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Variáveis não padronizadas utilizadas no Índice de Bem-Estar Social (IBES)

5 RESULTADOS E ANÁLISE

5.1 ANÁLISE DESCRITIVA DAS VARIÁVEIS UTILIZADAS NOS ÍNDICES PARCIAIS

5.1.2 Variáveis não padronizadas utilizadas no Índice de Bem-Estar Social (IBES)

Na Tabela 38 estão os valores das variáveis não padronizadas relativas ao IBES13. Analisando a variável Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) - Longevidade que mensura a média de anos que as pessoas viveriam a partir do nascimento, a RI que apresentou menor valor foi Marajó, 0,76, e o maior foi da RI Metropolitana, 0,80. A média entre as RIs foi de 0,77 e o desvio padrão apenas de 0,01 o que demonstra que os valores dos IDH - Longevidade ficaram próximos entre as doze RIs.

Em relação aos municípios nota-se que o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) - Longevidade foi de Novo Progresso com 0,83 pertencente a RI do Tapajós. Este resultado pode ser consequência dos avanços no padrão de vida, disponibilidade de alimentos e nos avanços médicos e sanitários (melhoria do esgotamento sanitário e dos sanitários domiciliar realizados através de investimentos federais de 3,7 milhões a partir do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC recursos 2007-201014) do município. Santa Luzia do Pará apresentou a menor longevidade 0,72. Este município compõe a RI do Caeté, resultado que pode ter sido influenciado pela baixa renda da população e pouca disponibilidade e diversidade de alimentos.

A taxa de alfabetização indica a capacidade de ler e escrever da população de um determinado local. Para as RIs, essa variável apresentou pequena dispersão 5,32. A RI do Marajó apresentou a menor taxa, 70,90%, e a Metropolitana a maior 90,37%.

Entre os municípios, Portel com 56,68% foi o que apresentou menor percentual de pessoas alfabetizadas nas áreas rurais. Este município faz parte da RI do Marajó, local de difícil acesso e que muitas vezes para se chegar às escolas é necessário utilizar como meio de transporte barcos. O município com melhor resultado foi Marituba com 95,01% de alfabetizados. Este resultado pode ser explicado em parte pela proximidade da área rural com a urbana tornando mais fácil o acesso às escolas. Além do fato de o município estar próximo à capital, Belém, onde se concentra o maior número de escolas.

      

13 Todos os valores utilizados para a análise das variáveis não padronizadas utilizadas no IBES dos municípios estão no Apêndice B.

 

14 PAC2: 11º Balanço (2011-2014) - Pará. Ver mais em:

O indicador de intensidade da pobreza médio das RIs foi de 52,06% e desvio padrão de 5,52, valor que demonstra pouca dispersão entre os resultados das RIs. O valor máximo entre as Regiões foi do Xingu, 57,73%, e o mínimo da Metropolitana, 38,62%.

Para os municípios o maior valor de intensidade da pobreza foi o de Jacareacanga com 74,40%. Este município faz parte da RI do Tapajós, e possui sua economia baseada na administração pública, além do que, boa parte de seu território são de preservação ambiental e terras indígenas. Com menor valor aparece Belém (35,20%) capital do Estado do Pará. Este município apresenta grande atividade comercial, imobiliária, construção civil e financeira.

Tabela 38 - Apresentação das variáveis que compõem o IBES por Regiões de Integração Regiões de Integração LongevidadeIDH - alfabetização Taxa de

