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CLASSIFICAÇÃO DE RESUMOS

3.8 Verificação dos objetivos e hipóteses de pesquisa

Quanto ao primeiro objetivo, identificar as estratégias metacognitivas de leitura mais empregadas na compreensão leitora em português brasileiro (L1) e em inglês (L2) por acadêmicos de Administração, considerando os resultados estatísticos por categoria, no instrumento em inglês, as categorias mais evidenciadas em ordem decrescente foram a 40 (produções sobre o texto), 48 (avaliação da compreensão do texto), 8 (hipóteses sobre o texto), 22 (atenção a determinados aspectos leitores), 59 (interpretação de texto), 51 (releitura do texto) e 64 (comentários opinativos sobre o texto). Já quanto ao instrumento em português, as categorias que mais se destacaram foram 40 (produções sobre o texto), 64 (comentários opinativos sobre o texto), 51 (releitura do texto), 8 (hipóteses sobre o texto), 59 (interpretação de texto), 48 (avaliação da compreensão do texto), 17 (mobilização de conhecimentos prévios sobre o texto) e 22 (atenção a determinados aspectos leitores).

A hipótese para o primeiro objetivo específico supunha que acadêmicos do curso de Administração utilizariam mais estratégias metacognitivas de leitura relacionadas à produção sobre o texto em ambos os instrumentos, hipótese que foi confirmada, pois conforme pode ser visualizado nos gráficos 1 e 2 da seção 2.9.4, a categoria de estratégia 40, que inclui paráfrase e resumo, obteve maior freqüência de uso no tanto no instrumento em inglês quanto no instrumento em português no grupo de Administração. Acredita-se que tal resultado deva-se à formação mais técnica do grupo de Administração, que em tarefas como a dos instrumentos utilizados, evidencia-se no maior uso de procedimentos de leitura genéricos treinados desde a formação escolar como resumo e paráfrase. Essa hipótese parte da premissa de que alunos de um curso de formação acadêmica não lingüística como o curso de Administração, utilizarão

mais estratégias de leitura genéricas, como as treinadas na formação escolar tipo o resumo e a paráfrase.

Quanto ao segundo objetivo, identificar as estratégias metacognitivas de leitura mais empregadas na compreensão leitora em português brasileiro (L1) e em inglês (L2) por acadêmicos de Letras Português/Inglês, no instrumento em inglês as categorias que mais se evidenciaram em ordem decrescente foram a 40 (produções sobre o texto), 17 (mobilização de conhecimentos prévios sobre o texto), 8 (hipóteses sobre o texto), 64 (comentários opinativos sobre o texto), 48 (avaliação da compreensão do texto), 22 (atenção a determinados aspectos leitores), 51 (releitura do texto) e 59 (interpretação de texto). Já quanto ao instrumento em português, as categorias que mais se destacaram também em ordem decrescente foram a 64 (comentários opinativos sobre o texto), 17 (mobilização de conhecimentos prévios sobre o texto), 8 (hipóteses sobre o texto), 40 (produções sobre o texto), 51 (releitura do texto), 59 (interpretação de texto), 22 (atenção a determinados aspectos leitores), 36 (recordações a respeito do texto) e 48 (avaliação da compreensão do texto).

A hipótese para o segundo objetivo supunha que acadêmicos do curso de Letras utilizariam mais estratégias metacognitivas de leitura relacionadas ao uso de conhecimento lingüístico em ambos os instrumentos, hipótese que considera-se confirmada, na medida em que se verificou que conforme indicam os dados dos gráficos 1 e 2 da seção 2.9.4, a categoria de estratégias 17, relacionada ao emprego do conhecimento prévio sobre o texto, no qual se incluiu o conhecimento prévio lingüístico, obteve maior freqüência de uso no grupo de Letras. Acredita-se que isso se deva à formação lingüística no curso de Letras associada a fatores como, por exemplo, a atividade profissional na docência de línguas que se evidenciará como maior número de comentários gramaticais, análises lingüísticas,etc.

Quanto ao terceiro objetivo, comparar o emprego de estratégias metacognitivas de compreensão leitora em português brasileiro (L1) e em inglês (L2) entre os dois grupos, verifica-se que houve uma considerável padronização quanto ao tipo e freqüência de uso das categorias de estratégias utilizadas nos instrumentos, com maior emprego das categorias de estratégias metacognitivas de leitura, aqui em ordem numérica crescente, 08 (hipóteses sobre o texto), 17 (mobilização de conhecimentos prévios sobre o texto), 22 (atenção a determinados aspectos leitores), 36 (recordações a respeito do texto), 40 (produções sobre o

texto), 48 (avaliação da compreensão do texto), 51 (releitura do texto), 59 (interpretação de texto), e 64 (comentários opinativos sobre o texto). A principal diferença encontrada foi no maior uso da categoria 17 em ambos os instrumentos no curso de Letras em relação ao curso de Administração.

Quanto às diferenças numéricas no número de incidências de categorias de estratégias leitoras metacognitivas entre grupos, observou-se que o grupo de Letras utilizou mais estratégias metacognitivas de compreensão leitora em relação aos alunos do curso de Administração em ambos os instrumentos, em português brasileiro (L1) e em inglês (L2), confirmando a hipótese do terceiro objetivo específico que previa tal comportamento devido a uma maior consciência sobre a língua e também a uma maior expressão da metacognição ligada ao ensino.

Quanto ao quarto objetivo, verificar se os sujeitos transferem estratégias metacognitivas de compreensão leitora no instrumento em uma língua no instrumento em outra língua, observou-se que houve baixíssima manifestação explícita desse tipo de transferência, dado que se verificou apenas uma ocorrência de L1 para L2 e uma de L2 para L1, uma em cada grupo. Tal resultado pode ocorrer em razão da transferência inconsciente de procedimentos leitores utilizados em uma língua para outra, que não pode ser controlado, ou devido à existência de procedimentos universais de leitura, que se manifestam em sujeitos falantes de línguas diferentes e pertencentes a distintas áreas de formação. Dado esse fator, a hipótese para esse quarto objetivo levará em conta a transferência explícita de comportamentos leitores de uma língua para outra. Nessa perspectiva, observou-se que a hipótese foi confirmada na medida em que de fato os sujeitos transferiram estratégias metacognitivas de compreensão leitora do português brasileiro na compreensão leitora em inglês e transferiram estratégias metacognitivas de compreensão leitora do inglês na compreensão leitora em português, entretanto, com baixa ocorrência. A evidência desse resultado dá força à tendência de que o sujeito transfira os procedimentos de leitura empregados em uma língua na leitura em outra língua, sendo que essa transferência pode ocorrer tanto no sentido da língua materna para a L2 quanto da L2 para a língua materna.

Assim sendo, verificou-se que os quatro objetivos específicos foram atingidos e suas respectivas hipóteses confirmadas. Na seção seguinte, apresentam-se as considerações finais.