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Movimentos sociais e Terceiro Setor: a busca por uma cultura de direitos

4. A experiência de Gestão Social da UNIPOP expressa em princípios e valores

4.4. A UNIPOP como espaço de saberes e transformação: relatos de estudantes e egressos.

Valores formativos e estruturantes da ação da UNIPOP: as experiências e aprendizados dos alunos e egressos

O primeiro passo junto esses jovens, foi compreender a representação da UNIPOP, em suas vidas e os impactos que essa formação vem assumindo ou assumiu na existência desses jovens participantes. Pois a heterogeneidade dos seus locais de origem é homogeneizada pela fragilidade presente na garantia dos direitos nesses espaços. Daí foi possível compreender a representação e o alcance desse elo construído através da fala deles:

É a minha casa. É aonde me sinto bem e sou bem recebida, me sinto à vontade. O  que vivo aqui me ajuda a não desistir. O clima da UNIPOP me faz bem. (Gilmara6 ‐  Aluna) 

 

É espaço que nos leva a fazer várias reflexões sobre o que está em pauta na sociedade. (Diego7 - Aluno)

Um espaço de valorosa importância na formação social, política e cultural para jovens e lideranças populares. Que apresenta uma forma de educar mais humana que valoriza os saberes e as vivências de cada pessoa. (Gilson8 – Egresso)

Instituição que oportuniza por meio de seus cursos e oficinas a produção e socialização coletiva de saberes. A UNIPOP é um espaço de criação, recriação e formação política, artística, ecumênica e social de homens e mulheres que se desafiam a construir um mundo melhor, seja através da militância política, nas fileiras partidárias, na militância social através das pastorais de juventude, grupos de mulheres, ongs e movimento LGBT. (Augusto9 – Egresso)

 

As falas denotam a importância da linguagem do afeto e de quanto faz diferença ser partícipe ativo do processo educativo, ficando expresso que a UNIPOP, não os compreendem como “carentes”. Mas, que mesmo em situações de vulnerabilidades, podem ser protagonistas no desenvolvimento de um processo formativo que os ajude a edificar possibilidades de compreender, interpretar e re- significar, criticamente a realidade de seu bairro e a sociedade no geral.

Os alunos expressam a dimensão inclusiva da UNIPOP, pois a presença no interno da UNIPOP é para que tomem consciência do externo. Assim, ressalta o compromisso de indicar e viver valores e ser espaço que dialoga com a participação e autonomia e valorização do humano, desenhada em sua missão.

A construção desse ambiente de possibilidades que contemple a participação de todos(as) nos remete à LOUREIRO(2002) quando pensa a Amazônia como espaço democrático que gera renda, distribui e permite a inserção da população.

A percepção da educação cidadã defendida pela UNIPOP, remete à crença de que esses jovens precisam ser lideranças a partir de suas rotinas e das diversas cenas em que figuram, e estreitar as relações com as desafiantes realidades em que       

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Gilmara Kelly – Aluno do curso de formação da UNIPOP. 7

Diego Sousa – Aluno do curso de formação da UNIPOP. 8

Gilson Dias – Egresso do Curso e educador da UNIPOP. 9

se defrontam, seja na escola, no grupo de amigos, na família e mesmo nos grupos de rua. Por derradeiro, a educação como instrumento de transformação precisa sempre edificar paradigmas novos, orientados por uma visão e propositiva da realidade como bem aponta SANTANA (2003).

Essa movimentação formativa que se alicerça no conhecimento dos diversos contextos em que estes jovens estão inseridos e na busca de construção de estratégias que possam modificá-las, já envolveu esses jovens ativamente na utilização de ferramentas de comunicação em seus bairros, utilizados como meios de educação popular, participação nos laboratórios de mídias livre do CEPEPO – Centro Práticas em Educação Popular, constituição do grupo de trabalho no Fórum Mundial e na ampliação do envolvimento nas discussões em sala de aula e na escola, bem como nas aspirações dos seus locais de moradia. Assim é constado, quando perguntados sobre o significado da UNIPOP em suas vidas e responderam:

Como pessoa primeiramente ela abriu muito a minha consciência para muitas questões que eu não tinha conhecimento, até a forma como agente pode contribuir na sociedade. Eu era de um grupo de dança que tinha como foco somente a dança, apos o curso da UNIPOP, percebi que a dança não poderia ser o início, meio e fim, mas ser uma ferramenta empreendedora no trabalho com crianças, adolescentes e jovens no enfrentamento de diversos problemas. (Diego – aluno).

