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VALOR E VARIAÇÃO DOS PREÇOS MÉDIOS PAGOS AO PRODUTOR

3. EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DA CARNE DE FRANGO NO MERCADO

3.1 VALOR E VARIAÇÃO DOS PREÇOS MÉDIOS PAGOS AO PRODUTOR

Como mencionado anteriormente todos os fatores que compõem a criação de aves deve ser levado em consideração na formação de preço; porem quando se trata de preço pago ao produtor o que influencia diretamente é a questão da demanda e oferta do produto. Em um cenário onde a demanda cresce, o que tem ocorrido, os preços pagos ao produtor tendem a manterem-se em níveis crescentes, mesmo sem equivalerem-se.

As três principais carnes consumidas no Brasil e também no mundo são as carnes de frango, bovina e suína. Por esta razão a tabela abaixo traz uma serie histórica comparativa dos preços destes três tipos de proteína animal. Segundo os dados ali contidos, a carne de frango é a proteína animal de menor valor em relação

às outras duas, possui pequena variação cambial, principalmente se comparamos com a carne bovina, que esta perdendo mercado nos últimos anos (SPROESSER, 2008).

Apesar da variação percentual da carne suína ser até menor, o preço mantem-se acima do frango, influenciado pela questão do custo operacional e de produção dos suínos, bem como pela demanda reduzida principalmente nos países asiáticos de religião muçulmana onde a carne suína não pode ser consumida. A tabela 4 traz dados quantitativos a respeito do valor e da variação do preço médio pago aos produtores pelas carnes de frango, bovina e suína (RURAL, 2016).

Tabela 4 – Valor e Variação do Preço Médio das Carnes de Frango, Bovina e Suína, pagos ao produtor no Brasil.

Fonte: Elaboração própria com dados de Agrolink e Cepea

A variação percentual dos preços dos três tipos de proteína avaliada mostra que a carne de frango é dentre estas a que menos oscilações possuíram durante o período avaliado. A carne suína foi a que teve uma oscilação maior, pois teve uma queda de preços acentuada em 2009, ano do surgimento da gripe suína, o que acarretou em diversos problemas para o setor como diminuição de exportações e desconfiança do consumidor em relação à qualidade e sanidade da produção. Em

Valor e Variação nos Preços Médios Ano Carne Bovina

(kg) Variação Bovina Carne Frango (kg) Variação Frango Carne Suína (kg) Variação Suína 2006 R$ 1,79 // R$ 1,36 // R$ 1,60 // 2007 R$ 2,17 17,51% R$ 1,48 8,11% R$ 1,78 10,11% 2008 R$ 2,57 15,56% R$ 1,79 17,32% R$ 2,63 32,32% 2009 R$ 2,51 -2,39% R$ 1,71 -4,68% R$ 1,94 -35,57% 2010 R$ 2,63 4,56% R$ 1,65 -3,64% R$ 2,31 16,02% 2011 R$ 3,12 15,71% R$ 1,81 8,84% R$ 2,50 7,60% 2012 R$ 3,22 3,11% R$ 1,93 6,22% R$ 2,37 -5,49% 2013 R$ 3,34 3,59% R$ 2,23 13,45% R$ 2,90 18,28% 2014 R$ 4,18 20,10% R$ 2,25 0,89% R$ 3,49 16,91% 2015 R$ 4,94 15,38% R$ 2,36 4,66% R$ 3,28 -6,40% Variação Total 63,77% Variação Total 42,37% Variação Total 51,22%

2013 houve uma grande elevação no preço pago, mais de 22%, isso ocorreu principalmente pelo investimento russo em importações da produção brasileira de suínos.

No caso da carne bovina a variação percentual manteve-se próxima a que ocorreu com a carne de frango, mas mesmo que o custo de produção da carne bovina no Brasil esteja entre os menores da América do Sul, segundo estudos do Cepea, o Brasil também tem um dos menores preços médios pagos pela sua carne, o que dificulta a rentabilidade para os pecuaristas brasileiros.

