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MATERIAL DE APOIO:

5.3.5. UNIDADE DIDÁTICA

TEMA:

Terremotos: intensidade e magnitude.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

 Apresentar a evolução dos modelos da formação da Terra: Deriva dos Continentes e

Placas Tectônicas;

 Definir terremotos e sua relação com as escalas que determinam a intensidade e a

70

 Mostrar os tipos de terremotos e os pontos da Terra que possuem mais chances de

ocorrência.

DATA: 02/02/2012.

NÚMERO DE AULAS: 02 (90min).

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:

a) Introdução (30 min):

Começamos a aula com uma atividade em grupo onde os alunos formalizaram e me entregaram a pesquisa que foi passada na aula anterior.

b) Desenvolvimento (45 min):

Logo após a introdução, iniciamos uma discussão, com utilização de data show, sobre os temas:

 Da Deriva dos Continentes às Placas Tectônicas;

 O movimento das placas tectônicas e sua relação com a ocorrência de terremotos;  Terremotos intraplacas e interplacas;

 As escalas Richter e Mercalli Modificada.

c) Retomada (15 min):

A retomada da aula foi realizada a partir da leitura coletiva do material de apoio páginas 283 a 287 e 295 a 298.

MATERIAL DE APOIO:

VELOSO, José Alberto Vivas. O terremoto que mexeu com o Brasil. Brasília – DF. Thesaurus, 2012.

71 5.3.6. UNIDADE DIDÁTICA V

TEMA:

A ocorrência de terremotos no Nordeste brasileiro.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

 Apresentar um breve histórico da ocorrência de terremotos na região Nordeste do Brasil;  Mostrar, através dos relatos coletados na pesquisa, como se deu a relação da população de

João Câmara – RN com os eventos sísmicos que ocorreram durante o ano de 1986. DATA: 09/02/2012.

NÚMERO DE AULAS: 02 (90min).

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:

a) Introdução (5 min):

Começamos a aula com a seguinte pergunta: por que ocorrem terremotos no Brasil se o território brasileiro se encontra sobre uma placa tectônica?

b) Desenvolvimento (65 min):

Essa aula se desenvolveu a partir da discussão sobre a pergunta feita na introdução. Em seguida, com os alunos dispostos na forma de círculo, iniciei um relato sobre a sismicidade no Nordeste brasileiro e os eventos sísmicos ocorridos na cidade de João Câmara

– RN, em 1986.

No final, construímos uma tabela contendo uma série de medidas que podem ser tomadas em caso de ocorrência de um terremoto.

c) Retomada (20 min):

Apresentação do vídeo contido no material de apoio, intitulado: vídeo sobre os tremores de João Câmara – RN.

72 MATERIAL DE APOIO:

VELOSO, José Alberto Vivas. O terremoto que mexeu com o Brasil. Brasília – DF. Thesaurus, 2012.

Note-se que apesar de termos iniciado de modo formal a apresentação dos conceitos relacionados com ondas, rapidamente migramos em direção ao nosso tema central, discutindo ondas sísmicas. Esse tipo de abordagem não é encontrado nos textos didáticos convencional sendo uma das contribuições interessantes desse trabalho, pois poderá vir a ser usado na região de João Câmara.

Além disso, trata-se de uma abordagem não só problematizadora, mas também envolve significado, entendendo aqui que quando o tema tem significado para o aluno o processo de aprendizagem se torna mais ágil promovendo, assim, uma maior concentração por parte dos estudantes.

73 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar do Brasil não estar localizado em uma região de encontro entre placas tectônicas, observa-se ao longo da sua história que não estamos livres da ocorrência de terremotos. Os que possuem maiores intensidades são temporalmente mais espaçados, contudo ocorrem com frequência relativamente alta terremotos com baixas intensidades em todas as regiões do país.

Na nossa pesquisa observamos que o Nordeste brasileiro é uma das regiões com a maior incidência de terremotos. No Estado do Rio Grande do Norte, em particular, se destaca a região onde está localizada a cidade de João Câmara, que possui uma extensa falha geológica, a falha da Samambaia, que é responsável por uma série de eventos sísmicos ao longo da história. Vale salientar que, apesar do trabalho aqui desenvolvido ter sido limitado aos acontecimentos na cidade de João Câmara e região, existem outras cidades que passam por uma situação semelhante podendo, inclusive, serem aplicadas várias discussões aqui presentes.

