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CAPÍTULO 5: ANÁLISE DOS DADOS

5.3. Visão dos bolsistas

Foram enviados questionários on-line aos 40 bolsistas que concluíram o PIBIC do IBAMA – Edição 2006/07. Desse total, 62,5% enviaram respostas. Após tabulados os dados dos questionários, foi possível perceber a confirmação das hipóteses levantadas no projeto desta pesquisa. Algumas características importantes devem ser destacadas: todos os bolsistas que responderam ao questionário têm mais de 20 anos; 13 são do sexo masculino e 12 do sexo feminino. Quanto aos cursos de graduação, eram de diversas áreas do conhecimento, conforme o quadro 1.

Cursos de graduação Quantidade de bolsistas Biologia 12 Oceanografia 5 Geologia 1 Engenharia Florestal 4 Química 2 Medicina Veterinária 1

Quadro 1: Cursos de graduação dos bolsistas

Em relação às IES nas quais os bolsistas estudam, oito pertencem a instituições privadas e 17 a instituições públicas. Ainda em relação aos estudos, três acadêmicos responderam já terem concluído o curso de graduação, sendo que 22 continuam nos cursos. Assim, nesse dado, confirma-se a predominância de alunos oriundos de instituições públicas no programa. Porém, um número significativo de alunos provenientes de IES particulares começa a despontar. Muitas IES privadas não têm ou não possuem iniciação científica; porém, em parcerias com outros órgãos, seus alunos apresentam um desempenho muito satisfatório no desenvolvimento de projetos de pesquisa científica. (GOMES et AL., 2007).

Sobre o tempo em que os bolsistas estão no PIBIC, 17 responderam que estão há apenas um ano, cinco estão há dois anos e três estão há mais de três anos. Isso é importante, pois mostra uma perspectiva de continuidade e crescimento nas atividades de pesquisas desenvolvidas.

Treze bolsistas já haviam exercido atividades remuneradas anteriormente ao ingresso no PIBIC, enquanto 12 ainda não haviam exercido. A remuneração recebida pela participação no PIBIC era no valor de trezentos reais (R$ 300,00) mensais. Entre as atividades trabalhistas que realizaram antes do PIBIC, citaram-se: trabalho no exterior, na área de geoprocessamento, secretariado, magistério, vendas, estágios, Proliceu e bolsas de permanência. Por estes dados, pôde-se comprovar que muitos acadêmicos precisam trabalhar para sua manutenção enquanto estudam, e que a bolsa do PIBIC foi uma grande

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ajuda, a fim de que a dedicação aos estudos fosse algo mais intenso e que a graduação tivesse uma qualidade maior.

Entre os objetivos do PIBIC normatizados pelo Anexo III da RN-017/2006, está a qualificação dos estudantes e a contribuição para reduzir o tempo médio de permanência dos acadêmicos nos estudos de pós-graduação. Por isso, era hipótese deste trabalho que o PIBIC cumpria esses objetivos, preparando os jovens bolsistas para os estudos posteriores à graduação, inclusive para se dedicarem a outros projetos de pesquisa. Isso pode ser melhor visualizado no quadro 2.

Tipos de projetos futuros Bolsistas

Mestrado 6 Projeto de pesquisa 17

Formação profissional 1 Nada esclarecido 1 Quadro 2: Expectativas dos bolsistas

De acordo com os dados coletados, o PIBIC preparou os bolsistas para a continuidade dos estudos e dedicação aos projetos de pesquisas. Ao mesmo tempo, demonstra-se que houve um despertar de novas vocações para pesquisadores. O número de bolsistas interessados em continuar em novos projetos é coerente com o número dos que estão cursando a graduação, visto que 22 dos respondentes ainda continuam os cursos de graduação.

Um dos requisitos para participar do PIBIC é que o jovem esteja matriculado em curso de graduação reconhecido pelo Ministério da Educação – MEC e não tenha nenhuma outra remuneração ou bolsa. Dessa forma, esses bolsistas demonstram que estão interessados em continuar em projetos para darem prosseguimento à sua formação de pesquisadores. Percebe-se um grande incentivo para a dedicação aos estudos acadêmicos a percepção da bolsa paga pelo governo federal ou pelas instituições parceiras nos projetos de pesquisas. Isso faz com que o interesse pela continuidade dos estudos aumente no meio

acadêmico, ainda que essa bolsa seja apenas um auxílio ao estudante, não podendo ser considerada, uma remuneração.

