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CAPÍTULO 5: ANÁLISE DOS DADOS

5.2. Visão dos orientadores

Os questionários foram enviados aos orientadores num total de 28. Desse total, 85,7 % responderam ao questionário, o que permite uma amostra bastante significativa do público analisado. Dos que responderam ao questionário, 11 apresentam titulação de mestre e 13 possuem titulação de doutor. Todos atuam em centros de pesquisa e desenvolvem projetos relacionados às áreas de fauna e flora, inclusive com trabalhos de campo.

Foi perguntado aos orientadores se o PIBIC ajudou o IBAMA a implementar uma política institucional de pesquisa. As respostas confirmaram a estreita relação do PIBIC com a implementação de uma política de pesquisa no IBAMA, pois apenas um servidor considerou que ainda era cedo para analisar tal contribuição.

Foi ressaltado, porém, por um orientador que, embora o IBAMA tenha atividades de pesquisa, a falta de acesso aos periódicos da CAPES dificultou a realização de pesquisas bibliográficas. Logo, isso pode ser um sinal de que ainda faltou empenho entre os dirigentes do Órgão frente aos dirigentes da CAPES em ter o IBAMA reconhecido como um Instituto de pesquisa, possibilitando aos bolsistas e orientadores o acesso aos periódicos. Isso teria facilitado muito os projetos de pesquisas, pois seria um suporte bibliográfico de grande valia.

Considerando-se esse primeiro aspecto, o gráfico nº 1 mostra o grau de satisfação dos orientadores em relação à implementação de uma política de pesquisa no âmbito do IBAMA.

Gráfico nº 1: Implementação de uma política de pesquisa no IBAMA

Um dos objetivos do PIBIC, de acordo com a RN-017/2006 do CNPq, é a redução do tempo de dedicação nos cursos de pós-graduação. Assim, perguntou-se aos orientadores se em suas avaliações, o PIBIC contribuiria para que os acadêmicos continuassem a desenvolver projetos de pesquisa na pós-graduação.

Colocadas em gráfico, essas informações podem confirmar que a maioria dos que responderam ao questionário concorda com o fato de os bolsistas que cursaram o PIBIC terem maior probabilidade de continuar a estudar e dedicar-se aos estudos de pós- graduação ou mesmo se envolver com outros projetos de pesquisa. Em relação à possibilidade de o programa ter preparado os bolsistas para a continuidade de seus estudos, os orientadores confirmaram que houve essa preparação. Apenas um servidor ressaltou que o bolsista do PIBIC estava mais bem preparado do ponto de vista da competência profissional.

O gráfico nº 2 mostra a opinião dos orientadores sobre a contribuição do PIBIC para a continuidade dos estudos acadêmicos dos bolsistas do programa.

Gráfico nº 2: Contribuição do PIBIC para os bolsistas

0 2 4 6 8 10 12 14 16

Satisfatório Regular Insuficiente Outra resposta Orientadores 0 5 10 15 20 25

Satis f atório Regular Ins uf ic iente Outra res pos ta

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Uma das funções dos Centros de Pesquisa do IBAMA é a produção do conhecimento científico em vista da melhor conservação do meio ambiente. Esse conhecimento teria pouca utilidade se não fosse divulgada nos meios científicos. Assim, uma das alternativas para se aumentar a produção científica é o envolvimento com orientação de projetos acadêmicos.

A produção científica dos servidores do IBAMA aumentou pelo fato deles terem orientado projetos do PIBIC. Dos que responderam ao questionário, 20 orientadores responderam afirmativamente. Apenas cinco responderam negativamente. Esse número é bastante significativo e também está relacionado à implementação de uma política de pesquisa do Instituto. Pois a produção científica é um dos resultados dessa política.

Sobre a divulgação dos resultados das pesquisas realizadas pelos bolsistas do PIBIC em congressos ou seminários, 21 orientadores responderam que houve participação enquanto apenas quatro discordaram. Esse fator é importante, pois a participação dos bolsistas em eventos de divulgação científica é fundamental para a formação dos mesmos. (O IBAMA realizou o IV Seminário de Iniciação Científica, em Brasília, no dia 27 de setembro de 2007, em duas modalidades, por painéis e apresentações orais).

