• Nenhum resultado encontrado

Programa para os Tectos de Emissão Nacionais - ESTUDOS DE BASE - - ESTUDOS DE BASE - MEDIDAS PARA O CONTROLO DAS EMISSÕES NACIONAIS DE COVNM

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Programa para os Tectos de Emissão Nacionais - ESTUDOS DE BASE - - ESTUDOS DE BASE - MEDIDAS PARA O CONTROLO DAS EMISSÕES NACIONAIS DE COVNM"

Copied!
79
0
0

Texto

(1)

Programa para os Tectos de

Emissão Nacionais

- ESTUDOS DE BASE -

- ESTUDOS DE BASE -

CENÁRIO DE CUMPRIMENTO DA

Maio de 2004

MEDIDAS PARA O CONTROLO DAS

EMISSÕES NACIONAIS DE COVNM

EQUIPA TÉCNICA

Departamento de Ciências e Engenharia do

Ambiente, FCT/UNL

(2)
(3)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

ÍNDICE

ÍNDICE ...i

1 Sumário Executivo ... iii

2 Introdução...6

3 Emissões de COVNM em Portugal...7

3.1. Impacte dos instrumentos de política em vigor na redução de emissões de COVNM ...7

Impacto expectável da PCIP no fabrico de polímeros... 11

Incerteza associada ao impacte dos instrumentos de política em vigor nas emissões de COVNM... 12

3.2. Emissões de COVNM em 2000 ... 13

Metodologia de estimativa de emissões de COVNM ... 13

Por sector de actividade económica ... 15

Por actividade emissora ... 16

3.3. Emissões de COVNM em 2010 ... 18

Metodologia de projecção de emissões para 2010... 18

Por sector de actividade económica ... 20

Por actividade emissora ... 23

3.4. Incerteza associada às estimativas de emissões de COVNM ... 26

4 Impacte da proposta de directiva relativa à utilização de solventes orgânicos em determinados produtos ... 31

4.1. Proposta de directiva ... 31

4.2. Universo abrangido em Portugal e redução nas emissões de COVNM 33 Produtos de retoque de veículos ... 34

(4)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

Estimativa de Redução de Emissões ... 36

5 Opções adicionais de redução de COVNM ... 37

5.1. Necessidade de Redução Adicional ... 37

5.2. Actividades actualmente não sujeitas a regulação com vista à redução de COVNM... 38

5.3. Combustão de lenha no sector doméstico... 41

Enquadramento... 41

Opções técnicas/tecnológicas de redução de emissões de COVNM... 42

Instrumentos de Política adoptados noutros países ... 44

Aplicabilidade para Portugal ... 47

5.4. Pavimentação de estradas com misturas betuminosas ... 49

Enquadramento... 49

Emissões de COVNM ... 51

Opções técnicas/tecnológicas de redução de emissões de COVNM... 52

5.5. Redução adicional de emissões de COVNM provenientes dos transportes rodoviários ... 54

5.6. Síntese das opções adicionais para redução de COVNM ... 56

6 Cumprimento do tecto nacional de COVNM ... 61

7 Referências... 68

Anexos ... 71

Anexo I – Actividades responsáveis pela emissão de COVNM ... 72

Anexo II – Metodologia de projecção de emissões de COVNM ... 75

Anexo III – Controlo de emissões de COVNM provenientes da combustão de lenha no sector doméstico... 77

(5)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

1 SUMÁRIO EXECUTIVO

De acordo com as previsões elaboradas para o cenário de referência, no âmbito dos estudos de base do Programa para os Tectos de Emissão Nacional (PTEN), prevê-se que as emissões de COVNM diminuam 19 a 11% entre 2000 e 2010 nos cenários Alto e Baixo, respectivamente. Partindo da assunção que esta redução se concretizará neste horizonte temporal, por forma a cumprir com o tecto nacional de emissão de 180 kt em 2010,

Portugal terá que reduzir adicionalmente as suas emissões de COVNM

em cerca de 21 a 42 kt COVNM (que representa uma redução de 10 a 19% face às emissões previstas em 2010).

Em 2000, a indústria e construção é o sector que mais contribui para as emissões totais nacionais de COVNM (43%), seguindo-se os sector

dos transportes, doméstico e da oferta de energia. Em 2010, embora a indústria e construção continue a ser o sector responsável pela maioria das emissões, o sector doméstico ultrapassará o dos transportes no que respeita à sua contribuição para o total nacional. A utilização de solventes é a

actividade com maior peso (48 a 50%) no total de emissões previstas para 2010, seguida pelos processos industriais, combustão, transportes e a

refinação e distribuição de combustíveis.

É de salientar que, de acordo com consultas efectuadas aos diversos agentes económicos, as perspectivas de evolução até 2010 apontam para uma maior aproximação ao Cenário Baixo. No entanto, manteve-se a inclusão do Cenário Alto por não haver informação fundamentada que permita abandonar este cenário como improvável.

Para além da análise da eficácia de ambiental das medidas contidas no cenário de referência, foi estimado o potencial de redução nas emissões de tintas e vernizes devido à implementação da proposta de Directiva Produtos. Foi ainda avaliado o impacto expectável da PCIP no fabrico de polímeros, assim como a redução de COVNM devido à implementação das medidas adicionais do Programa Adicional para as Alterações Climáticas propostas

(6)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

para o sector dos Transportes. Por último, foram identificadas opções adicionais de redução de emissões para as actividades ainda não sujeitas a qualquer instrumento ou medida com vista à redução de COVNM.

Considerando todas estas possibilidades de redução (apesar da grande incerteza a elas associada), assim como a aplicação alargada das Melhores Técnicas Disponíveis descritas no âmbito da PCIP à produção de polímeros (de acordo com abordagem descrita na secção 3.1), verifica-se que, no

Cenário Baixo, se consegue cumprir com o tecto nacional de emissão de COVNM. No entanto, no Cenário Alto, mesmo com a aplicação das

diversas opções de redução adicionais, é ainda necessário reduzir cerca de 14 kt por forma a cumprir com o tecto nacional de emissão.

Na consideração destes valores é fundamental ter-se em atenção o elevado

grau de incerteza associado às estimativas de emissões de COVNM

apresentadas. Estes valores devem ser encarados com reservas por diversas razões:

› é necessário continuar a melhorar a informação que está na base das estimativas de emissões de COVNM em 2000;

› existe uma grande incerteza associada à eficácia dos instrumentos de política em vigor e planeados, assim como à implementação das opções adicionais identificadas.

Nesta fase, pode-se afirmar que o elevado nível de incerteza associada à estimativa das emissões de COVNM condiciona a definição de uma estratégia para o cumprimento do tecto nacional de emissão. Não obstante, é possível delinear genericamente um conjunto de áreas de actuação prioritárias:

› Melhorar a informação na base dos inventários de emissões, por forma a minimizar a incerteza de cumprimento do tecto nacional de emissão de COVNM;

› Garantir uma implementação eficaz dos instrumentos do cenário

de referência, com especial relevância para PCIP e DL 242/2001, assim

(7)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

› Recolher informação de base sobre a combustão de lenha no

sector doméstico por forma a estudar a viabilidade da implementação

das opções tecnológicas de redução identificadas;

› Desenvolver esforços, ao nível nacional, para que ao nível europeu se estude a possibilidade de reduzir, à escala Europeia, o teor de COVNM

na utilização de diversos produtos no sector doméstico, utilizando

uma abordagem semelhante à da Proposta da Directiva Produtos;

› Decidir quanto à adopção de medidas adicionais do PNAC, em

particular, as aplicáveis ao sector dos transportes rodoviários por

forma a clarificar a possibilidade de reduzir emissões de COVNM através das mesmas.

(8)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

2 INTRODUÇÃO

A Directiva 2001/81/CE, do Parlamento e do Conselho Europeus, de 23 de Outubro, transposta pelo Decreto-Lei n.º 193/2003, de 22 de Agosto, estabelece para Portugal a obrigação de desenvolver um programa nacional para a redução das emissões dos poluentes dióxido de enxofre (SO2), óxidos

de azoto (NOx), compostos orgânicos voláteis não metânicos (COVNM) e

amónia (NH3), com o objectivo de atingir, o mais tardar no ano 2010, os

tectos de emissão nacional que lhe foram atribuídos por negociação e estudos (técnicos e económicos) baseados no modelo RAINS (“Regional Air Pollution

Information and Simulation”).

