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você gostaria de participar de um planejamento estratégico para o desenvolvimento do

3,00 2,77 2,33 4,53 4,20 Neutro Discorda Discorda Concorda Concorda N=45

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

A análise para a dimensão planejamento apresenta o item 2 com resultado neutro, evidenciando que os entrevistados não possuem conhecimento satisfatório se o planejamento do município é realizado com a participação da população, dessa forma a percepção dos entrevistados é sem alguma opinião clara. Concorrendo para esse resultado, a resposta dos itens

3 e 4 quando perguntados se participaram de alguma das audiências públicas do planejamento municipal (PPA, LDO, LOA e audiência de prestação de contas da gestão fiscal) apresenta-se discordante, do qual é maior a discordância quando perguntados se já participaram das audiências públicas para discutir a mobilidade urbana do município.

O questionamento sobre a necessidade de serem disponibilizados mais espaços públicos de acessibilidade e estacionamento no espaço urbano da cidade (onde se concentram o comércio e os serviços públicos), e se os entrevistados gostariam de participar de um planejamento estratégico para o desenvolvimento do município, apresentou resultado de concordância satisfatória.

As constatações mais representativas em nível de discordância se referem ao reduzido número de participação do cidadão no processo de planejamento, da mesma forma que se evidencia uma necessidade de motivação por parte dos gestores públicos em buscar uma forma mais atrativa para cativar o cidadão a participar, demonstrado no resultado neutro do item 2. Quanto ao resultado dos itens 5 e 6 é possível verificar que os entrevistados conhecem quais as prioridades que deveriam ser trabalhadas em um planejamento estratégico e gostariam de participar da sua construção.

A dimensão planejamento, de modo geral, não encontra plausibilidade à proposta abordada por Rezende e Ultramari (2007) no que se refere aos planos municipais e a sua configuração integrada ao planejamento estratégico. Para Rezende e Ultramari (2007), o planejamento estratégico do município deve se comunicar com o plano plurianual, o plano diretor, as políticas municipais e os projetos participativos municipais, de forma integrada com o planejamento de recursos humanos e de informações e tecnologias.

De um modo geral, o subgrupo planejamento apresenta concordância satisfatória, (média de 3,36) porém no contexto que abrange a participação nas audiências públicas revela- se limitado face ao alcance das ações do planejamento ou pela forma como está sendo conduzida a prestação de contas, ou ainda pelo seu direcionamento estratégico. Essa constatação merece especial consideração num contexto de desenvolvimento local, contribuindo para gerar novas oportunidades, a partir de seus recursos potenciais existentes (MARICATO, 2000; BRYSON, 2004, 2018; GODINHO, 2010; GRIECO; DA SILVA PORTUGAL; ALVES, 2016).

c) Mobilidade urbana

Esta dimensão consolida as políticas de mobilidade urbana apresentadas nas leis municipais nº 5481/2011 que institui o Plano Diretor de Transporte e Mobilidade do Município

de Ijuí (PLANMOB), lei complementar nº 5.630/2012 que institui o Plano diretor participativo do município de Ijuí e consolida a legislação urbanística, e nas funções atribuídas pelo artigo 3º inciso II da lei municipal nº 5.864/2013 ao Conselho de Desenvolvimento do Município de Ijuí (CODEMI). Este conselho tem a missão de viabilizar a participação plural dos cidadãos e das organizações da sociedade local na elaboração e gestão do plano estratégico de desenvolvimento municipal, constituindo-se em espaço de construção da cidadania interativa, nesse caso considerando a mobilidade urbana. A partir desses pressupostos, os dados da pesquisa são apresentados na Tabela 3.

Tabela 3 – Apresentação do RM (Ranking Médio) e resultados para a dimensão Mobilidade urbana.

Item AFIRMATIVAS Valor do RM Resultados

III – MOBILIDADE URBANA 3,33 Concorda

7) O automóvel é seu meio usual de se locomover? 8) O ônibus é seu meio usual de se locomover?

