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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.2. VALIDAÇÃO DE CONSTRUTO

O primeiro passo para a aplicação da análise fatorial é a realização da medição de Kaiser Meyer Olkin (KMO). O KMO é uma medida de adequação dos dados para a análise fatorial. Para avaliar a fatoração do instrumento, foram utilizados os testes de: (a)Kaiser Meyer Olkin (KMO), que resultou no valor de 0,82 para os itens relacionados com os recursos e o valor de 0,84 para os itens relacionados com as disposições; (b) Bartlett’s Test of Sphericity = 394,476 para os itens relacionados com os recursos e o valor de 439,406 para os itens relacionados com as disposições. Estes dados indicam que o instrumento dividido em recurso e disposição apresenta alta consistência para ser utilizada na análise fatorial. Estes resultados podem ser visualizados abaixo:

Figura 5 -Resultados referentes ao teste de KMO e de Bartlett para os recursos pessoais

Teste de KMO e de Bartlett

Medida de adequação da amostra - Kaiser-Meyer-Olkin. ,823

Teste de esfericidade de Bartlett

Aprox. Qui-quadrado 394,476

df 55,000

Sig. ,000

Figura 6 -Resultados referentes ao teste de KMO e de Bartlett para as disposições pessoais

Teste de KMO e de Bartlett

Medida de adequação da amostra - Kaiser-Meyer-Olkin. ,840

Teste de esfericidade de Bartlett

Aprox. Qui-quadrado 439,406

df 45,000

Para avaliar o número de componentes a serem extraídos foram utilizados: autovalores ou“eigenvalues” > 1,0 e o gráfico Scree Plot. Os autovalores revelaram a existência de três componentes para a escala de recursos pessoais (figura 7) e dois componentes para a escala de disposições pessoais (figura 9), assim como os gráficos 8 e 10scree plot. Optou-se, portanto, pela extração de três componentes e dois componentes na análise fatorial, respectivamente de recursos e de demandas pessoais.

Figura 7: Autovalores dos recursos pessoais

Variância Total Explicada

Componentes Autovalores Iniciais Total % da Variância % Acumulativo 1 3,082 28,021 28,021 2 1,110 10,088 38,108 3 1,040 9,457 47,565 4 ,893 8,121 55,686 5 ,828 7,527 63,213 6 ,810 7,361 70,574 7 ,739 6,717 77,291 8 ,696 6,327 83,618 9 ,662 6,016 89,634 10 ,635 5,774 95,408 11 ,505 4,592 100,000

Método de Extração: Análise de componentes Principais.

Na figura 7 apresentamos de forma clara os três valores superiores a 1,0, que significam a indicação dos números de existentes de componentes nesta escala. A soma da porcentagem dos três componentes (percepto-cognitivo, físico-cinestésico e sócio-emocional) da variância na escala apresenta o valor de 47,5 %, sendo quase metade do valor da escala, seja, um valor alto. Para a figura 8, a seguir, apresentamos visualmente os três componentes identificados anteriormente.

Figura 8: “SCREE PLOT” de Recursos (eixo vertical Autovalor e eixo horizontal número do componente).

Na figura 9 apresentamos de forma clara os dois valores superiores a 1,0, que indicam os números de componentes existentes nesta escala. A soma da porcentagem dos dois componentes (percepto-cognitivo e sócio-emocional) da variância na escala apresenta o valor de 39,9 %, considerado também um valor alto para dois componentes. Para a figura 10, a seguir, apresentamos visualmente os dois componentes identificados na figura 9.

Figura 9: Autovalores das disposições pessoais

Variância Total Explicada

Componentes

Autovalores Iniciais

Total % da Variância % Acumulativo

1 3,363 30,576 30,576 2 1,028 9,350 39,925 3 ,967 8,794 48,720 4 ,918 8,348 57,068 5 ,834 7,585 64,653 6 ,793 7,207 71,860 7 ,754 6,852 78,712 8 ,675 6,141 84,853 9 ,645 5,863 90,716 10 ,522 4,744 95,460 11 ,499 4,540 100,000

Método de Extração: Análise de Componentes Principais.

Figura 10: “SCREE PLOT” de Disposições (eixo vertical Autovalor e eixo horizontal Número do componente).