Neste âmbito, foi desenvolvido em 2002 a primeira versão do Programa para os Tectos de Emissão Nacional (PTEN) com o objectivo de definir a estratégia nacional para o cumprimento dos tectos de emissões supracitados e, assim, da Directiva 2001/81/CE (Directiva Tectos). Na sequência da versão de 2002 do PTEN, foi identificada a necessidade de um esforço adicional de redução de emissões de COVNM para o cumprimento do respectivo tecto (180 kt), no quadro da Directiva Tectos.

O presente documento tem por objectivo enquadrar a problemática de emissões de COVNM em Portugal, e identificar medidas e acções que devem ser desenvolvidas com vista ao cumprimento do objectivo nacional de emissão assumido por Portugal para 2010.

Neste documento são identificadas as causas do problema do controlo de COVNM em Portugal (secção 3), são avaliados novos instrumentos europeus como a Proposta de Directiva relativa à limitação de emissões de COVNM resultantes da utilização de solventes em determinadas tintas e vernizes e em produtos de retoque de veículos (secção 4), e são apresentadas opções tecnológicas para redução de COVNM, adicionais às actualmente em vigor (secção 5).

(9)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

3 EMISSÕES DE COVNM EM PORTUGAL

3.1. IMPACTE DOS INSTRUMENTOS DE POLÍTICA EM

VIGOR NA REDUÇÃO DE EMISSÕES DE COVNM

No desenvolvimento do cenário de referência no âmbito dos estudos técnicos do PTEN foram considerados os instrumentos de política em vigor com impacte nas emissões de COVNM até 2010, que a seguir se discriminam. › Directiva 96/61/CE, do Conselho de 24 de Setembro e Decreto-Lei n.º

194/2000, de 21 Agosto, relativa à Prevenção e Controlo Integrados da Poluição (PCIP);

Esta legislação tem por objectivo reduzir as emissões de certas actividades, tendo em vista alcançar um nível elevado de protecção ambiental no seu todo. A mesma aplica-se a instalações maioritariamente industriais pertencentes às categorias de actividade constantes no seu Anexo I e, para algumas das categorias, com capacidade de produção acima dos limiares estabelecidos.

As instalações abrangidas devem obter, como condição essencial para a sua operação, uma licença ambiental integrada, contemplando todos os aspectos que possam ser influenciados para melhorar o desempenho ambiental das instalações a todos os níveis. Esta licença define medidas de gestão e Valores Limite de Emissão (VLE) tendo em conta os valores de emissão (VEA) passíveis de serem atingidos com a utilização das Melhores Técnicas Disponíveis (MTD) para os diversos poluentes susceptíveis de serem emitidos.

› Directiva 94/63/CE e Portaria n.º 646/97, de 11 de Agosto, relativa ao controlo das emissões resultantes do armazenamento de gasolinas e sua distribuição.

(10)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

Esta legislação aplica-se às operações, instalações, veículos e embarcações utilizadas para o armazenamento, carga e transporte de gasolinas (destinadas a serem utilizadas como combustível em veículos a motor, com excepção do gás de petróleo liquefeito) de um terminal para outro, ou de um terminal para uma estação de serviço. A legislação especifica medidas a tomar para reduzir as perdas por evaporação, em todas estas fases da cadeia de armazenamento e distribuição da gasolina, particularmente através da recuperação dos vapores de compostos orgânicos voláteis;

› Directiva 1999/13/CE e Decreto-Lei n.º 242/2001, de 31 de Agosto, relativo à redução das emissões resultantes da utilização de solventes orgânicos em determinadas actividades e instalações;

As instalações abrangidas devem cumprir: (a) os Valores Limite de Emissão em gases residuais e os valores de emissão difusa (expressos como percentagem do consumo de solventes), ou os valores limite para a emissão total, e outros requisitos estabelecidos no anexo II-A do D.L.; ou (b) com excepção das actividades de limpeza de superfícies e de limpeza a seco, os requisitos de um plano individual de redução de emissões, constante do anexo II-B do mesmo D.L..

› Directivas 98/69, 98/70 e 99/32, relativas ao controlo das emissões provenientes veículos a motor, especificações ambientais para gasolina sem chumbo e combustível para motores diesel, e redução das emissões SO2 provenientes da combustão de combustíveis líquidos,

respectivamente;

A Directiva 1998/69/CE, de 13 de Outubro, é a última de uma série de Directivas que estabelece normas de emissão progressivamente mais estritas para diversos poluentes. São estabelecidos limites de emissão para diversos poluentes (incluindo COVNM) para as diversas categorias de veículos a motor (rodoviários pesados e veículos ligeiros), os quais se traduzem nas normas EURO.

A Directiva 1998/70/CE, de 13 de Outubro, estabelece especificações ambientais para a gasolina sem chumbo e para o combustível para motores a

(11)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

Por último, a Directiva 1999/32/CE, de 26 de Abril, transposta pelo Decreto-Lei n.º 281/2000, de 10 de Novembro, estipula teores máximos, em massa, de enxofre para o fuelóleo e gasóleos não rodoviário e navais utilizados em Portugal a partir de determinadas datas, salvo para algumas excepções definidas na Directiva.

› Acordo ACEA, relativo a acordos ambientais estabelecidos entre a UE e as associações da indústria automóvel (ACEA – Associações Europeias das Indústrias Automóvel, JAMA1 e KAMA2) com o objectivo de reduzir o factor

de emissão médio de CO2 dos veículos ligeiros de passageiros. As

medidas tomadas para reduzir as emissões de CO2 terão também impacte

nas emissões de COVNM;

› Directiva Europeia 2003/30/CE, que prevê a introdução de biocombustíveis no sector dos transportes até 2010. Os Estados Membros devem garantir que uma percentagem mínima de biocombustíveis serão colocados no mercado até essa data, estando definidas metas faseadas intercalares para a sua penetração. Desta forma, em 2005 devem estar no mercado 2% de biocombustíveis calculados com base no teor energético de todo o gasóleo e gasolina consumidos no sector dos transportes e em 2010, este valor deve ser de 5,75%.

Aplicando a metodologia descrita no documento “Programa para os Tectos de Emissão Nacionais – Estudos de Base - AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE EFICÁCIA AMBIENTAL DOS INSTRUMENTOS DE POLÍTICA EM VIGOR” de Maio de 2004, estima-se que instrumentos de política em vigor atrás referidos reduzam em 2010 entre 47 e 50 kt (

Quadro 1), respectivamente para os cenário macro-económicos Baixo e Alto.

1 Associação dos Comerciantes de Automóveis Japoneses 2 Associação dos Comerciantes de Automóveis Coreanos

(12)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

Quadro 1 – Potencial de Redução das Emissões de COVNM em 2010 devido à implementação dos instrumentos de política em vigor

Instrumentos de Política Redução de COVNM

em 2010 (kt) Cenário

Baixo

Cenário Alto Directiva PCIP (Directiva 96/61/CE, do Conselho de 24

de Setembro e Decreto-Lei n.º 194/2000, de 21 Agosto)

20,56 22,09

Directiva 94/63/CE e Portaria n.º 646/97 (Controlo das emissões resultantes do armazenamento de gasolinas e sua distribuição)

8,03 8,52

Directiva 1999/13/CE e Decreto-Lei n.º 242/2001 (Redução das emissões resultantes da utilização de solventes orgânicos em determinadas actividades e instalações)

15,19 17,19

Armaz. e Distrib.

Combustíveis e Consumo

Sub-Total 43,78 47,80

Directivas 98/69/CE; 98/70/CE; 99/32/CE e Acordo ACEA (Controlo das emissões provenientes veículos a motor, Especificações ambientais para gasolina s/ chumbo e combustível para motores diesel, e Redução das Emissões SO2 provenientes combustão combustíveis líquidos, respectivamente)3

n.d. n.d.

Programa Auto-Oil (Acordo Voluntário com as associações da indústria automóvel)

1,16 1,21

Directiva sobre Biocombustíveis (2003/30/CE) 2,55 2,71

Transportes

Sub-Total 3,71 3,92

Total das PeM do Cenário de Referência 47,49 51,72 n.d. não determinado.

3 Não é possível avaliar o impacte isolado deste conjunto de medidas pois o Cenário Business as Usual para os Transportes já incorpora de raiz os factores de emissão previstos até 2010, respeitando a legislação em vigor, i.e. as directivas aqui referidas.

