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A visão de três sacerdotes e um leigo sobre o seu próprio ofício: a homilia

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A PESQUISA EMPÍRICA: A VISÃO DE LEIGOS E SACERDOTES SOBRE HOMILIA “Eu tenho amizade com vários padres bons

1.5 A visão de três sacerdotes e um leigo sobre o seu próprio ofício: a homilia

Na primeira pergunta pedimos para o padre descrever o processo que ele percorre no planejamento e exposição da homilia. O objetivo desta pergunta é verificar como o padre planeja a exposição da homilia e se entre as estratégias de planejamento existe alguma voltada para oratória especificamente. O primeiro sacerdote é T. J. M., 10 anos de sacerdócio, da ordem dos pacionistas e responde a primeira questão, oralmente, da seguinte maneira:

“A primeira fase que eu faço na minha preparação litúrgica é ler a liturgia do dia, a leitura do dia, as três leituras, cada leitura eu leio duas ou três vezes, o tanto que necessário for. Depois de feitas essas leituras, eu busco nos meus conhecimentos mesmo, depois eu busco alguns subsídios para me auxiliar. Hoje nós temos um site que ajuda a gente muito que é o site dos presbíteros e tem uma formação teológica muito boa. Então a base é por aí”

Este padre busca nas leituras, no conhecimento próprio e nos sites católicos outras alternativas para preparar a homilia, entretanto em nenhum momento percebe- se uma preocupação com a maneira como vai expor a homilia. Ele poderia averiguar o tipo de público, lançar mão de outras estratégias da oratória, tais como preocupar-se com a aplicação daquela mensagem à vida do fiel, como sugere Moraes (2005, p. 140- 148). Consideramos a aplicação uma das principais estratégias de oratória que torna a comunicação prática e eficaz, voltada para a vida cotidiana do fiel, ou seja, atualizada.

A aplicação entra neste ponto: “O processo retórico mediante o qual se aplica direta e pessoalmente a verdade ao indivíduo, a fim de persuadi-lo a reagir de modo favorável [...] sem aplicação não há persuasão e, portanto, não há pregação” (Braga apud Moraes, 2005, p. 141). Aplicar a mensagem do texto bíblico na vida do fiel é

mensagem. Aplicar é tornar o sermão prático, através da aplicação o ouvinte passa a se sentir parte do sermão, na aplicação a mensagem é personalizada, relacionada à vida de quem ouve.

Os outros dois sacerdotes, assim como o leigo, referem à aplicação de maneira sutil em suas respostas:

“Algumas horas ou dias antes faço uma leitura atenta dos textos sugeridos pelo diretório. Busco entender a mensagem que eles contêm e as circunstâncias em que o texto foi escrito. E seus destinatários. Identifico a idéia central em torno da qual deve girar a homilia para possibilitar que a assembléia vivencie e possa compartilhar o pensamento sem divagações” (F. C., 46 anos de sacerdócio, da ordem dos Frades Menores Capuchinhos, grifo nosso).

“São três momentos bem distintos. O primeiro é procurar saber qual é o público da celebração e quais são as reais motivações do público. Além de assembléia que são os membros efetivos e afetivos, um grande número de participantes são pessoas alheias à comunidade. É importante averiguar quais são as intenções da assembléia. Exemplo: 7º dia, aniversários, emprego, etc. O segundo momento do processo de planejamento da homilia é se preparar. Eu costumo ler as principais literaturas homiléticas do tema específico da liturgia. Até para ficar em sintonia com as outras celebrações. A partir do contexto e da literatura à disposição, geralmente, procuro seguir o método ver, julgar e agir, no desenvolvimento reflexivo, ou seja, homilético”(E.C, 10 anos de sacerdócio, da ordem Missionários da Sagrada Família, grifo nosso). “1- Leitura do texto e do contexto. 2- oração para ter a graça. 3 – planejar um início, meio e fim. 4- trazer para a nossa realidade” (Leigo L. F., pregador há 17 anos, é de Marília – SP, veio à paróquia para coordenar um curso, é participante ativo da Renovação Carismática Católica. Este respondeu o questionário minutos antes de começar a missa, já que o planejado (a homilia do padre) não foi possível, talvez por isso as respostas curtas, sem muitos comentários).

Nas três respostas pouco se observam estratégias para prender a atenção ou conquistar o público, de persuasão, de oratória especificamente, parece que há pouca ou nenhuma preocupação em convencer o fiel daquela verdade e as formas de aplica- la na vida. Parece que a preocupação maior é situar o fiel em que tempo litúrgico o texto se encontra, o contexto da época e indicar os apontamento da igreja de forma geral para aquele texto, já que todos os sacerdotes apresentam uma preocupação maior em ler outros textos complementares e pouco referem de que forma aplicar este texto na vida cotidiana dos fiéis. Recorrer a outros textos para ampliar o leque de discussão é rico e válido, porém a preocupação pode ser, também, em o que, como, onde, quando o fiel pode aplicar este texto na sua vida prática.