Esta bolsa é um auxílio valioso para os estudos dos jovens universitários de instituições públicas ou para os acadêmicos de famílias mais abastadas. Para os estudantes de instituições privadas, provenientes das camadas populares da sociedade, que precisam custear as mensalidades de seus estudos, a bolsa do PIBIC não é viável, uma vez que o jovem não poderá ter outra fonte de remuneração. Aqui há uma restrição para os jovens mais pobres que não terão condições de se dedicar a estes projetos de pesquisa, pois necessitarão de trabalhar para conseguirem pagar seus estudos.

O PIBIC também objetiva ajudar o acadêmico a realizar pesquisas com mérito científico. Para verificação desse item, foram utilizados os níveis de satisfação. Desse modo, as respostas dos acadêmicos confirmam o nível de satisfação com o mérito científico do projeto realizado. Vinte e dois bolsistas responderam que os projetos científicos foram satisfatórios e apenas três responderam que o nível de satisfação foi regular. Esse dado permite dizer que o PIBIC é uma política de pesquisa científica com reconhecido valor para a formação científica dos jovens estudantes de graduação.

Os trabalhos de pesquisa dos bolsistas foram bem realizados. Isso pôde ser verificado pelos relatórios entregues à coordenação do programa a que se teve acesso durante esta pesquisa. Todos os relatórios estavam acompanhados de uma avaliação descritiva sobre o desempenho do bolsista, assinada pelo orientador. Além disso, os bolsistas são motivados a divulgar os resultados de suas pesquisas em eventos de caráter científico, tais como congressos e seminários.

Do total de apresentações realizadas pelos bolsistas, foram 30 participações em seminários, 16 em congressos e uma em outra modalidade de evento. Como o total de respondentes era de 25, isso significa que os bolsistas apresentaram seus trabalhos em mais de um evento, demonstrando que a divulgação das conclusões das pesquisas em seminários e congressos ainda é falha. Poderia ser bem maior, dado sua importância. A participação em eventos permite aos estudantes de graduação ter uma visão mais ampla do mundo da pesquisa. O contato dos bolsistas com outros pesquisadores, que ocorre em eventos científicos, favorece um aumento na motivação dos mesmos em continuarem a dedicar-se a projetos em níveis mais elevados do conhecimento.

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O índice de desemprego entre os jovens recém-formados é bastante elevado. As IES não estão conseguindo preparar os jovens para o mercado de trabalho, que está cada vez mais exigente. Assim, coube a esta pesquisa perguntar aos acadêmicos se a participação no PIBIC os ajudou no sentido de prepará-los para o mercado de trabalho, visto que tiveram a oportunidade de realizar atividades práticas de pesquisas de campo, em centros relacionados às suas áreas de graduação.

Apenas um bolsista respondeu negativamente à questão. Já os 24 bolsistas restantes afirmaram que o PIBIC os ajudou na preparação de sua formação profissional, o que nos permite perceber a importância de atividades desse porte, a fim de aproximar os jovens dos desafios do mundo do trabalho, em especial do serviço público, já que os projetos foram desenvolvidos no IBAMA, que é um órgão federal, com limitações. A importância da imersão dos jovens acadêmicos nas limitações econômicas e de recursos humanos do serviço público também foi percebida pelos orientadores como um fator positivo para a formação dos jovens bolsistas. Isso ajuda a superar a distância das IES com a realidade do trabalho em que os jovens serão inseridos após a conclusão de seus estudos.

Sendo o PIBIC realizado no IBAMA, levanta-se a hipótese de que os jovens obtenham uma formação na dimensão ecológica mais ampla. Essa questão foi verificada no questionário, quanto ao grau de satisfação dos jovens. O índice de satisfação pode ser percebido pelo gráfico 3.

Gráfico nº 3: Satisfação dos bolsistas frente à formação ecológica .

