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A verificação da segurança será feita com base nos procedimentos apresentados no capítulo 6 e com auxílio das planilhas de cálculo apresentadas no capítulo 8. Serão verificadas as seguintes situações:

- Painel 5:

- Primeiro enrijecedor, imediatamente abaixo do flange superior da viga: sendo esse o enrijecedor com a maior compressão e com o maior espaçamento com relação ao próximo enrijecedor;

- último enrijecedor, imediatamente acima do flange inferior da viga: sendo esse o enrijecedor com maior tração e sujeito à maior pressão lateral. Nesse caso, como os elementos estão tracionados, as verificações de flambagem não se aplicam.

- Painel 9

- último enrijecedor, imediatamente acima do flange inferior da viga: sendo esse enrijecedor sujeito à maior pressão lateral.

As pressões laterais nos enrijecedores a serem adotadas em cada um dos casos podem ser obtidas pela equação [9.1] e devem ser multiplicadas pelo coeficiente C h dado na equação [9.5]. Além disso, essas pressões obtidas são pressões características e devem ser majoradas para se obter o valor de cálculo. São elas:

Painel 5 – Primeiro enrijecedor: 2

kN/m 7 , 11 = d p

Painel 5 – Último enrijecedor: pd =70,4kN/m2 Painel 9 – Último enrijecedor: pd =139,7kN/m2

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Tabela 9.3 – Taxas de trabalho para o primeiro enrijecedor do painel 5. Taxas de Trabalho

Verificação

DNV EC3 1-5

Resistência da placa entre enrijecedores (cisalhamento)

8,0% 8,0%

Resistência da placa entre enrijecedores (pressão lateral)

3,6% 8,9%

Resistência do painel ao cisalhamento

8,0% 8,7%

Resistência do enrijecedor

comprimido (lado do enrijecedor) 37,6% 50,0%

Resistência do enrijecedor

comprimido (lado da placa) 54,9% 60,2%

Tabela 9.4 – Taxas de trabalho para o último enrijecedor do painel 5. Taxas de Trabalho Verificação

DNV EC3 1-5

Resistência da placa entre enrijecedores (cisalhamento)

8,0% 8,0%

Resistência da placa entre enrijecedores (pressão lateral)

8,0% 19,4%

Resistência do painel ao cisalhamento

8,0% 8,0%

Resistência do enrijecedor

tracionado (lado do enrijecedor) 55,6% 53,2%

Resistência do enrijecedor

tracionado (lado da placa) 11,9% 14,0%

Tabela 9.5 – Taxas de utilização para o último enrijecedor do painel 9. Taxas de Trabalho Verificação

DNV EC3 1-5

Resistência da placa entre enrijecedores (cisalhamento)

71,7% 71,7%

Resistência da placa entre enrijecedores (pressão lateral)

15,3% 38,5%

Resistência do painel ao cisalhamento

71,7% 71,7%

Resistência do enrijecedor

tracionado (lado do enrijecedor) 83,2% 48,5%

Resistência do enrijecedor

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Das tabelas 9.3 a 9.5, conclui-se que a alma da viga do silo encontra-se dentro de limites adequados de segurança estrutural. Os seguintes comentários podem ser feitos acerca dos resultados obtidos:

a) Para a verificação dos enrijecedores do painel 5, o Eurocode 3 Parte 1-5 (CEN, 2005b) fornece resultados mais conservadores, devido ao efeito de shear lag, não considerado na formulação da DNV (DNV, 2002).

b) Ainda para os enrijecedores do painel 5, o carregamento de cisalhamento no plano tem valor baixo, tendo pouca influência no resultado final.

c) Para verificação dos enrijecedores do painel 9, a influência do carregamento de cisalhamento no plano tem valor alto. Nesse caso, a DNV (DNV, 2002) apresenta redução considerável da resistência.

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10.

