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UMA VIAGEM PELO MUNDO CHAMADO DANÇA

No documento Livro Didatico Publico Educacao Fisica (páginas 81-102)

EDUCAÇÃO FÍSICA

Carmem Raquel Cahino de Sá Escola Municipal David Trindade e Escola Analice Caldas Brígida Batista Bezerra Escola Municipal Severino Patrício Gizely Araujo da Silva Bezerra Escola Municipal Frutuoso Barbosa Joseneide Correia Behar Secretaria de Educação e Cultura do Município de João Pessoa Laurecy Dias dos Santos Formação Continuada dos Professores da Secretaria de Educação e Cultura do Município de João Pessoa Luciene Maria Martins de Carvalho Santiago Escola Municipal Fenelon Câmara Conceição Maria de Oliveira de Souza Escola Municipal Apolônio Sales de Miranda Márcia Kesller da Silva Escola Municipal Antenor Navarro Maria de Fátima Oliveira Cunha Escola Municipal Dom Helder Câmara Maria Iêda de França Bizerra Escola Municipal Pedra do Reino Noêmia Rodrigues do Oriente Escola Municipal Ana Cirstina Rolim Machado Rosalândia Nascimento Pessoa Escola Municipal Santa Emília de Rodat Sílvia Azevdo Sousa Escola Municipal Euclides da Cunha Valeria Simonethe de Melo Albuquerque Escola Municipal Doutor José Novais

CAPÍTULO 3: UMA VIAGEM PELO MUNDO CHAMADO DANÇA

EDUCAÇÃO FÍSICA

Você vai realizar uma longa viagem pelo tempo através da dança, desde o surgimento dos primeiros movimentos dançantes até a atualidade. Isso fará com que você perceba a importância deste estudo para compreender a dança, sua origem e evolução (colocar figuras relacionadas passado e presente).

Você sabia que a história da dança se confunde com a própria evolução da humanidade? Como podemos comprovar isso? Bem antes do aparecimento da linguagem articulada, o homem primitivo utilizava seu corpo para expressar sentimentos, comunicar acontecimentos, agradecer e exaltar seus deuses, os quais o faziam compreender os acontecimentos do cotidiano.

Sendo a dança tão antiga quanto a própria humanidade, o homem encontrou nela um meio de resguardar sua história, sua cultura e suas características peculiares, transmitidas de geração à geração. A dança é, portanto, parte de sua natureza e há grande necessidade que ele a compartilhe no decorrer de sua vida. Dançando, o homem deu o grande passo que o livraria gradativamente do pensamento mágico e o levaria ao pensamento lógico (MENDES, 1985).

Mas será que na escola utilizamos a dança como meio de adquirirmos conhecimentos? Onde dançamos? Para que dançamos? Como dançamos? Por que dançamos? Esses são questionamentos que discutiremos no decorrer da leitura deste livro. Assim, poderemos compreender o valor histórico, cultural e educativo de desenvolver esta prática corporal na escola, bem como em outros espaços sociais.

Desejamos que este estudo contribua para que você se torne uma pessoa mais crítica e reflexiva e que possibilite uma melhor compreensão não só da dança como também do mundo, estimulando sua livre expressão, sua criatividade e sua ludicidade através do movimento, do ritmo e da música.

A dança faz parte da história da humanidade e, portanto, está contida no seu passado e no seu presente. Por isso, é importante que façamos uma relação entre a dança e esses dois momentos de sua história.

Selecionamos textos contendo conteúdos e questões importantes que provocarão questionamentos e despertarão um olhar crítico diante das situações abordadas.

CAPÍTULO 3: UMA VIAGEM PELO MUNDO CHAMADO DANÇA

EDUCAÇÃO FÍSICA

O ONTEM E O HOJE: ORIGEM DE TUDO E ESTILOS DE

DANÇA

A dança é uma das expressões mais antigas da existência humana. Foi a primeira arte criada pelo homem. É um jogo de movimentos e gestos de representação simbólica de sensações, emoções, sentimentos e ideias que remetem à experiência vivida pelo homem. Ela está carregada de um teor emocional que não pode ser desprezado. Através da representação dançada, o ser humano aprende, domina e resolve seus conflitos. O aumento do vocabulário expressivo não verbal trará condições ao individuo de dar formas externas ao que ele traz internamente, transformando suas ações, emoções e pensamentos em símbolos, numa ordenação de formas e ritmos.