Na segunda questão, perguntamos qual o conteúdo da homilia daquele dia. O objetivo era verificar se as respostas dos padres coincidiam ou divergiam das respostas dos fiéis quando perguntamos o que ele (o fiel) entendeu da homilia. Observa-se que a

essência do conteúdo do texto e da homilia permanece na mente dos fiéis, porém parece ser quase impossível que o fiel apreenda todo o conteúdo que o padre teve a intenção de expor durante a homilia, é o que observamos na fala do padre e dos fiéis respectivo a sua paróquia:

“Aquele dia retratava as duas pérolas, ou o tesouro que encontrou por acaso a pérola que alguém procurava, né? Tanto aquele que buscava e aquele que achou o tesouro eles fizeram um sacrifício radical para poder adquirir o tesouro. Este é o sentido completo da parábola por que é a radicalidade da opção pelo reino, quem encontra o reino encontrou um tesouro e tem que fazer o possível e o impossível para poder adquirir. No caso das duas parábolas o autor bíblico ele coloca que ambos venderam tudo que tinha não colocou o que era mas, possivelmente era casa, vaca, tudo o que tinha para poder então adquirir este tesouro, é o sentido da parábola, então o conteúdo era esse, a mensagem era essa, da opção radical pelo reino. O capítulo 13 de Mateus é um capítulo que mostra para gente a verdade do reino, a

conteúdo que o reino chega a nossa vida de uma forma ou de outra, ou quando você procura ou quando você encontra casualmente e isto é interessante porque o reino ele tá presente na vida daqueles que buscam e daqueles que não tão buscando, mas ele chega de qualquer jeito, aí está a misericórdia do pai, né? Um pouco acho que seria isso, né?” (este padre permitiu a entrevista somente duas semanas depois da exposição da homilia, por isso os verbos no passado).

Agora comparemos as respostas dos três fiéis que ouviram a homilia deste sacerdote, quando perguntamos o que você entendeu da homilia de hoje.

“Eu entendi que não só as coisas boa que a gente tem que ter, mas como também aceitar as coisas que tão ruim para que a gente possa, sabe, tirar elas do meio das boa”.

“A homilia de hoje fala sobre os peixes. O homem sai para pescar e quando ele lança a rede ele pega um monte de peixe, na hora que ele chega lá do outro lado ele separa os bons e os ruins que ele vai usar e que ele não vai usar”.

“Eu entendi que a gente tem que buscar a Deus em primeiro lugar, não adianta a gente querer riquezas, as coisas materiais, a gente tem que procurar o Espirito de Deus sobre nós”.

Parece existir um certo distanciamento entre o que o padre considera de conteúdo da homilia daquele dia e o que o fiel entendeu da homilia proferida pelo padre. Trudel (2004) esclarece o porquê, aponta o feed-back como um mecanismo que procura verificar o grau de fidelidade com que uma mensagem chega ao destinatário. É a retro-alimentação. Ele questiona: “Como fazermos para saber se as nossas homilias ”passam”, comunicam, ajudam a assembléia a encontrar-se com o Senhor?”. E conclui citando Craddock: “A pregação que pensamos ter pronunciado não é necessariamente aquela que os ouvintes ouviram” (Trudel, 2004, p. 03).

Na terceira questão perguntamos como o padre define o seu discurso e observamos alguns pontos em comum nas respostas:

“A homilia é uma tarefa muito difícil dado à diversidade da assembléia formada por crianças e adultos, por ouvintes esclarecidos e outros pouco entendedores. Defronto-me ainda com interessados e outros sem interesse. Em meio a tudo isso acredito na força da palavra capaz de penetrar na mente e no coração” (F. C., 46 anos de sacerdócio, da ordem dos Frades Menores Capuchinhos, grifo nosso).

“Eu creio na eficácia da palavra porque ela não volta vazia para Deus, sem antes cumprir a vontade de Deus e porque ela foi pregada” (leigo que proferiu a homilia na região oeste, grifo nosso)

Brian Chapell (2005) estuda a eficácia da palavra e principalmente quando é a palavra de Deus. Para este autor, a pregação cumpre seus objetivos espirituais não por causa das habilidades do pregador, mas por causa do poder da Escritura proclamada. A eficácia da mensagem, mais que qualquer virtude do mensageiro, transforma corações (Chapell, 2005, p. 01). Para o sujeito crente, a palavra de Deus já apresenta uma eficácia por si só, pois é a palavra do Deus que o crente acredita, portanto segue fielmente e, talvez, cegamente a palavra de seu Deus. A eficácia da palavra acontece pela fé que o fiel apresenta em seu Deus, por isso é capaz de mudar sua maneira de pensar, falar e agir.

