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CAPÍTULO 4- Metodologia de investigação

4.5 Validação dos questionários

Após a obtenção de uma primeira versão credível do questionário, foi pedido a um painel de especialistas exteriores à equipa de investigação, que revissem todas as questões e apontassem as suas sugestões relativamente aos mesmos. Na tabela abaixo indicada é caracterizado o perfil de cada um dos especialistas envolvidos na validação de ambos os questionários.

Especialista Perfil

1 Sexo: Feminino Habilitações: 12º Ano Profissão: Administrativa

Obs: Enc. Educação de um aluno que se encontra na faixa etária deste estudo

2 Sexo: Feminino

Habilitações: Lic. em Gestão de Empresas

Profissão: Responsável Técnico de uma empresa de Contabilidade

Obs: Enc. Educação de um aluno que se encontra na faixa etária deste estudo

3 Sexo: Masculino

20 Autores como Ghiglione e Matalon (1993) prolongam esta duração até aos 45 minutos, caso o

questionário seja composto na sua maioria por questões fechadas e a sua aplicação ocorra em lugares tranquilos.

85 Habilitações: Lic. em Gestão de Empresas

Profissão: TOC

4

Sexo: Masculino

Habilitações: Lic. em Ciências Fisico-Químicas Profissão: Diretor de um Agrupamento de Escolas

Obs: Enc. Educação de um aluno que se encontra na faixa etária deste estudo

5 Sexo: Feminino

Habilitações: Lic. em Português/Francês Profissão: Professora

6 Sexo: Feminino

Habilitações: Mestrado em Línguas Aplicadas e Tradução Profissão: Professora

7 Sexo: Feminino

Habilitações: Lic. Ensino Básico variante português/Inglês Profissão: Professora

Obs: Enc. Educação de um aluno que se encontra na faixa etária deste estudo

8 Sexo. Feminino

Habilitações: Doutoramento em Ciências da Educação Profissão: Professora do Ensino Secundário

Obs.

9 Sexo: Masculino

Habilitações:Mestrado em Avaliação Educacional Profissão:Professor do Ensino Secundário

Obs.

Tabela 4- Caracterização do perfil do painel de especialistas

Nesta fase de revisão, Ghiglione e Matalon (1993) fazem referência a vários aspetos que merecem uma atenção especial. Consideram que é necessário verificar se todas as questões são interpretadas de forma geral por todos e da forma que a investigadora previa; outro aspeto não menos importante e crucial, quando se trata de um questionário fechado, é efetivamente passar pela verificação das categorias de resposta que deverão cobrir todas as alternativas possíveis.

O painel de especialistas enviou, com base num formulário proposto pela investigadora, um conjunto de sugestões acerca dos questionários. Essas sugestões foram reunidas de forma organizada e posteriormente discutidas. No quadro que se segue são mostradas as propostas do painel de especialistas.

Após a análise das sugestões apontadas pelo painel de especialistas foram adotadas as que nos pareceram úteis e, nesse sentido, foram efetuadas no questionário as alterações consideradas pertinentes.

86 Dificuldades de

preenchimento (sentidas ou presumidas)

 A linguagem utilizada é acessível e a temática em que se centra o mesmo encontra-se no domínio do senso comum.

 Pergunto-me se não existirá uma maior compreensão utilizando essas mesmas traduções ou se será mais pertinente manter os termos em língua inglesa que são de maior uso dos alunos.

 Item 17 - não sei se está claro que o conceito de amigo (solicitado) ultrapassa o de “amigo virtual”.

 Poderia estar explicito que a referência não é a amigos da Internet. Adequação, formulação

e correcção dos itens.

 Penso que seria pertinente um atenção especial sobre a utilização de / que podem de alguma forma dificultar a leitura dos alunos. Penso que seria em alguns casos benéfico a sua substituição por e ou.

Em casos mais específicos.

10. Utilizas a Internet para comunicar com:

Familiares que moram contigo ou vivem na mesma vila/cidade; Penso que seria pertinente alterar para localidade para evitar ambiguidade de alunos que com residência em aldeias, montes, sítios etc.

11. Passar o tempo a falar de coisas fúteis e sem interesse.

Pode de alguma forma condicionar os alunos pois está a ser associado o termo interesse com futilidade e uma futilidade pode de facto ser um interesse do aluno.

 A instrução no item 5 não deveria estar no final da resposta a essa questão ? De facto o aluno só termina a participação depois de responder, certo ?

 O item 13 pergunta se a Internet alterou, mas assume à partida que há alteração (as opções de resposta distinguem o sentido dessa alteração) e … se não houve alteração? Não devia haver uma coluna para essa opção?

