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Sobre a concepção de EJA, ampliou-se seu escopo para além da alfabetização stricto sensu, incorporando-a como modalidade da Educação Básica (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB 9.394/96) e colocando-a na perspectiva da educação ao longo da vida, como garantia do direito

de todos à educação, reconhecendo e respeitando, especialmente, a diversidade dos seus sujeitos.

P,2

Sem dúvida, a questão regional é um forte indicador da condição de analfabeto no país, como também a situação que se refere à cor/raça. Enquanto encontramos, na PNAD 2008, 6,2% da população branca analfabeta, chegamos a 13,6% de negros com mais de 15 anos. A distribuição de oportunidades

educacionais entre os grupos étnicos continua a apresentar diferenças significativas. P.3

Entretanto, de acordo com a PNAD 2007, há, ainda, cerca de 1,5 milhões de jovens analfabetos, a maior parte concentrada na faixa de 25 a 29 anos de idade, sobretudo nas áreas rurais. P.4

O debate sobre a EJA, hoje, no Brasil, está centrado no desafio de se garantir a conclusão do ensino fundamental e do ensino médio para essa população que passou pela escola e, por motivos diferenciados (trabalho, responsabilidades familiares, gravidez etc.), foi obrigada a abandoná-la. Tal processo deve responder, sobretudo, às necessidades básicas de aprendizagem desses sujeitos, procurando superar a

tradicional concepção de programas de EJA que cabem somente na estrutura física e simbólica dos modelos escolares, não dimensionados para, de fato, caber na vida dos sujeitos jovens e adultos que

os demandam. P.10

Além da afirmação da agenda de EJA voltada para a escolarização, o Brasil ainda tem um espaço a descobrir e explorar, que está afeto aos processos não-formais ou não-escolares, de extremo valor para a ampliação e consolidação dos horizontes socioculturais e políticos da população brasileira. Neste sentido, é fundamental tirar partido da rica tradição que o país acumulou no campo da educação

popular, que tem seu marco mais expressivo no aporte conceitual e metodológico construído por Paulo

Freire. P. 14

Os problemas de permanência e evasão podem ser compreendidos como características de todos os programas de EJA, dadas as condições peculiares do momento de vida dos sujeitos dessa política, mas, também, às persistentes fragilidades das ações educativas que lhes são destinadas. Para reverter esse

quadro, um passo fundamental é que se fortaleçam as articulações do PBA com os demais programas que possibilitam a continuidade (Projovem, Proeja, EJA do sistema de ensino) e com os demais setores da área social (trabalho, saúde, cultura). P.17

Para alguns especialistas, a CNAEJA adquiriu expressão ainda mais significativa após a realização da Conferência, passando a ter um papel mais atuante e influente na discussão e na formulação das

políticas para a educação de jovens e adultos. P.23

Uma primeira referência é o tratamento dado, hoje, à questão da diversidade e da inclusão, consubstanciado na constituição, no interior do Ministério da Educação, da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão, cuja concepção traz uma grande contribuição para a educação de jovens e adultos, realimentada pela discussão dos direitos humanos e da consequente necessidade de valorização de grupos tradicionalmente alijados das políticas massivas, por meio de

ações a eles dirigidas. P.24

No âmbito da Iniciativa de Alfabetização para o Empoderamento - LIFE, a situação do Brasil mostra-se bastante promissora, pois, apesar de o país ainda apresentar uma taxa de analfabetismo expressiva, esta se concentra nas faixas etárias mais elevadas. Tal fato demonstra que, de alguma forma, as políticas educacionais em curso estão produzindo correções no fluxo, situando-se os maiores desafios nos processos de pós-alfabetização, consolidação da alfabetização e, principalmente, de conclusão da Educação Básica. P.34

Neste documento podemos compreender a visão de “educação ao longo da vida”, “educação popular” e de “diversidade”. Mais adiante analisaremos estar três dimensões.

