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Utilizando o Contexteller – Segunda Etapa

Capítulo 5 estudo de caso

5.7. Segunda Etapa do Estudo de Caso

5.7.3. Utilizando o Contexteller – Segunda Etapa

Utilizou-se a instancia do jogo, criada na apresentação do Contexteler, para jogar junto com as professoras. Cada professora foi uma personagem e o pesquisador foi o mestre. Esta possibilidade de permitir as professoras jogarem também no papel do aluno foi uma sugestão da coordenadora na primeira etapa. Para ela isso poderia ajudar as professoras conhecerem melhor a ferramenta.

Durante o jogo elas mostraram muito interesse e engajamento. Isso pôde ser observado através da análise dos vídeos em que elas davam risadas ao conseguir atingir

um determinado objetivo e falavam baixinho algumas palavras, tais como: “Consegui”,

“Oba”, etc. A história contada nesta espata se encontra no APÊNDICE XIV.

Uma dificuldade que a professora 3 encontrou foi utilizar o dado do Contexteller. Algumas vezes, ela achou que o valor do dado era a sua força e/ou magia. Por isso foi reforçada a explicação que o valor do dado significa o valor do desafio, como explicado na Seção 4.2. Professora 3: “Eu esqueço que ele não esta ao meu favor.

Ele é o meu opositor.” ... “Eu estou brigando com o dado o tempo inteiro. Por outro lado é um exercício de descentrar. Ele não é meu, ele é o contrário.”

Após o jogo, as professoras fizeram duas considerações: A primeira relacionada ao papel e responsabilidade do mestre no preparo e condução da história. A professora 2 comentou que o mestre tem que ter a fantasia aguçada e a capacidade de perceber o que alunos estão contando e aproveitar essas informações durante a história. A professora 3 relatou que é importante desde o início ter um objetivo: “voce tem que estar na posição

de mestre sabendo o que voce quer. Quando a gente vai para o planejamento, o que a gente faz? A gente não da uma proposta sem saber exatamente onde a gente quer chegar. É um jogo que voce tem um objetivo. Se é emocional ou se é de um conteúdo x de estratégia, não importa. Pode até ser lazer, diversão, mas voce sabe exatamente onde quer chegar. Mesmo voce não tendo controle.”

A segunda consideração foi com relação a idade e, a possibilidade de criar as histórias com um grupo homogêneo de alunos para facilitar a comunicação entre eles. A professora 3 abordou que o letramento é um fator importante que deve ser considerado na escolha dos alunos que farão parte da mesma história. Professora 2: “Existem

crianças com 8 anos que não são letradas.”

Segundo a professora 3 a criança de 8 anos tem interesses diferentes de uma criança com 12 anos. A facilidade e a velocidade de escrever e compreender o texto não são semelhantes. Por isso, a possibilidade de contar uma história com um grupo homogêneo é satisfatória. Dependendo do grupo podem-se ter objetivos e formas de se trabalhar diferentes. A professora 3 citou um exemplo que poderia ser feito para auxiliar a criança de 8 anos no processo de alfabetização durante a história. Professora 3: “Pode

ter algum desafio na história. Por exemplo, explicar para as crianças que o desafio é tentar dar respostas da maneira mais simples e rápida. Aí pode tudo. Depois falar: Agora o nosso jogo vai ser respostas com todas as letras e, quem cometer o menor numero de erros ortográficos o mestre poderá premiar (aumentar a experiência). O professor tem a possibilidade de se apropriar disso.” Professora 2: “O professor tem

que estar atento a tudo.” Professora 3: “Isso, por isso que não pode ser mais de cinco

jogadores.”

Um assunto que não foi relatado durante a apresentação do Contexteller, mas que ocorreu naturalmente nesta segunda etapa foi com relação à aplicabilidade do jogo, ou seja, quais seriam as possibilidades de utilizá-lo no ambiente escolar. A professora 2 comparou a quantidade de alunos de uma sala de aula com a quantidade de jogadores no Contexteller. Professora 2: “Estou pensando o seguinte. Vamos imaginar. Em uma sala

de aula a gente não tem 5 ou 6 alunos, a gente tem muito mais.” Após este comentário a professora 2 falou que uma possibilidade seria o “canto”. Todas as professoras concordaram com essa possibilidade.

Com o intuito de investigar esta possibilidade, o pesquisador questionou sobre como é trabalhar através de “canto”. Professora 3: “São atividades diversificadas. De

25 alunos tem um grupo que está trabalhando com jogo, tem outro grupo com artes, etc. ... cada canto tem a sua atividade ... Isso em um modelo construtivista, você teria momentos de atividades diversificadas. Nem sempre você trabalha o coletivo o tempo inteiro.”

Após este relato, a possibilidade investigada neste trabalho foi explicada: “Pretende-se através do Contexteller permitir ao educador trabalhar com pequenos

grupos de crianças. Estas crianças podem ser escolhidas de acordo com suas características. Por exemplo, crianças com dificuldade em se expressar e/ou trabalhar colaborativamente ou; crianças que conversam muito durante as aulas; como também, reunir um grupo de crianças com várias características.

A partir destas características o educador poderá contar uma história junto com essas crianças de modo ajudá-las a aprender a se expressar e/ou trabalhar colaborativamente, ou até mesmo ensinar as crianças, que gostam de falar durante as aulas, a se controlarem e aprenderem que há o momento certo de conversar.

A escolha dos alunos pode ser feita pelo professor que tem um maior contato com as crianças ou pelo coordenador. Após esta escolha, as crianças poderiam jogar junto com o coordenador em um determinado horário, durante as aulas, como “também, fazer uma atividade extraclasse em um horário que o professor pudesse participar.” Após a explicação, as professoras disseram que consideraram esta possibilidade pertinente e interessante para ser aplicada.