9) A bicicleta é um de seus meios de locomoção (para o trabalho ou para o esporte)?

10) Os meios de transporte e locomoção no espaço público da cidade, suprem as necessidades atuais e são suficientes para a atual população do município? 11) A mobilidade urbana do transporte (ônibus, caminhões, automóvel, bicicleta etc.) é indispensável?

12) A mobilidade urbana das tecnologias de informação (internet wi-fi gratuitas em lugares públicos como escolas, universidades, parada de ônibus, praças, hospitais etc., é importante?

4,02 2,24 1,64 2,80 4,57 4,73 Concorda Discorda Discorda Discorda Concorda Concorda N=45

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

A análise dos resultados da Tabela 3 para a dimensão mobilidade urbana apresenta resultado discordante para os itens 08 e 09 referente aos meios de locomoção ônibus e bicicleta, os quais não representam meios frequentes e habituais, tanto para ir ao trabalho como para ir para o esporte, ao contrário do apresentado no item 7 sobre o uso do automóvel como principal meio usual de se locomover.

Quanto ao questionamento se os meios de transporte e locomoção no espaço urbano da cidade supririam as necessidades atuais e apresentavam-se suficientes para a atual população do município (item 10), o resultado apresentado foi discordante, em contrapartida, os itens 11 e 12 sobre a importância e a disponibilidade da mobilidade urbana do transporte e das tecnologias de informação, o resultado apresentado foi altamente concordante, evidenciando especificidades pertinentes ao espaço urbano e territorial do município de Ijuí.

Os resultados para a dimensão mobilidade urbana estão diretamente relacionados a facilidade dos deslocamentos das pessoas e dos bens, e no caso de Ijuí/RS, o transporte urbano através do uso do automóvel, identifica-se como o principal e mais importante meio usual de se locomover. O espaço urbano e territorial de Ijuí apresenta um relevo acidentado, mais adequado para o uso do automóvel, centralizando a mobilidade nesse meio transporte. De acordo com Camargo et al. (2014), esse modal constitui o principal ponto de estrangulamento para a mobilidade urbana, demandando energia, redução de desperdício e alocação correta e eficiente de recursos. Os resultados concordantes dos itens 11 e 12 sobre a importância e a disponibilidade da mobilidade urbana do transporte e das tecnologias de informação, são consoantes a perspectiva de mobilidade abordada por Maricato (2000), no contexto do desenvolvimento como uma justificativa para trabalhar mudanças urbanas para uma condição de acessibilidade (SAKAMOTO; LIMA, 2016).

De um modo geral, a dimensão mobilidade urbana é concordante e satisfatória com as políticas públicas trabalhadas para o desenvolvimento local em Ijuí/RS, porém no âmbito do transporte dos meios de locomoção, não encontra no ônibus e na bicicleta sua principal característica. Depreende-se da pesquisa que em Ijuí/RS os meios de transporte e locomoção caracterizados pelo automóvel no espaço urbano da cidade, não compõem a necessidade atual e também não são suficientes para a população que circula no espaço territorial do município. Isto determinaria que mais automóveis particulares viessem a circular tanto na área urbana como no território do município, aumentando também a demanda por outras formas de mobilidade urbana, tais como a mobilidade das tecnologias de informação, fato este que representa um grande desafio.

Não obstante, Ijuí/RS tem se apresentado como uma cidade com grande fluxo de automóveis e um aumento significativo do número de concessionárias e revendas de automóveis, servindo de estimulo ao fomento à novas formas de acessibilidade. De acordo com a abordagem de Sakamoto e Lima (2016), os locais de comercialização da produção e dos serviços, constituem áreas prioritárias para o planejamento e os investimentos em infraestrutura e transportes.