3.2.2 - FÓRUNS EJA BRASIL

Dentro da proposta de abertura dos processos de construção coletiva pautados nos princípios democráticos, o partido dos trabalhadores ao longo de suas gestões de certo modo, ampliou as frentes de participação da “sociedade civil” através de conselhos, câmaras entre outras formas de ação. Assim, os fóruns, comitês, associações, sindicatos entre outras organizações passaram a disputar todos estes espaços. No caso da CNAEJA não foi diferente. A cadeira direcionada aos fóruns podemos dizer que sempre foi umas das mais disputadas. Exemplo disso é a grande rotatividade dos seus representantes35.

A trajetória dos Fóruns EJA Brasil tem início com o Fórum de Educação de Jovens e Adultos do Estado do Rio de Janeiro foi o precursor dos fóruns de EJA no Brasil. Inaugurado em 1996, sua história tem início com a convocação da UNESCO para a organizar reuniões locais e nacionais preparatórias para a V CONFINTEA, em Hamburgo, Alemanha, em julho de 1997.

Os primeiros encontros confirmaram a desarticulação entre as esferas de poder federal, estadual e municipal, indicando, ainda, a falta de informações sobre aspectos pedagógicos, financeiros e legais e um profundo desejo, por parte dos participantes, de estruturar um espaço que possibilitasse a troca de experiências e a construção de parcerias, apesar das diferenças existentes de cunho político-pedagógico .Gerido por instituições governamentais e não-governamentais, movimentos sociais, sindicatos e educadores que dele participam, o Fórum do RJ consolidou a plenária mensal

como instância deliberativa e espaço de socialização de informações e de formação continuada, visando o fortalecimento dos profissionais para a luta em defesa do direito e da qualidade de atendimento na área da educação de jovens e adultos trabalhadores.(FORUNS EJA BRASIL, 2019)

A partir da experiência do Rio de Janeiro, outras experiências foram surgindo e resultaram no Encontro Nacional de Educação de Jovens e Adultos – ENEJA, que vem ocorrendo desde 1999: o primeiro no Rio de Janeiro; seguido por Campina Grande, na Paraíba, em 2000; o terceiro em São Paulo, em 2001; o quarto em Belo Horizonte, Minas Gerais - 2002; o quinto em Cuiabá, Mato Grosso, em 2003; o sexto em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, em 2004, o sétimo em Luziânia, Goiás, em 2005, o oitavo em Recife , Pernambuco ,em 2006, o nono em Faxinal do Céu, Paraná, em 2007, o décimo em Rio das Ostras, em 2008 , o décimo primeiro em Belém , Pará, em 2009, o décimo segundo em Salvador, Bahia, em 2011, o decimo terceiro em Natal, Rio Grande do Norte , em 2013 decimo quarto em Goiânia, Goiás em 2015.

O crescimento dos Fóruns nacionalmente e sua expressão nacional pelos ENEJAs, tornou o MEC um interlocutor privilegiado, com o qual os Fóruns vêm travando parcerias e contribuindo na formulação e efetivação de ações na área. A legitimidade dos Fóruns vem sendo reconhecida em muitos espaços, especialmente representados pela ocupação de um lugar na Comissão Nacional de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos – CNAEJA, assim como em um colegiado de representantes com o qual o Ministério tem dialogado permanentemente. (FORUM EJA Brasil, 2019)

Os representantes dos fóruns de EJA na CNAEJA foram: Jane Paiva (2003-2005), Edna Castro (2006-2007) Jerry Adriani da Silva (2008) José Rubens (2009), Leila Maria de Jesus e Edmilson Feliciano Leite (2010-2011), Monique Wermuth (2012) e Analise de Jesus (2013-2014). Importante observar que algumas pessoas ocuparam diferentes cadeiras ao longo da história desta comissão, como é o caso da professora Jane Paiva e da professora Edna Castro, que participaram do CNAEJA tanto como representantes dos fóruns quanto da ANPED.