Antes eu vivia à toa. A vida não tinha um sentido. Depois da chegada à UNIPOP, tomei outro rumo, essa educação para autonomia me ajudou a olhar ávida com outros olhos. Hoje sou o esteio da minha casa. (Gilmara) Foi a responsável por ter me identificado com as questões ambiental e como militante da juventude. Na vida pessoal passei a cuidar mais de minha família, foi um diferencial na escolha de minha opção para graduação a Geografia, assim como a minha comunidade que mesmo com o tempo limitado não deixei de atender. (Gilson)

Foi um divisor de águas em minha vida, contribuiu significativamente para que eu construísse um sentido para ela – e foi ao longo de todo o percurso que tive, junto a UNIPOP que posso dizer que realizei as maiores conquistas de minha vida, a alfabetização política, melhorar as relações com minha família, meu primeiro emprego, acesso, permanência e finalização da minha graduação – conheci os melhores e mais apaixonantes seres humanos que tive a oportunidade, amigos para a vida. (Augusto)

As falas dos informantes denotam a dimensão do acolhimento defendido e observado na ação da UNIPOP, ficando perceptível que a corresponsabilização gera vínculo e envolve na construção do sonho, e ainda amadurece o processo de tomada de decisão peculiar nos grupos.

A fala da Gilmara confirma a dimensão afetiva e, ao mesmo tempo, a necessidade de ser valorizada e respeitada, ainda adensada a emoção de se sentir capaz. O educando Diego ressalta a participação a serviço de projetos de vida, participar para ser melhor, para contribuir no processo de transformação. Com o egresso Gilson é sentido o reflexo na vida e nas escolhas pessoais, uma postura crítica diante do mundo passa ser executada. Não é diferente nas palavras ouvidas do egresso Augusto, ao afirmar que as relações sociais foram qualificadas e os horizontes renovados. É oportuno recorrer a SANTANA (2003), pois a instalação de paradigmas cidadãos precisam ser, urgentemente assumidos, pois só assim será combatido a manipulação, o engessamento e atrofiação da capacidade transformadora existente nas pessoas.

Diante das constatações expostas por esses jovens, é possível visualizar a concretização de objetivos da organização com o projeto Juventude Participação e Autonomia: Relatório 2007 da UNIPOP.

Estimular o protagonismo juvenil com vistas à participação efetiva dos/as jovens na mobilização, organização e participação n luta pela garantia de direitos humanos, em torno de políticas públicas específicas para a juventude;

Fortalecer e qualificar a intervenção da juventude em todos os seus espaços de atuação, viabilizando alternativas para a construção e concretização empreendedora de seus projetos pessoais e coletivos, enquanto agentes de transformação social;

Intensificar e qualificar a formação cultural, sócio-política, econômica e ambiental de jovens, com vistas à construção de um novo projeto de sociedade baseado em uma nova concepção de desenvolvimento;

Colaborar, através de processos formativos, segundo as demandas próprias das organizações juvenis oportunizando a partir das vivências reflexões acerca da autonomia, individuação e participação cidadã, ou seja, sensibilizá-los a prestarem contas de seus atos ao grupo, aos destinatários das suas ações e a seus educadores.

 

Fica evidente a repercussão das ações da UNIPOP nas vidas desses jovens. A estruturação das relações desses jovens com o mundo no âmbito social, político e econômico e o desenvolvimento de condições para tomar decisão. Em suas palavras soam a repercussão da mudança, do novo rumo. Fica enunciado uma perspectiva nova vida, uma percepção nova do estar no mundo, na cidade, no bairro, na família, no grupo de amigos.

A atuação da UNIPOP pressupõe que o foco da formação não se concentre em medidas corretivas. Nesse sentido, a perspectiva da gestão social é consolidada, pois a mesma significa desenvolver pessoas para construir consciência e autonomia nas decisões que refletem as suas trajetórias de vida. Dessa forma, SOUZA; OLIVEIRA (2008) alertam para o conjunto de estratégias e políticas organizacionais de promoção do bem estar dos indivíduos e coletividade.

