• Nenhum resultado encontrado

TURMA NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

No documento EXEMPLAR DE ASSINANTE DA IMPRENSA NACIONAL (páginas 165-200)

ACORDÃOS(*)

PROCESSO: 0001260-08.2010.4.03.6317

ORIGEM: SP - SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SÃO PAULO REQUERENTE: FERNANDO BARBOSA PINTO PROC./ADV.: FABIULA CHERICONI

OAB: SP-189561 REQUERIDO(A): INSS

PROC./ADV.: PROCURADORIA-GERAL FEDERAL ASSUNTO: Auxílio-Doença Previdenciário - Benefícios em Espécie - Direito Previdenciário

RELATOR(A): JUIZ(A) FEDERAL ANDRÉ CARVALHO MONTEIRO

E M E N TA

PREVIDENCIÁRIO. ARTIGO 29, § 5º, DA LEI Nº 8.213, DE 1991. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ PRECEDIDA DE AUXÍLIO-DOENÇA. JURISPRUDÊNCIA PACIFICADA. CALCU- LO DA RENDA MENSAL INICIAL. ART. 29, § 5º. DA LEI 8.213/91. PERIODO NÃO INTERCALADO. INEXISTÊNCIA DE SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO NO PERÍODO DE GOZO DO AUXÍLIO-DOENÇA. APLICAÇÃO DOS ARTIGOS 28, § 9º DA LEI Nº. 8.212/91 E 36, § 7º DO DECRETO Nº. 3.048/1999. PA- CIFICAÇÃO DA CONTROVÉRSIA NAS INSTÂNCIAS SUPERIO- RES. ACÓRDÃO RECORRIDO EM CONFORMIDADE COM JU- RISPRUDÊNCIA DA TURMA NACIONAL DE UNIFORMIZA- ÇÃO. QUESTÃO DE ORDEM 13. INCIDENTE NÃO CONHE- CIDO.

1. O requerente interpôs pedido de uniformização de ju- risprudência em face de acórdão proferido pela Turma Recursal da Seção Judiciária Federal de São Paulo, que confirmou sentença de improcedência, entendendo aplicável a norma do art. 36, § 7º do Decreto n. 3.048/99 no cálculo das RMI de aposentadoria por in- validez precedida de auxílio doença, e que o artigo 29, §5º, da Lei nº 8.213/91 somente alcança situações de utilização de salário-de-be- nefício de benefício por incapacidade intercalado com períodos de atividade remunerada.

2. Suscitou divergência com jurisprudência da Turma Re- cursal de Santa Catarina (Súmula nº 09), STJ (Resp n. 253.844/SP), Tribunal Federal de Recursos (Súmula 171) e dessa TNU (PEDILEF 2007.51.51.00.5368-7/RJ, Relatora Juíza Federal Maria Divina Vi- tória, 21.11.2008).

3. Em relação aos paradigmas de Tribunal Federal de Re- cursos, a divergência que enseja a uniformização por esta Corte é apenas entre decisões de Turmas de diferentes regiões ou da proferida em contrariedade a súmula ou jurisprudência dominante do STJ. A alegação de divergência com julgado de Tribunal Federal de Recurso não constitui hipótese de cabimento do incidente previsto no artigo 14, parágrafo 2º da Lei 10.259/2001.

4. A controvérsia cinge-se em torno das normas do § 5º do art. 29 da Lei nº 8.213/91, com redação alterada pela Lei nº 9.876, de 26/11/1999, e do § 7º do art. 36 do Decreto nº 3.048/99. Pretende-se com o presente incidente que seja constituída uma nova RMI com base no artigo 29, § 5º da Lei nº 8.213/91, mediante a obtenção de novo salário de benefício quando da conversão, eis que sustenta que o Instituto-Recorrente na época da mesma, limitou-se apenas alterar o coeficiente da RMI de 91% para 100%.

