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TRANSPORTE VERTICAL

No documento Guia - Manual Prédios Eficientes (download) (páginas 133-136)

Acoplamento Motor-Carga

4.4. TRANSPORTE VERTICAL

A potência de um elevador médio de 10HP equivale a 75 lâmpadas de 100W. Considerando este valor médio e uma estimativa de 200 mil elevadores em atividade no país, o consumo relativo a esses equipamentos pode representar uma parcela significativa da energia consumida no país inteiro.

Como ilustração, num edifício típico, os gastos com a energia elétrica consumida pelos elevado- res podem chegar a 6% do custo do prédio.

O cálculo exato do consumo de um elevador não é uma tarefa simples, pois existe uma diversida- de de variáveis envolvidas, tais como:

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Modelo e características técnicas

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Tipo de utilização

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Carga transportada

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Quantidade de viagens por dia

Porém, o consumo se deve principalmente à energia utilizada na máquina de tração, com uma menor participação da luz da cabina, do ventilador, do operador da porta e do quadro de comando. O sistema de elevadores em um prédio pode apresentar um bom potencial de economia de energia, principalmente em casos onde possui uma idade avançada, através de investimentos na sua modernização. Outras medidas de menor custo também são passíveis de aplicação, como se pode ver neste capítulo.

4.4.1. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

Num sistema de tração, a cabina do elevador é sustentada no poço por vários cabos de aço, usando-se normalmente duas polias e um contrapeso. Os pesos do próprio elevador e do contrapeso fazem com que exista uma tração entre as polias e os cabos de aço. Assim, as polias movem os cabos de aço sem deslizamento excessivo.

Além disso, a cabina e o contrapeso correm em guias verticais, usadas para evitar as oscilações. A casa de máquinas fica normalmente situada acima do poço do elevador e utiliza motores elétri- cos para movimentar o sistema. Existem também elevadores hidráulicos normalmente utilizados em pequenos percursos.

1- Quadro de Comando 2- Máquina de Tração 3- Limitador de Velocidade 4- Cabos de Tração 5- Operador de Porta 6- Aba de Proteção

7- Porta de Pavimento - Abertura Lateral 8- Porta de Pavimento - Eixo Vertical 9- Pára-choque da Cabina

10- Cabo do Limitador de Velocidade

11- Polia Tensora do Limitador de Velocidade 12- Pára-choque do Contrapeso

13- Contrapeso

14- Cabo de Comando ou Manobra

Figura 4.21 – Esquema Completo de Elevador

As máquinas de tração quanto ao tipo de aciona- mento são:

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Acionamento em corrente contínua – motor de

corrente alternada acionando um gerador síncrono de corrente contínua que alimenta um motor de cor- rente contínua, ligado ao redutor de velocidade.

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Acionamento em corrente alternada – motor

assíncrono ligado direto no redutor de velocidade.

4.4.2. METODOLOGIA DE CÁLCULO

Em transportes verticais podem ser encontradas basicamente três faixas de correntes. A mais alta, quando os elevadores estão descendo com sua cabina vazia, pois terão que arrastar seu contrapeso para cima e este é sempre dimensionado para equilibrar-se com a cabina em sua capacidade máxi- ma. A segunda corrente seria uma média dos elevadores descendo e subindo com pessoas na cabina. E finalmente a terceira, a menor delas, quando o elevador sobe sem nenhuma carga no interior da cabina. Através de uma análise de fluxo de tráfego de passageiros por andar e horário e essas noções de consumo apresentadas, é possível criar planos de zoneamento e uso racional de elevadores du- rante seus períodos de uso.

Existe uma metodologia de cálculo para encontrar folgas (período de possibilidade de desligamen- to), cálculos de zoneamento (atendimento diferenciado por andares) e uso racional destes transportes. A Agência para Aplicação de Energia de São Paulo, apresentou esta metodologia em uma de suas publicações de título Auto-Avaliação dos pontos de desperdício de energia elétrica no setor comercial.

