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Histograma 28 – Variável Dependente Imagem Externa 204

2.5 VALORES E MUDANÇA ORGANIZACIONAL – ALGUMAS

2.5.2 Valores, Atitudes e Comportamento

Segundo Ros (2006), está-se sempre desenvolvendo atitudes quando se assume uma posição favorável ou desfavorável diante de coisas, pessoas ou acontecimentos, uma vez que há uma interação ativa com o mundo físico e social. Ros (2006) define atitude como orientações avaliativas sobre um objeto e tem três componentes: cognitivo, avaliativo e comportamental. Os indivíduos desenvolvem atitudes para ajudar a entender a realidade e a se posicionar perante ela, a orientar a conduta e justificar as ações individuais. Segundo Katz (1960, apud ROS, 2006) as atitudes cumprem quatro funções para o ser humano: utilitárias,

de defesa do eu, de expressão de valores e de conhecimento. Essas funções podem aparecer ao mesmo tempo para com um mesmo objeto ou evento.

Para Grube, Mayton e Rokeach (1994), as atitudes são uma avaliação, prescritiva- poscritiva e casual sobre objetos e situações. As atitudes tâm propriedades motivacionais que predispõe os indivíduos a responderem preferencialmente em relação aos objetos e situações, o que as discriminam por suas atitudes diante de objetos e situações nas diferentes situações de pressão ou controles sociais.

Segundo Ros (2006) vários autores evidenciam a relação entre valores, atitudes e comportamento. Rokeach (1973, ROS, 2006) considera a existência de uma relação entre valores, atitudes e conduta e aponta que aquelas pessoas com um auto-conceito do self mais articulado mostram uma relação maior entre valores, atitudes e comportamento. Ros (2006) cita os estudos sobre autovigilância do eu de Snyder e DeBono, que desenvolveram como medida indireta da funçâo das atitudes, o traço de personalidade de autovigilância. Os autores concluiram que as pessoas que apresentaram pontuação baixa em autovigilância são expressivas de seus valores enquanto que as atitudes das pessoas que pontuam alto em autovigilância cumprem uma função de adaptação social, o que constitue uma evidência para a relação valores, atitudes e comportamento.

Ros (2006) salienta que apesar dos trabalhos sobre a relação valores, atitudes e comportamento, o tema ainda é polêmico. Ros (2006) coloca que as teorias de expectativas- valor põem foco nas atitudes mas não contemplam o papel dos valores por um lado. Por outro lado, Rokeach centra nas relações valores, atitudes e comportamento e Schartwaz nas relações valores e comportamento e cita a contribuição de Kristiansen e Hotte que procura integrar num único modelo essas visões. Para Kristiansen e Hotte (1996), a identidade e a moral afetam as relações valores-atitude-comportamento. Kristiansen e Hotte (1996), a partir de estudos com base nos valores mostram que embora haja relação entre valores-atitudes- comportamento, elas são fracas. Algumas variáveis moderadoras da relação valores-atitudes- comportamento apontaram que valores tem um papel mais forte na explicação de atitudes já tomadas, do que um papel como guia para o desenvolvimento de atitudes. Kristiansen e Hotte (1996), colocam ainda que a natureza do desenvolvimento moral e do autoconceito determinam quando e para quem alguém usará os valores esperados como guia atitudinal e comportamental.

Bagozzi (1992) coloca que atitude é a avaliação do indivíduo positiva ou negativa ao performar o comportamento. Bagozzi (1992) analisa as teorias de atitudes, TRA (Teoria da

Ação Racional) de Ajzen e Fishbein (1980), Teoria da Ação Planejada de Ajzen (1987, 1991) e Ajzen e Madden (1986) e a Teoria da Ação Motivada de Bagozzi e Warshaw (1990). Segundo Bagozzi (1992) por muito tempo as teorias de atitude confundiram, avaliações ou processos avaliativos, com respostas emocionais, bem como negligenciaram os processos motivacionais que governam as decisões e estimulações das ações.

A TRA – Teoria da Ação Racional, considera que o comportamento é determinado diretamente por uma intenção em performar um comportamento. Intenção por sua vez é influenciada por atitude. A teoria considera também que o comportamento é determinado por

normas subjetivas (percepção da pressão social para performar ou não o comportamento).

Sua representação encontra-se no fluxograma 2.

A teoria se sustentou por muito tempo pela sua praticidade e é aplicada com sucesso no contexto de consumidores, eleições, recreação e comportamento organizacional. Bagozzi (1992) coloca ainda que o principal fundamento é que os comportamentos são endereçados por controle voluntário (uma ação que o indivíduo é apto ou pretende performar, e cuja execução não há fatores de impeditivos)

Crenças e Motivações Atitude Norma Subjetiva Comportamento Intenção Crenças e Avaliações

Fluxograma 2: Teoria da Ação Racional Fonte: Bagozzi (1992)

Bagozzi (1992) coloca que Ajzen, para evitar que comportamentos não ficassem explicados apenas sob o controle voluntário, desenvolveu a Teoria da Ação Planejada, com a inclusão de um novo antecedente às intenções, que foi chamado como controle

comportamental percebido (crença da pessoa em como será difícil ou fácil performar um

comportamento).Isso significa dizer que o comportamento não é explicado apenas por controle voluntário, mas também as ações são sujeitas a interferências interna e externa A ligação entre controle comportamental percebido e intenção é baseado na premissa que o primeiro tem implicações motivacionais, uma vez que, intenções formarão um comportamento somente quando as crenças pessoais comportarem performar aquele comportamento. Assim em relação a TRA o controle comportamental percebido leva em

conta também as deficiências pessoais ou obstáculos externos que podem impedir a execução de um ato (Fluxograma 3).

Fluxograma 3: Teoria da Ação Planejada Fonte: Bagozzi (1992)

Uma questão filosófica, não resolvida pela Teoria da Ação Planejada, é definir se uma ação poderia ser em parte voluntária e em parte não voluntária. Pesquisadores como Liska, Ajzen e Madden assumem que sim. Então dois tipos de comportamentos se apresentam, os intencionais e os não intencionais

- intencionais: ação intencional requer que um ator tenha uma razão para agir (baseado, por exemplo, nas suas atitudes ou normas subjetivas) e assim acredita que deve iniciar as etapas necessárias para a ação.

- Não intencionais: é um movimento ou resposta que, tipicamente, surge de coersão, hábitos, impulsos ou reflexos, não baseados em razões e nem planejados.