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Turismo sustentável e cidadania: caminhos para um consumo

3 SUSTENTABILIDADE E TURISMO: CONTRIBUIÇÕES DAS ATIVIDADES

3.4 Turismo sustentável e cidadania: caminhos para um consumo

O turismo é, portanto, um fenômeno que movimenta a economia no mundo. Os mercados buscam reagir rápido a demanda de viagens, porque mudam os produtos e serviços, os desejos e as motivações dos consumidores e suas decisões de compra, os canais de distribuição, a publicidade e o marketing competitivo a todo instante. “Começa a surgir um espaço virtual no qual os consumidores podem

realizar o chamado one stop shopping de produtos turísticos, idealizado pelas empresas aéreas para enfrentarem e rivalizarem com as agências on-line” (BENI,2003, p. 33/34). Há um aumento grande no mercado consumidor e a questão principal é: Será que a natureza dará conta de tanta demanda?

Buarque em um debate promovido pelo Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília – Unb disse:

[...] junte-se a essa cultura que desrespeita a natureza, a mente que anseia vorazmente o consumo, com os braços que produzem descontroladamente e a boca que consome viciadamente: um comportamento social esquizofrênico, uma civilização evidentemente louca, porque comemora e ri de sua autodestruição (2007, p. 44).

Na hipótese de Buarque levanta-se a hipótese de que as pessoas estão cada vez mais envolvidas no consumo, e acabam por não se preocuparem com o que acontece ao meio ambiente e a si mesmas. Para Sempere (2008, p.29)

Durante el siglo XX, y em un período de entre medio siglo y un siglo, há tenido lugar un aumento explosivo de varias dimensiones de la vida social em el mundo: lapoblación,la producción y el consumo. Ha aumentado la renta global y la renta media por habitante. Estos aumentos han venido condicionados por enormes progresos científicos y técnicos,y han cambiado la existencia humana, enriqueciéndola com un suministro más amplio y variado de medios materiales de vida y com uma gama nueva y variadísima de oportunidades vitales, algunas de ellas jamás sonadas por las geraciones anteriores.

Essa euforia consumista, o acesso rápido aos bens materiais, supôs uma transformação nas maneiras de viver, aumentando o tempo livre, maiores oportunidades, comodidade nas comunicações, na capacidade de viajar e outras vantagens. Mas o consumo também possui sua rota negativa e essas transformações até então oportunas, passaram a desencadear uma notável capacidade de destruir e de aumentar as diferenças, como aumento da pobreza e da miséria para muitos e concentração de riquezas para poucos.

O turismo como eixo central deste debate deve, pois, ser visto como personagem relevante que passou a adquirir as articulações voltadas para as multidimensões de consumo em um período de transformação do planeta, tanto nas paisagens como na crescente valorização para o mercado de empreendimentos.

O rápido crescimento das atividades turísticas é, hoje, a tendência mundial que mais tem despertado interesses socioeconômicos, pelas perspectivas de retorno que enseja para vários segmentos da produção, circulação, distribuição e consumo de

mercadorias (MACHADO, 1997). Nessa expansão turística, notadamente os problemas se fazem aparecer, o que vem a reforçar a convicção de que faltam projetos com metas diretamente vinculadas aos interesses locais e que, de fato, possibilite um desenvolvimento integral dos cidadãos, respeitando-se suas tradições e potencialidades de seus espaços ecologicamente vitais.

O planejamento turístico, por essa ótica, tem como premissa levantar todos os impactos da atividade turística na população receptiva vista como sujeito, isto é

analisar transdisciplinariamente a comunidade impactada, perpassando pelas ciências humanas, sociais e naturais, repensando estratégias de um novo estilo de desenvolvimento no contexto da demanda social – regulando os padrões de consumo e os estilos de vida – e da oferta de bens e serviços – ordenando um conjunto de funções produtivas. (SAMPAIO, 2004, p.20/21) Para que as atividades relativas ao ócio, como viagens, passeios e o lazer em geral, colaborem o menos possível com os impactos negativos é importante que as pessoas ligadas a esse setor trabalhem com concepção de consumo consciente, ou consumo prudente.