4.4.3. RECOMENDAÇÕES DE ECONOMIA DE ENERGIA

A modernização do elevador tem se mostrado como uma boa opção para prédios mais anti- gos, visando melhorar as condições de funcionamento do equipamento existente, sem a ne- cessidade de altos investimentos em um novo equipamento. A vida média de um elevador é de 20 anos. A modernização consiste em uma reforma total do aparelho, na qual podem ser trocados itens mais importantes, como o quadro de comando e a máquina de tração. Esse tipo de intervenção pode gerar economias de energia na ordem de 40%.

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Respeite a capacidade máxima de transporte do elevador. A sobrecarga do sistema causa fadiga no motor elétrico, podendo reduzir a sua vida útil, além de provocar aumento no consumo de energia.

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Existem sistemas que registram as chamadas apenas para o elevador mais próximo do andar solicitante, evitando a duplicidade de chamadas.

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Se um usuário prender o elevador em um andar, com a porta aberta, um dispositivo sinalizador toca após 15 ou 30 segundos. Pode ser inconveniente em casos mais esporádicos como mudanças, mas no dia-a-dia ajuda a agilizar o trabalho do aparelho, diminuindo a duplicidade de chamadas (um usuário chamar dois elevadores).

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Se uma criança acionou vários botões, o sistema identifica automaticamente se existe lógi- ca no procedimento. Se não houver lógica, o elevador cancela as paradas.

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Portas de elevador com vidro fumê são muito apreciadas esteticamente, mas podem trazer um problema prático. O usuário chama, o aparelho chega no andar, e a pessoa não percebe. Então, chama o outro elevador, gastando mais energia elétrica.

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Verifique a possibilidade de deixar um dos elevadores completamente desligado entre 22 e 6 horas. Mesmo parado no térreo, o equipamento gasta energia com sua iluminação. Essa medida ainda evita que o usuário chame dois elevadores neste período.

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Quando existirem dois elevadores, estude a possibilidade de atender andares pares com um e andares ímpares com o outro.

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Afixe avisos aos usuários, sugerindo que utilizem as escadas para subir um andar ou descer dois.

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Estude a possibilidade de desligar diariamente e de maneira alternada um dos elevadores no horário de menor movimento e menor utilização. Para tanto, recomendamos esclarecer aos usuários sobre os benefícios e objetivos a serem atingidos.

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Em caso de botoeiras com dois botões, acione apenas o botão do sentido desejado, evitan- do paradas desnecessárias.

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Utilize o menor número possível de elevadores fora do horário de maior movimento.

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Situe as áreas de atendimento ao público no andar térreo, evitando o uso de elevadores.

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Identifique com clareza as diversas seções, explicitando suas atividades, para evitar trans- portes desnecessários.

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Implante medidas de conscientização dos usuários mediante cartazes explicativos, inclusi- ve sugerindo que é mais prático utilizar a escada para chegar a andares próximos.

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Analise a possibilidade de instalar controladores de tráfego para evitar que uma mesma chamada desloque mais de um elevador.

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Analise a possibilidade da instalação de sistemas mais eficientes para o acionamento dos elevadores, consultando os fabricantes ou firmas especializadas.

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Existem comandos eletrônicos que ligam a iluminação e a ventilação da cabina apenas quando os elevadores estiverem sendo utilizados, promovendo uma economia de energia.

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Elevadores mais modernos podem ser programados para retornar ao térreo quando ficam parados por mais de 60 segundos. Essa função pode ser desabilitada no sentido de economizar energia.

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O uso de quadro de comandos computadorizados, em substituição aos antigos quadros eletromecânicos, reduz o consumo de energia, facilita a manutenção e elimina paralisações constantes.

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Em sistemas antigos com excitatriz girante (gerador de corrente contínua – CC), fazer uma revitalização (retrofit) com a troca para um sistema com excitatriz estática, eliminando o desperdício do motor de corrente alternada (CA) que fica permanentemente ligado, girando o gerador de CC.

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