rural Intensidade da Pobreza Domicílios rurais com abastecimento de água Domicílios rurais com energia elétrica Domicílios rurais com esgoto sanitário Araguaia 0,7750 0,8235 52,2586 0,0582 0,5154 0,1111 Baixo Amazonas 0,7840 0,8447 56,6304 0,2884 0,4191 0,0583 Carajás 0,7840 0,7799 49,8756 0,2212 0,7930 0,1000 Guamá 0,7900 0,8335 47,4952 0,5022 0,8887 0,1101 Lago de Tucuruí 0,7700 0,7451 50,7041 0,0955 0,7923 0,0454 Marajó 0,7610 0,7090 57,1652 0,0841 0,1223 0,0325 Metropolitana 0,8040 0,9037 38,6243 0,4282 0,8905 0,1377 Rio Caeté 0,7730 0,7484 55,0238 0,2616 0,8172 0,1131 Rio Capim 0,7670 0,7609 50,0612 0,3616 0,7408 0,0591 Tapajós 0,7680 0,8013 56,8857 0,1494 0,4953 0,0660 Tocantins 0,7720 0,8265 52,2481 0,1715 0,5538 0,0568 Xingu 0,7660 0,7829 57,7293 0,0673 0,4818 0,0508 Valor Máximo 0,8040 0,9037 57,7293 0,5022 0,8905 0,1377 Valor Mínimo 0,7610 0,7090 38,6243 0,0582 0,1223 0,0325 Média 0,7762 0,7966 52,0584 0,2241 0,6259 0,0784 Desvio Padrão 0,0122 0,0532 5,4205 0,1477 0,2328 0,0339 Coeficiente de Variação 0,0157 0,0668 0,1041 0,6591 0,3719 0,4317 Fonte: Elaboração própria, 2015 a partir dos dados gerados

Sobre as condições habitacionais (água, luz e esgoto sanitário), pode-se dizer que as regiões apresentam certa heterogeneidade (alto coeficiente de variação), ou seja, existem Regiões de Integração com boa infraestrutura e outras sem a menor condição de salubridade.

Para a variável água a RI Guamá apresentou o melhor valor 50,22%, para variável eletricidade, a RI Metropolitana com 89,05% e para a variável domicílios rurais com esgoto sanitário, a RI Rio Caeté foi aquela com melhor resultado, 13,77%. Quanto aos menores valores para abastecimento de água aparece a Região do Araguaia (5,82%), para energia elétrica e esgoto sanitário a RI do Marajó com 12,23% e 3,25%, respectivamente. Os altos valores encontrados nas RIs no serviço de energia elétrica da rede geral estão associados ao programa do governo federal Luz para Todos, criado em 2003, com objetivo de universalizar o acesso à energia elétrica no país, que atingiu diversas áreas rurais do Estado do Pará. Já os baixos valores em abastecimento de água e esgoto sanitário se deve a politica de desenvolvimento nacional que trouxe para o Estado muitos migrantes que construíram suas residências em locais inadequados que dificulta a implementação desses serviços por serem mais caros e mais demorados para serem realizados.

Quanto aos municípios, Magalhães Barata (RI do Guamá) apresentou o maior número de domicílios com abastecimento de água na área rural (84,79%). Este município vem recebendo recursos do Programa Água para Todos do governo federal e governo do Estado do Pará para implementação de ações de controle da qualidade da água e melhoria do sistema de abastecimento de água do município15.

Em termos de energia elétrica, o município de Marituba (RI Metropolitana) apresentou o maior número de domicílios rural com energia elétrica, 98,42% das residências possuíam energia elétrica, valor justificado pelos investimentos feito em 2009 pela Centrais Elétricas do Pará (CELPA) em obras de implantação da subestação em Marituba.

Finalmente, domicílios rurais com esgoto sanitário, o maior valor foi o de Mãe do Rio (39,52%) município da RI Rio Capim. No período de 2007-2010 o município recebeu quase um milhão de investimento através do PAC16 para realizar melhorias sanitárias domiciliares e para esgotamento sanitário.

      

15 PPA 2008-2011 e GP Pará. Ver mais em:

<http://www.sepof.pa.gov.br/images/stories/pdf/PPA2008_2010_finalistico.pdf> e <http://www.gp.pa.gov.br/publico/>

16 PAC2: 11º Balanço (2011-2014) - Pará. Ver mais em:

5.1.3 Variáveis não padronizadas utilizadas no Índice de Desenvolvimento Econômico