5. Essa Turma Nacional de Uniformização, no PEDILEF 200663020098736, relatora Juíza Federal Marisa Cláudia Gonçalves Cucio, DOU 18.10.2013, pacificou entendimento de que o § 5º do art. 29 da Lei nº 8.213/1991 é aplicável somente às situações em que a aposentadoria por invalidez seja precedida do recebimento de auxílio- doença durante período de afastamento intercalado com atividade laborativa:

AGRAVO REGIMENTAL. INCIDENTE DE UNIFORMI- ZAÇÃO INTERPOSTO PELA PARTE AUTORA. AGRAVO DA DECISÃO MONOCRÁTICA QUE CONHECEU E PROVEU O PE- DIDO DE UNIFORMIZAÇÃO. JULGAMENTO SOBRESTADO PARA APRECIAÇÃO DA MATÉRIA PELO STJ EM REGIME DE REPERCUSSÃO GERAL. JURISPRUDÊNCIA PACIFICADA. CALCULO DA RENDA MENSAL INICIAL. ART. 29, § 5º. DA LEI 8.213/91. PERIODO NÃO INTERCALADO. INEXISTÊNCIA DE SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO NO PERÍODO DE GOZO DO AUXÍLIO-DOENÇA. APLICAÇÃO DOS ARTIGOS 28, § 9º DA LEI Nº. 8.212/91 E 36, § 7º DO DECRETO Nº. 3.048/1999. PA- CIFICAÇÃO DA CONTROVÉRSIA NAS INSTÂNCIAS SUPERIO- RES. AGRAVO CONHECIDO E PROVIDO PARA REVOGAR A DECISÃO MONOCRÁTICA E NEGAR PROVIMENTO AO RE- CURSO DA PARTE AUTORA. 1. Ação proposta em face do INSS com pedido de revisão da renda mensal inicial, com aplicação do art. 29, § 5º da Lei 8.212/91, uma vez que o benefício de aposentadoria por invalidez da qual a parte autora é titular foi precedida de re- cebimento de auxílio-doença. 2. Ação julgada improcedente, com confirmação do resultado pela Turma Recursal de origem, com fun- damento no artigo 46 da Lei 9099/95. 3. Incidente de Uniformização de Jurisprudência, interposto pela parte autora, conhecido e provido pelo relator, por decisão monocrática proferida nos termos do art. 8º, X, da Resolução 22 de 04/09/2008. 4. Agravo Regimental interposto pelo INSS nos termos do art. 34 do Regimento Interno desta Corte. 5. Agravo recebido, com o julgamento do mérito sobrestado. 6. Em face do julgamento da matéria pelo STJ e pelo STF, retoma-se o jul- gamento do Agravo Regimental. 7. Segundo jurisprudência reiterada do Superior Tribunal de Justiça, a contagem do período de gozo de benefício por incapacidade como tempo de contribuição só é ad- missível se intercalado com períodos de efetiva contribuição, a teor do artigo 55, inciso II da Lei nº. 8.213/91, uma vez que o art. 28, § 9º, alínea "a" da Lei nº. 8.212/91 (Plano de Custeio da Previdência

COMERCIALIZAÇÃO PROIBIDA POR TERCEIROS

Este documento pode ser verificado no endereço eletrônico http://www.in.gov.br/autenticidade.html , Documento assinado digitalmente conforme MP no-2.200-2 de 24/08/2001, que institui a

Social) veda a utilização de benefício como sucedâneo de salário-de- contribuição, para fins de cálculo da Renda Mensal Inicial (AgRg no REsp 1100488/RS, Rel. Min. Jane Silva, Sexta Turma, DJe 16.2.2009; AgRg no Ag 1076508/RS, Rel. Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 6.4.2009 e AgRg no REsp 1132233/RS, Rel. Min. Gilson Dipp, Quinta Turma, DJe 21.2.2011). 8. No mesmo sentido se posicionou o Plenário do Supremo Tribunal Federal que, em 21.09.2011, acolheu por unanimidade a tese defendida pelo Instituto Nacional do Seguro Social, decidindo que o § 5º do art. 29 da Lei nº 8.213/1991 é aplicável somente às situações em que a aposentadoria por invalidez seja precedida do recebimento de auxílio-doença du- rante período de afastamento intercalado com atividade laborativa, em que há recolhimento da contribuição previdenciária (RE nº 583.834 - RJ - Relator Min. Ayres Brito, j. em 21.09.2011 - Tribunal Pleno - DATA DE PUBLICAÇÃO DJE 14/02/2012 - ATA Nº 10/2012. DJE nº 32, divulgado em 13/02/2012). 9. Diante da pacificação da matéria, o Agravo Regimental merece ser acolhido para reconhecer que o Acórdão recorrido está em consonância com o entendimento paci- ficado nas instâncias superiores, após a interposição do Pedido de Uniformização. 10. Incidente conhecido e não provido.