Cada tarefa tem um custo no esforço que limita a capacidade para desenvolver outras atividades. O tempo é um limite absoluto para o consumo e para o conjunto de atividades humanas. O ser humano é convidado a consumir o tempo todo e essas propostas se relacionam com o tempo de duas maneiras:

[...] obliga a alargar la jornada laboral (...) para disponer de más dinero para comprar más cosas. (...) El sujeto humano se ve solicitado por un número creciente de objetos y sometido a uma presión para hacer más cosas y consumir más objetos em el mismo tiempo, para ahorrar tiempo también em el consumo” (Sempere, 2008, p.46).

Compreende-se que quanto menos tempo se tem, mais as pessoas são aliciadas a consumir, mesmo que adquira um objeto que não tenha depois, importância alguma para sua sobrevivência.

Nesses casos, o turismo de consumo, voltado para saciar desejos e vontades, também é um causador do desequilíbrio do meio ambiente como um todo. Por isso a importância de ações políticas e técnicas organizacionais que dirijam ações éticas sob as perspectivas econômica-social-ambiental. Sachs (1993) afirma que uma participação genuína da sociedade civil deve ser medida pelo poder de iniciativa conquistado pela comunidade; pelo espaço para experiências reais locais; pelo

ajuste nas relações da sociedade civil com os diferentes níveis de governo e as forças de mercado; pelos mecanismos de gerenciamento dos conflitos e a natureza do processo de planejamento dessas ações políticas e técnicas.

Proteger a diversidade biológica e melhorar a condição humana através de uma legislação rigorosa é mudar os valores fundamentais de nossa sociedade. Se isso ocorrer, as consequências naturais seriam a redução do consumo de recursos e um crescimento limitado da população. Muitas culturas têm coexistido com sucesso com seu ambiente há milhares de anos, devido à ética social que encoraja a responsabilidade pessoal e o uso eficiente de recursos (Primack e Rodrigues, 2002).

O valor da biodiversidade e dos recursos naturais é difícil de mensurar, sendo um assunto complexo devido a variedade de fatores éticos e econômicos. Os sistemas de valores da maioria das religiões, filosofias e culturas fornecem justificativas para se preservar as espécies e são prontamente entendidas pelas pessoas. As espécies possuem um valor em si mesmas, não relacionado às necessidades humanas, cabendo aos humanos implementar/programar as mudanças necessárias através do ativismo político e comprometimento com as mudanças de estilo de vida de cada um.

A revisão de conceitos exigirá que governos e comunidades em todo o mundo percebam que a diversidade biológica possui um valor extremo, essencial para a existência humana, mas essa mudança ocorrerá somente se as pessoas sentirem que estão perdendo algo de valor ao continuar com esse estilo de vida predatório.

O primeiro passo correlacionado ao nosso empenho para construir comunidades sustentáveis deve ser entender os princípios de organização evolutiva dos ecossistemas na sustentação da teia da vida (CAPRA, 2002). Nas próximas décadas a sobrevivência da humanidade dependerá de nossa alfabetização ecológica - nossa habilidade para entender os princípios básicos da ecologia e viver de acordo com sua observação. Isto significa que a eco - alfabetização deve se tornar uma qualificação indispensável para políticos, líderes empresariais e profissionais em todas as esferas, e deverá ser a parte mais importante da escolaridade, em todos os níveis – desde a escola primária até a escola secundária, faculdades e universidades e na educação continua e no treinamento de profissionais.

Há que se buscar no desenvolvimento do turismo, que o consumo dos recursos naturais, das culturas das histórias, seja com menor impacto, ou com impacto

controlado desse processo sobre o meio, procurando atenuar ao máximo os consequentes prejuízos e calculando a capacidade de absorção do ambiente e dos residentes, evitando o irremediável comprometimento. Porque toda e qualquer transformação na natureza, vai comprometer não só a qualidade de vida num futuro próximo, como também no caso do turismo, comprometer a matéria-prima dessa exploração.

No meio empresarial, são ainda minoritárias as práticas voltadas à exploração sustentável dos recursos e dos potenciais dos principais biomas brasileiros vítimas de desmatamento generalizado. Roland Widmer representante brasileiro da articulação internacional Bank Track (ABRAMOVAY, 2010), resume o problema com o exemplo da Amazônia:

A Amazônia compete no mundo por suas commodities e não por aquilo que lhe é único. Isso parece absurdo. É como se você vendesse as chuteiras da seleção brasileira, sem ver que o principal valor da seleção reside na competência individual dos jogadores, em sua interação orquestrada com a equipe.