Percebe-se pelos dados do gráfico que o índice de satisfação com a formação ambiental recebida no IBAMA, além das orientações acadêmicas da pesquisa, foi satisfatório. Essa confirmação é importante porque mostra uma forma diferente de educação ambiental. Ou seja, uma educação ambiental que perpassa as atividades de

0 2 4 6 8 1 0 1 2 1 4 1 6 1 8 2 0

S a tisfa tó rio R e g ula r Insufic ie nte O utro

pesquisa realizadas num órgão ambiental. Esse fato pode levar a uma formação mais integral e holística do acadêmico na sua área de graduação.

A relação com os orientadores é um fator importante para o bom desempenho de um orientando num projeto de pesquisa. Em relação a esse item, pode-se constatar que o índice de satisfação dos bolsistas também foi satisfatório, conforme se verifica no gráfico 4. O maior índice no gráfico é também o maior nível de satisfação do bolsista.

Gráfico nº 4: Satisfação dos bolsistas com orientadores

Por esse gráfico, observa-se que o nível de satisfação na relação estabelecida com os orientadores foi suficiente para que os projetos fossem bem realizados. Apenas dois bolsistas responderam que a relação transcorreu de modo insuficiente. Importante notar que esses fatores podem contribuir para um desânimo dos universitários ao longo do desenvolvimento dos projetos. Pesquisar exige um rigor científico e, para que isso ocorra, é de fundamental importância a seriedade de um orientador acompanhando o formando, principalmente durante um programa de iniciação científica.

O PIBIC realizado no IBAMA ocorreu dentro dos laboratórios dos centros de pesquisa do Órgão. Sendo esse recurso um item relevante para a realização das pesquisas científicas, foi pertinente analisar o grau de satisfação dos bolsistas em relação aos recursos de tecnologias recebidos dentro do IBAMA, no decorrer da realização de seus projetos de pesquisa. Esses índices estão demonstrados no gráfico 5.

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

Satisfatório Regular Insuficiente Outra resposta

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Gráfico nº 5: Satisfação dos bolsistas com laboratórios

Importante observar que esse é o item em que o índice de satisfação foi menor em relação a todos os demais analisados. Isso se deve, muitas vezes, à falta de gestão dos recursos dos órgãos públicos, principalmente no que diz respeito às iniciativas de pesquisa. Dessa forma, exige-se dos pesquisadores uma grande coragem e criatividade para encarar os limites impostos pela falta de recursos econômicos. Geralmente os aparelhos são de custo elevado e a disponibilidade de recursos é escassa ou mal administrada. A verificação desse grau de insatisfação percebida pelas respostas dos bolsistas é significativa, pois leva a crer que, no desenvolvimento dos projetos do PIBIC, muitos esforços foram superados pelos orientandos e orientadores para que as atividades fossem realizadas do modo em que foram planejadas.

Para concluir o PIBIC, os bolsistas devem apresentar dois relatórios: um parcial e outro final. Esses relatórios devem conter uma síntese da pesquisa realizada e a avaliação escrita do orientador. Esses relatórios são submetidos a uma apreciação dos membros do Comitê Institucional do Programa. Os 40 relatórios analisados nesta pesquisa mostraram que os bolsistas adquiriram as ferramentas necessárias para realizarem pesquisas e elaborarem sínteses e para exporem, com clareza, suas idéias e conclusões. A qualidade acadêmica destes relatórios pôde ser verificada pela apreciação feita pelos orientadores e pelos membros do Comitê Institucional.

Os Resumos Técnicos dos trabalhos são gravados em um CD para divulgação das pesquisas realizadas pelos bolsistas. Além da apresentação no Seminário Institucional, os bolsistas são motivados a apresentarem seus trabalhos em congressos e outros eventos científicos do gênero. 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

Satisfatório Regular Insuficiente Outra resposta

CONCLUSÕES

Após analisar os dados coletados que apresentaram a visão dos orientadores do PIBIC do IBAMA – Edição 2006/2007 – e a visão dos bolsistas, é possível uma afirmação da validade do programa para este órgão, para a formação acadêmica dos bolsistas e para o aumento da produção científica dos orientadores. Observou-se que o ingresso dos universitários nos centros de pesquisa levou “sangue novo” às suas atividades, contribuindo para aumentar a identidade das instituições.

