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Variáveis que interferem no conforto térmico humano

CAPÍTULO 5 – DO CONFORTO TÉRMICO HUMANO

5.3 Variáveis que interferem no conforto térmico humano

Vários são os fatores responsáveis pelas variações da sensação de conforto térmico.

143 Neste sentido Fanger (1970) afirma que a sensação de conforto térmico depende, além das condicionantes do ambiente e da vestimenta, também das características fisiológicas próprias dos indivíduos como: idade, sexo, forma do corpo, ciclo menstrual, diferenças étnicas, alimentação e outros.

Para sobreviver o homem teve que adaptar-se e adaptar seu modo de vida as condições ambientais. As adaptações são de ordem biológica, ou por meio da vestimenta e do ambiente térmico.

Dumke (2007, p. 131): destaca que:

“A adaptação biológica se evidencia nas variações da fisiologia humana (como porte físico, cor de pele e de olhos, presença ou ausência de pelos), caracterizada pelas etnias adaptadas às diversas condições climáticas encontradas em regiões geográficas distintas. A adaptação por meio de vestimenta consiste no isolamento térmico, como mencionado anteriormente, depende da espessura, da porosidade, do número de camadas de tecido e da existência de vazios entre elas, determinando a resistência térmica total. A adaptação ao clima por meio do ambiente construído realizou-se por meio da experiência acumulada ao logo do tempo, conforme as características do clima, a cultura dos povos e os materiais e técnicas construtivas locais”. Ruas (1999, p.3) destaca que:

“o conforto térmico depende de fatores que interferem no trabalho do sistema termorregulador como: taxa de metabolismo, isolamento térmico da vestimenta, temperatura radiante média, umidade relativa, temperatura e velocidade do ar. O efeito combinado de todos esses fatores e que determina a sensação de conforto ou desconforto térmico embora, por motivo de classificação, os dois primeiros fatores sejam chamados de variáveis pessoais e os quatro últimos de variáveis ambientais”.

Ainda de acordo com Ruas (1999, p.3) primeira condição para se obter conforto térmico é que o corpo esteja em equilíbrio térmico, ou seja, a quantidade de calor ganho (metabolismo + calor recebido do ambiente) deve ser igual a quantidade de calor cedido para o ambiente.

Frota e Schiffer (2003) destacam que o organismo humano experimenta sensação de conforto térmico quando não necessita recorrer a nenhum mecanismo de termorregulação (reação ao frio – arrepios – e reação ao calor – suor) e quando o calor produzido pelo metabolismo está compatível com a atividade desenvolvida.

O conforto térmico é uma sensação subjetiva, pois depende da pessoa. Assim um ambiente termicamente confortável para uma pessoa, pode não ser para outra, pois depende do tipo de vestimenta, idade, sexo, de cada ser individual.

A razão de criarem-se condições de conforto térmico está no desejo do homem sentir-se termicamente confortável. A sensação de conforto térmico é obtida através

144 de trocas térmicas entre o ambiente e o ser vivo nele inserido. Isto depende do indivíduo, pois cada um possui uma maneira própria de assimilar energia para sentir- se confortável (XAVIER, 1999).

Existem algumas variáveis fundamentais que interferem diretamente no conforto térmico humano.

Essas variáveis podem ser agrupadas, segundo Pagnossin, Lemes e Buriol (2004) em:

a) Variáveis físicas ou ambientais- Referem-se às variáveis de maior influência nas condições atmosféricas do ambiente. As variáveis meteorológicas que mais interferem no conforto térmico são a temperatura do ar, velocidade do ar, umidade do ar e temperatura média radiante.

b) Variáveis pessoais- As mesmas têm grande influência nas condições de conforto dos indivíduos. Entre as variáveis que mais influenciam são: o tipo de atividade desempenhada pelo indivíduo (taxa metabólica) e a vestimenta.

c) Variáveis psicológicas – Estão ligadas a percepção e preferências térmicas dos indivíduos no momento consultados. No entanto, podem variar de indivíduo para indivíduo, pois devem-se considerar simultaneamente outras variáveis como idade, sexo, vestimenta e atividade desempenhada pela pessoa.

Carvalho (2006) destaca que as variáveis individuais ou fisiológicas que influenciam na sensação de conforto térmico podem ser resumidas em:

a) Hábitos alimentares - afetam o metabolismo e justificam as diferenças de dieta entre diferentes áreas geográficas;

b) A idade – quanto mais idosa for uma pessoa maior a preferência por ambientes mais aquecidos;

c) O sexo – as mulheres apresentam um metabolismo inferior ao dos homens, ou seja, produz menos calor, o que conduz a preferências, em termos médios, por ambientes um pouco mais aquecidos;

d) A forma do corpo – a relação entre volume e superfície influencia na preferência térmica;

e) A gordura do corpo – funciona como um isolante térmico;

f) O estado de saúde – uma pessoa doente pode ter os seus limites de conforto muito estreitos;

145 h) Aclimatização dos indivíduos – o tempo de permanência do ser humano num determinado contexto climático tende a que este produza hábitos e alterações metabólicas (quantidade de sangue e de suor) enquanto respostas de adaptação térmica.

Para Monteiro (1991), que trata indiscriminadamente fatores e elementos climáticos, as manifestações climáticas a serem consideradas para o conforto ambiental urbana e consequente conforto humano, são a radiação solar, temperatura do ar, umidade, ventos e precipitações.

Viana (2013, p.26) aponta que o conforto térmico é entendido como um efeito paralelo perceptivo dos seres humanos, que está inteiramente ligado ao fenômeno da ilha de calor, alterações na precipitação e ventilação.

Assim nesta pesquisa, foram analisadas variáveis físicas ou ambientais da zona urbana de Chapecó, dentre elas as variáveis meteorológicas: temperatura, umidade relativa e pressão atmosférica, para através da aplicação de índices bioclimáticos definir para situações sinóticas e horários específicos as sensações de conforto ou desconforto térmico que os citadinos experimentam dentro da cidade, e também estabelecer a relação do conforto térmico com as ilhas de calor e de frescor urbanas.

5.4 Índices bioclimáticos: o índice de temperatura efetiva de Thom (1959) e o