(13)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

Impacto expectável da PCIP no fabrico de polímeros A avaliação da eficácia ambiental da PCIP, integrada no cenário de referência, não incluiu o seu impacto na totalidade do sector químico, em particular no fabrico de polímeros, porque o BREF aplicável a estas actividades não se encontra ainda elaborado, não existindo VEAs definidos para as mesmas. No entanto, parece expectável assumir que, em 2007, tal situação tenha já sido ultrapassada, pelo que no âmbito deste documento, se optou por avaliar o impacto da PCIP neste sub-sector.

No cenário de referência do PTEN, para o caso do sector químico, apenas foi considerada a redução de COVNM nas actividades incluídas no âmbito do

Reference Document on Large Volume Organic Chemical Industry (BREF

LVOC)4, por não se encontrarem actualmente ainda definidos VEA e MTD para

COVNM provenientes de outras actividades do sector químico abrangidas pela PCIP. Desta forma, no cenário de referência do PTEN, foi adoptada uma abordagem conservadora e não foi estimada qualquer redução de emissões de COVNM para estas actividades, respeitante à produção de polímeros (produção de PEBD, PEAD, PVC, polipropileno e poliestireno).

No entanto, as MTD descritas no BREF LVOC para a redução de COVNM dizem respeito a tecnologias de fim-de-linha aplicáveis à generalidade dos processos produtivos que emitem COVNM. Estas MTD têm uma eficiência de recuperação das emissões entre 50-99,9%. Assim, e numa abordagem conservadora, foi aqui considerada uma redução de emissões de 50% na estimativa do impacto da PCIP nas actividades relativas ao fabrico e polímeros.

Ao assumir que, em 2007, é alcançado o desempenho ambiental dos VEA, tem-se uma redução de emissões adicional, à estimada no âmbito do cenário de referência do PTEN de 4,91 a 5,68 kt de COVNM em 2010.

(14)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

Incerteza associada ao impacte dos instrumentos de política em vigor nas emissões de COVNM Na consideração do potencial de redução de COVNM dos instrumentos de política deverá ter-se presente uma grande incerteza, em particular para a PCIP e D.L. 242/2001 de 31/08 (Quadro 2).

Quadro 2 – Incerteza associada ao impacte dos instrumentos de política em vigor nas emissões de COVNM Instrumentos de Política Nível qualitativo de incerteza Directiva PCIP (Directiva 96/61/CE, do Conselho de 24

de Setembro e Decreto-Lei n.º 194/2000, de 21 Agosto)

Alto

Devido ao desconhecimento do referencial de desempenho ambiental passível de vir a

ser exigido na licença ambiental

Directiva 94/63/CE e Portaria n.º 646/97 (Controlo das emissões resultantes do armazenamento de gasolinas e sua distribuição)

Baixo

São utilizados valores de desempenho ambiental claramente definidos como tal na legislação e o universo de aplicação é

relativamente reduzido Directiva 1999/13/CE e Decreto-Lei n.º 242/2001

(Redução das emissões resultantes da utilização de solventes orgânicos em determinadas actividades e instalações)

Alto

Devido ao desconhecimento do universo de instalações abrangidas e suas características em termos de emissões Directivas 98/69, 98/70 e 99/32 (Controlo das

emissões provenientes veículos a motor,

Especificações ambientais para gasolina s/ chumbo e combustível para motores diesel, e Redução das Emissões SO2 provenientes combustão combustíveis líquidos, respectivamente)

Acordo ACEA

Directiva sobre Biocombustíveis (2003/30/CE)

Intermédio

Devido a desconhecimento das características do parque automóvel

nacional e sua evolução

A estimativa do impacte da PCIP nas emissões de COVNM está dependente da existência de VEA e MTD definidos para COVNM, o que não sucede de momento para todos os sectores de actividade abrangidos, pelo que a redução calculada poderá estar subestimada. Por outro lado, no cálculo da redução da PCIP foi assumida uma redução correspondente à implementação de um conjunto de técnicas que poderão já estar implementadas pelo menos

(15)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

por algumas das instalações abrangidas por esta legislação, o que poderá levar à sobrestimação do impacte da PCIP.

Para além disso, o próprio espírito do diploma PCIP impõe sérias limitações a qualquer análise sectorial de implicações da sua implementação. Uma vez que as exigências a nível de desempenho ambiental são diferenciadas para cada instalação PCIP, em função da sua especificidade, a consideração de valores de desempenho comuns para todo o sector constitui uma simplificação que, provavelmente, não corresponderá à situação expectável com a atribuição das Licenças Ambientais

No que respeita ao D.L. 242/2001 de 31/08, a principal fonte de incerteza advém do fraco conhecimento, à data, do número de instalações abrangidas por este diploma. Para além disso, não é igualmente possível uma avaliação precisa da percentagem de redução resultante da implementação da legislação dado não estar disponível informação detalhada acerca das instalações que permita uma classificação nas diferentes categorias acima do limiar de abrangência de consumo anual de solventes e uma caracterização da situação inicial de referência em relação à qual é definida a redução resultante da aplicação da legislação.

3.2. EMISSÕES DE COVNM EM 2000

Metodologia de estimativa de emissões de COVNM Nesta secção é apresentada, de forma muito sucinta, a metodologia de cálculo das emissões de COVNM nos diversos sectores. Uma descrição mais detalhada pode ser lida no “Programa para os Tectos de Emissão Nacionais – Estudos de Base – CENÁRIO DE REFERÊNCIA DO PTEN”, de Maio de 2004. As emissões de COVNM resultantes da combustão foram calculadas multiplicando os consumos anuais de cada combustível, pelo respectivo factor de emissão (FE). Foram utilizados os FE constantes no Portuguese National

Inventory Report on Greenhouse Gases, 1990-2001 (IA, 2003). As emissões

(16)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

emissões referentes a todos os combustíveis consumidos (incluindo na cogeração).

No caso dos transportes, as emissões foram estimadas multiplicando o combustível utilizado pelos FE descritos no CORINAIR Atmospheric Emission

Inventory Guidebook (CORINAIR, 2003), tendo em consideração o tipo de

combustível utilizado, assim como o tipo de circulação (urbano/suburbano e de longa distância).

Para as emissões associadas à refinação (que não da combustão) e

distribuição de combustíveis (gasolina e gás natural) foram também

utilizados FE específicos (CORINAIR, 2003) multiplicados pelos totais anuais de crude processado na refinação, de consumos de gasolinas e de gás natural.

No sector dos resíduos as emissões de COVNM foram calculadas utilizando a metodologia US-EPA para aterros e tratamento de águas residuais domésticas. Para a incineração as quantidades obtidas através do Instituto Nacional de Resíduos foram multiplicadas por FE específicos (CORINAIR, 2003). Para as emissões provenientes das águas residuais industriais utilizaram-se os valores para 2000 da submissão nacional à UNECE de 2002. As emissões de COVNM da agricultura dizem respeito à queima de resíduos agrícolas. Estas emissões foram estimadas multiplicando os FE específicos (US EPA, 1995) pela quantidade de resíduos com este destino final. Esta quantidade foi obtida multiplicando as diversas áreas cultivadas pela quantidade de resíduos produzida por ha, descontando-se a fracção incorporada no solo.

Para as restantes actividades (processos produtivos da indústria,

construção e obras públicas e utilização de solventes), as emissões

foram estimadas aplicando FE provenientes da literatura (maioritariamente

CORINAIR Atmospheric Emission Inventory Guidebook e do AP-42), mas

também FE fornecidos pelos agentes económicos nacionais. As variáveis de actividade utilizadas são maioritariamente obtidas através do Instituto Nacional de Estatística.

(17)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

Por sector de actividade económica Conforme o Quadro 3, todos os sectores de actividade económica contribuem para as emissões em 2000, num total de quase 250 kt. No entanto, as emissões da maioria destes sectores são inferiores a 5% das emissões totais nacionais. O sector responsável pelo maior volume de emissões em 2000 é o da Indústria e Construção (43% das emissões), em particular os sub-sectores da indústria química, construção e obras públicas, pasta de papel e alimentação e bebidas. O sector dos transportes (24% das emissões), o sector doméstico (15%) e o sub-sector da refinação (13%), são os outros sectores com contribuição significativa (i.e. acima de 2% das emissões).

