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5. ANÁLISES

5.3 Uma abordagem prescritiva do modelo do processo

De posse do modelo do processo e das análises, discussões e lições aprendidas nesta pesquisa, será feita agora uma proposta de como practitioners devem abordar a problemática da avaliação de desempenho de IMNs. Ainda que esta pesquisa seja de natureza descritiva e explanatória, é viável dar agora um primeiro passo na direção de uma solução mais prescritiva para a avaliação de desempenho de IMNs, enquanto processo informacional de auxílio ao gerenciamento.

Espera-se que esse método seja o início de uma discussão quanto a soluções práticas de problemas reais, para consultores externos e/ou gestores de empresas. Esse é, afinal, um dos resultados esperados para pesquisas em Gestão de Operações e Engenharia de Produção (FILIPPINI, 1997; VOSS; TSIKRIKTSIS; FROHLICH, 2002), além da contribuição teórica. Apesar de ser uma proposta incipiente, ela é conveniente. Pois, especialistas tanto em Tecnologia da Informação quanto Engenharia de Negócios têm concluído que sistemas informacionais serão exitosos, sempre que forem iniciados com uma compreensão dos processos de negócios da organização (AGUILAR-SAVEN, 2004). Ademais, processos de negócios são cruciais para integrar uma organização, o que não por acaso é um dos maiores objetivos atribuídos a qualquer processo de avaliação de desempenho (FRANCO-SANTOS et al., 2007).

Uma premissa do método a ser proposto é que IMNs podem desenvolver capabilities que vão além da soma das capabilities no nível das fábricas (COLOTLA; SHI;

GREGORY, 2003; FERDOWS; VEREECKE; DEMEYER, 2016). Logo,

simetricamente, deve existir a avaliação de um desempenho adequada ao nível da rede. O método tem, no mínimo, a fase de diagnóstico. Em seguida, se os gestores concluírem que são necessárias mudanças parciais ou totais na avaliação de desempenho de sua IMN, então haverá a fase de implantação.

Fase de diagnóstico

É virtualmente impossível que uma empresa multinacional não tenha alguma forma de sistemas legados de controle, construídos ao longo de sua historia (TANGEN, 2005). Por isso, esta primeira fase tem o objetivo de verificar a congruência (coerência interna) da avaliação de desempenho de IMNs bem como diagnosticar anomalias, como Ferdows, Vereecke e DeMeyer (2016) fazem quanto às capabilities das sub-redes de uma IMN. Esta fase pode ser diparada em ocasiões especiais, como feito nesta pesquisa, e a partir de então ser periódico, da mesma maneira que Ferdows, Vereecke e DeMeyer (2016).

Esta fase abrange duas atividades, quais sejam:

- Descrição: (i) rastrear o que realmente acontece durante a execução do processo real; (ii) assumir a perspectiva de um observador externo, o qual examina como um processo tem desempenhado; isso permite propor incrementos, visando melhorias (no desempenho);

- Explicação: (i) prover explicações sobre as razões e intenções do processo; (ii) explorar e avaliar os vários cursos de ação possíveis; (iii) criar explícita ligação entre os requisitos que o modelo genérico possui (e necessita cumprir) e os processos reais; (iv) predefinir, no processo, pontos para extração de dados (para relatórios);

Começando com as lições aprendidas no trabalho de campo, a importância do contexto organizacional, dada a natureza permeável da avaliação de desempenho da IMN, que permeia uma serie de unidades organizacionais. Ao contrário de uma

fábrica e seus gestores, que é algo fácil de identificar, a IMN é entidade elusiva e difícil de enxergar, que pode perpassar várias unidades organizacionais e ter vários gestores. Precisa definir a unidade de análise, isto é, começar com uma visão clara do que consiste a IMN, ou conjunto de sub-redes (FERDOWS; VEREECKE; DEMEYER, 2016). Ademais, tem que entender as transformações pelas quais a IMN foi passando. Tampouco adianta pegar um pacote pronto do ERP.

Depois, seguir os passos para aplicação do modelo do processo (ver Figura 16). Isso inclui tipificar a IMN. Essa tipologia pode ajudar no design não apenas da IMN, mas também no de seus processos, incluindo a avaliação de desempenho. Shi e Gregory (1998) afirmam que qualquer tipologia, embora não seja algo definitivo, pode dar suporte a decisões sobre a estratégia e design de IMNs, com auxílio de alguns processos e ferramentas, e aí entra o modelo do processo de avaliação de desempenho.

Fase de implantação

Uma vez levantados o tipo de IMN e da avaliacao de desempenho, o(s) modo(s) de provisão da informação e sua importância para o gerenciamento da IMN, caso os gestores concluam que devem ocorrer mudanças, parte-se para a implantação. Com isso seria possível entregar à empresa um processo otimizado, e passível de revisão e atualização periódica, para continuar sendo útil, conforme proposto por Bourne et al. (2000). Não é necessário começar do zero, a implantação ser gradual e incremental, respeitando o histórico da empresa e seus sistemas legados de controle. (TANGEN, 2005).

Esta fase abrange a atividade de Prescrição, qual seja: (i) definir os processos requeridos e como eles deveriam/conseguiriam/poderiam ser executados, inclusive em contraste com eventuais processos já existentes; (ii) estabelecer, para o processo, orientações, regras, e padrões de comportamento que, se seguidos, levariam ao desempenho requerido, o qual pode variar do cumprimento rígido à orientação flexível.

Figura 19 – Diagnóstico e implantação de processo de avaliação de desempenho de IMN.

Fonte: elaborado pelo autor.

Conclusão: OK? mudança parcial? mudança total? Levantamento -IMN e sua avaliação de desempenho; -Como é; porque é atualmente; -Comparação ao modelo genérico; -Grau de internalização da manufatura; -Sistemas legados (TI)

Resultado

-Tipo de IMN e de sua avaliação de desempenho; -Modo(s) da avaliação de desempenho prover informações ao gerenciamento da IMN;

-Importância das informações sobre desempenho

Plano de mudanças -Como será; por que será;

-Exceções (existem?);

-Implantação: processos e sistemas (TI); -Revisão periódica

Resultado

-Processo de avaliação de desempenho de IMNs otimizado e documentado Se OK, fim D IA G Ó ST ICO IM P LA N TA ÇÃ O