O gráfico 5 elucida essa compreensão sob forma mais visual, pois fica mais claramente representada a variação ocorrida nos três tipos de carne ao longo do período de tempo estudado.

Gráfico 5 - Variação Percentual do preço pago ao produtor da carne de frango, bovina e suína (de 2007 á 2015)

Fonte: Elaboração própria com dados de Agrolink e Cepea

O preço pago ao produtor de carne suína possuiu uma maior variação devido aos problemas sanitários ocorridos, em especial a gripe suína e também devido às contingências do mercado, mesmo assim ao longo do período seu nível de procura mostrou-se regular, causando assim manutenção de oferta.

-30 -20 -10 0 10 20 30 40 50 60 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Variação Percentual do Preço pago ao produtor

Carne Bovina (Kg) Carne Frango (Kg) Carne Suina (Kg)

3.1.1 VARIAÇÃO DO IPA-DI COMPARATIVAMENTE COM A VARIAÇÃO DO PREÇO DO FRANGO DE CORTE

O subcapítulo refere-se a um comparativo percentual entre o que é pago ao produtor pelo quilo de frango e a variação percentual do IPA-DI (Índice de Preços ao Produtor Amplo - Disponibilidade Interna) no mesmo período. Produzido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), este índice é o principal indicador da evolução dos preços no setor atacadista brasileiro. São pesquisados preços de matérias-primas agrícolas e industriais, produtos intermediários e de uso final.

Este índice foi criado em 1947, e era chamado inicialmente de Índice de Preços por Atacado. Apenas em Abril de 2010, a nomenclatura atual – Índice de Preços ao Produtor Amplo – passou a ser adotada. Esse importante índice inflacionário registra as variações de preços de produtos agropecuários e industriais nas transações interempresariais, ou seja, nos estágios de comercialização anteriores ao consumo final. O IPA é basicamente um índice de preços de venda de produtos em nível de produtor.

Em 1964, quando foi introduzida a correção monetária no Brasil, o IPA foi escolhido como índice de referência para correção das Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTN) e para o cálculo da Unidade Padrão de Capital (UPC), parâmetro de reajuste de financiamentos imobiliários. O Índice de Preços ao Produtor Amplo é uma estatística contínua, de periodicidade mensal, calculado entre o primeiro e o último dia de cada mês, sendo divulgado em três diferentes versões: IPA-DI, IPA-10 e IPA-M.

A amostra de produtos do IPA é composta por 481 mercadorias distribuídas em 18 grupos, que são organizados para medir a evolução de preços segundo o destino que se atribui aos bens componentes – para consumo ou para produção. A coleta de preços é realizada nos quinze principais estados do país: Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

Gráfico 6 – Variação do IPA-DI comparativamente com a variação do preço do frango de corte

Fonte: Elaboração própria com dados do FGV e CEPEA

Nesta amostragem fica claro que preço da carne de frango de corte teve uma variação maior em relação ao IPA-DI, que é o principal índice balizador da evolução dos preços no setor atacadista brasileiro, por exemplo no ano de 2007 a variação do IPA-DI foi de 9,80% em relação ao ano anterior enquanto neste mesmo período a carne de frango teve um crescimento de valor de 20,95%, ou seja, uma variação consideravelmente maior; isso traduziu-se em uma remuneração superior para o produtor de aves no que se refere a média das vendas no atacado dos demais produtos.

Em relação ao ano de 2015, segundo informações disponibilizadas pelo CEPEA o ritmo das vendas internas de carne de frango seguiu relativamente lento no decorrer do ano, chegando até mesmo a frustrar as expectativas de alguns agentes que aguardavam uma significativa melhora na demanda em virtude do recebimento dos salários por parte da população. Segundo o que foi mencionado pelos pesquisadores do Cepea, é a demanda enfraquecida que mantém baixa a liquidez. (CEPEA, 2016). -15,00 -10,00 -5,00 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Variação do IPA-DI x Variação do Preço do Frango

3.2 COMPARATIVO DA VARIAÇÃO PERCENTUAL DO PREÇO DO FRANGO

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