Quadro 3 – Emissões de COVNM em 2000 por sector de actividade económica Sectores de Actividade Económica Emissões Contribuição

2000 (kt) sectorial

para total (%)

1. Oferta de energia 32.46 13.03

1.1 Geração de electricidade 0.61 0.25

1.2 Refinação, armazenamento e distribuição de produtos

petrolíferos 31.55 12.66

1.3 Outros sub-sectores da indústria de energia 0.30 0.12

2. Indústria e Construção 107.12 42.99

2.1 Indústria extractiva 0.15 0.06

2.2 Metalurgia (inclui SN) 2.21 0.89

2.3 Química 42.47 17.05

2.4 Têxteis, calçado e curtumes 0.44 0.18

2.5 Pasta, papel e artes gráficas 13.15 5.28

2.6 Madeira, mobiliário e cortiça 2.29 0.92

2.7 Cimento 2.61 1.05

2.8 Cerâmica 2.16 0.87

2.9 Vidro 0.05 0.02

2.10 Alimentação e bebidas 13.06 5.24

2.11 Metalomecânica e outras 2.52 1.01

2.12 Construção e obras públicas 26.01 10.44

3. Transportes (s/ bancas) 60.26 24.19

4. Outros Sectores 49.32 19.79

4.1 Terciário 5.07 2.03

4.2 Doméstico 37.26 14.96

4.3 Agricultura, floresta, pecuária e pesca 4.39 1.76

4.4 Resíduos 2.60 1.04

(18)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

Por actividade emissora A utilização de solventes, aos diversos níveis (aplicação de tintas; desengorduramento e limpeza a seco; fabrico e processamento de produtos químicos; impressão; utilização de colas e adesivos; preservação de madeira; extracção de gorduras e óleos e utilização de produtos diversos no sector doméstico) é a actividade que mais contribui para as emissões de COVNM em 2000, seguida pelos transportes (Figura 1). Os processos industriais, a refinação e distribuição de combustíveis e a combustão em geral apresentam um peso muito semelhante para o total das emissões em 2000, como se mostra no Quadro 4.

As emissões provenientes da gestão de resíduos (incluindo a queima de resíduos agrícolas) podem ser consideradas desprezáveis negligenciáveis face ao total nacional (cerca de 2% das emissões totais em 2000).

Emissões de COVNM por actividade em 2000 (%) Refinação e distr. Combust. 13% Processos industriais 12% Combustão 13% Transportes 24% Resíduos 1% Queima resíduos agríc. 1% Utilização de solventes 35%

Figura 1 – Contribuição percentual das diversas actividades para o total das emissões de COVNM em 2000

(19)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

Quadro 4 – Emissões de COVNM em 2000 por actividade emissora em kt

Actividade (nomenclatura NFR) Contribuição para emissões totais em 2000 (%) Sector de Actividade Económica

1 A Combustão (inclui transportes) 36.93 Todos

1 A 1 Oferta Energia 0.29 Oferta de Energia

1 A 2 Indústria e Construção 4.15 Indústria e Construção

1 A 3 Transportes 24.19 Transportes

1 A 4 a Terciário 0.52 Terciário

1 A 4 b Doméstico 7.30 Doméstico

1 A 4 c Agricultura 0.49 Agricultura

1 B Emissões oferta energia 13.05 Oferta de Energia

1 B 1 Emissões difusas combustível 0.31 Indústria - Ferro e Aço

1 B 2 a i e a iv Refinação 7.57 Refinação

1 B 2 av Distribuição prod. petrolíferos 5.05 Refinação

1 B 2 b Distribuição gás natural 0.12 Outros - Oferta de Energia

2 Processos Industriais 12.22 Indústria e Construção

2 A Utilização de Mist. Betuminosas 1.13 Construção

2 B Indústria Química 4.90 Indústria - Química

2 C Produção de Metais 0.03 Indústria – Ferro e Aço

2 D Pasta de papel 1.85 Indústria – Pasta de papel

2 D Madeira e Cortiça 0.21 Indústria – Madeira e Cortiça

2 D Alimentação e Bebidas 4.10 Indústria – Alimentação e bebidas

3 Utilização de solventes 35.49 Todos

3 A Utilização de tintas 11.09 Indústria e Construção, Terc. e Domést.

3 B Desengorduramento 0.60 Indústria – metalurg. metalomec. e Terc.

3 B Limpeza a seco 0.66 Terciário

3 C Fabrico/process. Prod. químicos 11.85 Indústria química

3 D Outras utilizações de solventes 11.30 Indústria e Construção, Terc. e Domést.

4 F Queima de resíduos agrícolas 1.27 Agricultura 6 Resíduos 1.04 Resíduos

6 A Deposição em aterros sanitários 0.32 Resíduos

6 B Tratamento águas residuais 0.46 Resíduos

(20)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

3.3. EMISSÕES DE COVNM EM 2010

Metodologia de projecção de emissões para 2010 A metodologia de projecção das emissões de COVNM para 2010 é aqui apresentada de forma resumida. Uma leitura mais detalhada pode ser feita no “Programa para os Tectos de Emissão Nacionais – Estudos de Base – CENÁRIO DE REFERÊNCIA DO PTEN”, de Maio de 2004.

A projecção das emissões associadas à combustão foi efectuada considerando a evolução dos consumos anuais de cada combustível, de acordo com os cenários baixo e alto de procura de energia apresentados no Anexo II. Os factores de emissão para a combustão foram considerados constantes para o período de projecção 2000-2010.

Da mesma forma, a projecção das emissões da refinação (que não da combustão) e da distribuição de combustíveis (gasolina e gás natural) foi efectuada considerando a evolução dos totais anuais de crude processado na refinação, de consumos de gasolinas e de gás natural de acordo com esses mesmos cenários.

A projecção das emissões de COVNM da agricultura foi feita considerando a evolução das áreas agrícolas de acordo com os cenários de evolução da agricultura portuguesa até 2010, fornecidos pelo Gabinete de Planeamento e Política Agro-Alimentar (GPPAA) do Ministério da Agricultura. Refira-se que estes cenários embora resultem de um esforço de projecção por parte do sector, são assumidos com um elevado padrão de incerteza, dada a sua grande dependência relativamente às políticas agrícolas da União Europeia. No que respeita às emissões do sector dos resíduos foi desenvolvido pela FCT/UNL um cenário de referência sobre a evolução das quantidades físicas, tendo em conta as políticas e medidas estabelecidas para o sector. No caso particular das águas residuais domésticas foi definido um cenário de evolução dos volumes de água residual tratada com base no cenário de evolução da população apresentado no Cenário de Referência do PTEN (Cenário CISEP corrigido com os resultados do Censo da População de 2001, CISEP, 2001). Para as águas residuais industriais assumiu-se um valor constante de 0.660

(21)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

kt de COVNM (correspondendo a 33 000 hab. eq.) por não haver informação mais detalhada.

As emissões de COVNM dos transportes tiveram por base as projecções de consumo energético dos transportes terrestres efectuadas com o modelo agregado de procura energética para o sector dos transportes construído pela DGE5 e inspirando-se no modelo MEDEE (Modèle de Demande Energétique

Européen). Para a elaboração de previsões de crescimento do tráfego aéreo

nacional, recorreu-se às estimativas efectuadas pelo Aéroport de Paris6 no

âmbito do estudo prévio para a localização do Novo Aeroporto de Lisboa (NAER). Finalmente, no que se reporta ao consumo energético decorrente do tráfego marítimo nacional (percursos entre os vários portos continentais e das regiões autónomas), utilizam-se os valores registados pela DGE, i.e. vendas aos ‘barcos nacionais’. Quanto às previsões de crescimento, assumiu-se que não assumiu-se verificarão alterações significativas na actividade deste modo. Foi necessário assumir um conjunto de pressupostos por forma a caracterizar o crescimento da mobilidade individual, a estrutura evolutiva do parque automóvel e da repartição modal e dos factores de consumo médio dos veículos em circulação.

Para as restantes emissões (processos produtivos da indústria e

utilização de solventes), os valores para 2000 foram projectados até 2010

utilizando as taxas médias de crescimento anual do VAB para os respectivos sub-sectores (Anexo II), para os cenários macro-económicos Alto e Baixo. Contudo, as actividades da Siderurgia Nacional relativas ao forno de coque (SNAP 04 02 01, Forno de coque) e ao alto forno (SNAP 04 02 02, Carregamento do alto forno) deixam de ter emissões a partir de 2000, resultado do fecho destas instalações em 2001 (Instituto do Ambiente, 2002). Para o sector doméstico utilizou-se a previsão de evolução do consumo privado de acordo com CISEP (2001).