6. Aplicação da Questão de Ordem nº 13 TNU: Não cabe Pedido de Uniformização, quando a jurisprudência da Turma Na- cional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais se firmou no mesmo sentido do acórdão recorrido.(Aprovada na 2ª Sessão Ordinária da Turma Nacional de Uniformização, do dia 14.03.2005).

7. Incidente não conhecido.

ACÓRDÃO

Acordam os membros da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais em não conhecer o incidente de uniformização, nos termos do voto-ementa do relator.

Brasília/DF, 04 de junho de 2014.

ANDRÉ CARVALHO MONTEIRO

Juiz Federal Relator

(*) Republicado por ter saído no DOU de 7-7-2014, Seção 1, pág. 51, com incorreção no original.

PROCESSO: 5019085-12.2013.4.04.7200

ORIGEM: SC - SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SANTA CA- TA R I N A

REQUERENTE: INSS

PROC./ADV.: PROCURADORIA-GERAL FEDERAL REQUERIDO(A): JUÍZO FEDERAL DA VARA JEF CÍ- VEL E PREVIDENCIÁRIO DE ITAJAÍ

PROC./ADV.: PROCURADORIA-GERAL FEDERAL ASSUNTO: Requisição de Pequeno Valor - Liquida- ção/Cumprimento/Execução - Direito Processual Civil e do Traba- lho

RELATOR(A): JUIZ(A) FEDERAL ANDRÉ CARVALHO MONTEIRO

E M E N TA

PREVIDENCIÁRIO. ATRASO DA OBRIGAÇÃO DE FA- ZER.. MULTA - ASTREINTE. ART. 461, §6º, DO CPC. POSSI- BILIDADE DE REVISÃO. HIPÓTESES EXCEPCIONAIS. NÃO COMPROVAÇÃO DE VALOR DESPROPORCIONAL. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA E JURÍDICA. NÃO CONHECIMEN- TO .

1. O requerente interpôs pedido de uniformização de ju- risprudência em face de acórdão proferido pela Turma Recursal da Seção Judiciária Federal do Estado de Santa Catarina, que denegou a segurança do mandado de segurança interposto visando o cance- lamento das astreintes (art. 461, §§ 4º e 5º do CPC) cominada pelo atraso da obrigação de fazer, ou, alternativamente, à redução do seu valor, por ser exorbitante o seu total.

2. Suscitou divergência com jurisprudência do STJ (AA- RESP 1234990, rel. Min. Herman Benjamin, 2ªT, DJE 12/9/2011) que reconheceu a possibilidade de revisão da astreinte, ratificando ser essa a jurisprudência dominante daquela Corte Superior: Realmente, é inquestionável a decisão recorrida no que diz respeito à possibilidade de revisão de multa cominatória por decisão fundamentada quando ela se torna insuficiente, excessiva, ou desnecessária, à luz do art. 461, §6º, do CPC. É vasta a jurisprudência nesse sentido (cfr. REsp 1085633/PR, Terceira Turma, Relator Ministro Massami Uyeda, DJe 17/12/2010; AgRg no Ag 959037/RJ, Quinta Turma, Relator Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, DJe 21/6/2010; REsp 1060293/RS, Ter- ceira Turma, Relatora Ministra Nancy Andrighi, DJe 18/3/2010; REsp 1081772/SE, Terceira Turma, Relator Ministro Massami Uyeda DJe 28/10/2009; REsp 776922/SP, Segunda Turma, Relatora Ministra Eliana Calmon, DJ 13/4/2007).

3. A parte autora indicou também como paradigma de di- vergência acórdãos proferidos por turmas dos Tribunais Regionais Federais da 4ª e 5ª. Regiões, as quais inviabilizam o incidente pre- visto no artigo 14, parágrafo 2º da Lei 10.259/2001.

4. Em que pese a possibilidade de revisão ratificada pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, entendo que o caso apresentado no acórdão recorrido guarda particularidade não ventilada no acórdão paradigma, qual seja, a não comprovação de multa ex- cessiva. O acórdão paradigma reduziu o valor da multa compro- vadamente excessiva de R$ 4.000.000,00 para o valor da causa R$ 500.000,00. O acórdão recorrido trata de uma multa (R$ 2.256,16) já inferior ao valor da causa (R$2.553,18).

5. Não havendo similitude entre a matéria decidida nos ares- tos indicados como paradigma e a matéria alegada no pedido de uniformização, não há divergência a uniformizar. Questão de Ordem nº 22 ("É possível o não-conhecimento do pedido de uniformização

por decisão monocrática quando o acórdão recorrido não guarda si- militude fática e jurídica com o acórdão paradigma").

