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Um retrato de Foz do Iguaçu

No documento PR THALITA RAFAELA NEVES (páginas 30-35)

1.1 Mediadores teóricos

1.1.4 Um retrato de Foz do Iguaçu

A cidade de Foz, de acordo com o IBGE (2010), possui 617,700 km² e tem uma população em torno de 263 mil habitantes. Localiza-se no extremo oeste do Paraná (FOZ DO IGUAÇU, 2015), na região Sul do Brasil.

Figura 1: referente à localização de Foz do Iguaçu em relação ao Brasil Fonte: http://www.sosolikes.com.br/tag/foz-do-iguacu/

Foz localiza-se em uma área onde o clima é considerado como subtropical úmido, alcançando elevadas temperaturas, verões quentes e chuvas em todos os meses do ano. É conhecida internacionalmente pelas Cataratas do Iguaçu e pela Hidrelétrica da Itaipu, dentre outros pontos turísticos. Conta com uma infra-estrutura de restaurantes e hotéis sendo foco de atração de turistas provenientes do mundo todo gerando um fluxo populacional abrangente. Esses elementos favorecem para o desenvolvimento econômico e cultural da região favorecendo o lugar de centro turístico que a cidade possui, em vista nacional. Na cidade são cerca de 80 nacionalidades representadas como de origem libanesa, chinesa, paraguaia e argentina dando espaço para uma das cidades mais cosmopolitas do Brasil (FOZ DO IGUAÇU, 2015).

Figura 2 : Figura referente à localização da cidade de Foz do Iguaçu - Paraná.

Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_bairros_de_Foz_do_Igua%C3%A7u#mediaviewe r/Ficheiro:Parana_Municip_FozdoIguacu.svg

Sobre as Cataratas do Iguaçu, nome estabelecido pelos guaranis (significando “muita água”), são um complexo de 275 quedas estendidos por aproximadamente 5 quilômetros do Rio Iguaçu, uma parte dessas quedas localizam- se na Argentina sendo possível a vista do Brasil. As Cataratas são envolvidas por parques nacionais e pela Mata Atlântica sendo uma região rica em fauna e flora. No Brasil seu parque denomina-se “Parque Nacional Iguaçu” e na Argentina “Parque Nacional del Iguazú” (FOZ DO IGUAÇU, 2015).

Figura 3: referente às Cataratas do Iguaçu http://www.cataratasdoiguacu.com.br/portal/Fotos.aspx

A Hidrelétrica Itaipu também acabou sendo um centro turístico na região atraindo visitantes de diversos lugares. É considerada como a maior hidrelétrica do mundo em geração de energia e a sétima maravilha em termos modernos. A hidrelétrica é binacional ocupando empreendimentos entre o Paraguai e Brasil sendo uma atração devido sua própria grandeza (FOZ DO IGUAÇU, 2015).

Figura 4: referente à Usina Hidrelétrica Itaipu

A cidade de Foz do Iguaçu se localiza na região da Tríplice Fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina fazendo divisa com mais duas cidades: Ciudad de Este e Puerto Iguazú.

A Ciudad del Este é o município mais povoado do interior do Paraguai, caracterizada por acolher milhares de imigrantes e turistas atraídos pelo mercado da região, muito conhecido pelos baixos impostos sobre as mercadorias. A cidade possui cerca de 233.000 habitantes e é comum por possuir um forte fluxo de pessoas que vêm do Brasil por Foz para fazer compras. Não é necessário possuir documento para atravessar a fronteira, a fiscalização ocorre sobre as mercadorias, mas dificilmente sobre as pessoas (FOZ DO IGUAÇU, 2014).

Figura 5: referente as cidades que participam da Tríplice Fronteira Fonte: http://www.sosolikes.com.br/tag/foz-do-iguacu/

Diferente é o caso da cidade de Puerto Iguazú, que necessita de documento de Identidade para atravessar a fronteira, o que dificulta a passagem de grande parte de pessoas que desejam entrar ou sair ilegalmente do país. Essa cidade fica a 10 km de Foz, possui aproximadamente 32.000 habitantes e também é uma região atrativa para os turistas que visitam a área. (FOZ DO IGUAÇU, 2014).

Em meio a esse fluxo de pessoas, e a grande facilidade de passagem entre o Brasil e o Paraguai, não nos surpreende a facilidade do acesso às drogas e ao investimento no turismo sexual, incluindo menores de idade. Com isso, surgem pessoas de diferentes regiões do mundo com o intuito não de conhecer os pontos turísticos da região da Tríplice Fronteira, mas afim de relações sexuais, relações essas que ocorrem principalmente com pessoas de idade inferior a 18 anos.

campanhas contra violência sexual infantil e o tráfico humano. E se essa mobilização existe, entendemos que foi necessária.

Os três países da Tríplice Fronteira possuem suas próprias leis que visam proteger as crianças e adolescentes vítimas da exploração sexual infantil, apesar da complexidade de sua efetivação. Percebemos que diante disso, são países que assumem terem um problema, e através do apoio da UNICEF, Itaipu e da FPTI, tem desenvolvido projetos e pesquisas em torno do tema de exploração sexual, tráfico de crianças e violência (SPRANDEL, 2005).

Figura 6: Tríplice Fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina.

Fonte: http://mapasblog.blogspot.com.br/2011/07/mapas-de-puerto-iguazu-argentina.html Além disso, a região aqui citada é foco de transmissão do vírus HIV contaminando em sua maioria mulheres e crianças órfãs. Essa doença é transmitida principalmente por meio da utilização de drogas e do sexo sem proteção. Além dos indícios alarmantes de exploração sexual nessa região, há outros tipos de crimes relacionados, como já mencionado, o tráfico de drogas. Infelizmente muitas crianças são usuárias (SPRANDEL, 2005).

A ESCCA é reconhecida tanto nas zonas urbanas quanto nas de fronteira e próximas às áreas de atividades econômicas, isso demonstra que não há uma classe social específica que vivencia essa realidade e que não há dados que especifiquem sua origem. As idades dos jovens variam entre 9 e 17 anos. São meninas e meninos que trabalham nas ruas, em prostíbulos, motéis e bares (SPRANDEL, 2005), sem falar nos casos intrafamiliares em que crianças e

adolescentes são exploradas pelos próprios padrastos, tios, avôs em troca de brinquedos, dinheiro ou até mesmo por conta do sustento da casa.

De acordo com Leal (1999) são várias as campanhas e projetos realizados pelo governo e organizações não governamentais, bem como o PETI, CREAS, OIT, Disque denúncias, entre outras campanhas. Todavia, essa forte economia e atrativo regional possui uma rede bem entrelaçada de aliciadores da ESCCA, o que envolve até mesmo a participação ilegal de policiais, o que dificulta acaba dificultando o combate. A região é muito mais que turismo e compras e parte dos turistas que percebem isso acabam favorecendo o mercado sexual ao invés de lutar contra este.

No documento PR THALITA RAFAELA NEVES (páginas 30-35)