5 DGE (1999), “A Procura de Energia em Portugal 2000-2020 - Sector Transportes”, pela Direcção Geral de Energia, Lisboa.

6 NAER (2000), “Estudos Preliminares de Impacte Ambiental do Novo Aeroporto de Lisboa”, (www.naer-novoaeroporto.pt).

(22)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

Deve ser referido, que de acordo com consultas directas efectuadas aos diversos agentes económicos, as perspectivas de evolução apontam para uma maior aproximação ao Cenário Baixo. No entanto, manteve-se a inclusão do Cenário Alto por não haver informação fundamentada que permita abandonar este cenário como improvável. Não obstante, esta abordagem deverá ser re-equacionada aquando a revisão do presente documento.

O impacte dos instrumentos de política em vigor (com excepção do sector dos resíduos e das Directivas 98/69/CE; 98/70/CE; 99/32/CE aplicáveis ao sector dos transportes) foi deduzido das emissões assim projectadas (para uma leitura mais detalhada, sugere-se a leitura do Programa para os Tectos de Emissão Nacionais – Estudos de Base - AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE EFICÁCIA AMBIENTAL DOS INSTRUMENTOS DE POLÍTICA EM VIGOR”, de Maio de 2004).

Por sector de actividade económica De acordo com as previsões elaboradas no âmbito do cenário de referência desenvolvido no PTEN prevê-se que as emissões de COVNM diminuam 19 a 11% entre 2000 e 2010, ou seja uma redução de cerca de 27 a 49 kt COVNM em 2010, nos cenários alto e baixo respectivamente (Figura 2). Mesmo verificando-se esta redução, Portugal terá que reduzir adicionalmente as suas emissões em cerca de 21 a 42 kt COVNM (11 a 19% face ao total emitido em 2010), por forma a cumprir o tecto nacional de emissão de 180 kt.

De acordo com as previsões efectuadas, verifica-se existirem algumas diferenças na contribuição relativa de cada sector económico para as emissões nacionais entre 2000 e 2010 (Figura 3), principalmente uma redução na contribuição da oferta de energia e transportes, que resulta no aumenta da importância relativa da indústria e construção e sector doméstico. A contribuição dos sectores terciário, agricultura e resíduos para o total de emissões nacionais mantém-se aproximadamente constante em 2000 e 2010.

(23)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

Evolução das emissões de COVNM 2000-2010

-59 a -57% +1 a +15% -56 a -24% +11 a +23% +10 a +19% +9 a +10% -29% -19 a -11% 0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 Oferta de Energia Indústria e Construção Transportes Terciário Doméstico Agric., floresta e pescas Resíduos TOTAL Emissões COVNM (kt) 2010 A 2010 B 2000

Figura 2: Emissões de COVNM em 2000 e previstas para 2010 de acordo com Cenário de Referência do PTEN, com indicação da sua variação % face a 2000

Em 2010, o sector com maior contribuição para as emissões totais nacionais é claramente a indústria e construção (54 a 55% das emissões nacionais), seguindo-se o sector Doméstico (20% emissões), o sector dos transportes (13%) e a oferta de energia (7 a 6%). Os restantes sectores (terciário, agricultura e resíduos) têm uma contribuição bastante inferior (menor ou igual a 3% das emissões totais nacionais).

Para o sector dos resíduos, transportes e da oferta de energia prevê-se uma redução nas emissões em 2010 (Figura 2) devido a:

› sector de oferta de energia (-59 a -57%) - redução nas emissões da distribuição de gasolinas devido à implementação do disposto na Portaria n.º 646/97 de 11 de Agosto e no D. L. 194/2000 de 21 de Agosto;

› sector dos resíduos (-29%) - diminuição de quantitativos de resíduos depositados em aterro e melhores condições de incineração de RIBs;

(24)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

› sector dos transportes (-56 a -24%) – diversas políticas e medidas com vista à redução de diversos poluentes atmosféricos, em particular, a Directiva 2003/30/CE sobre Biocombustíveis.

Contribuição sectorial para emissões COVNM em 2010 Cenário Baixo (%) Oferta de Energia 6,6 Indústria e Construção 53,8 Transportes 13,1 Terciário 2,8 Doméstico 20,4 Resíduos 0,9 Agric., floresta e pescas 2,4

Figura 3: Contribuição sectorial para emissões COVNM em 2010

Os restantes sectores apresentam um crescimento de emissões que acompanha o seu crescimento económico e que, em termos de emissões de COVNM, pode ir até aos 23% face a 2000. Esta evolução é principalmente significativa nas previsões para o Cenário Alto e para os sectores Doméstico e Terciário. As emissões de COVNM estimadas para 2010 para os diversos sectores de actividade económica, encontram-se sintetizadas no Quadro 6.

(25)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

Quadro 5 – Emissões de COVNM em 2010 por sector de actividade económica Sectores de Actividade Económica Emissões em 2010 Contribuição

Cenário

Baixo (kt) Alto (kt) Cenário para total sectorial (%)

1. Oferta de energia 13.23 14.09 6.6 a 6.3

1.1 Geração de electricidade 0.60 0.68 0.3

1.2 Refinação, armazenamento e distribuição de

produtos petrolíferos 12.07 12.80 6.0 a 5.8

1.3 Outros sub-sectores da indústria de energia 0.56 0.60 0.3

2. Indústria e Construção 107.85 122.66 53.8 a 55.3

2.1 Indústria extractiva 0.18 0.19 0.1

2.2 Metalurgia (inclui SN) 0.04 0.05 0.0

2.3 Química 43.88 50.75 21.9 22.9

2.4 Têxteis, calçado e curtumes 0.40 0.46 0.2

2.5 Pasta, papel e artes gráficas 14.83 16.23 7.4 a 7.3

2.6 Madeira, mobiliário e cortiça 2.40 2.58 1.2

2.7 Cimento 2.72 2.72 1.4 a 1.2

2.8 Cerâmica 1.84 2.02 0.9

2.9 Vidro 0.06 0.07 0.0

2.10 Alimentação e bebidas 8.72 9.56 4.3

2.11 Metalomecânica e outras 1.50 1.66 0.7

2.12 Construção e obras públicas 31.27 36.37 15.6 a 16.4

3. Transportes (s/ bancas) 26.38 27.99 13.1 a 12.6

4. Outros Sectores 53.19 57.18 26.5 a 25.8

4.1 Terciário 5.65 6.25 2.8

4.2 Doméstico 40.93 44.25 20.4 a 19.9

4.3 Agricultura, floresta, pecuária e pesca 4.77 4.84 2.4 a 2.2

4.4 Resíduos 1.84 1.84 0.9 a 0.8

Soma 200.65 221.92 100.00

Por actividade emissora No que respeita às actividades responsáveis pelas emissões de COVNM (Figura 4), à semelhança do que sucede em 2000, a utilização de solventes é a actividade com maior peso nas previsões para 2010 (48 a 50%), seguida pelos processos industriais (15 a 16%), combustão (15 a 13%) e a refinação e distribuição de combustíveis (6%).

(26)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

Emissões por actividade % em 2010 Cenário Baixo Utilização de solventes 48% Refinação e distr. Combust. 6% Combustão 15% Queima resíduos agríc. 2% Processos industriais 15% Resíduos 1% Transportes13%

Figura 4: Contribuição percentual das diversas actividades emissoras de COVNM para as emissões totais nacionais em 2010 de acordo com Cenário de Referência Desagregando estes grupos genéricos de actividades (Quadro 6) verifica-se que as actividades responsáveis pela maioria das emissões de COVNM (contribuição percentual acima de 5% do total nacional) são as seguintes: › Utilização de tintas (17-18% emissões totais nacionais), em particular:

na indústria; na construção;

no terciário na reparação de automóveis; no doméstico;

› Outras utilizações de solventes (16% emissões totais nacionais): a impressão;

a utilização de colas e adesivos; a impressão;

a preservação de madeira na indústria de madeira e cortiça; a extracção de gorduras e óleos comestíveis e não comestíveis na

indústria alimentar;

a utilização de produtos diversos no sector doméstico;

› Fabrico e processamento de produtos químicos (14 a 15% emissões totais nacionais): indústria química, processamento de borracha, fabrico de tintas, colas e outros;

› Combustão nos transportes (13% emissões totais nacionais);

› Combustão no sector doméstico (8 a 7% emissões totais nacionais); › Processos produtivos da ind. química (7 a 8% emissões totais nacionais).

