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No final da década de vinte do século XX, o museu passou por mudanças de caráter administrativo e organizacional. A primeira delas foi a chegada de Alcides Maya na direção da instituição46. A escolha do diretor ocorreu por alguns fatores específicos. Ana Celina

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Interessante destacar que de acordo com o relatório do museu referente ao ano de 1926, Alcides Maya trabalhava no Arquivo Público, assim sob o decreto nº 3.473 de 15 de maio de 1925 Alcides Maya que antes era

Figueira da Silva (2018) explica que um dos motivos de Alcides Maya ter sido nomeado diretor do museu foi sua vinculação com o Partido Republicado Rio-grandense (PRR) e sua notoriedade enquanto membro da Academia Brasileira de Letras. Além disso, Alcides Maya trabalhou no Pedagogium47, ou seja, tinha experiência na área de trabalho e já tinha elaborado um projeto de museu voltado para a história do Estado, proposta que ele levou adiante como diretor.

Outro elemento relevante de ser destacado a respeito de Alcides Maya é que ele chegou ao museu por transferência do Arquivo Público. Esta informação se torna interessante, pois o recém-chegado diretor já conhecia o Arquivo Público e provavelmente trouxe com ele a ideia de instalar o Arquivo Histórico no museu. Como salienta Silva (2018), um projeto de museu histórico já se encaminhava como um dos objetivos do diretor, assim, as mudanças estruturadas no museu durante a década de trinta não ocorreram por acaso. A instituição tinha um diretor com experiência e com um projeto histórico para seu novo local de trabalho, o Museu Júlio de Castilhos.

Para elucidar as transformações administrativas sucedidas no museu a partir de 1925, recorro ao Regulamento do Museu e Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul referente ao ano de 1926. No primeiro capítulo deste documento constam os objetivos do museu, que seriam: “adquirir, estudar e catalogar ou colecionar sistematicamente todos os documentos concernentes à história e geografia e todos os espécimes das riquezas e curiosidades naturais, científicas e arqueológicas do Rio Grande do Sul” (RIO GRANDE DO SUL, 1926a). Neste trecho, há uma novidade em comparação com os regulamentos anteriores: a busca por documentos históricos é o primeiro item da lista de objetivos do museu, justamente, pela aproximação do museu com o Arquivo Histórico. Todavia, nesta primeira amostra do Regulamento também nota-se que o caráter enciclopédico da instituição continua presente. Sobre as incumbências do museu referente à coleção etnológica o artigo 2º, item VI, expõe o seguinte:

Artigo 2º:

VI – Organizar a indumentária, a coleção de artefatos, armas e utensílios dos indígenas, quer na América, ou do Brasil e, particularmente do Rio Grande do Sul. (RIO GRANDE DO SUL, 1926a, p. 01).

diretor do Arquivo Público foi para o Museu Júlio de Castilhos, enquanto que Francisco Rodolfo Simch foi transferido para o Arquivo Público (RIO GRANDE DO SUL, 1926).

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De acordo com Maria Helena Camara Bastos (2000, p. 97) o Pedagogium (1890-1919), foi fundado pelo Estado Republicano Brasileiro, inspirado nos modelos de museus pedagógicos franceses, e tinha como um de seus objetivos a “disseminação de instituições congêneres nos demais Estados da República e a organização de Museus Escolares nas escolas”.

Como se pode visualizar no excerto acima, o Regulamento de 1926 não difere muito do primeiro Regulamento do Museu no que se refere aos objetos indígenas. O principal objetivo era organizar os artefatos indígenas existentes na coleção e classificá-los. As novidades neste novo regulamento são relativas às atividades do Arquivo Histórico, coleta e catalogação de documentos históricos.

Entre as modificações realizadas no museu, a mais evidente diz respeito à divisão da instituição em três departamentos, como se observa no excerto abaixo:

Artigo 3º - O Museu e Arquivo Histórico organizar-se-á em três grandes departamentos, a saber:

I – Administração II – História Natural III – História Nacional

§ único – Os segundo e terceiro departamentos a que se refere este artigo, posto que independentes entre si ficarão subordinados ao primeiro. (RIO GRANDE DO SUL, 1926a, p. 04).