Um dos objetivos do PIBIC no IBAMA é a implementação de uma política de pesquisa no Órgão. Política se faz com fatos concretos e com projetos práticos. É cedo para afirmar que essa política já está implementada, mas pode-se concluir que a mentalidade de que a pesquisa é um caminho viável para cumprir com a defesa do meio ambiente está disseminada nos espaços em que o PIBIC e as conclusões das pesquisas dos bolsistas puderam penetrar.

Os orientadores afirmaram que os bolsistas foram preparados para o mercado de trabalho e para a continuidade em desenvolvimento de projetos de pesquisa. Essa mesma informação foi confirmada pelos bolsistas e pôde ser verificada pelo número de apresentações de trabalhos científicos em congressos, seminários e outros eventos. Nesse sentido, comprova-se a importância de as IES firmarem parcerias com outras instituições que atuam em áreas de pesquisa. A validade desses projetos em parcerias se faz perceber pelo contato direto dos estudantes universitários com o mundo do trabalho, bem como o despertar de novas vocações para a pesquisa.

O empenho dos países em fazer investimentos em pesquisa está diretamente ligado ao desenvolvimento econômico, como foi mencionado neste trabalho. Para que sejam formados pesquisadores, é de fundamental importância investir em pesquisas desde os anos da graduação dos jovens, para que eles sejam introduzidos nas técnicas da metodologia e da pesquisa científica. O PIBIC é um programa que cumpriu com essa finalidade e isso ficou demonstrado na análise dos dados. Os acadêmicos adquiriram um embasamento teórico e prático sobre a metodologia de pesquisa, com vista a alcançar um rigor científico. O fato de terem desenvolvido seus trabalhos em laboratórios contribuiu para que eles pudessem compreender a aplicabilidade dos conhecimentos adquiridos nas aulas.

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As hipóteses levantadas neste trabalho foram confirmadas. Em relação à primeira hipótese, sobre a contribuição do PIBIC para cumprir os objetivos da educação superior para a formação de novos pesquisadores, percebeu-se que ela foi atingida. O PIBIC contribuiu para o cumprimento dos objetivos da educação superior, que tem entre suas finalidades a preparação para o mercado de trabalho e para a pesquisa. Do número de respondentes, 68% confirmaram o desejo de continuarem se dedicando a projetos de pesquisa no futuro, enquanto outros 24% afirmaram estar ou pretender ingressar em cursos de mestrado, números que validam essa afirmação.

Na segunda hipótese, sobre os bolsistas do PIBIC adquirirem uma formação mais sólida que lhes possibilite maior sucesso profissional e/ou acadêmico, os dados analisados permitem afirmar que houve uma comprovação. O interesse demonstrado pelos jovens em continuar participando de projetos científicos foi bastante significativo. Isso faz ver que a interação entre o mundo acadêmico e as atividades de pesquisas desenvolvidas possibilitou maior compreensão sobre o mundo do trabalho. Isso pode ajudar os estudantes a atingirem um desempenho profissional de maior êxito, uma vez que já estiveram em contato mais direto com essa realidade, vivenciada fora das Universidades em que estão cursando seus estudos. O contato com profissionais que atuam em pesquisas ajuda a alargar a compreensão da própria profissão que estão buscando nas IES.

Em relação à terceira hipótese, referente à contribuição do PIBIC para a implementação de uma política de pesquisa no IBAMA, verifica-se que essa política ainda não está plenamente consolidada, mas que o PIBIC contribuiu de modo significativo para a abertura de novas frentes de projetos de pesquisa, criando assim novas perspectivas a respeito nos centros. Como já mencionado neste trabalho, embora nas instituições em que o PIBIC foi desenvolvido tenha sido observado um aumento da identidade de pesquisa e um envolvimento grande dos orientadores nos projetos realizados pelos bolsistas, ainda falta muito para que essa política seja do Instituto como um todo.