Contam os historiadores que a dança é uma das formas mais primitivas de se comunicar; antes de falar o homem já dançava. Os povos primitivos utilizavam-se de movimentos combinados, e a maneira como esses movimentos eram vivenciados permitia a eles se relacionar com o meio em que viviam. Isso está gravado em cavernas dos sítios históricos pelo mundo, e os registros apresentados, escritos e pintados, apontam para essa comprovação.

Dançava-se a princípio para atrair uma caça, conquistar alguém, expressar suas emoções. O desconhecido, a magia e a religião também eram dançados. Alguns chegam até a afirmar que não só o homem dança, mas toda a natureza dos seres vivos dança. No embalar das folhas, no voar de um pássaro, ações rítmicas parecem tomar forma de um bailado da natureza. Os povos primitivos dançavam expressando as mais profundas emoções.

CURIOSIDADE

É difícil determinar hoje em dia quando, como e por que o homem dançou pela primeira vez. Há quem distinga nas figuras gravadas nas cavernas de Lascaux, pelo homem pré-histórico, figuras dançando. E com o homem da Idade da Pedra só gravava nas paredes de suas cavernas aquilo que era importante, como caça, alimentação, a vida e a morte, é possível que essas figuras dançantes fizessem parte de rituais de cunho religioso, básico para a sociedade de então. (FARO, 1986, p.13)

Com o passar dos tempos a dança acompanhou a evolução organizacional e social dos homens, e através dos tempos sofreu influências do desenvolvimento socioeconômico e sociocultural dos povos. O encontro da dança com a música mostrou--se sendo realizada nas manifestações religiosas de louvação entre os deuses e a natureza, assim sendo serviu para explicar fenômenos da natureza ou para agradecer pela colheita. Nesse sentido ritualístico, a dança já tinha o propósito de trazer a paz, a saúde e a felicidade.

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VOCÊ SABIA?

Nas civilizações antigas a dança tinha grande importância na formação do ser humano. Para os gregos, ela foi primordial na formação dos cidadãos, pois os mesmos cultuavam a arte de guerrear e acreditavam que a rítmica marcação dos pés batendo no chão intimidaria os adversários na hora da batalha; afirmavam que os melhores dançarinos se tornavam os melhores guerreiros. Esses povos incluíram a dança na educação, e Platão foi um dos organizadores da implantação dessa experiência com os jovens. Na Índia e na China, quando o objetivo era a adoração de divindades, as máscaras e os trajes coloridos eram usados pelos dançarinos como poder de representação e abstração.

ATIVIDADE - VAMOS AO DEBATE!

Formem grupos e discutam com seus colegas de classe quais são as danças de hoje que se aproximam dessas referências gregas de corpo.

ATIVIDADE DE PESQUISA

Procure nos sites tipos de dança, como danças campesianas, danças circulares, dança da corte, dança de salão e outras. A proposta é fazermos uma apresentação das pesquisas realizadas na forma de cartazes, fotos, recortes e atividades práticas.

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DANÇAS POPULARES: COMPREENDENDO NOSSAS

RAÍZES

Para entendermos o que é dança popular, teremos primeiro que entender o que é popular. Você sabe o que é popular? Como você descreveria a dança popular?

Popular é tudo que vem do nosso povo, segundo Luís da Câmara Cascudo (2002), é tudo que é passado pelo povo através da

comunicação oral e coletiva. Assim também ocorre com a dança. Conta-se que as pessoas que viviam no campo, trabalhando com as plantações e colheitas, reuniam-se em algumas épocas do ano para realizar comemorações específicas das estações climáticas. Como consequência, foram surgindo certas formas de danças próprias da cultura daquele povo. Com o tempo, essas danças foram levadas para outros lugares, sofrendo uma adaptação à cultura de onde estavam sendo vivenciadas de acordo com as pessoas que as recebiam e, assim, foram se popularizando.

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Aqui no Brasil você sabe dizer exemplos dessas danças?