Neste excerto do Regulamento, aparece a inserção de um novo departamento o de História Nacional. A partir daí a instituição começa a se organizar também para ser um local de salvaguarda de documentos e objetos da história do Rio Grande do Sul, não somente dos elementos naturais do Estado, dos históricos também. O estudo de Ana Celina Figueira da Silva (2018) indica que não foi por acaso que o Departamento de História Nacional foi criado, era um desejo do diretor Alcides Maya que a instituição guinasse para a história. Com a atuação de Eduardo Duarte na busca por documentos e objetos históricos e organização dos elementos adquiridos para a instituição, acabou sendo este departamento o mais envolvido pela direção e pelos funcionários do museu.

Mesmo que se tenha averiguado que as atividades do museu eram mais frequentes no Departamento de História Nacional, em tese cada departamento tinha um conjunto de funções a serem exercidas. O Departamento Administrativo era responsável por questões administrativas efetuadas pela direção do museu, como dirigir e distribuir os trabalhos em cada repartição, promover a aquisição de peças e documentos históricos, realizar o relatório anual, organizar os livros administrativos e editar a revista do museu. No Departamento de História Natural deveriam ser realizadas tarefas voltadas para as coleções de ciências naturais. Já o Departamento de História Nacional incumbia-se de: “colecionar, classificar, catalogar, guardar e expor todos os subsídios históricos, geográficos, artísticos literários e outros do Brasil e do Rio Grande do Sul” (RIO GRANDE DO SUL, 1926a, p. 07). Durante a administração de Alcides Maya, o responsável por chefiar o Arquivo Histórico foi Eduardo

Duarte. Entre as funções executadas por ele, destaca-se o envio de solicitações de documentos e objetos históricos para as intendências, que resultou na aquisição de inúmeros itens históricos pelo Museu Júlio de Castilhos. Eduardo Duarte também acabou exercendo a função de diretor por um longo período, pois Alcides Maya se ausentou do museu ao ficar no Rio de Janeiro por mais de um ano48 com objetivo de procurar documentos históricos sobre o Rio Grande do Sul.

Ainda sobre o Departamento de História Nacional, Ana Celina Figueira da Silva (2018) relata que a ele seriam integradas coleções de numismática, cartografia, indumentária, Pinacoteca, estatuária, filatelia e etnográfica. A respeito da coleção etnográfica, Silva (2018) informa que existiam cerca de 300 peças, compostas também com objetos advindos das Ruínas Jesuíticas. Nesse sentido, constata-se que parte da coleção etnológica do museu era lida como objetos históricos, diferente do que ocorria, até então, na administração de Francisco Rodolfo Simch.

Em relação ao Departamento de História Natural, o Regulamento do Museu e Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul (1926) diz o seguinte:

A História Natural é o departamento do Museu que tem por fim o estudo e a exposição dos objetos e produtos naturais, segundo suas propriedades, características, classes, ordens, famílias, gêneros, épocas ou períodos cronológicos a que pertenciam com todas as suas subdivisões, bem como o estudo dos fenômenos relativos a esses mesmos seres, orgânicos ou inorgânicos. (RIO GRANDE DO SUL, 1926a, p. 06).

Deste modo, apesar das mudanças estruturais realizadas no museu, o entendimento de história natural continuou o mesmo da gestão de Francisco Rodolfo Simch. Na teoria, não se pretendia abandonar as funções cabíveis a um museu de história natural, mas a gestão de Alcides Maya esteve marcada pela atuação em prol das atividades no Departamento de História Nacional, principalmente da Seção do Arquivo Histórico, que envolviam coleta, pesquisa e catalogação de documentos e tinha como chefe Eduardo Duarte (SILVA, 2018). Assim, questiono acerca de como o Departamento de História Natural foi administrado, pois encontrei reclamações do diretor Emílio Kemp, que sucederia Alcides Maya, a respeito do total abandono das coleções deste departamento, como se vê no seguinte excerto:

Assumindo o cargo de diretor do Museu ‘Júlio de Castilhos’, [...] encontrei, como é de conhecimento de V.exª, esse Instituto fechado à visitação pública. Em consequência dessa situação, as seções de História Natural e do Museu Histórico

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De acordo com o Relatório do Museu de 1932 Eduardo Duarte atuava como diretor interino há mais de um ano, visto que o diretor, Alcides Maya encontrava-se no Rio de Janeiro. (RIO GRANDE DO SUL, 1932a).

estavam completamente paralisadas, havendo, apenas, atividades na seção do Arquivo Histórico. As seções de História Natural estavam em pleno abandono, algumas completamente em confusão, estando a de mineralogia amontoada no porão e com a sua antiga classificação, feita pelo extinto diretor do Museu dr. Rodolpho Simch, mineralogista de renome, perdida. (RIO GRANDE DO SUL, 1939b, p. 05).