 No item 9 do questionário de alunos, na opção “Ler livros /revistas” - talvez devesse surgir a expressão “digitais” ou “em formato digital”.  Verificar as opções que estão em maiúsculas, por exemplo “Ver

vídeos”, “Atualizar páginas”.

 Noto que o questionário não respeita o AO.

 No item 10 não deveria constar: (Podes assinalar mais do que uma opção) ?

 No quadro das atividades (item 11)

 Combinar ou marcar saídas com amigos (Visitas, Cinema, Café, etc…). – rever a opção por maiúsculas.

87  No item 13 rever a opção por maiúsculas, nos exemplos.

 No campo 13, devia existir uma 3ª opção como por Exemplo: “ não sofreu alteração “

 Nas questões oito e nove do questionário para os EE parece-me útil uma opção que diga: Não sei, Desconheço ou algo assim.

 Item 14 no questionário dos EE- restringe só as relações familiares, deveria ser mais abrangente.

 Item 15 no questionário dos alunos- Se responder “Sim” não há necessidade de se justificar, só se responder “Não”.

Representatividade da variedade de respostas;

Necessidade de reformulações.

No quadro conceptual a primeira pergunta de investigação é “Quais as rotinas de comunicação e relacionamento dos alunos dentro ou fora da Internet?” – no questionário de alunos as questões estão todas colocadas no âmbito da Internet. Não há questões relacionadas com o que se passa fora da Internet. Parece-me que é um aspeto a ser revisto/ajustado.

Redução ou ampliação do número de itens.

Compreendendo que o assunto assim o obriga, considero que por vezes a multiplicidade de opções podem levar os alunos, principalmente os mais novos, a perderem o foco ou mesmo a responderem sem a devida reflecção sobre essas mesmas opções.

Outros aspetos a considerar pelo

especialista.

As notas que faço para o questionário dos alunos servirão, quando pertinente, para o questionário dos pais.

Talvez o item 10 e a dimensão “Relações” fizessem mais sentido no âmbito da pergunta de investigação anterior – “Quais as rotinas de comunicação…” Outras sugestões 1- Notas gerais (para ambos os questionários)

Introdução inicial – sugestão:

 Um ou dois parágrafos simples onde a investigadora faz uma contextualização do questionário e assegura a confidencialidade dos dados e o anonimato das respostas (consentimento informado)

 Instruções de preenchimento/resposta em cada um dos itens (ou para um grupo quando a forma de preenchimento é a mesma.)

 Ainda que para o/a investigadora/a o enunciado esteja claro e o modo de preenchimento pareça obvio, nunca se deve assumir que os respondentes sabem como responder às perguntas .

 Por isso, é fundamental que as instruções gerais e específicas estejam presentes no local adequado e sejam claras. Este aspeto pode ser particularmente relevante se se tratar de um questionário de aplicação direta (sem a presença do investigadora para formular,

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Tabela 5- Resumo das sugestões propostas pelos especialistas

Segundo os vários autores lidos a respeito da elaboração e aplicação dos questionários, depois de feita a primeira versão do questionário é essencial e necessário a sua experimentação junto de um número reduzido de indivíduos, num processo designado por pré-teste. Nesta fase é importante que o investigadora acompanhe presencialmente este pré-teste e que verifique as dificuldades e se efetivamente o questionário permite a obtenção de respostas para as questões de investigação inicialmente propostas.

O pré-teste foi efetuado com um grupo de seis alunos. A investigadora esteve presente e acompanhou o seu preenchimento. A presença da investigadora nesta fase é fundamental, uma vez que verifica quais as dificuldades de preenchimento ou compreensão que os alunos mostram no preenchimento do questionário no pré-teste. Os seis alunos que fizeram parte deste pré-teste pertenciam a duas escolas diferentes da Escola em estudo, mas estavam enquadrados nos anos de escolaridade e na faixa etária em estudo. Na tabela abaixo, é descrito o perfil de cada um dos alunos que fizeram parte do pré-teste.

Aluno Perfil

1

Sexo: Feminino

Ano de Escolaridade: 8º Ano

2

Sexo: Feminino

Ano de Escolaridade: 8º Ano

3

Sexo: Feminino

Ano de Escolaridade: 7º Ano

4

Sexo: Feminino

Ano de Escolaridade: 8º Ano

5

Sexo: Masculino

Ano de Escolaridade: 7º Ano

6

Sexo: Masculino

Ano de Escolaridade: 7º Ano

Tabela 6- Perfil dos alunos que realizaram o teste piloto

Segundo Oppenheim (1999) a construção de um questionário para além de criativo, resulta de sessões de brainstorming, adaptações de outros questionários, contributos e

89 experiências dos investigadores e de estudos piloto. Foi o que procurámos fazer com o questionário que concebemos e construímos no âmbito deste estudo.