A dificuldade em obter recursos e os entraves burocráticos não permitiram a participação de bolsistas e orientadores de centros localizados fora do Distrito Federal no IV Seminário de Iniciação Científica do IBAMA. Torna-se necessária, portanto, a criação de mecanismos que permitam financiar a participação dos bolsistas e servidores que atuam na orientação de projetos de pesquisa de Iniciação Científica em eventos dessa monta, bem como a disponibilidade de recursos do Órgão para custear a realização de eventos de divulgação científica.

Sobre a questão de os projetos de pesquisas desenvolvidos no IBAMA terem contribuído para o cumprimento das atividades do Instituto, por estarem relacionados diretamente à temática ambiental, 24 orientadores responderam afirmativamente, enquanto apenas um negou tal contribuição. Desse modo, já se percebe uma compreensão de que as atividades do IBAMA estão também relacionadas à produção de conhecimento que tenha em vista a proteção ambiental.

É importante observar que a questão de o acadêmico sair do meio universitário e realizar suas pesquisas em centros e ser orientado por profissionais cuja atuação principal é a de pesquisador, num instituto responsável pela execução da política ambiental do

governo federal, faz com que o jovem adquira já uma visão mais holística do perfil profissional que deseja para seu futuro. Esse fato possibilita a superação do hiato existente entre a teoria das academias e a prática do trabalho.

Esses aspectos foram ressaltados por orientadores que expressaram o valor que a investigação e a resolução de problemas reais, dentro da visão global ambiental, tiveram na formação dos jovens pesquisadores; além do contato direto com o mundo do trabalho num órgão público, percebendo seus limites e suas potencialidades, dentro de um enfoque multidisciplinar.

Entre os benefícios destacados pelos orientadores que o PIBIC possibilitou aos bolsistas, pode-se destacar, também, a aprendizagem de metodologia de pesquisa científica, como uma ferramenta para a continuidade dos estudos de pós-graduação. O ingresso dos alunos no universo da pesquisa, a publicação de artigos científicos, a entrega de relatórios das atividades de pesquisas, a experiência de trabalhos em grupo e a aproximação dos bolsistas com a questão ambiental foram aspectos que extrapolaram os limites do mundo acadêmico fazendo os bolsistas perceberem que, para se ter competência profissional, não basta apenas matricular-se em um curso de graduação, mas saber aplicar os conhecimentos às diversas realidades com que convivem.

Os orientadores destacaram o aumento da produção científica deles próprios como um fator inovador dentro dos centros, por trazer para os mesmos os desafios da vida de estudante. Esses desafios contribuíram, na opinião dos que responderam aos questionários, para os bolsistas ampliarem sua visão sobre o meio ambiente e obterem um envolvimento maior com as mais diversas disciplinas.

De acordo com as respostas dos orientadores, a satisfação era perceptível nos universitários. A bolsa era um estímulo para o envolvimento efetivo dos estudantes na pesquisa, além de esses trabalhos terem se constituído em uma complementação da formação acadêmica dos bolsistas e numa oportunidade de desenvolverem suas habilidades intelectuais.

Alguns bolsistas apresentaram suas pesquisas do PIBIC como trabalhos de conclusão dos cursos de graduação e em processos seletivos de mestrado, obtendo aprovação e reconhecimento. Isso demonstra a eficácia do PIBIC ao preparar os acadêmicos para a continuidade de seus trabalhos em projetos posteriores à graduação.

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Um dos objetivos do PIBIC é despertar novas vocações de pesquisadores entre os estudantes de graduação e a formação de recursos humanos para dedicação às atividades de pesquisas. Pode-se perceber, pela visão dos orientadores, conforme as respostas ao questionário, que esse objetivo foi atingido. Percebe-se que houve o despertar de novas vocações para a dedicação a projetos de pesquisa. Entretanto, a formação de recursos humanos especializados em áreas de pesquisa é algo que demanda um tempo muito maior e a exigência de estudos posteriores ao programa. O PIBIC é um programa de iniciação à pesquisa. Portanto, trata-se de um projeto em que os alunos são “iniciados” na arte da pesquisa, segundo a expressão dos orientadores que responderam ao questionário.

A visão dos bolsistas também é relevante para analisar-se a validade do PIBIC em sua formação. Nesse caso, será apresentada, no item seguinte, a percepção dos bolsistas sobre o PIBIC e os benefícios do programa a sua formação acadêmica. Ao final, será feita uma análise das respostas dos bolsistas e dos orientadores, para comprovação ou não das hipóteses levantadas nesta pesquisa.

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