O padre expõe sua dificuldade em falar para um público heterogêneo, entretanto, como vemos abaixo, existem categorias comunicativas consideradas comuns quando falamos em um público misto. A resposta de um sacerdote responde as dificuldades apresentadas por outro:

“Não sei, eu penso assim que o meu discurso, ele é feito depende do ambiente em que eu estou, se eu vou fazer uma homilia para um público

assim se eu falo para um público mesclado de pessoas idosas, pessoas que eu sei que tem dificuldade na leitura, na interpretação, eu procuro ser o mais simples possível e tento ser de maior compreensão, eu tento simplificar, exemplificar para que todas as pessoas possam entender o meu discurso, agora quando eu estou em um público mais seleto, uso os termos da teologia, da exegese, coisa que eu não faço quando eu estou na periferia, eu não vou usar termo exegético para falar na missa das crianças, por exemplo, não vai adiantar nada, né? Então eu defino meu discurso como um discurso bem acessível a nossa realidade ou ao que me escuta, eu penso que meu discurso não é difícil de se entender” (padre da região norte, grifo nosso).

Este padre aponta dois recursos comunicativos para proferir uma homilia em um público heterogêneo: a linguagem simples (de maior compreensão) e a estratégia da exemplificação. Moraes (2005) indica outros elementos comunicativos para atrair a atenção do ouvinte, para torná-lo co-participante na pregação12, e aponta maneiras de atingir o pensamento e a ação dos fiéis.

Para iniciar o sermão13 o pregador deve usar de muita brandura. A brandura é o mecanismo de falar com suavidade e leveza, por meio dela o pregador conquista o coração e, conquistando o coração, chega ao ouvido e à mente do ouvinte. A primeira preocupação do pregador deve ser conquistar o coração do ouvinte e conseqüentemente sua atenção14. As verdades mais duras e contundentes podem ser ditas com educação e cordialidade. O pregador jamais deve parecer zangado (Moraes, 2005, p. 151).

12 Existe uma diferença primordial entre pregação e homilia. A pregação é o nome genérico que abarca

as mais diversas modalidades de anúncio cristão como a evangelização e a fala missionária enquanto a homilia é definida como uma conversa familiar. Para maior aprofundamento nesta questão consultar Carvalho, 1993, p.21.

13 Há também uma diferença teórica entre sermão e homilia. O sermão é visto, pela igreja como uma fala

mais arcaica, em tom moral, enquanto a homilia significa reunião, assembléia, companhia, relações familiares, daí conversa familiar (Deiss, 1998, p.75).

14 Não encontramos autores que mencionam da importância de prender a atenção e conquistar o

Outro principio indispensável para uma boa pregação é a capacidade de dizer o máximo de conteúdo com o mínimo de palavras, a brevidade. Na introdução, ela é indispensável e não deverá ocupar mais que dez por cento do tempo do culto. Por meio da brevidade, o pregador não cansa seus ouvintes e os motiva para o restante do culto religioso (Moraes, 2005, p. 152).

A pregação precisa também ter a clareza para ser plenamente compreendida pelos ouvintes, principalmente na introdução, quando o primeiro contato está sendo mantido com os ouvintes. A mensagem embasada em linguagem popular atinge uma quantidade enorme de receptores, já que os sinais ou símbolos são aqueles usados no cotidiano. Além disso, os ouvintes da atualidade não se dispõem a prestar atenção em palavras que são proferidas sem clareza, com muita erudição. A clareza torna mais fácil a assimilação e incorporação da mensagem ao sistema de valores do indivíduo (Pereira apud Moraes, 2005, p. 151-2).

A cumplicidade é outro recurso relevante na pregação. A identificação com o auditório leva o pregador a atingir o coração e a empatia dos ouvintes. As pessoas precisam deixar de ser simples ouvintes e tornarem-se participantes na pregação. Com a cumplicidade o pregador entra no mundo do ouvinte e permite que o ouvinte entre no mundo do texto bíblico; o pregador dá ao auditório a oportunidade de interagir, sentindo-se assim como co-autor e co-apresentador do que está sendo dito durante a pregação (Moraes, 2005, p. 153).

A honestidade na introdução é ferramenta fundamental para manter o ouvinte atento. Se o pregador não tiver um sermão à altura de sua introdução, todo o esforço pela atenção do ouvinte terá sido em vão. Todas as indagações feitas no início do sermão deverão ter respostas, todos os questionamentos colocados diante dos

possa ser cumprida ao longo da apresentação da mensagem (Moraes, 2005, p. 153). A novidade necessária à introdução e a todo o sermão é a capacidade do pregador de, usando velhos textos bíblicos, apresentar a mensagem de modo novo; de poder tirar novas lições de textos bíblicos antigos; de saber introduzir velhos assuntos de modo novo; e de apresentar velhos conceitos com novas palavras (Moraes, 2005, p. 154).

