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Até aqui foram estudadas as variações relacionadas aos parâmetros econômicos. A partir de agora será considerada uma alteração técnica, que é a proporção entre o uso da energia elétrica no horário de ponta e fora de ponta, para um mesmo consumo energético total.

Ao longo das 24 horas do dia, o consumo de energia varia e atinge valores máximos entre 17:00 e 22:00 horas. De acordo com o perl da carga de cada concessionária, são escolhidas três horas, compreendidas no intervalo das 17:00 às 22:00h horas dos dias úteis, denido como horário de ponta. Ademais, há uma diferenciação tarifárias para o consumo de energia elétrica nos os horários de ponta e fora de ponta, vide Capítulo 5 -

7. Estudos de Caso 71 Subseção 5.1.1, assim, este estudo visa avaliar o comportamento do sistema quando cada patamar de energia é deslocado, tanto para uma maior demanda, quanto para uma menor, principalmente no que se refere ao horário de ponta.

Uma modicação importante nessa análise ocorre em relação às potências dos equi- pamentos. Como visto na Seção 6.3 do Capítulo 6, a pré-seleção dos equipamentos aconteceu com base nas demandas máximas (horário de ponta). Assim, as potências, que antes satisfaziam as demandas do sistema, já não são capazes de de atendê-las para esse estudo. Uma maneira encontrada para contornar esse problema foi determinar que as potências variassem juntamente com as demandas, ou seja, uma pré-seleção dinâmica.

A Figura 7.16 mostra a faixa de robustez do sistema base frente à variação da demanda em horário de ponta (patamar pesado). Percebe-se que o sistema base é o sistema ótimo para fatores de 0,5 até 1,7 acima dessa faixa o sistema ótimo passa a ser o sistema de autoprodução. Já o sistema de cogeração não se mostra como alternativa viável para esse caso.

Figura 7.16: VPL para variação da demanda de energia em horário de ponta.

Fonte: Autor, 2016.

Contudo, observamos através da análise dos dados, que houve reconguração do sis- tema para um fator de 1,7. A Figura 7.17 mostra a variação dos patamares de carga referentes à energia elétrica (a) e à água gelada (b).

Com um aumento de 70% da demanda no horário de ponta, ocorre a compra de um motogerador de 2230 kW, o qual é utilizado para compor a eletricidade nesse horário. Há, também, a opção da aquisição da rede de energia da concessionária com potência de 3000 kW e um chiller de compressão de 5690 kW, conforme sistema (e) da Figura 7.18.

Por possuir tarifa mais onerosa, o aumento da demanda na ponta tem grande impacto sobre a conguração do sistema. Dessa maneira, torna-se interessante buscar por alterna- tivas energéticas para contornar as altas tarifas nesse horário, como, por exemplo, utilizar motogeradores, tal como mostrado nesse trabalho.

7. Estudos de Caso 72

Figura 7.17: Patamar de carga para acréscimo de 70% de energia na ponta.

(a)

(b)

Fonte: Autor, 2016.

Figura 7.18: Sistema ótimo para um aumento de 70% da demanda na ponta.

Fonte: Autor, 2016.

Observa-se na Figura 7.16 que o VPL do sistema base e do otimizado estão sobre- postos. Isto, pois, a diferença sobre o VPL, na decisão de utilizar esse ou aquele, é de aproximadamente 20 mil dólares, valor muito pequeno quado comparado ao custo total do projeto.

Constata-se, também, a mudança que ocorre na inclinação da reta da Figura 7.16, isso ocorre, pois, para o fator igual a 1, o sistema necessita de um conjunto de equipamentos para atender a maior demanda (horário de ponta). Utilizar fatores de multiplicação menores que 1, implica na redução da demanda no horário de ponta, ou seja, o sistema poderá optar por equipamentos de menor potência até o momento de ocorrer a inversão

7. Estudos de Caso 73 dos níveis de demanda e a potência fora de ponta se tornar maior que a potência na ponta. Assim, a diferença de inclinação na reta da Figura 7.16, está diretamente associada ao custo inicial dos equipamentos que por sua vez é proporcional a potência nominal dos mesmos.

Observado o aumento de 70% na demanda em horário de ponta, variou-se a tarifa de gás natural, com objetivo de vericar a robustez do sistema para essa condição. Para o intervalo de 0,85 a 1, o processo de otimização propôs a compra do motogerador para operação em horário de ponta, juntamente com a rede de distribuição e o chiller de compressão.

Para um fator de 0,84, além dos equipamentos anteriormente citados, ocorre a compra do chiller de absorção. Nesse caso, o motogerador opera nos horários em que há demanda de água gelada e, assim, aproveita os gases de exaustão para acionar o chiller de absorção, Figura 7.5 (b).

Em um fator de 0,76 acontece mudança no modo de operação do sistema e, nesse caso, é observada a venda de energia excedente nos horários de funcionamento do sistema de ar condicionado do shopping, com exceção dos horários de ponta, momento no qual toda a energia do gerada pelo motogerador é direcionada para o consumo do estabelecimento. Por m, para um fator de 0,61, o motogerador passa a operar em capacidade máxima em tempo integral. Além disso, toda a energia excedente é vendida. Nesse caso não ocorre compra de energia da concessionária.

Nota-se que, quando o aumento de consumo na ponta é associado a variações econômi- cas, ocorrem algumas variações signicativas no sistema. Esse estudo em especial possi- bilita observar que, apesar do uso do motogerador em horário de ponta ser a opção ótima para uma redução inicial de até 15%, somente acontece a compra do chiller de absorção para uma redução de 16% na tarifa do gás natural. Uma explicação para isso reside no fato de haver uma grande disparidade entre as demandas de ponta e fora de ponta, o que implica em um equipamento de grande potência e consequentemente de maior custo.

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