Essa condição de acessibilidade deve garantir à população do município melhores condições de vida e um desenvolvimento mais sustentável e equitativo no território, o qual não poderá prescindir dos meios de locomoção por bicicleta e ônibus, para as áreas de lazer e para os trajetos de longa distância aos locais de trabalho.

d) Sustentabilidade

Esta dimensão compreende o ambiente construído, que de acordo comCervero et al. (2009), caracteriza as condições que favorecem uma mobilidade sustentável e contribuem para o planejamento do desenvolvimento local. As condições da cidade, por suas características, juntamente com os atributos estratégicos do ambiente construído, tais como a densidade urbana, a área rural, a acessibilidade e a proximidade com o trânsito de automóveis, constituem instrumentos para a construção de cidades inteligentes, por meio de políticas de mobilidade urbana que possibilitem sustentabilidade econômica, de tecnologias de informação, social e ambiental. Os resultados do questionamento para essa dimensão são apresentados na Tabela 4.

Tabela 4 – Apresentação do RM e resultados para a dimensão Sustentabilidade.

Item AFIRMATIVAS Valor do RM Resultados

IV – SUSTENTABILIDADE 3,20 Concorda

13) os espaços de lazer e entretenimento (praças, ciclovias, academia ao ar livre) são suficientes e bem distribuídos na área urbana da cidade? 14) as ruas e avenidas do centro e dos bairros são arborizadas de forma adequada?

15) há necessidade de ciclovias nas principais ruas da cidade, como as de acesso ao comércio, serviços públicos, escolas e universidades?

16) A mobilidade urbana deve ser disponibilizada também para a área rural do município? 2,31 2,11 3,97 4,42 Discorda Discorda Concorda Concorda N=45

Fonte: Dados da pesquisa (2019)

Os dados da Tabela 4 apresentam a dimensão sustentabilidade com um resultado geral concordante, proporcionado especialmente pela consciência da necessidade de haver ciclovias nas principais ruas da cidade, como as de acesso ao comércio, aos serviços públicos, as escolas e as universidades, e da necessidade de disponibilização da mobilidade urbana para a área rural do município, conforme aponta o resultado dos itens 15 e 16. O resultado discordante dos itens 13 e 14 diz respeito ao ambiente construído e sua capacidade de contribuir para a mobilidade urbana sustentável.

A insuficiência de espaços de lazer e entretenimento como praças, ciclovias e academia ao ar livre na área urbana da cidade, além das ruas e avenidas do centro e bairros, não serem arborizadas de forma adequada, não contribuem para uma ambiência urbana sustentável, estando claramente identificados na percepção dos entrevistados, conforme o resultado dos itens 13 e 14. Esse fato revela que o ambiente urbano deveria ser um dos pilares do

planejamento estratégico, como promotor do desenvolvimento local alinhado à dimensão socioambiental da sustentabilidade.

A pesquisa revelou que há necessidade de ciclovias nas principais ruas da cidade, como as de acesso ao comércio, serviços públicos, escolas e universidades, e que há necessidade de disponibilizar mobilidade urbana, por suas principais formas, para a área rural do município. Nesse sentido o planejamento estratégico deve avaliar o ambiente construído e aproveitar os recursos existentes para promover a mobilidade urbana sustentável. A mobilidade urbana rural no município é fundamental para o desenvolvimento local e deve estar apoiada no planejamento estratégico, ser construída em conjunto com as comunidades e integrar a participação dos vários setores envolvidos, atendendo aos objetivos a que se propõe.

A sustentabilidade econômica, social, ambiental e do desenvolvimento, é alcançada com a redução das diferenças de oportunidades e um aumento do poder de cooperação na sociedade. Com mais oportunidades iguais para todos e com mais cooperação, a cidade adquire uma outra configuração, a de “cidade colaborativa”, que são cidades inteligentes e sustentáveis, associadas a padrões de acessibilidade de acordo com suas diferentes escalas territoriais e seu potencial de articulação entre transportes e uso do solo (MELLO; PORTUGAL, 2017).