Vamos ajudar: a quadrilha, o pastoril, o galante, entre outras danças e folguedos. As danças e folguedos, principalmente do ciclo junino e natalino, trazidos pelos europeus para o Brasil são as que mais sofreram alterações, se popularizando e ao mesmo tempo fazendo parte da cultura folclórica do país.

Além da dança, vieram também os folguedos populares. Você sabe falar sobre os folguedos populares? Vamos então verificar o que vem a ser Folguedo. De acordo com Cascudo (2002), folguedo compreende-se como uma

[...] manifestação folclórica que reúne as seguintes características: 1) letra (quadra, sextilhas, oitavas ou outro tipo de versos); 2) música (melodia e instrumentos musicais que sustentam um ritmo); 3) Coreografia movimentação dos participantes [...]o pesquisador José Tenório Rocha assim classificou os folguedos: Folguedos Natalinos: Reisado, Guerreiro, Bumba-meu-boi, Chegança, Fandango, Marujada, Presépio, Pastoril, Pastoril Profano.[...] Folguedos Carnavalescos: Cambindas, Negras da Costa, Samba de Matuto, Caboclinhos [...] Folguedos de Festas Religiosas: Mane do Rosário, Bando. (p. 241)

O Brasil é um país muito extenso e tem uma diversidade cultural muito rica, de diversas origens étnicas. Para dar exemplos disso, escolhemos algumas danças e folguedos de nossa região nordeste.

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A região nordeste é composta de nove estados: Rio Grande do Norte,

Paraíba, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Ceará, Sergipe, Maranhão e Piauí. É uma região muito rica em danças e folguedos populares, como, por exemplo, as danças de Araruna, Ciranda, Coco de Roda, Camaleão, Xaxado, Frevo, entre outras, e os folguedos de Bumba Meu Boi, Cavalo Marinho, Chegança, Guerreiros, Maracatu, Pastoril, Reisado, entre outros.

De acordo com o local, a dança é a mesma que conhecemos, porém com nomes diferentes.

ATIVIDADE DE PESQUISA

1- Reúnam-se em pequenos grupos e, de acordo com o texto acima, pesquise três dessas danças ou folguedos. Descubra as formas como são apresentados e qual época do ano são

vivenciados pelos povos.

2- Junto com seu professor ou professora escolha e vivencie algumas dessas formas de danças apresentadas acima.

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O BALÉ

Na Itália do século XVI, surge uma dança com uma métrica bem marcada para sua execução, o balltet, cuja palavra vem do latim ballator. em 1585, definida por Bastiano Di Rossi. Essa dança foi difundida e praticada com mais intensidade na França, a contar da data do ano de 1555.

No século XVII, a França era o centro da expansão do balé. O apoio vindo do rei Luís XIV fez com que houvesse grandes mudanças nessa dança. Ele próprio participou como primeiro bailarino de 26 ballet. Nessa época dois nomes foram fundamentais para o surgimento do ballet clássico: Lully e Beachamps. Este último fixou as cinco posições de pés do ballet.

Em 1832, surge o primeiro quadro romântico no balé francês. Nessa época, a sensibilidade é maior do que a razão, que segundo Bourcier (2001) surge bem mais tarde do que nas outras artes. A aparição do balé romântico nos traz mais leveza nos movimentos, e “uma grande novidade caracteriza a técnica romântica: as pontas” (BOUCIER, 2001, p.201). Foi a partir daí que as bailarinas começaram a equilibrar-se nas pontas dos pés, nos dando impressão de flutuarem durante os movimentos.

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CURIOSIDADES

A princípio o ballet era dançado apenas por homens. Somente a partir de 1681 as mulheres da corte de Luís XIV começaram a tomar parte nessa dança. Até então, os papéis femininos eram realizados por homens que usavam máscaras e se travestiam de mulheres.

ATIVIDADE DE PESQUISA

Converse com seu professor de história ou de artes sobre o período do romantismo na arte e traga o relato para aula de Educação Física.

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DANÇA MODERNA

Mas as inovações não param. No final do século XIX e início do século XX surge a Dança Moderna, tendo como precursora Isadora Duncan (1877-1927), uma bailarina que rompeu com as rígidas técnicas do ballet clássico utilizando os movimentos naturais. Dançava com roupas simples e pés descalços, indo de encontro à rigidez da dança do seu tempo. Isadora conseguiu transmitir com o seu modo de dançar a beleza dos movimentos livres do corpo onde tudo poderia ser dançado.