Por partir desse princípio, a UNIPOP e o seu formato de gestão, em hipótese alguma, concebem ou tratam esses jovens como alvo de medidas, mas junto com eles constrói cenários de soluções e vislumbra permanentemente as perspectivas para um processo formativo que se alicerce, sempre mais em valores cidadãos e solidários. Essa perspectiva ficou expressada quando foram perguntados sobre que valares perceberam e aprenderam na formação na UNIPOP:

Primeiramente respeitar. Aprender a me relacionar com as pessoas, respeitando as diferenças e vivendo a diversidade que nós temos na sociedade. (Diego)

Saber valorizar o outro, Ser humano, Ter direitos e deveres. Valorizar o corpo. Ter família. ( Gilmara)

Respeito à diversidade, saber ouvir, saber falar e sempre pensar no coletivo. (Gilson)

Aprendi e vivenciei o compromisso, a dedicação, responsabilidade, honestidade e solidariedade. (Augusto)

A vivência da humanização no processo formativo desses jovens institui-se como marca que os reconhecem como integrantes da UNIPOP, nos espaços que vão assumindo, pois se diferenciam pela postura que assumem e pelo exercício dos valores apreendidos, logos vivenciados em outros espaços. Dessa forma, é incentivado um formato de lideranças, uma concepção nova de produção, um modelo novo de produção de conhecimento e formas de ação, que sejam contra- hegemônico e provoquem uma apartação no pensar individualizado para fortalecer a intervenção dos sujeitos coletivos. É dessa forma que se pensa e se concretiza a busca da cidadania, que se alcança e se sistematiza no valor absorvido, posto em prática e vivenciado.

Esse sentir-se capaz, seguramente, remete ao slogan da UNIPOP: Saber é poder – Mobilização, Articulação e formação. É confirmado na forma de conceber a relação afetiva coma a organização, como é verificado nos depoimentos abaixo:

Possibilitou-me um olhar diferenciado sobre a sociedade e a participação em outro processo que foi juventude cabocla socialista do Pará, começou a fazer sentido tudo que tinha acumulado ao participar da formação da UNIPOP. (Diego)

Com a UNIPOP passei a acreditar que posso ser útil à sociedade. Que posso ajudar minha rua, minha escola e no meu grupo. Gilmara

Todos os espaços que participei sempre UNIPOP era a referência, hoje procurei aprofundar meus estudos nas questões ambientais graças ao espaço e oportunidades dadas pelo instituto. Gilson

Repercutiu em minha atuação militante, haja vista que comecei a integrar coordenações na estrutura organizativa da organização juvenil de onde eu fazia parte – e até fui convidado a coordenar um projeto no bairro onde morava chamado “Juventude pela Vida”, em parceria da Juventude Cabocla Socialista do bairro do Benguí e Instituto Universidade Popular – UNIPOP (Augusto)

A trajetória da UNIPOP tem confirmado seu lugar de destaque na participação de buscar desenhar possibilidades renovadas que se contraponham às situações de desigualdade, de exclusão e de injustiças sociais. Para continuar auferindo resultados que legitime sua missão organizacional, que a torne um espaço de vida, a mesma tem assumido uma metodologia participativa, favorecendo ultrapassar as aparências e adentrar na essência do planejado. Como também tem priorizado, de forma decisiva, a participação em coletivos de articulação, discussão, decisão.

Nesse sentido, a escolha dos jovens como público alvo constitui-se em decisão que valida sempre mais a importância de reconhecer a diversidade, a pluralidade e a complexidade presentes na sociedade e que devem ser ouvidas e incentivadas a contribuir.

A inserção de novos participantes fortalece e traz a ampliação de idéias que cooperem para invenção de uma nova sociedade, a partir da co-gestão. Assim a preparação desses jovens é uma forma de revigorar o gerenciamento de ambientes já instituídos e experienciar gestões participativas, humanas e democráticas, e, fundamentalmente, transitórias, buscando circularidade do poder. E ao perguntar aos jovens que argumentos podem ser utilizados para atrair novos participantes, eles/elas responderam:

Diria que a juventude é fundamental para sociedade, e que pode contribuir diretamente para essa mudança que agente tanto necessita. Diria que o conhecimento é fundamental na vida dos seres humanos e que vai além da sala de aula. (Diego).

