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VERIFICAÇÕES DOS INCENTIVOS / BENEFÍCIOS QUE O GOVERNO

No documento Participação das classes (páginas 52-56)

4. IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS 28 

4.4 VERIFICAÇÕES DOS INCENTIVOS / BENEFÍCIOS QUE O GOVERNO

O governo brasileiro buscando a integração dos cidadãos na sociedade, no mercado consumidor e no mercado de trabalho formula políticas públicas de inclusão. As políticas públicas são compostas de planos, programas, ações e atividades. Um exemplo é o Plano Brasil Sem Miséria, que tem como foco de atuação os milhões de brasileiros com renda familiar per capita inferior a R$ 77,00 mensais e está baseado na garantia de renda, inclusão produtiva e no acesso aos serviços públicos segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS (MDS, 2014).

O acesso é através do cadastro único, que é um banco de dados criado pelo Governo Federal. O cadastro único disponibiliza informações sobre renda, tipo de moradia, escolaridade, idade, e outros. Ele deve ser atualizado a cada dois anos ou sempre que houver uma mudança na situação da família. Podem ser cadastradas as famílias de baixa renda que ganham até meio salário mínimo mensal por pessoa; e também as que ganham até 3 salários mínimos de renda total por mês. Ele proporciona acesso aos programas como o Bolsa Família e a Tarifa Social de Energia Elétrica entre outros para baixa renda e programa de habitação popular e telefone popular para renda de até 3 salários (GUIA DE SERVIÇOS PÚBLICOS, 2014).

Conforme a legislação que define e regula, “os serviços de telecomunicações é de competência da União explorar ou mediante concessão permitir a particular prestar este serviço” (art. 21, XI – CF 1988). Ele é considerado um serviço público. Então segundo a Lei n° 9472 de 1997 (LGT) no artigo 2º é dever do poder público:

“I - garantir, a toda a população, o acesso às telecomunicações, a tarifas e preços razoáveis, em condições adequadas;

II - estimular a expansão do uso de redes e serviços de telecomunicações pelos serviços de interesse público em benefício da população brasileira; [...]

VI - criar condições para que o desenvolvimento do setor seja harmônico com as metas de desenvolvimento social do País” (BRASIL, 2014d).

Conforme o inciso I a toda a população ”grifo da autora” deve ser garantido o acesso às telecomunicações em condições adequadas e compatível com as metas de desenvolvimento social do país. A solução criada pelo governo para cumprir este dever e promover a inclusão social foi o Telefone Popular ou AICE. A resolução nº 586, de 5 de abril de 2012 da ANATEL define no artigo 2º:

“I - Acesso Individual Classe Especial - AICE é aquele ofertado exclusivamente a Assinante de Baixa Renda que tem por finalidade a progressiva universalização do acesso individualizado do STFC por meio de condições específicas para sua oferta, utilização, aplicação de tarifas, forma de pagamento, tratamento de chamadas, qualidade e sua função social; II - Assinante de Baixa Renda é o responsável pela unidade domiciliar inscrito no Cadastro Único para programas sociais do Governo Federal, criado pelo Decreto nº 6.135, de 26 de junho de 2007, ou outro que o suceda” (BRASIL, 2014b).

De acordo com informações da ANATEL, o Aice possui as mesmas características técnicas do telefone fixo convencional, porém com assinatura reduzida e facilidades de pagamento do valor da habilitação. Sua assinatura mensal possui uma tarifa reduzida entre R$ 13,00 e R$ 15,00 com impostos. Esta variação depende do valor do imposto de cada estado e da região de prestação da Concessionária.

O Telefone Popular tem uma franquia mensal, não cumulativa, de 90 minutos para realizar chamadas locais para outros telefones fixos. Para realizar ligações locais acima da franquia de 90 minutos, chamadas para telefones celulares, chamadas de longa distância nacional e internacional é necessário inserir créditos ao Telefone Popular. Assim o serviço permite maior controle de gastos, uma vez que o consumo que ultrapasse a franquia é efetuado mediante a compra de créditos.

O serviço também permite o acesso à Internet discada, desde que o provedor de Internet seja local. Caso ultrapasse a franquia de 90 minutos será necessário a inserção de crédito para os minutos excedentes.

Ele está sujeito à mesma modulação horária existente no Plano Básico do serviço de telefonia fixa, ou seja, da 0 hora até às 6 horas da manhã, de segunda a

sexta-feira e sábado a partir das 14 horas até domingo à meia-noite, o valor da chamada local equivale à tarifa do Valor de Chamada Atendida (VCA), aproximadamente o custo de 2 minutos de ligação local, inclusive nos acessos discados a provedores de Internet (ANATEL, 2014a).