O auge desse tipo de evento, no Rio Grande do Norte, se deu pela sequência de terremotos no decorrer de todo o ano de 1986, que culminou com um abalo de 5,1 graus na Escala Richter na madrugada do dia 30 de novembro. Esse evento chamou a atenção de autoridades e especialistas de todo o Brasil e do exterior que foram até o local dos abalos e mexeu consideravelmente com o modo de vida população local. Além disso, serviu como um grande laboratório para uma melhor compreensão sobre terremotos por parte dos especialistas brasileiros cuja área de pesquisa, a Sismologia, estava se iniciando no país.

De imediato observamos que uma dificuldade diante dessa interação foi o modo como a linguagem dos pesquisadores geraram concepções alternativas por parte da população e,

consequentemente, erros conceituais acerca do fenômeno como foi o caso da palavra “falha” que os cientistas usaram no sentido de “falha geológica” e a população entendeu como um

buraco abaixo da cidade que poderia afundá-la a qualquer momento.

Por outro lado, a presença dos pesquisadores ao mesmo tempo em que gerava certo conforto à população, pois eles entendiam de início, que eles estavam ali para resolver o problema, alguns chegaram a achar que os equipamentos utilizados para medições estavam promovendo os terremotos. Como observamos no decorrer da pesquisa, essa concepção se repete por outras localidades onde ocorrem terremotos.

74 Além disso, existe por parte de muitos moradores a ideia de que a presença dos professores na região indica a ocorrência de terremotos. Tal situação aconteceu comigo quando precisei entrevistar Seu Abel e logo quando fomos apresentados ele me perguntou se João Câmara ia tremer?

O objetivo principal da pesquisa foi de estudar, através de relatos de algumas pessoas que vivenciaram os terremotos de 1986, como a população local convive com os terremotos e como se deu a interação com os pesquisadores em Sismologia. Além disso, discutimos ainda qual é o papel da Escola enquanto ambiente onde se pode discutir a evolução dos modelos que explicam o fenômeno e ainda fazer a ponte entre as concepções alternativas e as explicações científicas sobre esse tema.

Utilizamos como referencial teórico da pesquisa as ideias relacionadas ao movimento Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS), pois entendemos que os objetivos: promover o interesse dos estudantes em relacionar a ciência com as aplicações tecnológicas e fenômenos da vida cotidiana e abordar o estudo daqueles fatos e aplicações científicas que tenham uma maior relevância social possuem bastante relevância com o tema em questão. Além da proposta de um currículo escolar mais integrado com os temas locais, promovendo, assim, uma maior proximidade entre o que é discutido na Escola e os interesses culturais locais dos estudantes.

Para o desenvolvimento desta pesquisa utilizamos como forma de coleta das informações entrevista com sujeitos que de alguma forma vivenciaram todo o trabalho de pesquisa e esclarecimentos à população durante o ano de 1986. Os entrevistados formam um grupo diversificado composto por pesquisadores e técnicos que estiveram em João Câmara no referido ano, moradores e representantes como é o caso do prefeito e do pároco da cidade.

A partir do planejamento, execução e avaliação de uma sequência didática o tema foi levado para sala de aula. Esta sequência, dividida em cinco unidades didáticas, foi aplicada com alunos do terceiro ano do curso de Geologia a Mineração, turma de 2009, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte.

Nesse momento, tivemos a oportunidade de agregar a temática "terremotos" ao ramo da Física ondulatória. Com isso, foi possível mostrar que é possível desenvolver o conteúdo programático, aplicando a situações do cotidiano, quando há interesse dos estudantes e da sociedade pelo tema.

Além disso, a dissertação possui um capítulo onde é discutida toda a evolução dos modelos que buscaram/buscam descrever a estrutura do planeta e a sua relação com os

75 terremotos. Esse capítulo juntamente com alguns apêndices objetiva esclarecer e dá suporte para a discussão sobre terremotos com estudantes do Ensino Básico.

Esperamos com esse trabalho contribuir de alguma forma com o Ensino de Ciências no que se refere à discussão de temas locais em sala. Nesse caso, entendemos que a compreensão sobre terremotos pela população de João Câmara vai além de um conteúdo. Na verdade, esse fenômeno faz parte da história da cidade e região. Além disso, entender mais sobre terremotos significa saber como se proteger em caso de ocorrência. Significa viver em harmonia com um fenômeno que pode ocorrer a qualquer momento e com uma imprevisível intensidade.

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82 APÊNDICE A