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4 Impacte da proposta de directiva relativa à utilização de solventes

4.2. Universo abrangido em Portugal e redução nas emissões de COVNM

Por forma a identificar o universo abrangido em Portugal foram contactados diversos agentes económicos relevantes:

› Importadores de produtos de retoque de veículos (PPG - Revestimentos para Automóveis AEIE e Spies Hecker);

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

› Associações de âmbito nacional de empresas de reparação automóvel (ANECRA10) e de fabricantes de tintas e vernizes (APFTV11);

› Principais fabricantes e comerciantes de tintas e vernizes em Portugal (Dyrup, CIN, Robbialac e Barbot).

Apesar dos contactos efectuados não foi possível obter uma caracterização abrangente da utilização destes produtos em Portugal e do seu teor em COVNM actual. Com efeito, o grande número de agentes envolvidos (no caso dos produtos de retoque de veículos) e questões relacionadas com a confidencialidade da formulação dos produtos (no caso das tintas e vernizes), tornaram impossível obter dados quantitativos representativos do universo nacional.

Desta forma, nesta secção apenas se dão algumas indicações quanto ao mesmo, assim como quanto ao potencial de redução da Proposta de Directiva, o qual deverá ser encarado com reservas.

Produtos de retoque de veículos Com base nos contactos feitos, é possível afirmar que em Portugal não é efectuada a produção de retoque de veículos em larga escala, sendo a maioria destes produtos importada. No que respeita à utilização propriamente dita dos mesmos, não existe de momento informação disponível quanto aos seus quantitativos e até quanto ao universo completo de empresas de reparação automóvel a laborar em Portugal. Este sector é extremamente fragmentado, existindo um grande número de instalações (cerca de 2000 que efectuam pintura, segundo a ANECRA) com uma dimensão muito reduzida, sendo por isso extremamente difícil caracterizá-lo na sua totalidade.

Segundo informação da ANECRA, actualmente a maior parte das empresas que efectua a repintura automóvel trabalha com tintas de base de solvente, apesar de existirem já no mercado produtos alternativos de base aquosa.

10 Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel (website: www.anecra.pt)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

Estes produtos, no entanto, têm um preço mais elevado e requerem uma técnica de aplicação diferente, o que levanta alguma resistência à sua aplicação por parte dos operários, na sua maioria, algo envelhecidos.

Não obstante, ainda segundo a ANECRA, a mudança para produtos de base aquosa não deverá ser morosa (estima-se que não seja necessário mais de uma semana para a conversão de equipamentos e produtos) e não acarreta investimentos elevados em novos equipamentos.

Segundo informações prestadas pelos fabricantes destes produtos, de uma maneira geral, poderá considerar-se que a proposta de Directiva Produtos será implementada com sucesso em Portugal, uma vez que os produtos de retoque de veículos são maioritariamente importados, sendo produzidos por grandes empresas multinacionais, as quais se encontram desde já a preparar-se para cumprir com os requisitos desta futura Directiva.

Tintas e Vernizes Também para este sector foi impossível obter informação representativa da totalidade do universo. De acordo com a APFTV estima-se que de momento existem cerca de 150 empresas fabricantes de tintas e vernizes em Portugal, das quais cerca de 52 são de grande dimensão.

As restantes empresas, de pequena dimensão, na sua maioria fabricam produtos de base aquosa, não existindo informação que permita concluir até que ponto os produtos fabricados estão ou não abrangidos pela Proposta de Directiva Produtos. Não obstante, muitas destas empresas de menor dimensão, deverá responder bem às alterações de formulação a serem impostas, uma vez que muitas trabalham por encomenda para o conjunto mais restrito de empresas de maior dimensão.

As empresas contactadas no âmbito deste estudo representam uma fracção significativa do mercado nacional (cerca de 50%). Todas elas se dedicam à produção dos produtos abrangidos pela Proposta de Directiva.

No entanto, embora algumas destas empresas se encontrem, desde já, a preparar a sua estratégia de cumprimento com os novos requisitos, não foi possível obter informação quantitativa representativa de todo o universo de grandes produtores/comerciantes em Portugal. A maioria das empresas

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

encontra-se ainda a iniciar o estudo das medidas necessárias para cumprir com a Proposta de Directiva.

No entanto, pode adiantar-se que o cumprimento desta legislação parece estar assegurado, dado que muitas das empresas possuem desde já produtos alternativos de base aquosa. Segundo informação da APFTV (com as devidas ressalvas face à dimensão do sector e problemas atrás referidos) as tintas de base aquosa constituem actualmente mais de 50% do total de tintas decorativas comercializadas em Portugal.

Segundo informações prestadas por diversos fabricantes, poderá até suceder que os mesmos optem por abandonar por completo a produção de determinados produtos de base de solvente, em detrimento da manufactura de produtos com menor teor de solvente.

Estimativa de Redução de Emissões Dadas as dificuldades na obtenção de informação a partir dos diversos fabricantes e importadores destes produtos em Portugal, foi impossível estimar o impacte da Proposta de Directiva na redução das Emissões de COVNM. Por esse motivo, recorreu-se aos valores estimados no âmbito dos estudos preparatórios desta legislação.

Desta forma foi considerada uma redução de 9,5 kt de COVNM em 2010 nas emissões provenientes da aplicação de tintas e vernizes de revestimento para aplicação em edifícios, seus remates e guarnições e estruturas associadas (Comissão Europeia, 2002). Para os produtos de retoque de veículos foi considerada uma redução de 0,9 e 1,8 kt COVNM em 2010, respectivamente para um cenário de redução Alto e um Baixo (DG XI - Comissão Europeia, 2002).

Estes valores resultam de uma abordagem top-down, trabalhada a partir dos valores de redução verificados no Reino Unido, onde uma legislação semelhante a esta já se encontra implementada, e adaptados à realidade nacional. Naturalmente, os mesmos devem ser encarados com algumas reservas e sujeitos a revisão assim que haja mais informação disponível. Com base nos elementos fornecidos por um único fabricante nacional e extrapolados para o mercado de tintas e vernizes Português, foi estimada

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uma redução de 10,25 a 11, 93 kt, corroborando assim os 9,5 kt estimados no estudo da Comissão Europeia.

5 OPÇÕES ADICIONAIS DE REDUÇÃO DE