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HIPÓTESE

3.5 Variáveis

Para este estudo, foi adotado o entendimento de que “uma variável refere-se a uma característica ou atributo de uma pessoa ou organização que pode ser mensurada ou observada e ‘varia’ entre as pessoas ou organizações que estão sendo estudadas”, sabendo-se que podem ser independentes aquelas que vêm antes, ou seja, geram, antecedem, causam e determinam, e dependentes aquelas que variam conforme o fator que está sendo estudado. Os termos “variável independente e variável dependente” são usados para designar a direção de influência entre as variáveis, mais do que a causa e o efeito entre elas, como é o caso desta pesquisa (CRESSELL, 2007).

No caso deste estudo, foram tomadas como variáveis independentes qualitativas: pratica exercícios, consome álcool, estado civil, sexo, outro emprego fora ESF, fumante, história de doença relacionada ao trabalho e afastamento por acidente no trabalho. As variáveis independentes quantitativas foram: tempo de Enfermagem, idade, jornada semanal de trabalho, tempo de trabalho na ESF, número de pessoas no domicílio, tempo na Unidade de Saúde da Família, renda familiar. A variável dependente foi Pontuação de fadiga (FIGUEIRA, 2009; MEDRONHO, 2009).

3.6 Procedimentos

Inicialmente foram estabelecidos contatos com a Secretaria Municipal de Saúde de Arapiraca, Alagoas, na pessoa do seu Secretário Municipal de Saúde e com a Coordenadora da ESF do município, para as devidas explicações e solicitação de permissão oficial para realizar a pesquisa (APÊNDICE A). Obtido o consentimento institucional, foram realizados contatos com as/os enfermeiras/os por meio de visitas às unidades da ESF, envio de mensagens via e-mail, ligação para telefone institucional e/ou celular, tudo na perspectiva de iniciar a aproximação com os sujeitos, explicando o estudo, os instrumentos e solicitando sua participação.

Foram utilizadas essas formas de contato considerando que a dinâmica e a natureza do trabalho das/os enfermeiras/os na ESF impossibilitou a totalidade do contato pessoal planejado para esta fase.

Depois dos contatos realizados, foi agendada a coleta de dados para respectiva aplicação dos instrumentos e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (ANEXO B). Houve variedade de situação escolhida para coleta dos dados, a maioria escolheu a aplicação dos instrumentos no local de trabalho, sendo que muitas/os preferiram ficar com os instrumentos e responderem na unidade de saúde em outro momento marcando nova data para recolher os mesmos, de modo que foi respeitada a vontade das/os respondentes.

Considerando a facilidade de compreensão e resposta aos instrumentos, demonstrada desde o teste piloto, a demora em conciliar disponibilidade de horários das/os enfermeiras/os face a rotina de atividades fora da unidade de saúde (visitas domiciliares, vacinação, treinamentos, reuniões na sede da secretaria municipal de saúde, folgas, entre outros) e a situação escolhida para efetivação da coleta dos dados, gerando lentidão nesse processo, a pesquisadora buscou e contou com a ajuda de docentes e estudantes do Programa de Educação pelo Trabalho (PET) Saúde do Trabalhador do Curso de Graduação em Enfermagem da UFAL, Campus Arapiraca, previamente treinados.

3.7 Instrumentos

Foram utilizados dois instrumentos auto-aplicáveis, sendo um para obtenção de dados relativos às variáveis independentes e outro para levantamento de sinais de fadiga, por meio do questionário específico. Esses instrumentos foram preenchidos pelas/os enfermeiras/os, após a assinatura do TCLE. As etapas de utilização desses instrumentos estão explicadas a seguir.

Na primeira etapa encontra-se apresentado o Questionário de Informações Sóciodemográficas e Ocupacionais (APÊNDICE B), composto por questões objetivas relativas aos dados sociodemográficos (sexo, idade, estado conjugal, escolaridade, renda familiar, pessoas no domicílio, tabagismo, consumo de

bebida alcoólica, prática de atividade física), seguido por dados ocupacionais (instituição em que trabalha, tempo de trabalho na Enfermagem, na unidade, cargo, jornada semanal no trabalho, turno de trabalho, outros empregos no cargo e em outros cargos, turno nos demais empregos, história de acidente de trabalho e de adoecimentos relacionados ao trabalho).

Para utilizar esse instrumento foi realizado um processo de refinamento (validação de aparência) mediante a avaliação por sete juízes especialistas na área de saúde do trabalhador, os quais foram previamente consultados e após o aceite assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para Juiz (APÊNDICE C) e responderam ao Formulário de Avaliação dos Juízes (APÊNDICE D).

Foi também realizado um estudo piloto com oito enfermeiras/os que atuam na ESF do município em questão, não tendo sido apresentada qualquer dificuldade em relação a aplicação do instrumento e a compreensão e preenchimento das respostas por parte dessas/es profissionais que, deste modo passaram a compor o conjunto dos questionários respondidos pelos sujeitos da pesquisa.

A segunda etapa aconteceu por meio do Questionário de Fadiga. O Comitê de Pesquisa da Fadiga Industrial da Associação Japonesa da Saúde Industrial elaborou em 1967 o Questionário de Fadiga, posteriormente validado (YOSHITAKE, 1975). Foi traduzido e utilizado inicialmente no Brasil para pesquisa com trabalhadores da indústria petroquímica no nacional (FISCHERet al, 1991) e vem sendo amplamente adotado como instrumento preferencial em pesquisas que, como esta, destina-se a investigar a fadiga em trabalhadores de diversos ramos de atividade (METZNER; FISCHER, 2001; VASCONCELOS et al, 2011; FREITAS- SWERTS, 2014).

O questionário é composto de 30 questões de múltipla escolha, autoaplicadas. Posteriormente as respostas são convertidas em valores numéricos: sempre – cinco pontos, muitas vezes – quatro pontos, às vezes – três pontos, raramente – dois pontos e nunca – um ponto. A pontuação máxima é 150, maior fadiga, e a mínima de 30 pontos, menor fadiga. Existem três escores parciais: um de sonolência e falta de disposição para o trabalho (questões de 1 a 10), outro de dificuldade de concentração e atenção (questões de 11 a 20) e um terceiro de projeções da fadiga sobre o corpo (questões 21 a 30) (BORGES, 2007).