De acordo com o diretor Emílio Kemp, a única seção do museu que estava organizada era a do Arquivo Histórico, as outras estavam em completo abandono, pois a instituição não precisava receber o público e expor as coleções. Se as seções do Departamento de História Natural não estavam organizadas e classificadas como dito por Kemp, como elas deveriam estar? Conforme o Regulamento do Museu e Arquivo Histórico de 1926, o Departamento de História Natural se dividia em três seções: I - Biologia; II - Mineralogia, Geologia e Paleontologia; III - Antropologia, Etnologia e Arqueologia. Sobre a seção de Antropologia, Etnologia e Arqueologia o Regulamento informa o seguinte:

Seção III

Antropologia, Etnologia e Arqueologia.

Artigo 8º - A seção de Antropologia, Etnologia e Arqueologia, além de alcançar todos os temas referentes à matéria, em americanologia, abrangerá especialmente o exame das raças do Brasil, e, particularmente, do Rio Grande do Sul. (RIO GRANDE DO SUL, 1926a, p. 07).

Conforme se observa no artigo 8º do Regulamento do Museu e Arquivo Histórico (1926), uma das atividades listadas na Seção de Antropologia, Etnologia e Arqueologia era o exame de raças do Brasil e do Rio Grande do Sul. Esta pista deixada no Regulamento oferece indícios da presença dos estudos raciais ou racialistas na instituição. A presença das teorias raciais em diferentes instituições e eventos no Brasil era recorrente no contexto histórico das primeiras décadas do século XX (SCHWARCZ, 1993).

Felipe R. Contri Paz (2015) destaca a Exposição de Antropologia de 1882 transcorrida no Museu Nacional, como primeiro grande evento em que as teorias racialistas aparecem em meio às narrativas e discussões. O segundo evento, conforme Paz (2015), foi o Congresso Internacional de Raças de 1911 que aconteceu em Londres, na Inglaterra, tendo como representante brasileiro João Batista Lacerda, na época diretor do Museu Nacional. Fruto deste Congresso foi um guia publicado pelo Museu Nacional, o qual continha relatos do evento, informações sobre uma exposição fotográfica a respeito das diferentes raças humanas e algumas conclusões do Congresso, como a ideia de congregação das raças humanas e a tutela da humanidade em mãos da raça branca, responsável por civilizar as demais raças. Por último, Paz (2015) destaca o I Congresso Brasileiro de Eugenia, organizado no Rio de Janeiro, Brasil, em julho de 1929. Este evento contou com mais de 200 congressistas que

discutiram inúmeros temas relacionados às questões raciais, fato que colocava o Brasil no movimento eugênico (PAZ, 2015). Os eventos citados demonstram que as teorias raciais estiveram presentes nos debates, que envolveram diferentes intelectuais dos campos da medicina, direito e educação, os quais alimentavam os discursos eugênicos em solo brasileiro.

A partir destas informações, questiono: será que em algum momento os funcionários do museu participaram de eventos a respeito dos estudos raciais? Nesse sentido, encontrei entre as correspondências recebidas de 1932 um convite da Diretoria Geral da Instrução Pública para que o Museu Júlio de Castilhos participasse da Semana da Raça, que ocorreria dia 12 de outubro de 1932 (RIO GRANDE DO SUL, 1932c). Este indício aponta para a hipótese de que as discussões raciais no Rio Grande do Sul de alguma forma estavam presentes, no caso deste documento, no campo da educação pública.

Era no Departamento de História Natural, onde se localizava a Seção de Antropologia, Etnologia e Arqueologia, que as diferentes “raças” do Rio Grande do Sul deveriam ser estudadas. A única “raça” que não era estudada do Departamento de História Natural era a branca, pois esta aparecia na história rio-grandense. Nesse contexto, era no Departamento de História Nacional que a história “dos grandes homens” era construída a partir da busca por documentos, objetos e imagens tidas com valor histórico.