Abramovay (2010) nos informa que as formas convencionais de uso dos recursos (a devastação e a exploração extensiva que, no caso da pecuária se exprime no contingente de uma cabeça de gado por hectare na região ou a extração predatória de madeira) trazem ainda benefícios privados significativos, apesar de suas tecnologias rudimentares e sua pouca produtividade. Com isso, limitações nestas formas de uso aparecem aos olhos de parte expressiva do empresariado como expressões burocráticas de interesses contrários ao desenvolvimento regional.

O elemento mais importante em uma estratégia de desenvolvimento sustentável em qualquer Bioma está na aplicação sistemática da ciência e da tecnologia para o uso e a exploração sustentável de sua biodiversidade (ABRAMOVAY, 2010), o que supõe atividades empresariais e políticas públicas bem diferentes das que predominam nos dias de hoje. O documento da Academia Brasileira de Ciências afirma (citando como exemplo novamente a Amazônia):

O patrimônio natural Amazônico e os serviços ambientais por ele prestados devem ser vistos como base para uma verdadeira revolução da fronteira da ciência, que deverá prover a harmonia entre o desenvolvimento regional e a conservação ambiental. A utilização racional dos vastos recursos naturais da Amazônia deve ser incorporada definitivamente às estratégias de desenvolvimento nacional.

Até a década de mil novecentos e setenta, o turismo foi considerado como uma indústria em que não lhe eram imputados impactos negativos, do ponto de vista cultural, social ou ambiental. Anos mais tarde a realidade alterou-se e apareceram as primeiras vozes denunciantes dos efeitos negativos do turismo. Contudo, muitas regiões têm apostado fortemente na atividade turística como o principal motor para se desenvolverem (FAULKNER e TIDESWELL, 1997).

Assim como o conceito de desenvolvimento sustentável, também o conceito de turismo sustentável carece de consenso. O desenvolvimento sustentável do turismo é um meio para diminuir as assimetrias regionais existentes entre os países e no interior desses mesmos, na medida em que este vai de encontro às necessidades das regiões turísticas, já que protege e aumenta as oportunidades de desenvolvimento dessas regiões. Por outro lado, e segundo a Organização Mundial do Turismo, as diretrizes para o Desenvolvimento Sustentável do Turismo e as práticas de gestão aplicam-se a todas as formas de turismo.

É de concordância no mundo todo que, para promover um desenvolvimento sustentável no turismo, deve-se primeiro firmar a atividade turística em quatro pilares fundamentais (MACHADO, 1997):

- Sustentabilidade Ambiental: Através da limitação dos ambientes prejudicados, aumentando os recursos naturais através do desenvolvimento e proteção ambiental, o que equilibraria a atividade humana.

- Sustentabilidade Econômica: tendo presentes todas as interdependências da cadeia produtiva, deve-se promover uma melhor utilização dos recursos e uma gestão mais eficiente;

- Sustentabilidade Social: Deve-se atender à comunidade receptora, ao patrimônio histórico-cultural e à sua interação com os visitantes, de forma a aumentar a autoestima e o padrão de vida das comunidades locais, respeitando as suas tradições culturais;

- Sustentabilidade Política: Organizar estratégias que possibilitem coordenar todas as iniciativas, de âmbito nacional e local, de forma a permitir a redução/anulação das assimetrias regionais e que favoreça o desenvolvimento sustentável do país como um todo.

As soluções para um consumo consciente do turismo, visando aplicar esses conceitos na prática de atividades turísticas que valorizem o cidadão, buscam identificar as condições sob as quais os sujeitos do desenvolvimento restringem

voluntariamente o uso dos bens públicos, sem coações ou obrigações externas, controlando seus ímpetos desenvolvimentistas (RUSCHMANN, 1997). Essas soluções envolvem valores sociais tais como o altruísmo, a confiança, a consciência, as normas coletivas, a responsabilidade social, a informação e a comunicação.

A chave para a mudança comportamental dos agentes reside na disseminação de novos conhecimentos e ideias através da educação. Esta porém apresenta dificuldades porque o turismo envolve diferentes setores, empresas, organizações e indivíduos, que oferecem inúmeras atrações tangíveis e intangíveis.