Conclusões

Conforme exposto no capítulo 1, o objetivo principal do trabalho consistia no estudo do comportamento de painéis enrijecidos e na determinação da resistência dos mesmos para aplicação no dimensionamento da estrutura de um silo metálico enrijecido. O estudo de resistência foi baseado nas principais normas internacionais que tratam do assunto: DNV (DNV, 2002) e Eurocode 3 Parte 1-5 (CEN, 2005b).

Ao longo do estudo, no entanto, observou-se que as normas apresentam muitas restrições para aplicação ao tipo de estrutura estudado nesse trabalho. A seguir são expostas algumas dessas restrições:

- Flambagem localizada de placa: a DNV (DNV, 2002) restringe a aplicação dos procedimentos a enrijecedores compactos, não apresentando metodologia para o tratamento de enrijecedores esbeltos.

- Consideração do shear lag: a DNV (DNV, 2002) não apresenta formulação para consideração do efeito de shear lag, limitando a aplicação a casos onde o efeito de shear lag não tem grande importância (painéis longos com enrijecedores pouco espaçados). Como se sabe, no caso de silos esse fenômeno é especialmente importante, pois as pressões laterais são, em muitos casos, dimensionantes.

- Flambagem lateral torsional dos enrijecedores: o Eurocode 3 Parte 1-5 (CEN, 2005) limita a aplicação da metodologia caso os enrijecedores estejam sujeitos a flambagem lateral torsional, sugerindo uma análise mais sofisticada, via elementos finitos, por exemplo.

Além disso, as seguintes observações podem ser feitas acerca dos procedimentos das duas normas:

- Pressão lateral e efeitos de segunda ordem: para placas não-enrijecidas ou para a verificação da placa entre enrijecedores, a DNV (DNV, 2002) apresenta procedimento

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de dimensionamento baseado na Teoria das Linhas de Escoamento, não levando em conta os efeitos de segunda ordem gerados pelos carregamentos no plano. No Eurocode 3 Parte 1-5 (CEN, 2005b), não são apresentados procedimentos simplificados para avaliação dos efeitos de segunda ordem, como o método da amplificação dos momentos de primeira ordem, principalmente para verificação dos enrijecedores, apenas mencionando que esses efeitos devem ser considerados.

- As normas estudadas apresentam resultados bem diferentes para a verificação de enrijecedores em painéis sujeitos a carregamento de cisalhamento no plano. Nesse caso, a DNV (DNV, 2002) é mais conservadora que o Eurocode 3 Parte 1-5 (CEN, 2005b).

- Expressões de interação: as expressões de interação variam de uma norma para outra, e as normas não deixam claro para que tipo de situação cada uma das expressões se aplica. Como exemplo, cita-se o caso do Método da Redução da Resistência no Eurocode 3 Parte 1-5 (CEN, 2005b), onde a norma européia não deixa claro se o método se aplica a situações com pressão lateral. Os resultados seriam excessivamente conservadores para situações com pressão lateral e o método não foi utilizado nesse trabalho.

No caso do silo estudado no capítulo 9, é importante mencionar que a geometria do mesmo não segue um padrão. A definição acerca do tipo de enrijecedor a ser utilizado, de sua orientação e de sua direção é feita com base em critérios que muitas vezes dependem muito mais de aspectos relacionados à funcionalidade, manutenção, fabricação e montagem. Com isso, o engenheiro deve ser capaz de enfrentar o problema como ele se encontra e, portanto, deve ter à sua disposição procedimentos de dimensionamento que se apliquem a esse tipo de estrutura, sem que tantas restrições sejam impostas.

Como tema para futuros trabalhos, sugere-se um estudo com o objetivo de se propor métodos mais gerais de verificação da resistência de painéis enrijecidos. Esses métodos devem ser capazes de abordar as possíveis formas de colapso que ocorrem, inclusive aqueles que são ocasionados pela interação entre modos de flambagem local e global. Esse estudo deve, obrigatoriamente, contar com análise computacional via MEF em formulação não-linear física, de modo a identificar de forma realista os mecanismos de

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colapso elasto-plásticos e auxiliar na verificação dos procedimentos simplificados propostos pelas normas.

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