Mostrando o meu exemplo. Eu mudei e mostrar que estamos construindo algo diferente. Eu tinha vergonha de falar em público, hoje já me considero uma liderança jovem.Gilmara

Uma formação baseada nos valores de vida comunitária, uma troca de saberes fundamentais para construção de uma nova cultura de paz. (Gilson) Ela poderá colaborar, sobremaneira, na formação política, formação esta que ultrapassa os muros da política partidária. Indico, pois entendo que ela pode colaborará com o desenvolvimento humano – a partir de vivências e valores que nortearão a vida, mulheres e homens preparados e qualificados para enfrentar os desafios propostos em seus caminhos. Indico, pois acredito na soma de esforços para transformar nosso entorno social. Indico, pois entendo que as experiências positivas conquistadas pela UNIPOP, no trabalho com jovens, têm feito a diferença nas vidas pessoais e coletivas (Augusto).

Os argumentos partem do exemplo pessoal, do entendimento de que a juventude vive o pode contribuir na construção de uma nova ordem social, que busca envolver novos atores e atrizes em uma cultura de paz. Dessa forma é imprescindível que homens e mulheres sejam qualificados, a partir, de vivências que incentive a condição de sujeitos ativos do processo e flexíveis no encontro com o diferente. Só aprendo quando convivo e sinto o afeto naquilo que é dito, sentido e testemunhado. A prática pressupõe o aceite da convergência entre o humano, a transformação e a cidadania. Momentos de aprendizagens são etapas de afirmação de uma Nova metodologia de aprendizagem com a utopia que blinda os projetos sociais.

4.5 O olhar externo de parceiros

A ação popular e propositiva do Brasil tem buscado atuar atenta e atuante em contribuir, de forma articulada, para que homens e mulheres sejam assumidos indistintamente como cidadãos e cidadãs. Dessa perspectiva, a aflição provocada pelas desigualdades, pelo autoritarismo e pela negação de direitos, vivenciados no país, desperta o sentimento e a responsabilização individualizada para se fazer algo na perspectiva da promoção, da defesa e da garantia dos direitos coletivos em direção da cidadania que se acredita ser condição decisiva para que uma cultura de direitos seja instalada e essa compreensão cidadã fica expressa nas crenças do teólogo Leonardo BOFF (2000), pois compreende que a consciência cidadã é resultado de um processo histórico, político, social e cultural que é criado pelas

pessoas, onde elas deixam a condição de massa para ser povo, deixam de atuar individualmente para atuar de forma coletiva e organizada.

Esse processo de organização foi consolidado e estruturado em organizações que compõem um campo social e político e que buscam consolidar posições e propostas na sociedade. Sendo assim, o diálogo entre as organizações é uma realidade e condição, fortemente assumida, para que as proposições assumidas possam ganhar densidade, respeitabilidade e sejam incorporadas. Daí a importância do olhar externo à organização.

Nesse sentido foram entrevistados participantes de duas organizações parceira da UNIPOP, o Movimento República de Emaús (MRE) e Associação Paraense de Apoio às Comunidades Carentes(APACC), buscando conhecer as opiniões, sobre a trajetória da UNIPOP. E uma vez perguntados sobre como descrevem a UNIPOP eles afirmam:

 

Ela surge diretamente vinculada à noção de processos formativos, de investir em processos formativos, da militância dos movimentos sociais e pastorais. Desenvolve é essa preocupação com uma formação que consiga responder aos desafios da atualidade, aos desafios que estão postos para movimento social, para o movimento pastoral, para o movimento ecumênico (Daltro10).

Instituição, que dá suporte à educação política, à militância e referência sobre projetos de estado. Buscava sempre uma postura crítica e a discussão do estado democrático de direitos, sobre uma perspectiva inclusiva. (Celina11).