(27)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

Quadro 6: Emissões de COVNM em 2010 por actividade Actividade (nomenclatura NFR) Contribuição para emissões totais

em 2010 (%) Sector de Actividade Económica

1 A Combustão 27,79 a 26,11 Todos

1 A 1 Oferta Energia 0,34 a 0,35 Oferta de Energia

1 A 2 Industria e Construção 4,69 a 4,47 Indústria e Construção

1 A 3 Transportes 13,15 a 12,61 Transportes

1 A 4 a Terciário 0,93 a 0,91 Terciário

1 A 4 b Doméstico 7,97 a 7,11 Doméstico

1 A 4 c Agricultura 0,71 a 0,67 Agricultura

1 B Emissões oferta energia 6,25 a 6,00 Oferta de Energia

1 B 1 Emissões difusas combustível 0,00 Indústria - Ferro e aço

1 B 2 a i e a iv Refinação 2,69 a 2,57 Refinação

1 B 2 a v Distribuição prod petrolíferos 3,29 a 3,16 Refinação 1 B 2 b Distribuição gás natural 0,28 a 0,27 Outros oferta de energia

2 Processos Industriais 15,22 a 15,61 Indústria e Construção

2 A Utilização de Mix. Betuminosas 1,60 a 1,69 Construção

2 B Indústria Química 7,19 a 7,52 Indústria - Química

2 C Produção de Metais 0.00 Indústria – Ferro e Aço

2 D Pasta de papel 3,08 a 3,07 Indústria – Pasta de papel

2 D Madeira e Cortiça 0,30 a 0,29 Indústria – Madeira e Cortiça

2 D Alimentação e Bebidas 3,05 a 3,04 Indústria – Alimentação e bebidas

3 Utilização de solventes 48,15 a 49,94 Todos

3 A Utilização de tintas 17,01 a 17,84 Indústria e Construção, Terciário e Doméstico

3 B Desengorduramento 0,28 Indústria – metalurgia e metalomec. e Terciário

3 B Limpeza a seco 0,47 a 0,48 Terciário

3 C Fabrico/process. de produtos químicos 14,29 a 14,95 Indústria química

3 D Outras utilizações de solventes 16,10 a 16,39 Indústria e construção, doméstico e terciário

4 F Queima de resíduos agrícolas 1,67 a 1,51 Agricultura 6 Resíduos 0,90 a 0,83 Resíduos

6 A Deposição em aterros sanitários 0,09 a 0,08 Resíduos

6 B Tratamento águas residuais 0,58 a 0,53 Resíduos

(28)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

3.4. INCERTEZA ASSOCIADA ÀS ESTIMATIVAS DE

EMISSÕES DE COVNM

A elaboração de inventários de emissões encontra-se grandemente limitada pela quantidade e qualidade de informação disponível. No caso das emissões de COVNM, é necessário um conjunto muito maior de informação uma vez que as fontes de emissão destes poluentes são extremamente diversificadas. As incertezas associadas à estimativa de emissões são essencialmente devidas a: a) desconhecimento das variáveis de actividade e factores de emissão a utilizar, e b) utilização de metodologias desadequadas à realidade, também devido à falta de informação.

No caso particular das emissões de COVNM para o ano 2000, as limitações de informação são prementes, tendo vindo a ser feito um grande esforço para a sua melhoria por parte da equipa técnica do IA encarregue dos inventários de emissões. Este processo de melhoria das estimativas de emissão é extremamente moroso e tem vindo a ser feito de forma gradual.

Por forma a tentar ter uma noção quantitativa das ordens de grandeza que podem estar envolvidas num exercício desta natureza, foi feita a comparação entre os valores de emissões estimados para 2000 em 2002 e em 2004, tendo-se obtido os resultados apresentados no Quadro 7. Estes resultados referem-se a melhorias na estimativa de emissões para actividades que representam cerca de 27% das emissões totais nacionais em 2000.

(29)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

Quadro 7 – Comparação entre os valores de emissão de COVNM para 2000 estimados em 2002 e em 2004, após melhoria de algumas das estimativas

SNAP Descrição anterior(kt) Versão actual(kt) Versão Diferença (kt) Diferença face versão anterior (%)

Contribuição do SNAP para total nacional (%)

Diferença face versão anterior ponderada com

contribuição para total nacional (%) Processos industriais

04 02 01 Fugas do forno de coque 0.13 0.07 -0.06 -47.75 0.03 -0.01 04 02 02 Carregamento do alto forno 0.08 0.78 0.70 937.67 0.31 2.93

04 04 03 Produção de amoníaco 0.55 2.21 1.66 304.11 0.89 2.70

04 04 04 Produção de sulfato de amoníaco 0.06 0.02 -0.04 -71.70 0.01 0.00 04 04 09 Produção de negro de fumo 0.23 1.17 0.94 418.13 0.47 1.97 04 06 02 Produção de pasta de papel ao sulfato 4.56 4.60 0.04 0.83 1.85 0.02

04 05 06 Produção de PELD 6.58 6.66 0.08 1.21 2.67 0.03

04 06 11 Pavimentação de estradas com misturas betuminosas 111.05 2.81 -108.24 -97.47 1.13 -1.10

TOTAL Processos industriais 117.63 9.47 -108.16 -91.95 3.80 _

Utilização de tintas

06 01 01 Pintura no Fabrico de automóveis 1.37 0.95 -0.42 -30.85 0.38 -0.12

06 01 02 Reparação automóvel 1.30 0.00 -1.30 -100.00 0.52 -0.52

06 01 03 Construção e edifícios 16.44 0.00 -16.44 -100.00 6.60 -6.60 06 01 05 Revestimento de bobines 0.20 0.00 -0.20 -100.00 0.08 -0.08

(30)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

SNAP Descrição anterior(kt) Versão actual(kt) Versão Diferença (kt) Diferença face versão anterior (%)

Contribuição do SNAP para total nacional (%)

Diferença face versão anterior ponderada com

contribuição para total nacional (%)

06 01 06 Fabrico de navios 0.24 0.00 -0.24 -100.00 0.10 -0.10

06 01 07 Pintura de madeira 6.07 0.02 -6.05 -99.74 0.01 -0.01

06 01 08 Outra pintura na indústria 3.95 0.04 -3.91 -98.94 0.02 -0.02 06 01 09 Outra pintura não industrial 0.00 26.62 26.62 100.00 10.68 10.68

TOTAL Utilização de tintas 29.57 27.62 -1.95 -6.57 11.09 _

Outros

06 02 02 Limpeza a seco 2.34 1.65 -0.69 -29.56 0.66 -0.20

Fabrico/processamento de produtos químicos

06 03 01 Processamento de Poliester 0.16 0.15 -0.01 -11.04 0.06 -0.01

06 03 02 Processamento de PVC 2.84 1.87 -0.97 -34.18 0.75 -0.26

06 03 05 Processamento de borracha 12.42 20.54 8.12 65.39 8.25 5.39

06 03 07 Fabrico de tintas 1.75 2.22 0.47 26.96 0.89 0.24

06 03 08 Fabrico de tintas de impressão 0.10 0.20 0.10 102.06 0.08 0.08

06 03 14 Outros 9.64 0.00 -9.64 -100.00 3.87 -3.87

TOTAL Fabrico/processamento de produtos químicos 26.91 24.97 -1.94 -7.20 10.02 _

Outras utilizações de solventes

06 04 03 Impressão 1.89 3.74 1.85 98.15 1.50 1.47

06 04 04 Extracção de gorduras e óleos comestíveis e não comestíveis na

indústria alimentar 3.04 2.14 -0.90 -29.82 0.86 -0.26

TOTAL Outras utilizações de solventes 4.93 5.88 0.95 19.21 2.36 _

(31)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

Como se constata, para algumas actividades emissoras de COVNM, há alterações muito significativas, quer em termos absolutos, no que respeita à quantidade de emissões estimada (e.g. Pavimentação de estradas com misturas betuminosas), quer em termos relativos (e.g., outra pintura não industrial), no que respeita ao processo de melhoria das estimativas das emissões de COVNM.

Em termos absolutos as diversas correcções nas estimativas resultam numa diferença global de emissões para o ano 2000 de - 111,78 kt. Esta diferença é devida à correcção na metodologia de estimativa de emissões da Pavimentação de estradas com misturas betuminosas, cuja estimativa passou de 111,05 kt para 2,85 kt COVNM. Não considerando esta alteração em particular, uma vez que alterações desta magnitude não são comuns e não se prevê que sejam repetidas em futuras melhorias do inventário de emissões, a diferença global na estimativa de emissões de COVNM é de -3,54 kt de COVNM, ou seja – 1,4% do total das emissões estimadas para 2000. Conforme atrás mencionado, este valor resultou da melhoria das estimativas de actividades que representam cerca de 27% das emissões em 2000.