A exclusão dos povos indígenas da história ocorria na medida em que não eram considerados pertencentes à mesma raça que a branca, e sim de uma raça inferior. Os povos indígenas eram os outros na perspectiva do Museu Júlio de Castilhos, isto fica perceptível ao se analisar uma troca de correspondência entre o museu e o fotógrafo Raphael Ferrari. Em 1928, Raphael Ferrai envia uma correspondência para o diretor do Museu Júlio de Castilhos relatando que gostaria de pintar umas fotografias de indígenas para o museu, já que este estava construindo uma Pinacoteca Histórica. A resposta do diretor se pode observar no excerto a seguir:

Em resposta à vossa carta enviada dia 02 do corrente, na qual apresenta a proposta de reproduzir em tela alguns retratos de índios, a fim de figurarem nas galerias do Museu e Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul, tenho a informar que, de acordo com o plano deste Instituto, presentemente, só aceito temas artísticos referentes ao nosso Estado. Futuramente, porém, poderão ser incorporados, igualmente, às coleções do Museu, quadros de assuntos brasileiros ou americanos. Considero, portanto, inaceitável a vossa proposta. (RIO GRANDE DO SUL, 1928c, p. 04).

Raphael Ferrari chegou a enviar outra correspondência insistindo em sua proposta, mas não obteve sucesso. Naquele momento, o diretor do museu estava determinado em fazer da instituição um local dedicado à história rio-grandense, e isto excluía as pessoas

consideradas indígenas da galeria de personalidades do Estado. Todavia, Alcides Maya chegou a considerar que, futuramente, a instituição poderia aceitar pinturas de assuntos americanos ou brasileiros. O interessante deste documento é a separação que o diretor faz dos assuntos relacionados ao Rio Grande do Sul e dos demais, até mesmo temas sobre o Brasil não estavam incluídos nos interesses do museu naquele momento, somente o Rio Grande do Sul importava, desde que fosse a história e cultura europeia, ocidental e cristã do Estado.

Se o projeto de Alcides Maya era fazer do Museu Júlio de Castilhos um museu de história do Rio Grande do Sul, qual era a organização de funcionários para que a ideia se tornasse realidade? De acordo com o Regulamento de 1926 o quadro de funcionários do museu deveria ser:

[...] um diretor geral, diretores e subdiretores departamentais, de mestres técnicos, de assistentes técnicos, de preparadores, de primeiros oficiais, de segundos oficiais, de terceiros oficiais, de um bibliotecário arquivista, de datilógrafo, de um porteiro, de um correio, de contínuos e de serventes. (RIO GRANDE DO SUL, 1926a, p. 08).

Estes funcionários seriam divididos entre os departamentos, como se pode observar no quadro abaixo:

Quadro 4 – Distribuição de Funcionários em cada departamento:

Departamento Administrativo Departamento de História Natural Departamento de História Nacional Pessoal da Serventia Diretor do Museu e Arquivo Histórico do Rio

Grande do Sul

Diretor do departamento Diretor do Departamento Porteiro

Secretário Três Chefes de Seções Subdiretor Jardineiro Datilógrafo Três Preparadores Técnicos Primeiro Oficial Correio

Segundo Oficial Três Contínuos Terceiro Oficial Sete Serventes Bibliotecário Arquivista

Fonte: Elaborado pela autora com base em RIO GRANDE DO SUL (1926a).

O quadro acima foi formulado a partir das informações do Regulamento de 1926, ou seja, são projeções de como o museu deveria funcionar. Todavia, no cotidiano da instituição a organização de funcionários não ocorria como explanada no regulamento. Para entender esta situação, é necessário olhar a administração de Emílio Kemp, pois em seus relatórios uma das queixas frequentes era a falta de funcionários na instituição, como se pode ver numa correspondência datada de 24 de junho de 1942, enviada ao Secretário da Educação e Cultura:

A insignificância do pessoal do Museu, que não passa de 13 funcionários em atividade levando em conta 5 da portaria, possui, apenas, 2 técnicos, o encarregado da seção de zoologia e o pintor a quem cabe pintar, restaurar e conservar os quadros e objetos do museu. Destarte é aproveitado o pessoal administrativo nos serviços especializados, nele agindo, principalmente, o porteiro, sr. Carlos Thomas Duarte, que aliás vem prestando inestimável auxilio das atividades do Museu. (RIO GRANDE DO SUL, 1943b, p. 209).

