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O município possui 12,63 km de extensão margeando o Oceano Atlântico e possibilitando a formação da costa de abrasão, denominada de praia, o uso e ocupação da orla apresenta caracterização diversificada, pois há uma concentração urbana ao longo da praia de Campas e Tamandaré, particularmente, ocupada por residências permanentes e de veraneio, constituída também de pequeno comércio e serviço. Na área da praia dos Carneiros e em frente ao IBAMA/CEPENE o processo de ocupação se apresenta diferente; a Prefeitura de Tamandaré já dispõe de cadastro de imóveis em situação irregular, isto é, que ocuparam a faixa da praia indevidamente.

O município possui sistema público de serviços básicos; no entanto, surgem problemas relacionados à gestão pública, tais como: deficiência de saneamento básico, na coleta de lixo e no abastecimento d´água. Como se trata de uma localidade turística no período de alta estação os problemas tendem a se agravar.

O turismo no município de Tamandaré acarreta um processo de ocupação desordenada do território, já que nas proximidades e entorno da praia, particularmente na Praia de Campas, possui ocupação por veranistas; este processo tem avançado ao longo dos anos por todo o litoral, principalmente, na área limítrofe com a Praia dos Carneiros. A área urbana, ocupada pelos veranistas, é marcada por uma baixa densidade, ocasionando a ocorrência de vazios urbanos, que são mais intensos e aparentes à medida que se afasta do litoral (PLANO DIRETOR DE TAMANDARÉ, 2000).

A população permanente habita as áreas originais de Campinas e Tamandaré, mas precisamente na área do entorno da Av. Leopoldo Lins; outro núcleo mais recente se estabelece nos loteamentos Rio Formoso I e II, Estrela do Mar e Clarissa, setores onde a aglomeração urbana é perceptível, especialmente, através das invasões na área do Oitizeiro e o novo loteamento popular, Porto Real, necessitando de uma maior demanda por infraestrutura básica, principalmente saneamento.

De forma geral as residências são unifamiliares em toda malha urbana; todavia, no setor ocupado por veranista ocorre uma diversificação de condomínios, pousadas, entre outros.

No Distrito de Saué, a ocupação da área urbana se dá ao longo das ruas da Floresta e do Sol, onde predominam usos residenciais unifamiliares e usos mistos, devendo se destacar a presença da Usina Santo Inácio, a qual ocupa o setor oeste da sede do distrito.

O município de Tamandaré é um centro urbano de abrangência local, que sofre influência da metrópole Recife, mas também com fortes vínculos com Palmares e Barreiros, duas cidades que funcionam como centros microrregionais da sua rede urbana.

4.4.1 Perímetro urbano

O Perímetro Urbano em Tamandaré é regulamentado através da Lei no 185/2002 que trata do Perímetro Urbano, contendo a descrição das áreas urbanas dos distritos sede e de Saué. Historicamente a ocupação se deu de forma rarefeita.

Sua porção norte coincide com a área abrangida pelo Centro Turístico de Guadalupe, que já possui uma legislação urbanística específica. Já ao sul, a área urbana está delimitada pelo rio Mamocabas, no setor oeste é área de expansão urbana.

4.4.2 Parcelamento do solo

O parcelamento do solo em Tamandaré está regulamentado através da Lei no 188/2002 que trata do parcelamento, uso e ocupação do solo, na Seção VIII é definido o uso turístico de áreas do município, a exemplo das Zonas Hoteleiras (ZH) e, na Seção IX, se refere aos Setores Especiais de Esporte Lazer e Turismo, ambas as situações numa perspectiva de impor condição pautada na sustentabilidade (FIRMININO, 2006, p. 177).

A cidade já se encontra praticamente toda loteada. As principais tendências para sua expansão são uma em direção à Praia de Carneiros e outra ao loteamento Luziana II. No núcleo urbano permanente, a tendência de expansão é na região dos loteamentos Rio Formoso e Clarissa.

4.4.3 Relação entre o uso e a ocupação do solo e o turismo

O uso e ocupação do solo no município de Tamandaré tem relação com o turismo, pois foi esta atividade que intensificou a ocupação do espaço através do turismo de segunda residência e a expansão hoteleira.

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O turismo de segunda residência, isto é, condomínios, privês e chalés, tem sido construídos ao longo da orla marítima de Tamandaré, de forma mais intensificada nas proximidades da Praia dos Carneiros. O uso e ocupação desse espaço são temporários, uma vez que, são bairros utilizados pelos veranistas, principalmente, na alta estação do turismo e que no período da baixa estação, tornam-se verdadeiros bairros fantasmas.

A expansão hoteleira também contribuiu para o uso e ocupação do solo, uma vez que estimulou a cadeia produtiva local, ou seja, bares, restaurantes, supermercados, farmácias, marinas, armazéns de construção, entre outros, bem como possibilitou a geração de emprego e renda. Estes fatores desencadearam a possibilidade de trabalho e, consequentemente, contribuem para fixar a população local.

O município de Tamandaré possui instrumentos legais que visam o planejamento e ordenamento do território, destacam-se a, Lei no 184/2002 que institui o Plano Diretor, a Lei no 185/2002 que trata do Perímetro Urbano, a Lei no 187/2002 que institui o Código de Obras e a Lei no 188/2002 que trata do parcelamento, uso e a ocupação do solo.

A Lei no 188/2002 destaca na Seção VIII, o uso turístico de áreas e as Zonas Hoteleiras do município e a Seção IX, se refere aos Setores Especiais de Esporte Lazer e Turismo, pois a intensa ocupação pelo turismo de segunda residência despertou a preocupação das autoridades públicas em ordenar o território; todavia, a expansão imobiliária tem sido um dos grandes desafios para a gestão pública, uma vez que os condomínios, privês e chalés têm ocupado espaços irregulares e provocado transformações socioespaciais.