Figura11: cargas fatoriais de cada item dos recursos pessoais

Matriz dos Componentes rotacionados a

Componente

Itens 1 2 3

Item 10, domínio e representação do espaço ,663

Item 07, eficiência em tarefas simultâneas ,618

Item 09, novas aprendizagens as anteriores ,586

Item 06, agilidade no movimentar se ,565

Item 01, destreza de movimento ,435

Item 03, coordenação de movimentos finos ,402

Item 02, organização no movimentar se ,789

Item 8, argumentação lógica respeitando o outro ,669

Item 05, iniciativa para atividades conjuntas ,802

Item 04, aprendizagem rápida ,510 ,601

Item 11, aprendizagem através de erros ,406 ,599

Método de Extração: Análise de Componentes Principais. Método de Rotação: Varimax com Normalização de Kaiser. a. A rotação convergiu em 6 interações.

A Figura 11 apresenta os itens, bem como as cargas fatoriais que compõem cada um dos componentes da escala de recursos pessoais. Os componentes dos recursos pessoais foram denominados percepto-cognitivo (componente 1), físico-

cinestésico (componente 2) e sócio-emocional (componente 3) . Anteriormente apresentamos as cargas fatoriais de cada item dos recursos pessoais. O componente 1 denominado percepto-cognitivo contém os itens 1, 3, 6, 7, 9 e 10. Para o componente 2 denominado físico-cinestésico os itens relacionados são o número 2 e 8. Enquanto para o componente 3 denominado sócio-emocional temos os itens 4, 5 e 11. Portanto a soma dos três componentes compreende os recursos pessoais.

Os diferentes componentes apresentados foram classificados de acordo com Krebs (2006), que utiliza o conjunto de elementos denominados por físico- cinestésicos, percepto-cognitivos e sócio-emocionais para definir os diferentes recursos pessoais, que envolvem também o conhecimento e a experiência adquirida pela pessoa em relação a uma determinada atividade.

Bronfenbrenner (1992), ao propor uma teoria que explicasse as interações entre as propriedades mutantes do ambiente e os atributos pessoais de um ser ativo

em desenvolvimento, usou a expressão propriedades da pessoa em uma

perspectiva ecológica, e explicou que “sob a perspectiva ecológica, as propriedades da pessoa abordam tanto a cognição em contexto quanto as características sócio- emocionais e motivacionais”, podendo assim caracterizar as disposições pessoais (Krebs et. al.1997).

A Figura 12 apresenta os itens, bem como as cargas fatoriais que compõem cada um dos componentes da escala de disposições pessoais. Os componentes das disposições pessoais foram denominados sócio-emocional (componente 1) e percepto-cognitivo (componente 2). Neste quadro já apresentamos a ultima exclusão realizada na Escala de Atributos Pessoais no Contexto Social – EAPC (ANEXO 1), de onde retiramos a questão 1 (curiosidade para aprender conteúdos novos) e questão 5 (demonstra equilíbrio emocional em diferentes situações) por não apresentarem dados estatísticos condizentes com o aceitável pela literatura.

Figura 12: cargas fatoriais de cada item das disposições pessoais

Matriz dos Componentes rotacionados a

Componente

Itens 1 2

Item 03, empenho em atividades conjuntas ,776

Item 04, relacionamento em harmonia com o outro ,716

Item 09, coerência com os valores ,541

Item 07, seleção de ações ,513

Item 10, concentração nas tarefas ,506

Item 06, adiamento de gratificação imediata ,766

Item 11, expressão verbal equilibrada ,705

Item 08, pontualidade ,605

Item 13, comprimento de normas de convivência ,563

Item 12, deseja bem a todos ,525

Item 02, empenho em atividades individuais ,505

Método de Extração: Análise de Componentes Principais. Método de Rotação: Varimax com Normalização de Kaiser. a. A rotação convergiu em 3 interações.

Na figura 12 apresentamos as cargas fatoriais de cada item das disposições pessoais. O componente 1 denominado sócio-emocional tem os itens 3, 4, 6, 7, 9 e 10 Enquanto para o componente 2 denominado percepto-cognitivo contém os itens 2, 8, 11, 12 e 13.

Realizada a adaptação do instrumento com base na análise fatorial e no referencial teórico, considera-se cumprido o objetivo de validar seu construto no presente estudo. A partir das análises dos atributos pessoais anteriormente apresentadas, foi possível calcular os índices de consistência interna do instrumento e, portanto, começar a verificar sua fidedignidade.

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