Acreditando na ideia de Isadora, outros estudiosos deram sua contribuição para a dança moderna. François Delsarte (1811-1871) criou uma linguagem corporal composta por contração e relaxamento, sendo o tronco o centro vital que origina os movimentos e sentimentos. Rudolf Laban (1879- 1958) compreendia a dança como uma passagem de uma posição para outra através de impulsos iniciados na parte central do corpo, sendo que tais impulsos tinham como características força, tempo, espaço e fluência. A bailarina e coreógrafa Martha Graham (1894-1991) criou uma técnica baseada nas leis naturais do movimento, tornando-se tão importante para o dançarino moderno quanto a técnica clássica é para o dançarino tradicional, pois é a mais aplicada em todo mundo.

Martha Graham (1894-1991) Isadora Duncan (1877-1927)

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ATIVIDADE

1- É hora de praticar!

Com base nas características da dança moderna, vamos realizar uma aula com o que aprendemos.

2- Que tal conversarmos sobre as características do ballet clássico e da dança moderna?

Vamos realizar um júri simulado (você decide) entre o ballet clássico e a dança moderna? Apresente a sua defesa e mãos à obra!

As mudanças continuaram e deram origem à dança contemporânea, sendo mais uma forma de quebrar as formas organizadas que a dança ainda carregava consigo.

DANÇA CONTEMPORÂNEA

Essa forma de dança parte dos protestos e movimentos de rompimento com a forma clássica que circundava a dança. Tudo isso ocorreu durante a década de 60 do século XX, mas só a partir da década de 80 essa forma de dança se definiu tendo sua própria linguagem. Tomazzoni (2006), apresentando as ideias de Jean George Noverre (1760) sobre o balé e suas rígidas regras, afirma que:

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Será preciso transgredi-las e delas se afastar constantemente, opondo- se sempre que deixarem de seguir exatamente os movimentos da alma, que não se limitam necessariamente a um número determinado de gestos. (p. 01)

Afirma ainda que a dança como apenas uma repetição mecânica de passos bem executados não traduz a complexidade das conquistas e descobertas sobre nós seres humanos.

Atualmente no Brasil temos bons grupos de dança contemporânea, que trabalham construindo suas coreografias a partir de temas próximos a nossa realidade social, ética e artística. Para nós, a condição socioeconômica e cultural de uma sociedade será refletida nas formas e possibilidades de dança que ela venha praticar.

ATIVIDADE DE PESQUISA

1- Que tal utilizar a internet para conhecer esses grupos?

Acesse www.youtube.com.br e procure sites de grupos de dança

contemporânea. 2- Vivência

a) Agora chegou a vez de você organizar uma lista de palavras que na sua ideia faz parte da realidade brasileira;

b) Partindo dessa ideia construa com seus colegas a forma como esse tema pode ser representado com o corpo;

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DANÇA DE RUA/DANÇAS URBANAS

Em todos os tempos, a dança sempre possibilitou ao ser humano retratar seus anseios em busca da felicidade, do autoconhecimento, do aperfeiçoamento de cada gesto expressado, e de suas críticas à sociedade.

Dança de Rua ou ‘Street Dance’, em seu original em inglês, é um termo geralmente usado para classificar estilos de dança que nasceram nas ruas dos bairros periféricos dos EUA nos fins dos anos 60, principalmente os estilos Locking e Popping (estilos de Dança de Rua de Los Angeles e Fresno no Estado da Califórnia, chamados pelos seus praticantes como ‘Funky Styles’) e Breaking (ou ‘B-boying/B-girling’ criado por latinos e negros no Bronx e Brooklyn na cidade de New York na primeira metade dos anos 70). Também teve a participação de imigrantes asiáticos e descendentes de outras etnias e países. Nos anos 80 estes estilos foram reunidos e divulgados naquilo que foi batizado pela mídia como ‘Breakdance’, tornando-se uma febre durante a primeira metade dos anos 80 espalhando-se pelo mundo e ressurgindo dentro da cultura que ficou conhecida como Hip-Hop (que abrangia também discotecagem ou Djing/Turntablism, canto falado e rimado ou Rap/Mcing e a arte dos sprays ou Graffiti/Writing) ainda no início desta década.