Outro programa que o governo promove é a difusão do uso da banda larga. O objetivo é facilitar o acesso da população aos serviços do governo eletrônico, conectar as escolas publica e universidades e promover a inclusão digital dos brasileiros.

As escolas públicas de ensino fundamental e médio são ou estão sendo conectadas ao Projeto Banda Larga nas Escolas Públicas Urbanas. Isso foi possível através de parcerias com as empresas Telefônicas Oi, CTBC e Sercomtel que firmaram com a ANATEL aditivo aos termos de autorização para a prestação do Serviço de Comunicação Multimídia (SCM). No final de 2013 havia 61,6 mil instituições de ensino conectadas. Conforme as regras a conexão deverá ser mantidas até 2025 de forma gratuita (ANATEL, 2014b).

Com essa ação o governo atende ao Decreto nº 7.175, de 12 de maio de 2010, que instituiu o Programa Nacional de Banda Larga – PNBL. De acordo com o artigo 1º O objetivo do programa é:

“fomentar e difundir o uso e o fornecimento de bens e serviços de tecnologias de informação e comunicação, de modo a:

I - massificar o acesso a serviços de conexão à Internet em banda larga; II - acelerar o desenvolvimento econômico e social;

III - promover a inclusão digital;

IV - reduzir as desigualdades social e regional; V - promover a geração de emprego e renda;

VI - ampliar os serviços de Governo Eletrônico e facilitar aos cidadãos o uso dos serviços do Estado;

VII - promover a capacitação da população para o uso das tecnologias de informação; e

VIII - aumentar a autonomia tecnológica e a competitividade brasileiras” (Brasil, 2014c).

O foco do programa são as crianças porque elas têm facilidade de interagir com novas tecnologias. As crianças têm acesso à Internet e isso passa a fazer parte de sua vida. É a geração Z que já nasceu on-line. Elas “nunca conceberam o planeta sem computador, chats, telefone celular”. “Sua maneira de pensar foi influenciada desde o berço pelo mundo complexo e veloz que a tecnologia engendrou.” Também

possui o conceito do mundo desapegado das fronteiras geográficas, convivem com um excesso de informações e buscam adaptar-se aos novos tempos (VEJA, 2001).

Com a experiência adquirida as crianças tornam-se para a família um instrumento de propagação de conhecimento. Isso é facilitado com o Programa Comunidade Escola. As Escolas, nos finais de semana, abrem as portas para comunidade utilizar a infraestrutura escolar. A missão do Programa é transformar as escolas municipais em centro irradiador da vida da comunidade com educação, promoção do empreendedorismo, atividades culturais, atividades relacionadas à saúde e de esporte e lazer (COMUNIDADE ESCOLA, 2014).

Outros benefícios concedido pelo governo são a “Lei da Informática” – Lei n° 8248 de 1991 - em vigor até 2029 e a “Lei do Bem” – Lei n° 11196 de 2005 - em vigor até 2017. Aparelhos como computadores e notebooks, tablets, modems, smartphones e roteadores digitais tem isenção de alguns impostos para estimular a produção e consumo. Este programa de inclusão digital pretende alcançar a relação de um computador para cada habitante no Brasil até 2017. A quantidade de computadores em uso é de 140 milhões de unidades. Já os telefones celulares, há 271,1 milhões de unidades instaladas, uma média de 1,35 aparelhos por habitante (BRASIL, 2014d) (BRASIL, 2014e).

Os efeitos destas políticas públicas para todo o conjunto da economia são inestimáveis, tanto para os consumidores quanto para os produtores e também para o governo. A formalização do mercado de trabalho do setor passou de 30% para 78% no período (PORTAL BRASIL, 2014a).

No período de janeiro a maio de 2014, a proporção de vendas de aparelho celulares foi de 3 smartphones para 1 de aparelho tradicional. Houve um aumento de 71% em relação a 2013. Os smartphones são aparelhos inteligentes e possibilitam conexões 3G e 4G. O mercado de celulares convencionais está em queda, em cerca de 41% se considerado o ano (TELETIME, 2014d).

Podemos constatar com os exemplos citados que existem ações por parte do governo que incentivam e beneficiam toda a população. Mas o telefone popular e o programa de banda larga nas escolas publicas atende diretamente população de baixa renda. A redução de impostos dos produtos eletrônicos e a possibilidade de parcelamento facilitam a aquisição dos dispositivos inteligentes de acesso 3G ou 4G.

4.5 COMPARAÇÕES ENTRE OS BENEFICIÁRIOS DE PROGRAMAS SOCIAIS E O

No documento Participação das classes (páginas 52-56)