Acoplamento Motor-Carga
4.4. TRANSPORTE VERTICAL
A potência de um elevador médio de 10HP equivale a 75 lâmpadas de 100W. Considerando este valor médio e uma estimativa de 200 mil elevadores em atividade no país, o consumo relativo a esses equipamentos pode representar uma parcela significativa da energia consumida no país inteiro.
Como ilustração, num edifício típico, os gastos com a energia elétrica consumida pelos elevado- res podem chegar a 6% do custo do prédio.
O cálculo exato do consumo de um elevador não é uma tarefa simples, pois existe uma diversida- de de variáveis envolvidas, tais como:
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Modelo e características técnicas·
Tipo de utilização·
Carga transportada·
Quantidade de viagens por diaPorém, o consumo se deve principalmente à energia utilizada na máquina de tração, com uma menor participação da luz da cabina, do ventilador, do operador da porta e do quadro de comando. O sistema de elevadores em um prédio pode apresentar um bom potencial de economia de energia, principalmente em casos onde possui uma idade avançada, através de investimentos na sua modernização. Outras medidas de menor custo também são passíveis de aplicação, como se pode ver neste capítulo.
4.4.1. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
Num sistema de tração, a cabina do elevador é sustentada no poço por vários cabos de aço, usando-se normalmente duas polias e um contrapeso. Os pesos do próprio elevador e do contrapeso fazem com que exista uma tração entre as polias e os cabos de aço. Assim, as polias movem os cabos de aço sem deslizamento excessivo.
Além disso, a cabina e o contrapeso correm em guias verticais, usadas para evitar as oscilações. A casa de máquinas fica normalmente situada acima do poço do elevador e utiliza motores elétri- cos para movimentar o sistema. Existem também elevadores hidráulicos normalmente utilizados em pequenos percursos.
1- Quadro de Comando 2- Máquina de Tração 3- Limitador de Velocidade 4- Cabos de Tração 5- Operador de Porta 6- Aba de Proteção
7- Porta de Pavimento - Abertura Lateral 8- Porta de Pavimento - Eixo Vertical 9- Pára-choque da Cabina
10- Cabo do Limitador de Velocidade
11- Polia Tensora do Limitador de Velocidade 12- Pára-choque do Contrapeso
13- Contrapeso
14- Cabo de Comando ou Manobra
Figura 4.21 – Esquema Completo de Elevador
As máquinas de tração quanto ao tipo de aciona- mento são:
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Acionamento em corrente contínua – motor decorrente alternada acionando um gerador síncrono de corrente contínua que alimenta um motor de cor- rente contínua, ligado ao redutor de velocidade.
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Acionamento em corrente alternada – motorassíncrono ligado direto no redutor de velocidade.
4.4.2. METODOLOGIA DE CÁLCULO
Em transportes verticais podem ser encontradas basicamente três faixas de correntes. A mais alta, quando os elevadores estão descendo com sua cabina vazia, pois terão que arrastar seu contrapeso para cima e este é sempre dimensionado para equilibrar-se com a cabina em sua capacidade máxi- ma. A segunda corrente seria uma média dos elevadores descendo e subindo com pessoas na cabina. E finalmente a terceira, a menor delas, quando o elevador sobe sem nenhuma carga no interior da cabina. Através de uma análise de fluxo de tráfego de passageiros por andar e horário e essas noções de consumo apresentadas, é possível criar planos de zoneamento e uso racional de elevadores du- rante seus períodos de uso.
Existe uma metodologia de cálculo para encontrar folgas (período de possibilidade de desligamen- to), cálculos de zoneamento (atendimento diferenciado por andares) e uso racional destes transportes. A Agência para Aplicação de Energia de São Paulo, apresentou esta metodologia em uma de suas publicações de título Auto-Avaliação dos pontos de desperdício de energia elétrica no setor comercial.
4.4.3. RECOMENDAÇÕES DE ECONOMIA DE ENERGIA
A modernização do elevador tem se mostrado como uma boa opção para prédios mais anti- gos, visando melhorar as condições de funcionamento do equipamento existente, sem a ne- cessidade de altos investimentos em um novo equipamento. A vida média de um elevador é de 20 anos. A modernização consiste em uma reforma total do aparelho, na qual podem ser trocados itens mais importantes, como o quadro de comando e a máquina de tração. Esse tipo de intervenção pode gerar economias de energia na ordem de 40%.