Assim, a insuficiência de trabalhadores na instituição era resolvida com o acúmulo de tarefas para cada funcionário, que exerciam suas funções e outras aquém do que seus respectivos cargos demandavam. Esta estratégia era uma forma de manter o museu funcionando, mesmo assim, o diretor não deixava de pontuar como a falta de servidores prejudicava as atividades projetadas na instituição. Abaixo, no quadro 5, tem-se conjuntos de profissionais que atuavam no museu em três diferentes décadas, 1928, 1938 e 194849:

Quadro 5 – Funcionários do museu 1928, 1938 e 1948:

1928 1938 1948

Diretor: Alcides Maya Diretor: Alcides Maya Diretor: Emílio Kemp Chefe do 3º Departamento:

Eduardo Duarte

Chefe de Seção: Eduardo Duarte Sub-diretor: Dante de Laytano

1º Oficial: Emilio Carlucci 1º Oficial: Aurélio Porto Assistente Técnica: Rivadávia F. Coelho

2º Oficial: Bento Fernandes 2º Oficial: Augusto Bianchi Oficial administrativo: Madalena Azumrenha

3º Oficial: Rosauro Tavares do Santos Lima

3º Oficial: Edmundo Casado Marques

Oficial administrativo: Olympio Bianchi Gomes Guarda-porteiro: Carlos Thomas

Duarte

Amanuense: José Barros Vasconcelos

Oficial administrativo: Silvestre D. Azambuja

Guarda: Lorival Meireles Salgado Praticamente: Isa Teixeira de Oliveira50

Escriturário: Lourival A. Cruxen

Praticante: Leopoldo José da Costa Cabral

Datilografa: Listardina da Fontoura Chagas

Preparador: Pilade Frediani

Datilografa: Listardina da Fontoura Chagas51

Datilografo: Esmar Andrade Preparador: Isa Teixeira de Oliveira

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Os anos foram escolhidos pensando num período de dez anos de diferença cada com a intenção de visualizar as transformações profissionais ocorridas no museu nas décadas marcadas pelas administrações de Alcides Maya (1925-1939) e Emílio Kemp (1939-1950).

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Primeira mulher preparadora. 51

Preparador de zoologia do Departamento de História Natural:

Hugo Debiasi

Datilografo: Olympio Bianchi Gomes

Conservador e restaurador: Ascanio Ilo Fredini

Amanuense: Augusto Bianchi Filho

Guarda-porteiro: Carlos Thomaz Duarte

Arquivista: Laura J. Cepollaro

Servente: Henrique Duarte Guarda: Lourival Meireles Salgado Escrituraria: Rita G. Soares Servente: Bruno da Silva Servente: Bruno da Silva Escrituraria: Marina Maciel Santos Jardineiro: Rodolpho Daltro Servente: Nery de Almeida

Machado

Escrituraria: Lavinia Guedes

4º Oficial: Jesuína Ferreira de Souza

Servente: Clemente de Oliveira Datilografo: Hedna P. Franco

Jardineiro: Severo Antonio Rosa Porteiro: Carlos Tomas Duarte Continuo: Bruno da Silva Servente: Alvaro da Silva Servente: Sireno Santos Jardineiro: Luís de Souza Fonte: Elaborado pela autora com base em RIO GRANDE DO SUL (1928a), RIO GRANDE DO SUL (1938b), RIO GRANDE DO SUL (1948a).

Ao observar o quadro 5 constata-se que gradualmente a quantidade de funcionários foi aumentando, inclusive, houve acréscimo de profissões exercidas na instituição. No que diz respeito ao conjunto de serventes do museu, se pode observar que este é o grupo que menos sofre alteração e que esteve preenchido nos três diferentes anos mostrados. No Departamento Administrativo, a presença de pelo menos três oficiais administrativos aparece de forma constante nos três anos, além de datilógrafos e amanuenses. Estes trabalhadores também realizavam trabalhos no Departamento de História Nacional, principalmente, durante a direção de Alcides Maya.

Os cargos de arquivista e conservador foram preenchidos somente na administração de Emílio Kemp. Já os preparadores técnicos que deveriam ser três, oscilavam de um para dois, e eram, estes profissionais, encarregados de estudar, classificar e organizar as coleções do museu, principalmente, do Departamento de História Natural. Ao observar o quadro, 4 é possível perceber que os preparadores técnicos deveriam atuar no Departamento de História Natural, mas este cargo, como mostra o quadro 5, era o que menos era preenchido, o que explica a ausência de trabalho nas coleções de ciências naturais e a constante reclamação de Emílio Kemp para que estas funções fossem exercidas por profissionais adequados e não por