A parceria com o CNPq para realização do PIBIC foi um início importante para que essa política seja implementada. Isso demanda uma mudança de mentalidade e de compreensão da própria função do IBAMA dentro da proteção do meio ambiente. Entretanto, o IBAMA é um órgão por demais complexo e de grandes dimensões. Dessa forma, a pesquisa não conseguiu verificar se essa política está implementada em todo o seu corpo. Os limites deste trabalho não permitiram tal análise, que mereceria um estudo

mais aprofundado para o futuro. Ressalta-se, porém, que essa política já deu os primeiros passos para sua consolidação no âmbito do Instituto.

Cabe afirmar no final deste trabalho a riqueza trazida pelo PIBIC para os jovens que participaram do programa. Seria louvável se o governo aumentasse os investimentos em projetos semelhantes a esse, que fomentem a pesquisa científica. Isso traria grande melhoria da qualidade à educação superior no Brasil. Dentro do IBAMA, é de suma importância, para as ações em prol do meio ambiente, continuar investindo em atividades de pesquisa e transmitir suas conclusões para a comunidade como um todo.

Como a questão ambiental deve ser vista de forma multidisciplinar, os projetos desenvolvidos nessa edição do PIBIC ficaram bastante restritos e não avançaram para a área de ciências sociais. Isso tornou mais pobres as apresentações realizadas no Seminário; pois, se houvesse o conhecimento de outros olhares da ciência, tais como Educação, Economia, Sociologia etc., seria mais fácil a compreensão da problemática que envolve as questões relacionadas ao meio ambiente. Do ponto de vista acadêmico, perdeu- se a oportunidade de abrir essa compreensão para uma visão mais holística. Fica a necessidade de projetos mais voltados para ciências humanas e sociais, dentro dos próprios centros em que as pesquisas foram realizadas, bem como dentro de outros segmentos do Instituto.

Fica claro, após percorrer este trabalho, que educar é fazer pesquisa, identificar questões problematizadoras e intervir com propostas de solução, na realização da práxis do conhecimento (TAVARES, 2007). O PIBIC mostrou ser um desses caminhos, ser um programa em que os jovens, sob orientação de profissionais competentes, investigaram um problema relacionado direta ou indiretamente à questão ambiental. Estudaram-no ao longo de seu trabalho e propuseram uma solução de caráter científico. Os dados compilados mostraram que a unidade entre a educação superior e a pesquisa foi atingida de forma bastante significativa, confirmando a idéia de que pesquisar se aprende pesquisando.

Ao mesmo tempo, não apenas os alunos envolvidos com o PIBIC do IBAMA ganharam na participação do programa, mas os próprios orientadores e o Órgão, pois a aprendizagem não pode ser vista apenas em uma linha unidirecional, mas como uma grande comunidade em que todos aprendem. Essa aprendizagem provoca, por sua vez, uma mudança na cultura organizacional, de modo a se passar de uma visão de um órgão que apenas fiscaliza e licencia o meio ambiente, para uma visão da instituição que produz saber e que dispõe esse saber para o bem da sociedade. Mudar essa visão dentro do

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IBAMA, no sentido de que a educação para a pesquisa é fundamental à conservação do meio ambiente, é cumpri-la de modo efetivo. Como todo processo educativo, isso supõe que levará um longo prazo para se implementar.

No entanto, embora seja uma questão de maior demora, é também de maior efetividade. Compreender a pesquisa científica como uma proposta mais eficaz para evitar a destruição do meio ambiente é acreditar na força da educação. É uma outra forma de se pensar e fazer a educação ambiental. Não uma educação isolada e feita por projetos separados das atividades acadêmicas, mas inserida nos contextos em que os acadêmicos atuam e/ou desejam atuar.

Educar significa abrir caminhos novos. O PIBIC do IBAMA, como ficou demonstrado aqui, foi um projeto educacional com objetivos claramente atingidos. Dentro de uma instituição grande e complexa como o IBAMA, no entanto, é difícil delimitar os benefícios apresentados por um programa ainda incipiente e restrito a apenas alguns centros de pesquisa do Instituto.

Na realidade, o PIBIC do IBAMA foi também uma contribuição deste no sentido de assumir sua parcela de responsabilidade pela formação de novos profissionais comprometidos com a problemática ambiental. A disponibilização do capital intelectual e dos recursos do IBAMA, ao possibilitar que os seus servidores se dedicassem à orientação dos bolsistas, prestou um serviço tanto aos estudantes como à sociedade, que se

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