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A etapa subsequente foi a formatação do corpus de pesquisa mediante o aprofundamento na leitura do material coletado, onde foram determinados os recortes da pesquisa, as unidades de significado, a forma de categorização, a compreensão, e os conceitos teóricos gerais que prestaram orientação para a análise dos dados (ALMEIDA; PAIVA JÚNIOR, 2012), dialogando com o estado da arte da temática e as pesquisas recentes sobre o assunto, de forma a verificar a sua aderência a literatura já existente, e os achados da pesquisa. A partir desse ponto, classificamos as informações de acordo com as dimensões relativas à competência do relacionamento.

As entrevistas realizadas foram transcritas com o auxílio de software específico, – aplicativo Express Scribe, – e comparado com o áudio original pelo pesquisador. A partir das transcrições e leituras realizadas, foi utilizado o aplicativo Nvivo para analisar os dados qualitativos, como citações e referências, e a criação de um mapa de codificação de significados a partir do referencial teórico.

A pesquisa qualitativa possui caráter essencialmente interpretativo devido a sua reflexão crítica a partir de um saber acumulado. Desta forma, a subjetividade do pesquisador está presente em todo o desenvolvimento da pesquisa (PAIVA JÚNIOR et al, 2011). No entanto, os critérios interpretativos não devem ser implícitos ou subentendidos, no intuito de evitar vieses pessoais, interpretações equivocadas, e salvaguardar a confiabilidade da pesquisa, onde devem ser levadas em consideração algumas boas práticas.

As boas práticas da pesquisa qualitativa emergem de critérios no que diz respeito à validade e confiabilidade das informações, considerando atributos de qualidade, representatividade e fidedignidade (BAUER, 2003; GASKELL, 2003). Desta forma, compreende-se que validade seja o grau de confiança com que se podem tirar conclusões corretas de uma análise e como confiabilidade, o grau de consistência com

que determinado procedimento de pesquisa irá avaliar um fenômeno da mesma maneira em diferentes momentos (BAUER, 2003; GASKELL, 2003).

Compreende-se que a validade da pesquisa deve ser promovida mediante métodos de controle das condições do estudo, e para isso, as etapas de coleta e análise de dados devem ser o mais padronizado possível (FLICK, 2009). Assim, no presente estudo, a interpretação dos dados deverá passar por um processo de idas e vindas dialógicas e interpretativas com apoio do orientador no papel de auditoria, com o objetivo de minimizar os vieses interpretativos cometidos pelo pesquisador durante o processo analítico dos dados (PAIVA JÚNIOR et al, 2010). Por este motivo, as entrevistas realizadas serão gravadas e transcritas com a anuência dos entrevistados. Esta validação refere-se tanto ao conteúdo das transcrições quanto aos procedimentos utilizados, possibilitando o detalhamento das evidências verificadas na pesquisa (FLICK, 2004).

Os indicadores de confiabilidade devem demonstrar que os resultados da investigação retratam a realidade além da percepção do pesquisador. Eles são o resultado de um encontro empírico com o mundo, determinado pelo tempo e pelo espaço, e organizado pelo pesquisador de maneira transparente (BAUER, 2003; GASKELL, 2003).

O exercício de análise crítica e reflexiva deverá ser ponto constante e permear toda a realização do processo de pesquisa, de modo a ser possível descrever os passos que o pesquisador adotou para coleta dos dados em campo, e como forma de verificar a precisão e credibilidade dos seus resultados (CRESWELL, 2007). Assim, baseados em Creswell (2002), e Alvesson; Skoldberg (2004), será utilizada a reflexividade como critério de confiabilidade no que concerne aos desdobramentos pré e pós factos, por compreender que o sujeito pesquisado não é estático no processo, ao contrário, ele interfere na percepção, ao dar um significado ao universo pesquisado (ALMEIDA; PAIVA JÚNIOR, 2012).

A respeito da técnica analítica a ser utilizada no presente estudo, será adotada a análise de conteúdo, a partir da compreensão semântica do texto (BAUER; GASKELL, 2002), e de conjunto de técnicas de análise que fazem uso de procedimentos

sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, além de se aperfeiçoar constantemente e se aplicar a discursos diversificados (BARDIN, 2009).

Fato que deve ser destacado, é que o pesquisador tem consciência das limitações técnicas da análise de conteúdo, considerando que as informações coletadas estarão sujeitas exclusivamente à interpretação do entrevistado, bem como as informações obtidas passam pela compreensão do pesquisador (CRESWELL, 1998).

5 Análise e Discussão dos Resultados

Os resultados da análise qualitativa realizada serão apresentados adiante, visando subsidiar as informações relevantes para embasar o entendimento de como acontece o relacionamento interpessoal no setor de jogos digitais na Paraíba, de acordo com o proposto na pergunta de pesquisa. De maneira a facilitar o entendimento, será apresentada uma visão geral dos resultados de todas as áreas de competências e, em seguida, uma análise detalhada de cada área especificamente.

Utilizando o aplicativo Nvivo, traçamos um mapa de codificação que ilustra a forma de categorização das habilidades empreendedoras identificadas no estudo, assim como suas variáveis e demais componentes.

Este mapa de codificação foi expresso na forma de quadros, com agrupamentos realizados por unidade de significação em consonância com o referencial teórico.

Importante ressaltar que, como a pesquisa tem natureza qualitativa, a frequência com que determinada variável não foi ponderada, por não traduzir necessariamente a sua importância numérica, mas a sua relevância de acordo com a percepção dos entrevistados. Uma variável pouco mencionada pode se apresentar como o ponto crucial daquele construto teórico, ou seja, o achado da pesquisa.

Como ponto de partida, foi utilizado o esquema teórico proposto por Phan et al (2005), para ilustrar as correlações entre os grupos de análise estudados.

Figura 2 – Competências para a qualidade do relacionamento interpessoal

Fonte: Adaptado de Phan, Styles e Paterson (2005).

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