6. Incidente não conhecido.

ACÓRDÃO

Acordam os membros da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais em não conhecer o incidente de uniformização, nos termos do voto-ementa do relator.

Brasília/DF, 04 de junho de 2014.

ANDRÉ CARVALHO MONTEIRO

Juiz Federal Relator

(*) Republicado por ter saído no DOU de 20-6-2014, Seção 1, pág. 226, com incorreção no original.

PROCESSO: 2010.72.56.002343-1

ORIGEM: SC - SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SANTA CA- TA R I N A

REQUERENTE: JAIR PHILIPPI FILHO PROC./ADV.: OLIVÉRIO JOSÉ DE LIMA OAB: SC-2203

PROC./ADV.: ALON FABRE DE LIMA OAB: SC-15799

REQUERIDO(A): FAZENDA NACIONAL

PROC./ADV.: PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

RELATOR(A): JUIZ(A) FEDERAL PAULO ERNANE MO- REIRA BARROS

E M E N TA

INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO SUSCITADO PELA PARTE AUTORA. TRIBUTÁRIO. SALÁRIO EDUCAÇÃO. SUJEI- ÇÃO PASSIVA DO EMPREGADOR RURAL PESSOA FÍSICA. INEXIGIBILIDADE. PRECEDENTES DO STJ. MATÉRIA PACI- FICADA NO ÂMBITO DA TNU. INCIDENTE CONHECIDO E PROVIDO.

1. Trata-se de incidente de uniformização interposto pela parte autora em face de acórdão da Terceira Turma Recursal da Seção Judiciária de Santa Catarina, que manteve a sentença de primeiro grau, concluindo pela exigibilidade da contribuição destinada ao sa- lário educação vertida pelo empregador rural pessoa física, uma vez que se trata de empresa em sentido amplo (empresário individual ou sociedade empresária).

2. Alega, em síntese, que o acórdão recorrido diverge de jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça, no sentido de que o empregador rural pessoa física, desde que não esteja cons- tituído como pessoa jurídica, com registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ, não se enquadra no conceito de empresa para fins de incidência do salário-educação.

3. O Incidente admitido na origem que, com efeito, merece ser conhecido.

5. Dispõe o art. 14, caput e § 2º da Lei nº 10.259/2001 que caberá pedido de uniformização de interpretação de lei federal quando houver divergência entre decisões sobre questões de direito material proferidas por Turmas Recursais na interpretação da lei. O pedido de uniformização nacional, contudo, deve estar escorado em divergência entre decisões de turmas de diferentes regiões ou em contrariedade a súmula, ou jurisprudência dominante do e. Superior Tribunal de Jus- tiça.

6. No caso dos autos, verifico a existência da divergência apontada, tendo em vista que tanto o acórdão vergastado quanto o paradigma cuidam da conceituação de empresa para fins de incidência da contribuição referente ao salário educação nos moldes da Lei 9.494/96, divergindo, entretanto, quanto à possibilidade de se incluir o empregador rural pessoa física em seu rol.

7. A Jurisprudência do e. Superior Tribunal de Justiça - STJ já se encontra pacificada no sentido da inexigibilidade da exação em relação ao produtor rural pessoa física. Nesse sentido é o seguinte aresto, oriundo de julgamento feito pela sistemática dos recursos repetitivos:

Ementa: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. SALÁRIO-EDUCAÇÃO. PRODUTOR RURAL PESSOA FÍSICA. INEXIGIBILIDADE DA EXAÇÃO. 1. A orien- tação das Turmas que integram a Primeira Seção/STJ firmou-se no sentido de que a contribuição para o salário-educação somente é devida pelas empresas em geral e pelas entidades públicas e privadas vinculadas ao Regime Geral da Previdência Social, entendendo-se como tais, para fins de incidência, qualquer firma individual ou so- ciedade que assuma o risco de atividade econômica, urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, conforme estabelece o art. 15 da Lei 9.424/96, c/c o art. 2º do Decreto 6.003/2006. 2. Assim, "a con- tribuição para o salário-educação tem como sujeito passivo as em- presas, assim entendidas as firmas individuais ou sociedades que assumam o risco de atividade econômica, urbana ou rural, com fins lucrativos ou não" (REsp 1.162.307/RJ, 1ª Seção, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 3.12.2010 - recurso submetido à sistemática prevista no art. 543-C do CPC), razão pela qual o produtor rural pessoa física, des- provido de registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), não se enquadra no conceito de empresa (firma individual ou so- ciedade), para fins de incidência da contribuição para o salário edu- cação. Nesse sentido: REsp 711.166/PR, 2ª Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 16.05.2006; REsp 842.781/RS, 1ª Turma, Rel. Min. Denise Arruda, DJ de 10.12.2007. 3. Recurso especial provido. (STJ - 2ª T.; REsp 1242636 / SC; Relator(a) Ministro MAURO CAMP- BELL MARQUES; j. 06/12/2011; Data da Publicação/Fonte: DJe 13/12/2011, RB vol. 579 p. 64) - grifamos.