Também se usa o termo “Danças Urbanas” para caracterizar um grande número de estilos que antes tinham apenas as ruas e as festas de bloco como

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EDUCAÇÃO FÍSICA cenários e espaços de expressão e hoje abrange clubes, centros de dança,

academias, eventos, teatros, etc.

Pode-se, portanto definir dança de rua como um conjunto de estilos de dança que exploram ao extremo a criatividade, o ilusionismo, as acrobacias e movimentos impressionantes, giros extraordinários, a reiteração e fusão de diversas linguagens e de várias proveniências e influências como a ginástica artística, circo, artes marciais, mímica, efeitos cinematográficos, danças urbanas norte-americanas, danças latinas e africanas, danças étnicas, desenhos animados, etc.

A dança de rua é um fenômeno mundial e aqui no Brasil já faz parte de uma das mais importantes expressões da juventude nos bairros periféricos de todo o país. Inclusive sendo uma importante ferramenta de inclusão e transformação social ou como elemento preponderante na formação de identidades juvenis.

CURIOSIDADES

Se observarmos na dança de rua, tanto em suas músicas como em suas danças estão presentes momentos de desafios que se assemelham com o repente* e embolada** no Nordeste e com o desafio de viola no Sudeste e Centro-Oeste do país.

Na dança, podemos fazer uma relação com a “Catira” ou “Cateretê” (no Sudeste e Centro-Oeste). Esta dança é organizada em duas fileiras que se desafiam, através de passos cada vez mais difíceis de executar.

Encontramos também nas danças utilizadas no Hip Hop, principalmente na modalidade Breaking, representações que têm semelhanças e relação com a Capoeira, isso se deve por ter sido também a Capoeira uma de suas influencias.

ATIVIDADE DE PESQUISA

1- Vamos agora pesquisar na nossa comunidade a realidade sobre as vivências, apresentadas no quadro anterior e, assim, conhecermos de que forma o ontem e o hoje se relacionam culturalmente.

2- Vamos nos organizar em grupos e juntos criarmos e vivenciarmos as possibilidades pesquisadas e, por fim, apresentá-las.

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QUEM PODE DANÇAR? MENINOS OU MENINAS:

QUESTÕES DE GÊNERO

Inicialmente, comunicamos a todos que a dança é uma expressão inerente ao ser humano e que todos dançam. Homens e mulheres, num continuo vai e vem de ritmos e formas, dançam sob varias formas, de acordo com o sentido e significado que se vá buscar.

Antes de darmos início a nosso estudo, vamos expor nossas idéias sobre o assunto. Responda às seguintes perguntas: Afinal, dança é para meninos ou meninas? Que dança conhecemos hoje? O que se dança no dia a dia do povo nordestino?

Apesar da constante luta pela igualdade de papéis na sociedade, percebemos que existe uma divisão de papéis para determinados tipos de atividades físicas. No caso da dança, essa divisão é ainda mais reforçada em nossa sociedade por causa da pouca informação ou da falta de conhecimento de que a prática da dança nos dá a oportunidade de desenvolver valores independentemente da sexualidade.

Em se tratando da dança, não é raro as pessoas estranharem ou até mesmo não compreenderem como alguém do sexo masculino pode fazer a opção por essa prática como atividade física. Ao invés de criticar, deveriam incentivar, para que outros pudessem vivenciar a dança e através dela perceber que, além do prazer e dos benefícios, pode existir a vocação nata para dançar. Infelizmente, apesar da evolução da nossa espécie, ainda temos que evoluir significativamente sobre esse tema através do autoconhecimento e do conhecimento do outro.

VOCÊ SABIA?

Você sabia que, com relação às características dos movimentos/signos da dança entre os sexos, no balé clássico temos para o masculino a força e a agilidade (saltos e piruetas), enquanto o corpo feminino se presta aos efeitos de flexibilidade e equilíbrio (arabesques e pequenos saltos). É isso que garante a verticalidade, característica que permanece no balé até os dias atuais (BOURCIER, 2001)

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