Dessa forma, o estabelecimento de um modelo sustentável do turismo, com vistas a inclusão dos cidadãos em todos os âmbitos de implantação desenvolvimento e revisão das atividades, apresenta-se como uma forma preventiva ideal para a proteção dos meios visitados, conservando a natureza, oferecendo conforto e satisfação ao turista, sem agredir a originalidade das comunidades receptoras e promotoras do turismo.

Em vista disso, Ruschmann lembra que para tanto “será preciso adotar um planejamento integrado, sistemático e adequado à complexidade dos ambientes designados para o desenvolvimento turístico e às tendências, tanto do mercado produtor do turismo como os dos consumidores – os turistas” (1997, p.54).

Fica claro que o turismo é uma atividade importante na atualidade, ela ultrapassa fronteiras, apresenta para as pessoas lugares do mundo todo, proporciona lazer, aventura, negócios, cultura e vivências. Contudo é necessário que seja planejada conjuntamente entre todos os envolvidos, para que não se torne somente uma indústria do consumo, responsável pela ampliação da degradação ambiental, aumento das disparidades sociais e confronto dentre culturas.

O desenvolvimento do turismo pautado no tripé apresentado por Sachs: economia, ambiente e sociedade, visa a valorização das comunidades locais, o respeito entre os indivíduos, o cuidado responsável pela natureza e a melhoria financeira dessas localidades, numa soma de atribuições onde o planejamento prévio é importante como também as avaliações periódicas das modalidades, para encontrar os conflitos, tentando dissolvê-los antes que prejudique os sujeitos dessa nova empreitada, o turismo sustentável.

Por fim nota-se a importância do estudo do turismo, observando suas nuances que perpassam tanto pela prática consumista com seus aspectos negativos dentro do paradoxo do consumo exagerado, da expansão sem limites e do uso

irresponsável da natureza como um todo, como numa proposta nova de desenvolvimento baseado na sustentabilidade social, econômica e ambiental, promovendo ações que articulem um consumo consciente e prudente, fortalecendo o elo entre turistas e residentes, onde ambos possam participar de projetos e organizações de políticas públicas promovendo a utilização das estruturas de forma responsável, saudável e que colaborem com a preservação ambiental, com a garantia de acesso aos diversos ambientes, mantendo o fortalecimento da economia e preocupando-se com o cuidado dos recursos naturais para as gerações atuais e futuras.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo do turismo é, hoje, relevante processo acadêmico, porque busca uma nova compreensão do lazer e das viagens nesse contexto de mundo pós-moderno. Muitos foram os problemas apontados nesse trabalho em função do desenvolvimento do turismo ter amadurecido pela lógica econômica, o que de alguma maneira propiciou sua expansão dentro do mundo globalizado, ganhando status de indústria sem chaminés, o que é criticado por muitos autores pois passa a falsa ideia de que não causaria danos ao meio ambiente.

Os impactos causados pelo desenvolvimento do turismo, são objeto de investigação porque, embora esse fenômeno contribua com o progresso urbano, também alimenta críticas pelos seus impactos ao meio ambiente e ao aumento das desigualdades sociais, provocadas pela aproximação das culturas dentro do estreitamento das fronteiras, propiciadas pela globalização.

Foram, também, destacados os questionamentos quanto às mudanças que o turismo poderia passar para estar ao alcance dos cidadãos como garantia dos seus direitos ao lazer, ao desenvolvimento econômico, melhor qualidade de vida e na manutenção de áreas ambientais. Observou-se que as respostas à essas questões estão, de alguma forma, atreladas as mudanças no paradigma do desenvolvimento, perpassando por uma transformação nas práticas de vivência.

Mesmo com a conceitualização do turismo ter por muito tempo compreendido fatores somente externos tais como o movimento de divisas, a renda, e o deslocamento de núcleos distintos das sociedades, enriquecendo a dinâmica dos transportes e das comunicações, observou-se que seus impactos eram fortes e marcantes para passarem despercebidos. Essas consequências levantaram hipóteses concretas sobre o significado e os reais efeitos da globalização para o turismo e dele para as sociedades e comunidades, incluindo aí o ambiente em sua totalidade.