8. O acórdão recorrido também destoa do entendimento já firmado no âmbito deste Colegiado, in verbis:

TRIBUTÁRIO. SALÁRIO EDUCAÇÃO. PRODUTOR RU- RAL PESSOA FÍSICA. MÃO DE OBRA DE TERCEIROS. INE- XISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA. PROVI- M E N TO .

1. Comprovada a similitude e a divergência entre o acórdão recorrido e os paradigmas do Superior Tribunal de Justiça (RECUR- SO ESPECIAL Nº 842.781 - RS, REL. MIN. DENISE ARRUDA; RECURSO ESPECIAL Nº 711.166 - PR, REL. MIN. ELIANA CAL- MON), tem cabimento o incidente de uniformização.

2. Esta Turma Nacional uniformizou interpretação reconhe- cendo a inexigibilidade do pagamento de salário-educação de pro- dutor rural pessoa física que emprega mão de obra de terceiros (Pe- dido de Uniformização n. 2010.72.56.004167-6, Rel. Juiz Flores da Cunha, julgamento em 17/05/2013). Entendeu essa Turma Nacional que, como a cobrança do salário-educação não está prevista na Lei 8.212/91 - que dispõe sobre a organização da Seguridade Social - e nem se destina à Previdência Social, não há fundamento para utilizar as referidas normas para qualificar o produtor rural pessoa física como contribuinte em relação à obrigação prevista na Lei 9.424/96 - já diversas vezes alterada e destinada ao Fundo Nacional de De- senvolvimento da Educação (FNDE).

3. Ademais, há entendimento pacificado também no Superior Tribunal de Justiça no sentido de que o produtor rural pessoa física, não constituído como pessoa jurídica com registro no Cadastro Na- cional de Pessoa Jurídica não se enquadra no conceito de empresa, sendo inadmitido a incidência de salário educação (REsp 711.166/PR e REsp 842.781/RS). 4. Incidente de Uniformização conhecido e provido para reconhecer a inexigibilidade do salário-educação ao pro- dutor rural pessoa física que emprega mão de obra de terceiros.

9. Sendo assim, a interpretação dada pelo aresto impugnado não se coaduna com a jurisprudência do STJ e deste Colegiado, razão pela qual conheço e dou provimento ao Incidente de Uniformização para julgar procedente a pretensão inicial, reconhecendo a inexi- gibilidade da contribuição denominada salário educação ao empre- gador rural pessoa física, condenando a União e o FNDE a devolver a importância recolhida indevidamente pelo autor a esse título, de- vidamente corrigidas de acordo com o Manual de Cálculos da Justiça Federal. Arbitro a verba honorária em 15% (quinze por cento) do valor da condenação.

ACÓRDÃO

A Turma Nacional de Uniformização conheceu e deu pro- vimento do incidente de uniformização, nos termos do voto do juiz federal relator.

Brasília, 11 de setembro de 2014.

PAULO ERNANE MOREIRA BARROS

Juiz Federal Relator

(*) Republicado por ter saído no DOU de 26-9-2014, Seção 1, pág. 157, com incorreção no original.

PROCESSO: 5006406-53.2013.4.04.7208

ORIGEM: SC - SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SANTA CA- TA R I N A

REQUERENTE: FAZENDA NACIONAL

PROC./ADV.: PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

REQUERIDO(A): WILSON BRAZ PROC./ADV.: LUIZ FERNANDO MOLLÉRI OAB: SC-2174

RELATOR(A): JUIZ(A) FEDERAL BOAVENTURA JOÃO ANDRADE

E M E N TA

TRIBUTÁRIO. IRRF. FÉRIAS DE TRABALHADOR POR- TUÁRIO AVULSO. NATUREZA. MATÉRIA FÁTICA. SÚMULA- TNU Nº 42. NÃO CONHECIMENTO.