3.2.3 - ANPED

A Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação criada no desenvolvimento da educação no Brasil” (ANPED,2019). Ao longo deste período construiu uma trajetória de referência no cenário acadêmico-científico, no âmbito da educação, fomentando a investigação e promovendo debates permanentes entre seus pesquisadores em

seus encontros. Desenvolve anualmente reuniões nacionais e regionais e, tem grande relevância como espaço de debate das questões científicas e políticas educacionais.

É uma entidade sem fins lucrativos que congrega programas de pós-graduação stricto sensu em educação, professores e estudantes vinculados a estes programas e demais pesquisadores da área. Ela tem por finalidade o desenvolvimento da ciência, da educação e da cultura, dentro dos princípios da participação democrática, da liberdade e da justiça social. Dentre seus objetivos destacam-se: fortalecer e promover o desenvolvimento do ensino de pós-graduação e da pesquisa em educação, procurando contribuir para sua consolidação e aperfeiçoamento, além do estímulo a experiências novas na área; incentivar a pesquisa educacional e os temas a ela relacionados; promover a participação das comunidades acadêmica e científica na formulação e desenvolvimento da política educacional do País, especialmente no tocante à pós-graduação. (ANPED, site)

A ANPED se estrutura em grupos de trabalho (GTs), que possuem organização independente e representações próprias. Desse modo, os Grupos de trabalho diretamente ligados a EJA são: GT 6 – Educação Popular e GT 18 – Educação de pessoas jovens e adultas e, o GT 9 – Trabalho e Educação. As representações na CNAEJA foram diversas a partir do ano de 2008: Maria Margarida Machado (2008), Jane Paiva (2009-2010-2014), Marcia Ângela Aguiar (2009), Edna Castro (2011-2012) e Rosa Aparecida Pinheiro (2013). A entrada da ANPED na CNAEJA ocorre já no segundo mandato de Lula quando as Universidades reivindicam representação, considerando a maior disputa interna nos fóruns e a partir de 2008 tem sua cadeira garantida.

ANPED 2005 /2006

Relatório de Atividades 2005 / 2006 GT18 – Educação de Pessoas Jovens e Adultas Coordenação: Tania Maria de Melo Moura e Maria Clara Di Pierro

Formas de participação ativa dos Membros do GT como: - Consultoria/assessoria à SECAD/MEC; - análise e pareceres de trabalhos submetidos ao Concurso de Monografia SECAD/MEC; - participação em Comissão Julgadora do Concurso Literatura para Todos da SECAD/MEC; - participação em Comissão para a elaboração do Programa PROEJA/SETEC/MEC; - representação nacional de membro do GT, integrante dos fóruns de EJA, na Comissão Nacional de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos (CNAEJA); - participação de inúmeros membros do GT como expositores, conferencistas, mediadores em programas de rádio, televisão e em diferentes eventos da área de EJA em âmbito local, regional, nacional e internacional; - consultoria para o PNBE/SEB/MEC; - coordenação de projetos de extensão ligados às Universidades e ao MEC; - produção de textos, artigos, coletâneas, livros e capítulos de livros publicados em fase de publicação; - pareceristas de órgãos/instituições de fomentos como FAPES (diferentes estados), Fundação Ford, Fundação Carlos Chagas, CNPq entre outras; - assessoria à coordenação de programas ligados ao MEC e a outras instituições em âmbito nacional e internacional

2007/2008

GT 18 Educação de Pessoas Jovens e Adultas

Coordenadora: Maria Margarida Machado (UFG) Vice-Coordenadora: Edna Castro de Oliveira (UFES)

Representante no Comitê Científico: Vera Masagão Ribeiro (Ação Educativa)

A partir de 2008, a ANPEd, passa a ter acento na Comissão Nacional de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos (CNAEJA), instituída pelo MEC, representando o segmento Universidade.

Acompanhamento do processo de elaboração do Parecer da Conselheira Regina Vinhaes Gracindo, do CNE/CEB, sobre as diretrizes operacionais para EJA, no que se refere a: idade mínima de matrícula nos cursos de EJA, Educação a distância e Certificação;

2008/2009

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