Com o desenvolvimento focado na comercialização de produtos tangíveis e intangíveis, típicos do lazer e das viagens, provocou em diversos pontos do planeta preocupações quanto ao enfraquecimento da cidadania frente às formas tradicionais de promoção do turismo, que focava a expansão, sem considerar o planejamento e o estudo de impactos sociais, ambientais, econômicos e culturais nas populações envolvidas.

Assim, buscou-se levantar quais seriam os impactos das atividades turísticas, dentro da perspectiva de consumo e do progresso urbano, apoiando paralelamente, propostas para uma nova visão do turismo, considerando a humanização das viagens, de um novo ser humano, e na sustentabilidade com vistas à efetivação da cidadania.

Há uma crescente exigência para uma transformação na postura dos cidadãos quanto à preservação do patrimônio, seja ele material ou imaterial, visando atitudes éticas e de respeito aos limites que cada produto turístico possui em relação à sua utilização. Dessa forma estaria o turismo contribuindo para a cidadania exigindo estudo e análise das atividades, devido a sua complexidade, considerando os impactos das ações humanas, principalmente no que se refere a comercialização e o consumo de produtos.

Na perspectiva da sustentabilidade o turismo sustentável parece ser a prática contemporânea com melhor perspectiva de mudança frente consumo que gera degradação ambiental e aumento das desigualdades sociais. O desenvolvimento do turismo pautado nas dimensões apresentadas por Sachs: econômica, ambiental e social, visa a valorização das comunidades locais, o respeito entre os indivíduos, o cuidado responsável pela natureza e a melhoria financeira dessas localidades.

Observou-se durante a pesquisa bibliográfica que as dimensões da sustentabilidade são ferramentas importantes no planejamento do turismo, pois elas fortalecem o progresso econômico em conjunto com a melhoria social e na preservação dos recursos naturais.

Ocorre que o modelo de desenvolvimento de Ignacy Sachs, pode ser visualizado concretamente em bairros como os descritos nesse estudo. Chueca e Lavapiés em Madrid, capital da Espanha, apostam na associação do desejo, da organização e do planejamento com a implantação de ações sustentáveis. A organização levou algumas décadas, mas que pode ser considerada referência de compartilhamento de responsabilidades que tiveram origem na comunidade local e na manifestação pública do desejo de revitalização, preservação e manutenção das culturas.

Dessa maneira somam-se às responsabilidades e atribuições o planejamento prévio e as avaliações periódicas das modalidades, para encontrar os conflitos, tentando dissolvê-los antes que prejudiquem os sujeitos dessa nova empreitada, o turismo sustentável.

caminho a ser percorrido pela grande maioria dos países e das comunidades que desejam investir no turismo, é incerto, e dependerá das tendências futuras em desconstruir paradigmas fortalecidos no consumo e na visão comercial do turismo a proposta de desenvolvimento sustentável.

Turismo e sustentabilidade, pensados dentro das dimensões econômicas, sociais e ambientais, trazem reflexão objetiva para o turismo. Coloca o lazer, as viagens e toda a estrutura necessária para receber o turista, como garantia de espaços de cidadania, porque amplia a qualidade de vida, aumentando as oportunidades de progresso e diminuição dos impactos ambientais.

A promoção de ações que articulem um consumo consciente, focando as dimensões da sustentabilidade e tendo o turista e o residente papel de sujeitos responsáveis pela estruturação, execução e fiscalização dos projetos e da organização de políticas públicas em lazer e viagens pode, em breve, fortalecer o turismo, garantindo o acesso democrático dos cidadãos aos diversos ambientes, mantendo a economia fortalecida e a natureza preservada para as gerações atuais e futuras.

REFERÊNCIAS

ABRAMOVAY, Ricardo. Desenvolvimento Sustentável: Qual a estratégia para o Brasil? Novos Estudos v 87, julho de 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/nec/n87/a06n87.pdf>. Acesso: 12 de outubro de 2011. ALIER, Juan Martínez. Curso de Economia Ecológica. Programa de las Naciones Unidas para el Medio Ambiente: Oficina Regional para América Latina y el Caribe. México, DF: Serie Textos Básicos para la Formación Ambiental,Nº 1, 1998.

ALVES, Júlia Falivene. Metrópoles, cidadania e qualidade de vida. - São Paulo: Moderna,1992.

ALONSO, Mariano José Vázquez. Historias dela historia de Madrid. Barcelona: