, mas as perguntas não. É verdade que elas foram repetidas inúmeras vezes, mas é também verdade que as respostas obtidas foram mudando ao longo dos anos. Basta atentarmos para o fato de que as respostas para essas questões na década de 60

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certamente não foram as mesmas obtidas nos anos 80, e muitos menos estas não se assemelham aquelas que são apresentadas hoje. Penso que essa exagerada curiosidade acerca da condição juvenil em nossos dias é resultado de certo encantamento, ou melhor, de uma certa mistificação sobre essa respectiva fase da vida. Em nosso imaginário social, a juventude está relacionada a um período de transição, de experimentações e descobertas, o que torna o jovem um navegante sem bússola. E esse imaginário, assim como as significações que o compõem, ajudou a fomentar não somente o discurso do senso comum, como também o discurso da ciência. Até hoje nos deparamos com pesquisas de apelo biologizante e psicologizante que tem por objetivo encontrar alternativas de diminuição da errância juvenil, tida como patológica, passível de cura. Mesmo alguns estudos clássicos no campo da sociologia da juventude, sob alguns aspectos, reproduzem a noção de que na adolescência os jovens são acometidos de uma crise, que é tida como característica marcante desse período intermediário. O texto de René Fau (1968) “Características

gerais do grupo durante a adolescência” é bastante emblemático nesse sentido. Apesar

de Fau discordar da idéia de que a rebeldia e a busca pela liberdade é algo inerente ao adolescente, o autor indica que a adaptação desse indivíduo a um grupo funciona como apoio durante a crise que ele atravessa.

O próprio grupo precisa ser pensado como uma categoria “nativa”. N~o se pode falar de grupo dos straightedges sem fazermos menção à música hardcore, a idéia de cena, os valores por eles difundidos, todos esses elementos estão conectados interferindo diretamente na produção do que eles compreendem como grupo. O mais interessante é que este aprendizado não foi extraído das páginas de um livro de antropologia, ele me foi concedido pelos próprios straightedges quando me deram permissão para adentrar em seu universo. Um acordo que foi selado quando eles reconheceram em mim não um pesquisador que queria decifrar seus códigos secretos, mais um pesquisador que devir-straightedge.

Antes de narrar o arrebatamento provocado pelo meu reencontro com o straightedge, agora na condição de pesquisador, farei um apanhado histórico sobre o surgimento desta filosofia de vida com o intuito de contextualizar as suas muitas

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facetas, tendo como ponto de partida o seu surgimento na cidade de Washington nos Estados Unidos em meados dos anos 1980.

1.1 - Punks livres de drogas? Tecendo algumas considerações em torno da filosofia de vida straightedge

[...] I'm a person just like you /But I've got better things to do/Than sit around and fuck my head/Hang out with the living dead/Snort white shit up my nose /Pass out at the shows/ I don't even think about speed/ That's something I just don't need/ I've got the

straightedge15.

O texto acima foi escrito originalmente no final de 1980 pelos jovens Ian Mckaye e Jeff Nelson, numa espécie de manifesto contra o hedonismo; traduzido no consumo exacerbado de drogas pelos punks da cidade de Washington D.C. Trata-se de uma canção da banda de hardcore/punk16 Minor Threat, grupo musical cujos

integrantes na época eram todos adolescentes. Quando os dois amigos escreveram essa letra, talvez não imaginassem que estavam compondo uma espécie de hino que seria cantado por jovens nas mais diversas partes do mundo, ou ainda, que estariam a partir daquele momento construindo uma espécie de “identidade grupal” definidora de condutas e valores específicos. No texto, como podemos observar, o interlocutor exprime de maneira contundente que não precisa fazer uso de determinadas substâncias entorpecentes, porque segundo o mesmo, possui “algo a mais” que o completaria, uma espécie de autoconfiança exacerbada, a certeza inconteste de que o destino não lhe pregará peças, que se traduz na frase “I've got the straightedge!”. Uma frase com contorno messiânico, uma vez que o indivíduo parece ser detentor de uma

15 Eu sou uma pessoa como você/ Mas tenho coisas melhores para fazer/ Do que ficar sentado e “foder”

minha cabeça/ Andar com “mortos vivos”/ Cafungar “merda branca” para dentro do nariz/ Desmaiar nos shows/ Nem mesmo penso em bolinhas/ É algo de que eu simplesmente não preciso/ Eu tenho o “straightedge” (traduç~o minha ).

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força sobrenatural, semelhante aquela que perpassa o ethos do religioso, que o auxilia na busca pelo disciplinamento e o autocontrole. Mas afinal de contas, o que é

Straightedge? É isso que tentarei esclarecer nas linhas que se seguem.

Os straightedges surgiram em meados dos anos 80 na costa oeste dos Estados Unidos, para ser mais preciso, na cidade de Washington. Originários do movimento

punk local, eles apareceram como oposiç~o { atitude “niilista” que caracterizava o

estilo de vida de inúmeros jovens pertencentes ao referido movimento, que incluía no seu repertório o consumo abusivo de drogas (licitas e ilícitas), e um forte apelo à violência e a autodestruição. Nesse período, os jovens moradores da cidade, menores de 18 anos, eram proibidos de freqüentar os espaços destinados a shows de bandas

punks, tendo em vista o exagerado consumo de álcool nesses locais. Diante desse

quadro, alguns jovens decidiram se posicionar em relação a essa norma, pois não concordavam com o fato da proibição, já que eles não consumiam álcool ou qualquer outra substância entorpecente. Pelo contrário, partilhavam a idéia de que as drogas somente traziam “coisas ruins” aos indivíduos. Surgia nesse momento o embri~o da filosofia de vida17 straightedge. O famoso lema Do it yourself! (Faça você mesmo!), que

para os punks tradicionais significava poder agir conforme sua liberdade os permitisse, ganha uma tradução diferente na fala dos straightedges, o faça-você-

mesmo seria traduzido por um “autocontrole” dos indivíduos em relaç~o ao seu corpo,

mente e atitudes.

A popularização do estilo de vida straightedge veio num curto período e teve como marco inicial o surgimento da banda Teen Idols, que trazia em sua formação dois dos mais importantes divulgadores das idéias do movimento: Jeff Nelson e Ian Mckaye. Dentre as importantes contribuições da dupla, é possível destacar a idéia de definir como “straightedge” todos os jovens que, como eles, também optaram por um estilo de vida livre de drogas. A palavra “straightedge” na língua portuguesa significa “esquadro”, o instrumento usado para medir }ngulos e tirar linhas perpendiculares.

17 É importante salientar que a idéia de filosofia de vida é difundida pelos próprios membros. Eles

rejeitam a idéia de movimento, afirmando que se trata de uma “postura” estritamente individual, uma conduta, uma escolha pessoal dentre inúmeras outras.

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Essa designação, segundo seus idealizadores, foi escolhida a partir de uma

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