Ela tem conseguido aliar duas dimensões que são fundamentais: a afirmação da dimensão política e tem conseguido aliar isso à ação inovadora, do ponto de vista do serviço, que são os projetos, os mesmo caracterizam-se por ação interventiva na sociedade e dirigida para jovens com ações de capacitação. É fundamental a articulação dessas duas dimensões: dimensão mais política e uma mais interventiva através dos projetos. (Maura12)

    As falas apontam na direção da qualificação formativa e da liderança da organização na região, como deixam evidenciada a dimensão democrática que se expressa pela busca de construir e de vivenciar um projeto de sociedade sob a perspectiva da inclusão. Dessa forma, as bases à cultura da participação da sociedade civil, nas questões políticas, econômicas, sociais, ambientais e humanas

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João Daltro Paiva Coordenador da APAAC 11

Celina Hamoy - Coordenadora do MRE 12

no Brasil vão sendo delineadas nas ações formativas que a UNIPOP desencadeia. Como frisou a entrevistada Maura: “É fundamental a articulação dessas duas

dimensões: dimensão mais política e uma mais interventiva através dos projetos”. E

ao mesmo tempo gerando relevância e respeitabilidade e, assim, possibilitando a formulação, o amadurecimento e a sistematização de princípios que contribuem à construção de novos modelos organizacionais que primam pela atuação mais inclusiva e plural.

A escolha de atuar coletivamente não se concentra somente na busca de maior visibilidade e impacto das ações na sociedade, mas aspira que seja efetivada a sustentabilidade política das ações do campo democrático popular. Seguindo essa direção, opta em participar qualitativamente das redes, em compor as alianças que caçam a viabilização da socialização da informação e a gestão de conhecimentos que amplie o empoderamento da sociedade civil na Amazônia. Diante dessa orientação assumida pela UNIPOP, foi perguntado que valores norteiam essa aspiração e decisão. E os informantes assim responderam:

A compreensão e vivência do protagonismo nos espaços. Afirmação da cidadania ativa. A dimensão da multilinguagem na sua ação na sua atuação, (Daltro)

A vontade de constituir parcerias. A cooperação. A crítica política. O trabalho comunitário. A formação de militantes. (Celina).

Acho que a solidariedade, e a democracia como valor de uma busca do que se quer fazer. (Maura).

A credibilidade e legitimidade que desfruta a UNIPOP são frutos da postura séria e leal que vem assumindo, nessas duas décadas, em suas ações. Isso é traduzido na efetivação dos valores da liberdade, da justiça, da humanização, da autonomia, da proposição e do sentir-se parte. Dessa forma, os valores percebidos pelos informantes, estão realmente presentes nas ações que a organização desenvolve e estruturam o modelo social de gestão que a mesma adota. A arquitetura da performance verificada na condução da organização é equivalente às ideias de FRANÇA FILHO(2008), quando atribui à gestão social o requisito perseguir requisitos não somente econômicos,mas priorizar o ser humano que dela participa.

Ainda vislumbrando os valores que cerca a atuação da UNIPOP foi indagado aos participantes sobre os eixos que norteiam a organização e se os mesmos estão relacionados. E aí as falas destacaram os seguintes eixos:

Tem feito esforço de vivenciar processos de gestão que sejam colaborativos e participativos, assim mantém o Conselho de representantes e convida seus parceiros para discutir seu plano trienal, isso, possibilita que a entidade não fique só voltada para si mesma, mas ela se compreenda sistêmica. (Daltro)

Não podemos deixar de falar na Educação Popular, pois a organização busca um desenvolvimento a partir de atuações oriundas da formação que considere a participação geral. A organização de jovens é uma. Formação de uma consciência crítica. A produção de conhecimentos (Celina)

O empoderamento de pessoas. Vejo pessoas novas, não sei em que medida isso é uma decisão de gestão ou uma contingência da conjuntura. Acho interessante isso, de você ter pessoas novas, ás vezes até com pouca experiência, mas que são responsabilizados, por processos diários e pesados, que não se ver em outro lugar. (Maura).

Na busca de desenhar uma tessitura que estabeleça a presença inovadora e privilegiada das pessoas, que favoreça a interlocução entre os diversos setores da sociedade, a UNIPOP, se fortalece nos valores democráticos, aspirando fortalecer as articulação e construir um horizonte político amazônico, que se faça perceber nos horizontes do país e assim influenciar, de forma decisiva, nas políticas públicas, nas políticas econômicas, nas diversas políticas do país. Essa articulação sugere a inversão da forte floresta, quando se pensa em exploração para florestania que evidencia a vivência da cidadania na região e apta em participar de todas as discussões fortes e decisivas do país.

A UNIPOP vivencia a articulação, pois também ela, a UNIPOP, é fruto da articulação que sentia a necessidade de um ente preparado e empenhado na promoção do processo formativo dos movimentos sociais de Belém. Ao argüir os

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