Se se assumir que a revisão dos inventários para o restante 73% das emissões irá resultar numa tendência semelhante, sendo as restantes emissões totais nacionais em 2000 também reduzidas em 1,4%, ter-se-á uma emissão nacional em 2000 de 246,53 kt COVNM e não os actualmente estimados 249,16 kt.

No entanto, esta apreciação global das possíveis variações nas estimativas de emissões deve ser complementada com uma apreciação em maior detalhe, por forma a perceber se as futuras variações nas estimativas de emissões resultam ou não numa redução global. Na melhoria de estimativas efectuada à data e cujos resultados são apresentados no Quadro 7, a melhoria da informação quanto às variáveis de actividade e/ou metodologia de estimativa resultou em aumentos nas emissões estimadas de algumas actividades. Por exemplo, para o processamento de borracha e para a impressão, a actualização dos níveis da variável de actividade utilizados (estavam a ser usados valores de 1992 por falta de informação detalhada mais recente) conduziu a um aumento de emissões na ordem dos 65% e 98%, respectivamente.

(32)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

Esta possibilidade de aumento das emissões estimadas é particularmente relevante, uma vez que actualmente cerca de 13% das emissões estimadas em 2000 (32,88 kt COVNM) têm por base níveis de variáveis de actividade do Instituto Nacional de Estatística de 1992, facto que não corresponde, de todo, à realidade nacional. Estão nesta situação as seguintes actividades:

› a utilização de produtos diversos no sector doméstico; › fabrico de cola e a utilização de colas e adesivos; › a preservação de madeiras;

› produção de aglomerados de madeira; › o desengorduramento de metais;

› a produção de cloreto de vinilo, de PVC, polipropileno, poliestireno, formaldeído, anidrido ftálico;

› produção de vinho e de bebidas espirituosas;

› processamento de poliester, de PVC e de espuma de poliuretano e de poliestireno;

› produção de fibras de raiona, poliamida, polietileno, acrílicas e polipropileno.

As emissões destas actividades deverão representar cerca de 19% das emissões totais em 2010. Se se assumir que a actualização destas variáveis de actividade resultará num aumento de 50% das emissões estimadas em 2000, a emissão nacional de COVNM em 2000 seria de 264,50 kt (e não os actuais 249,16 kt), o que implicaria que em 2010 se teriam emissões de 219,25 a 243,02 kt (e não os actuais 200,65 a 221,92 kt), i.e. cerca de mais 19 a 21 kt de COVNM.

Naturalmente estes valores não devem ser considerados como outra coisa que não uma mera indicação do impacte de uma possível variação na estimativa de emissões. Estão a ser envidados esforços para obter informação mais actualizada, o que irá certamente influenciar de forma decisiva as previsões de evolução até 2010 e o cumprimento do tecto nacional de COVNM.

(33)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

4 IMPACTE DA PROPOSTA DE DIRECTIVA

RELATIVA À UTILIZAÇÃO DE SOLVENTES

ORGÂNICOS EM DETERMINADOS

PRODUTOS

4.1. PROPOSTA DE DIRECTIVA

A proposta de Directiva7 relativa à limitação de emissões de COV resultantes

da utilização de solventes em determinadas tintas e vernizes e em produtos de retoque de veículos e que altera a Directiva 1999/31/CE, estabelece valores-limite (VL) do teor de COVNM nesses mesmos produtos.

De acordo com a proposta de Directiva Produtos (n.º1, art. 3º), a partir de 1 de Janeiro 2007 e 1 de Janeiro de 2010, os produtos8 enumerados no seu

Anexo I apenas poderão ser comercializados se o seu teor de COVNM9 não

exceder os VL previstos no Anexo II. Estão incluídos no Anexo I dois grandes grupos de produtos:

1) tintas e vernizes (e outros produtos de revestimento) para aplicação em edifícios, seus remates e guarnições e estruturas associadas, com características específicas consoante a sua utilização, brilho e tipo de película formada;

2) produtos de retoque de veículos utilizados para revestimento de veículos rodoviários no âmbito de uma reparação, conservação ou decoração de veículos fora das instalações de produção.

Para as tintas e vernizes são estabelecidos VL em duas Fases (Fase I com início em 2007 e Fase II com início em 2010) com nível de exigência

7 Doravante designada como Directiva Produtos.

8 Bem como os solventes ou outros produtos que contenham solventes necessários para que o produto do Anexo I esteja pronto a utilizar.

(34)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

crescente. Para os produtos de retoque de veículos os VL aplicam-se numa só fase, a partir de 1 de Janeiro de 2007.

Para os produtos produzidos antes das datas limite e que não cumpram os requisitos do Anexo II é concedido um alargamento na data de colocação no mercado de 12 meses após as referidas datas limite (i.e. até 1 de Janeiro de 2008 para tintas e vernizes Fase I e produtos de retoque de veículos, e até 1 de Janeiro de 2011 para a Fase II das tintas e vernizes) (n.º 4, art. 3º). A proposta estabelece ainda (art. 4º) que os produtos enumerados no seu Anexo I devem ser colocados no mercado com um rótulo indicando: i) a subcategoria do produto, ii) os VL aplicáveis de acordo com o Anexo II, e iii) o teor máximo de COV em g/l do produto pronto a utilizar.

Para restauro e manutenção de edifícios e veículos de colecção com especial valor histórico-cultural podem ser concedidas autorizações individuais de compra e venda, em quantidades rigorosamente limitadas, de produtos que não respeitem os valores-limite do Anexo II da proposta de Directiva (n.º 3, art. 3º).

Deverá ser designada uma autoridade competente responsável pelo cumprimento do disposto na proposta de Directiva (art. 5º), assim como deve ser estabelecido um programa de controlo do seu cumprimento (art. 6º). Os EM devem apresentar relatórios periódicos (o primeiro a 1 de Julho de 2008, o segundo a 1 de Julho de 2012 e restantes de 5 em 5 anos) sobre os resultados do referido programa de controlo, assim como as categorias e quantidades para as quais foram concedidas autorizações individuais de compra e venda.

A proposta da Directiva Produtos prevê ainda uma avaliação da mesma, face às possibilidades de redução adicional do teor de COV nos produtos abrangidos, assim como face às possibilidade de redução em produtos actualmente não abrangidos, face a novos elementos relativos ao impacto sócio-económico da aplicação da Fase II para tintas e vernizes e face à possibilidade de introduzir uma nova fase de redução para produtos de retoque de veículos.

Esta proposta de Directiva cobre actividades abrangidas pela Directiva 1999/13/CE, do Conselho de 11 de Março, transposta para direito interno

(35)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

pelo Decreto-Lei n.º 242/2001, de 31 de Agosto. Enquanto que a Directiva e respectivo D.L. estabelecem uma abordagem de fim-de-linha (valores-limite de emissão de COVNM das actividades abrangidas), a proposta de Directiva Produtos introduz uma abordagem de prevenção da poluição ao alterar à partida a composição dos produtos usados nas actividades susceptíveis de emitirem COVNM.

Desta forma, a proposta de Directiva Produtos introduz a seguinte alteração à Directiva 1999/13/CE (e ao D.L. n.º 242/2001) (art. 13º): “Deixa de estar abrangido pelo D.L. 242/2001 o revestimento de veículos rodoviários efectuados no contexto da reparação, conservação ou decoração de veículos fora da linha de produção. Ao controlar à partida o teor de COV nos produtos utilizados torna-se redundante estabelecer um VLE de COV decorrente da utilização desses mesmos produtos.”

Para além desta alteração ao texto do D.L. n.º 242/2001, a proposta de Directiva estabelece ainda que a limitação do teor de solventes nos produtos do seu Anexo I não se aplica a produtos vendidos para utilização exclusiva numa actividade abrangida pelo D.L. 242/2001 e executada numa instalação registada e autorizada no âmbito do mesmo diploma (n.º 2, art. 3º). Ou seja, considera-se que as instalações que cumpram com os VLE estabelecidos pelo D.L. 242/2001 poderão utilizar produtos com maior teor de COV, uma vez que já possuem medidas de redução dessas emissões para a atmosfera.