Entre a terceira e quarta questão julgamos necessário expor estes elementos que tornam a pregação mais atrativa e eficaz, tanto do ponto de vista teológico como comunicativo.

A quarta pergunta é fundamental para conhecer qual é a visão dos sacerdotes sobre a eficácia do discurso proferido na homilia, ou seja, até que ponto a homilia pode transformar o ethos e a visão de mundo de uma pessoa, na opinião do sacerdote. Pode-se observar que as respostas não foram exatas, em alguns momentos o padre diz que a homilia é eficaz, em outros momentos o mesmo padre diz que não, observemos a resposta deste padre (por escrito):

“A transformação é um processo que vai adiante coadjuvada pela graça. Confirma alguns, estimula outros e leva outros a conversão, o que sempre venho verificando. Mas constato também para muitos ouvintes a homilia não diz nada e não leva a nada... Depende muito do terreno onde a semente da Palavra é lançada. Concluo dizendo que o espaço da homilia é insuficiente para transformar o ethos de uma comunidade. Há necessidade de somá-la a outros fatores para que aconteça uma transformação mais ou menos radical... mas a homilia não deixa de contribuir bastante para que tal aconteça” (46 anos de sacerdócio, da ordem dos Frades Menores Capuchinhos).

Com este depoimento percebem-se três elementos de discussão. O primeiro, “a transformação é um processo que vai adiante coadjuvada pela graça”. Então, como todo processo requer um tempo de espera para que se perceba a mudança. Se observarmos o depoimento de G.C.S., 26 anos, sexo masculino, estudante de engenharia elétrica, solteiro, não participante ativo da paróquia perceberemos uma certa margem de semelhança com depoimento do padre acima:

“Mudança de vida? Não, eu acho que não. Saí daqui e já mudar, ninguém faz isso. A mudança é devagar. Eu acho difícil saí daqui dizendo, ah, vou mudar isso, isso, isso, principalmente porque ninguém tá acostumado a mudar e para mudar é devagarzinho, o ser humano muda devagar”.

Tanto o padre como o leigo apresenta a visão de que a transformação da vida é processo que ocorre em longo prazo. O segundo elemento que o padre expõe é a interdependência entre “transformação e graça”. Para que haja mudança, na visão do padre, é indispensável à graça. Como então definir “a graça”? Seria a fé que o fiel apresenta em Deus? Então a transformação depende mais do leigo do que do padre, depende do terceiro elemento que este padre refere “depende do terreno onde a semente é lançada”. O fiel que apresenta abertura para ouvir a homilia com atenção e busca uma mudança parece ser um terreno fértil para “a palavra” produzir frutos. O padre ainda afirma que “o espaço da homilia é insuficiente para transformar o ethos de uma comunidade”, afirma que é necessário somar a outros fatores, que outros fatores seriam estes, se a maioria dos católicos freqüentam apenas as missas dominicais?

Diferente do padre anterior, o depoimento abaixo transfere para o padre a responsabilidade da homilia. Mostra a exigência dos leigos que seguem diversos segmentos da igreja católica em relação ao conteúdo reflexivo da homilia, porém

ponto de vista do padre anterior:

“É muito relativo. Existem pessoas que se orientam pelas homilias. A partir da homilia procuram conversar sobre situações peculiares. Outros querem e exigem que sejam momentos de acalentar corações. Ainda, outros querem que se faça um discurso político a partir de suas convicções. Portanto, há uma atenção muito grande nas homilias, devido às avaliações que são praticamente, quase cotidianas. As pessoas procuram sacerdotes que tenham uma reflexão plausível. As pessoas não buscam mais missa propriamente dita, sacramento, elas querem uma reflexão fundamentada, coerente e, inteligente” (10 anos de sacerdócio, da ordem Missionários da Sagrada Família).

O ponto em comum é a afirmativa de que a transformação é relativa, depende do fiel, depende do padre, depende das circunstâncias, porém nenhum padre afirmou ou negou a pergunta com exatidão. Se observarmos o tempo de sacerdócio do primeiro padre (46 anos) e do segundo (10 anos) podemos inferir que o segundo está inserido no que denominamos: a nova geração. Este padre, talvez, por ser mais novo no exercício do ministério sacerdotal apresenta uma visão mais atualizada, percebe que o leigo exige um determinado discurso e que o padre precisa ter uma homilia coerente, fundamentada e inteligente. No cruzamento das questões que perguntam sobre a eficácia da homilia tanto para o sacerdote como para o leigo aparece um fato para pensar: a maioria dos leigos que disseram que a homilia não tem eficácia de transformação da vida (24%) apresentam idade entre 15 e 30 anos, ou seja, a nova geração.

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