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Visão geral do processo de implementação do sistema de TPC

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3.2 Atividades associadas ao Nível Estratégico

a. A primeira situação é aquela na qual o Plano de Mobilidade Urbana se encontra em desenvolvimento. Nesse caso, é recomendável que o Guia seja usado como um recurso de apoio à decisão da solução mais apropriada.

b. A segunda situação é aquela na qual já existe o Plano de Mobilidade Urbana, com uma abordagem que apenas define diretrizes gerais para o transporte público, sem detalhamento das definições sobre os sistemas de TPC. Nesse caso, o Guia pode ser utilizado como apoio à seleção do(s) sistema(s) mais adequado(s). c. A terceira situação é aquela na qual o PMU existente já estabelece a alternativa de TPC para os eixos de transporte tratados. Nesse caso, as metodologias do Guia podem ser utilizadas para a validação da solução escolhida ou para recomendar a sua alteração.

O sistema de TPC escolhido deve estar contemplado no PMU. Caso isto não ocorra, recomenda-se que o plano seja atualizado.

3.2 ATIVIDADES ASSOCIADAS AO NÍVEL ESTRATÉGICO

3.2.1 MOTIVAÇÃO, DIAGNÓSTICO E O PLANO DE MOBILIDADE

URBANA

A implementação de um sistema de TPC parte de uma motivação, dada por um objetivo a ser alcançado ou um problema a ser resolvido a partir da análise das condições de mobilidade da população, tanto para o momento atual (diagnós- tico) quanto para as condições futuras (prognóstico). Estas avalia- ções devem estar fundamentadas em estudos técnicos e no Plano de Mobilidade Urbana.

O Plano de Mobilidade Urbana (PMU) é obrigatório para as cidades com mais de vinte mil habitantes (Lei Federal 12.587/2012) devendo, nos termos da Lei, ser integrado e compatível com o Plano Diretor do Município ou nele estar inserido. Deve contemplar a análise de todos os componentes (sistemas) de mobilidade urbana que atendem aos modos ativos (a pé e por bicicleta) e aos modos motorizados, no qual se inserem os sistemas de TPC.

O Caderno de Referência para a Elaboração de Plano de Mobili- dade Urbana – PlanMob 2015, publicado pela SeMob Ministério das Cidades – apresenta orientações para que os gestores desenvolvam

os planos de mobilidade das suas cidades28.

O presente Guia pode ser utilizado de forma complementar aos planos elaborados ou em desenvolvimento, considerando que o processo de definição das alternativas de TPC deve estar alinhado ao planejamento da mobilidade em escala maior.

Planos de Mobilidade Urbana são elaborados com diferentes ampli- tudes de análise e diferentes níveis de detalhamento do conteúdo. Três situações podem ocorrer, e para cada situação, o Guia terá um uso diferente, como indicado a seguir.

28. CIDADES, Ministério das; SECRETARIA Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana (SeMob). Caderno de Referência para a Elaboração de Plano de Mobilidade Urbana – PlanMob. 2015.

O projeto funcional é um componente fundamental no processo de implementação do sistema de TPC, devendo, por isso, ser reali- zado com profundidade na medida em que orienta boa parte dos trabalhos do nível executivo, como é o caso do projeto básico das obras de infraestrutura, dos estudos de viabilidade econômica, da modelagem de concessão, entre outros.

Apesar da sua importância, o projeto funcional nem sempre é elaborado ou tratado adequadamente nas ações preparatórias de implementação de sistemas de TPC, o que acarreta diversos problemas nas fases subsequentes, como indefinições, omissões ou conflitos com outros projetos, com prejuízos à operação futura. Por estas razões, recomenda-se aos gestores uma adequada atenção à elaboração do projeto funcional.

Mesmo soluções mais simples, como uma faixa exclusiva para ônibus, não prescindem da elaboração do projeto funcional, cabendo a adequação do seu conteúdo à abrangência do eixo de transporte coletivo e às características da solução.

É em razão desta relevância que este Guia apresenta o Anexo 3, dedicado ao detalhamento da estrutura e dos componentes do projeto funcional.

3.2.4 SELEÇÃO DO MODELO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO

Como citado, o projeto funcional gera informações relevantes ao processo de implementação, entre elas: os dimensionamentos e as características principais do sistema, a estimativa dos investimentos requeridos, a demanda potencial a ser transportada e a relação do projeto com os outros meios de transporte existentes.

Dadas estas informações, é necessário que a autoridade pública decida como será implementada a solução. Neste momento, algumas perguntas norteadoras devem ser respondidas: o setor público parti- cipará da implementação? Se sim, em qual proporção? Haverá partici- pação do setor privado? Se sim, por quais instrumentos de delegação?

3.2.2 SELEÇÃO DE SISTEMA DE TPC

A partir de um objetivo estratégico ou das leituras dos problemas atuais e dos esperados para o futuro, os estudos de planejamento de transporte devem ser realizados para avaliar as alter- nativas possíveis e subsidiar a geração dos indicadores

necessários ao processo de seleção. Recomenda-se, para tanto, a utilização das orientações deste Guia (ver capítulo 2).

3.2.3 PROJETO FUNCIONAL

O projeto funcional reúne estudos e projetos em várias áreas de conhecimento que oferecem todos os elementos necessários à compreensão do sistema de TPC proposto. De forma simples, pode ser entendido como “o estudo” que orienta todos os processos subsequentes necessários à implementação da solução definida.

a) caracterização da área de influência do projeto;

b) estudos de demanda de transporte; c) plano de reorganização e integração

do transporte; d) estudo de alternativas;

e) compatibilização com planos e projetos existentes;

f) anteprojeto dos componentes de infraestrutura;

g) anteprojeto dos componentes de tecnológicos;

h) plano operacional básico; i) estudos de tráfego; j) projeto de inserção urbana; k) estudos ambientais preliminares; l) estudo de custos, benefícios, e

viabilidade econômica e econômico- financeira; e

m) estudo de riscos.