1. Objetiva-se neste PEDILEF modificar o acórdão da Turma Regional de Uniformização da Seção Judiciária de Santa Catarina, a qual, por maioria, confirmou o julgado da 1ª Turma Recursal daquela Seção Judiciária, consoante a ementa a seguir:

TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. FÉRIAS DO TRA- BALHADOR AVULSO PORTUÁRIO. CARÁTER INDENIZATÓ- RIO, NÃO INCIDÊNCIA DO IMPOSTO.

1.Não há incidência do imposto de renda sobre as férias e respectivo terço constitucional percebidos por trabalhador avulso por- tuário.

2.Referidas verbas possuem caráter indenizatório, pois os trabalhadores portuários não usufruem seu direito constitucional às férias, uma vez que não estão sujeitos à subordinação hierárquica, sendo inviável, portanto, o indeferimento ao gozo do seu direito.

3.Incidente de Uniformização desprovido. (IUJEF 2007.72.66.001779-0, Turma Regional de Uniformização da 4ª Re- gião, Relatora Luísa Hickel Gamba, D.E. 02/07/2007)

2. Em suas razões a Fazenda Nacional sustenta, em resumo, que os pagamentos demonstrados nos autos expressam natureza sa- larial e não se constituem ou não caracterizam indenização por férias não-gozadas.

Afirma que a avaliação provisória realizada no âmbito da Turma Recursal de origem foi equivocada quanto à admissibilidade deste PEDILEF, porquanto: " antes de se saber se houve ou não a realização de prova, o cerne do recurso reside em se saber se a prova efetivamente produzida tem o valor ou não que o acórdão recorrido diz existir e que a jurisprudência dominante das cortes superiores em verdade dizem que não."

ISSN 1677-7042

EXEMPLAR DE ASSINANTE DA IMPRENSA NACIONAL

Este documento pode ser verificado no endereço eletrônico http://www.in.gov.br/autenticidade.html , Documento assinado digitalmente conforme MP no-2.200-2 de 24/08/2001, que institui a

1

Assim, que a questão em debate assenta-se: "na típica va- loração da prova, porque se refere exclusivamente ao valor jurídico desta, ou seja, se o mero pagamento de férias para os trabalhadores avulsos já lhe atribui por si só natureza indenizatória. Vale dizer, não se trata de discutir se houve pagamento de férias, mas sim de que só pode atribuir natureza indenizatória se ficar demonstrado de que elas foram não-gozadas."

E, que os comprovantes trazidos aos autos correspondem à remuneração normal de férias com o respectivo terço, e em nenhum momento se pode verificar, e menos ainda por presunção, que se trata de férias não gozadas. Que embora a parte recorrida insista em dizer que o documento emitido pelo Órgão Gestor de Mão de Obra - OGMO é prova da fruição das férias, isso não corresponde à rea- lidade. Destarte, que em realidade o documento demonstra é que houve retenção de Imposto de Renda sobre os valores pagos a título de terço de férias. Direito que entende normal em se tratando de férias gozadas.

Ainda, que se se tratasse de férias não gozadas, a Fazenda Nacional concordaria com o pedido inicial.

3. O incidente não foi admitido na origem. E, em razão de agravo o Ministro Presidente desta TNU o admitiu.

4. De início, os elementos ensejadores da causa de pedir deste PEDILEF não encontram amparo no texto do § 2º do art. 14 da Lei nº 10.259/2001. Assim se me apresenta, porquanto marcadamente assentados, conforme destacado precedentemente, na valoração de documentos - matéria fática - e sem o cotejo para daí se extrair a similitude fática e jurídica indispensável ao conhecimento e julga- mento em sede de uniformização nacional.

5. Ademais, porquanto a Súmula nº 125 do Superior Tribunal de Justiça: "O pagamento de férias não gozadas por necessidade do serviço não está sujeito à incidência do imposto de renda.", de par com assertiva da Fazenda Nacional expressa no item "6" das razões deste PEDILEF: "Se se tratasse de férias não-gozadas, a Fazenda Nacional concordaria com o pedido da parte autora."; não revela divergência ou contrariedade à Sumula do STJ antes realçada. Afir- ma, isto sim, que os documentos demonstrativos da remuneração

No documento EXEMPLAR DE ASSINANTE DA IMPRENSA NACIONAL (páginas 165-200)