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Validação com os Registos de Monitorização da Qualidade das Águas Subterrâneas

5 – AVALIAÇÃO DA VULNERABILIDADE À POLUIÇÃO NA BACIA HIDROGRÁFICA DAS RIBEIRAS DO OESTE

5.2 Validação com os Registos de Monitorização da Qualidade das Águas Subterrâneas

Para proteger o ambiente e a saúde humana, torna-se necessário evitar, prevenir ou reduzir as concentrações prejudiciais de poluentes nocivos na água subterrânea, sendo deste modo importante efetuar a avaliação da qualidade das águas subterrâneas, que engloba a avaliação do estado quantitativo e do estado químico das massas de água.

Com a monitorização do estado quantitativo pretende-se obter uma avaliação fidedigna do estado quantitativo das massas de água subterrâneas, bem como uma avaliação dos recursos hídricos subterrâneos disponíveis. As massas de água subterrâneas são classificadas em bom estado quantitativo quando se verifica a disponibilidade de água subterrânea, caso contrário as massas de água serão classificadas como medíocres.

A avaliação do estado químico dos aquíferos tem como objetivo a identificação de tendências significativas e persistentes para o aumento da concentração de poluentes,

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bem como para a definição de pontos de partida para a inversão dessas tendências. Os critérios para a avaliação do bom estado químico, encontram-se definidos no Decreto-Lei nº 208/2008 de 28 de outubro que transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 2006/118/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de dezembro.

A obtenção da classificação “estado bom” para as águas subterrâneas, requer que se cumpram o conjunto de condições definidas no artigo 3º, Anexo I e II do Decreto-Lei nº 208/2008 de 28 de outubro.

No Anexo I, do referido diploma, são fixadas as normas de qualidade para a água subterrânea (Tabela 27).

Tabela 27 - Critérios para a avaliação do estado químico das águas subterrâneas, definidos no anexo I do Decreto-Lei nº 208/2008 de 28 de outubro

Poluente Normas de qualidade Observações

Nitratos 50 mg/l

Substâncias ativas dos pesticidas, incluindo os respetivos metabolitos e produtos de degradação e de reação 0,1 µg/l 0,5 µg/l (total)

Entende-se por “pesticidas” os produtos fitofarmacêuticos e os biocidas tal como definidos nas Diretivas 91/414/CEE e 98/8/CE respetivamente.

Entende-se por “total” a soma de todos os pesticidas individuais detetados e quantificados durante o processo de monopolização, incluindo os respetivos metabolitos e produtos de degradação e de reação.

O Anexo II do Decreto-Lei nº 208/2008, fixa a lista mínima de poluentes e os respetivos indicadores:

1. Substâncias ou iões, ou indicadores, que podem ocorrer naturalmente ou como resultado de atividades humanas:

• Arsénio • Cádmio • Chumbo • Mercúrio

85 • Cloreto

• Sulfato

2. Substâncias sintéticas artificiais: • Tricloroetileno

• Tetracloroetileno

3. Parâmetros indicativos de intrusões salinas ou outras: • Condutividade

Para estes parâmetros foram estabelecidos limiares de qualidade da água (Tabela 28), que se encontram definidos em INAG (2009). De salientar que os limiares estabelecidos têm em consideração vários aspetos (INAG, 2009): a interação da água subterrânea com os ecossistemas terrestres aquáticos diretamente dependentes; os usos da água subterrânea; as características hidrogeológicas da massa de água, em especial as concentrações naturais dos parâmetros devido aos processos hidrogeoquímicos que ocorrem na interação água-rocha; a origem dos poluentes, pois muitos deles ocorrem naturalmente.

Tabela 28 - Normas e limiares de qualidade para o estabelecimento do estado químico das massas de água subterrâneas (adaptado de INAG, 2009)

Parâmetro Unidade Tipo de Imposição Valor

Condutividade elétrica µS/cm LQ1 e LQ2 2500 Azoto amoniacal mgNH4/L LQ1 e LQ2 0,5 Sulfatos mgSO4/L LQ1 250 Cloretos mgCl/L LQ1 250 Arsénio mgAs/L LQ1 0,01 Chumbo mgPb/L LQ1 0,01 Cádmio mgCd/L LQ1 0,005 Mercúrio mgHg/L LQ1 0,001 Tricloroetileno µgTCE/L LQ1 0,2 Tetracloroetileno µgPCE/L LQ1 0,3

LQ1 - Limiar de Qualidade, Anexo II da Diretiva das Águas Subterrâneas, Decreto-Lei n.º 208/2008, de 28 de Outubro (definido em INAG, 2009)

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A avaliação do estado quantitativo e químico das massas de águas subterrâneas da Bacia hidrográfica das Ribeiras do Oeste teve em consideração os dados das redes de monitorização de vigilância e operacional (Figura 36), cedidos pelo Laboratório da ARH do Tejo, relativos ao ano de 2010 e que se encontram sintetizados no ANEXO VIII.

Figura 36 – Rede de Monitorização da Qualidade das Águas Subterrâneas

No que se refere ao estado quantitativo, as massas de água subterrânea ao longo da Bacia Hidrográfica das Ribeiras do Oeste, é classificado como bom, dada a disponibilidade hídrica subterrânea.

As massas de águas subterrâneas são classificadas em bom estado químico, se todos os pontos de monitorização apresentarem valores para os poluentes, inferiores aos valores das normas de qualidade da água subterrânea, expressos na Tabela 28.

Para todas as massas de água subterrâneas, com pontos de monitorização que apresentarem valores, para pelo menos, um dos poluentes superiores aos valores das normas de qualidade da água subterrânea, serão classificadas com estado químico medíocre.

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Através da análise dos dados de monitorização da qualidade das águas subterrâneas obteve-se a classificação quanto ao estado químico, conforme síntese apresentada na Figura 37.

Figura 37 – Qualidade do Estado Químico das Águas Subterrâneas

A avaliação do estado efetuada permitiu classificar quatro massas de água em estado medíocre, devido aos resultados obtidos na avaliação do estado químico, nomeadamente Caldas da Rainha – Nazaré, Paço, Cesareda e Torres Vedras. Também se verificam dois pontos da rede de monitorização, na massa de água da Orla Ocidental Indiferenciado em estado medíocre, mas que estão próximos de outas massas de água em estado medíocre, por este motivo e dada a dimensão deste aquífero não se considerou os dados destes pontos de análise relevantes para a classificação global da massa de água em causa.

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6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

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