4.2. UNIVERSO ABRANGIDO EM PORTUGAL E REDUÇÃO

NAS EMISSÕES DE COVNM

Por forma a identificar o universo abrangido em Portugal foram contactados diversos agentes económicos relevantes:

› Importadores de produtos de retoque de veículos (PPG - Revestimentos para Automóveis AEIE e Spies Hecker);

(36)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

› Associações de âmbito nacional de empresas de reparação automóvel (ANECRA10) e de fabricantes de tintas e vernizes (APFTV11);

› Principais fabricantes e comerciantes de tintas e vernizes em Portugal (Dyrup, CIN, Robbialac e Barbot).

Apesar dos contactos efectuados não foi possível obter uma caracterização abrangente da utilização destes produtos em Portugal e do seu teor em COVNM actual. Com efeito, o grande número de agentes envolvidos (no caso dos produtos de retoque de veículos) e questões relacionadas com a confidencialidade da formulação dos produtos (no caso das tintas e vernizes), tornaram impossível obter dados quantitativos representativos do universo nacional.

Desta forma, nesta secção apenas se dão algumas indicações quanto ao mesmo, assim como quanto ao potencial de redução da Proposta de Directiva, o qual deverá ser encarado com reservas.

Produtos de retoque de veículos Com base nos contactos feitos, é possível afirmar que em Portugal não é efectuada a produção de retoque de veículos em larga escala, sendo a maioria destes produtos importada. No que respeita à utilização propriamente dita dos mesmos, não existe de momento informação disponível quanto aos seus quantitativos e até quanto ao universo completo de empresas de reparação automóvel a laborar em Portugal. Este sector é extremamente fragmentado, existindo um grande número de instalações (cerca de 2000 que efectuam pintura, segundo a ANECRA) com uma dimensão muito reduzida, sendo por isso extremamente difícil caracterizá-lo na sua totalidade.

Segundo informação da ANECRA, actualmente a maior parte das empresas que efectua a repintura automóvel trabalha com tintas de base de solvente, apesar de existirem já no mercado produtos alternativos de base aquosa.

10 Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel (website: www.anecra.pt)

(37)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

Estes produtos, no entanto, têm um preço mais elevado e requerem uma técnica de aplicação diferente, o que levanta alguma resistência à sua aplicação por parte dos operários, na sua maioria, algo envelhecidos.

Não obstante, ainda segundo a ANECRA, a mudança para produtos de base aquosa não deverá ser morosa (estima-se que não seja necessário mais de uma semana para a conversão de equipamentos e produtos) e não acarreta investimentos elevados em novos equipamentos.

Segundo informações prestadas pelos fabricantes destes produtos, de uma maneira geral, poderá considerar-se que a proposta de Directiva Produtos será implementada com sucesso em Portugal, uma vez que os produtos de retoque de veículos são maioritariamente importados, sendo produzidos por grandes empresas multinacionais, as quais se encontram desde já a preparar-se para cumprir com os requisitos desta futura Directiva.

Tintas e Vernizes Também para este sector foi impossível obter informação representativa da totalidade do universo. De acordo com a APFTV estima-se que de momento existem cerca de 150 empresas fabricantes de tintas e vernizes em Portugal, das quais cerca de 52 são de grande dimensão.

As restantes empresas, de pequena dimensão, na sua maioria fabricam produtos de base aquosa, não existindo informação que permita concluir até que ponto os produtos fabricados estão ou não abrangidos pela Proposta de Directiva Produtos. Não obstante, muitas destas empresas de menor dimensão, deverá responder bem às alterações de formulação a serem impostas, uma vez que muitas trabalham por encomenda para o conjunto mais restrito de empresas de maior dimensão.

As empresas contactadas no âmbito deste estudo representam uma fracção significativa do mercado nacional (cerca de 50%). Todas elas se dedicam à produção dos produtos abrangidos pela Proposta de Directiva.

No entanto, embora algumas destas empresas se encontrem, desde já, a preparar a sua estratégia de cumprimento com os novos requisitos, não foi possível obter informação quantitativa representativa de todo o universo de grandes produtores/comerciantes em Portugal. A maioria das empresas

(38)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

encontra-se ainda a iniciar o estudo das medidas necessárias para cumprir com a Proposta de Directiva.

No entanto, pode adiantar-se que o cumprimento desta legislação parece estar assegurado, dado que muitas das empresas possuem desde já produtos alternativos de base aquosa. Segundo informação da APFTV (com as devidas ressalvas face à dimensão do sector e problemas atrás referidos) as tintas de base aquosa constituem actualmente mais de 50% do total de tintas decorativas comercializadas em Portugal.

Segundo informações prestadas por diversos fabricantes, poderá até suceder que os mesmos optem por abandonar por completo a produção de determinados produtos de base de solvente, em detrimento da manufactura de produtos com menor teor de solvente.

Estimativa de Redução de Emissões Dadas as dificuldades na obtenção de informação a partir dos diversos fabricantes e importadores destes produtos em Portugal, foi impossível estimar o impacte da Proposta de Directiva na redução das Emissões de COVNM. Por esse motivo, recorreu-se aos valores estimados no âmbito dos estudos preparatórios desta legislação.

Desta forma foi considerada uma redução de 9,5 kt de COVNM em 2010 nas emissões provenientes da aplicação de tintas e vernizes de revestimento para aplicação em edifícios, seus remates e guarnições e estruturas associadas (Comissão Europeia, 2002). Para os produtos de retoque de veículos foi considerada uma redução de 0,9 e 1,8 kt COVNM em 2010, respectivamente para um cenário de redução Alto e um Baixo (DG XI - Comissão Europeia, 2002).

Estes valores resultam de uma abordagem top-down, trabalhada a partir dos valores de redução verificados no Reino Unido, onde uma legislação semelhante a esta já se encontra implementada, e adaptados à realidade nacional. Naturalmente, os mesmos devem ser encarados com algumas reservas e sujeitos a revisão assim que haja mais informação disponível. Com base nos elementos fornecidos por um único fabricante nacional e extrapolados para o mercado de tintas e vernizes Português, foi estimada

(39)

PTEN: Medidas para o controlo das emissões nacionais de COVNM

uma redução de 10,25 a 11, 93 kt, corroborando assim os 9,5 kt estimados no estudo da Comissão Europeia.

5 OPÇÕES ADICIONAIS DE REDUÇÃO DE

COVNM

5.1. NECESSIDADE DE REDUÇÃO ADICIONAL

De acordo com as estimativas desenvolvidas, prevê-se que as emissões de COVNM do Cenário de referência sejam de 200,65 a 221,92 kt em 2010 (secção 3.3). Considerando o impacto expectável da PCIP no fabrico de polímeros (secção 3.1) tem-se uma redução nas emissões de COVNM em 2010 de 4,91 a 5,65 kt. Considerando também o impacto da Proposta de Directva Produtos (secção 4.2) tem-se ainda uma redução de 10,40 a 11,30 kt de COVNM em 2010. Desta forma, prevê-se que as emissões de COVNM em 2010 sejam de 185,34 a 204,94 kt.

Constata-se assim a necessidade de desenvolver um esforço adicional de redução de COVNM de cerca de 5,34 a 24,94 kton, por forma a Portugal cumprir o tecto acordado

no âmbito da Directiva 2001/81/CE

( 0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 BAU Ce n R e f Ce n R e f+ P CIP p o lím . Ce n R e f+ P CIP p o lím .+D ir . Pr od . Te ct o Na ci o n a l E m issõ e s CO V N M ( k t) 2010 B 2010 A

Referências

Documentos relacionados

Modeladora  –   Equipamento profissional para indústria alimentícia destinado à. modelar massas pela sua passagem entre

Para avaliação do estado imunológico da população em estudo, foram colhidas amostras de soro sanguíneo de 133 aves e submetidas a provas sorológicas como a Reação

forficata recém-colhidas foram tratadas com escarificação mecânica, imersão em ácido sulfúrico concentrado durante 5 e 10 minutos, sementes armazenadas na geladeira (3 ± 1

Our contributions are: a set of guidelines that provide meaning to the different modelling elements of SysML used during the design of systems; the individual formal semantics for

Although conceptually simple, the aim being to display a fingerprint of the intracellular content at the cell surface by means of small protein fragments, antigen presentation is

This type of systems have several different data sources (e.g., blood pressure and cardiac rhythm sensors, light sensor, etc) and the application should manage the devices connected

Foram realizadas vivências em ins tuições históricas e que con nuam em funcionamento, tais como: Santa Casa de Misericórdia; Hospital Psiquiátrico São Pedro

Distribuições das deformações ao longo da sobreposição de uma junta com t = 5 mm e L = 12.5 mm, obtidas por modelos de EF com análises elasto-plásticas para a carga de