Uma proposta para a dimensão sustentabilidade, conforme relatam os dados da pesquisa, deve considerar que as decisões sejam tomadas na coletividade, abrangendo programas, planos, projetos e políticas públicas implementadas através de um planejamento estratégico, que integre a participação urbana e rural e a presença da administração pública no processo, conforme perspectivas abordadas por Magagnin e Da Silva (2008), Dufumier (2010), Camargo et al. (2014), Carvalho (2016a), Cunha et al. ( 2016), Grieco, Da Silva Portugal e Alves (2016) e Weiss, Bernardes e Consoni (2015, 2017).

Complementando a pesquisa e os dados obtidos com a realização do questionário com perguntas fechadas, para os mesmos sujeitos de pesquisa a pergunta semiaberta ofereceu grande liberdade ao entrevistado para responder à questão, permitindo para o pesquisador, um maior acesso a realidade social (LAKATOS; MARCONI, 1996; GIL, 1999; RICHARDSON, 2017). Os dados referentes a pergunta semiaberta são apresentados na Figura 9 e correspondem as mesmas dimensões relativas a ambiência: legislação, planejamento, mobilidade urbana,

Figura 9 – Perspectivas para o planejamento da mobilidade urbana de Ijuí (RS)

LEGISLAÇÃO

Instituir tarifa de estacionamento para as empresas que não possuem estacionamento próprio.

PLANEJAMENTO

O planejamento precisa ser feito e cumprido;

Necessidade de atender a população do centro da cidade com parques e lugares para levar crianças; Necessidade de ciclovias e mais praças e áreas de lazer públicas em todo o perímetro urbano;

Estacionamento com custo razoável para os trabalhadores do centro ou liberação para estacionamentos temporários a esses trabalhadores;

Retirar os buracos das ruas da cidade;

Aceitar a instalação de novas empresas e universidades no território do município; reavaliar a condição das Rótulas em função do tamanho das vias;

Refazer os passeios públicos e colocar passeio público em todas as laterais das vias e ruas do perímetro urbano da cidade de comum acordo com os proprietários de imóveis;

Planejar a mobilidade urbana a longo prazo; Fomentar a industrialização;

Alargar as ruas e retirar as construções que avançam sobre os passeios;

MOBILIDADE URBANA

Necessidade de educação da população para a utilização de estacionamentos conforme classificações e categorias;

Disponibilização de ônibus do transporte público equipados com ar condicionado e identificação dos respectivos horários disponíveis nas paradas, para melhor qualidade dos serviços prestados;

Orientação educacional para um estacionamento adequado em vias paralelas do centro da cidade;

Aumentar o poder de fiscalização e sanção sobre os que ocupam os passeios com rampas, degraus, mesas, carros, produtos, placas, etc.

Avaliar pontos críticos da mobilidade do transporte para a colocação de rotatórias, a exemplo da rua Benjamin Constant esquina dos bombeiros, que apresenta grande número de colisões semanalmente; Possibilitar a construção de vias com sentidos únicos e ordenados sequencialmente, para evitar acidentes; Disponibilização de uma ciclovia na área central da cidade, possibilitando diminuir o fluxo diário de automóveis;

Experimentar o uso de semáforos em todas as vias do município, principalmente no centro, Praça da

República (Farmácia Panvel dentre outras), o custo com a manutenção dos semáforos seria compensado com a diminuição dos acidentes de trânsito e ganharia a mobilidade, visto que motoristas e pedestres se obrigariam a respeitar o sinal;

Mais empresas que ofereçam transporte coletivo, diminuindo o valor da passagem.

SUSTENTABILIDADE

Utilização mais frequente de motocicletas nas ruas principais do centro, e andar a pé;

O planejamento da mobilidade urbana é importante para a organização dos espaços e territórios. Rever também a questão urbanística da cidade de Ijuí;

Melhorar os acessos a cidade, tendo em vista a Capital Nacional das Etnias, inclusive com gastronomia diversificada, entre outras tantas melhorias buscar uma forma de atrair a participação da população. Fonte: Elaboração própria com os dados da pesquisa (2019).

As perspectivas para a melhoria da ambiência urbana apresentadas na Figura 9, constituem um relato das contribuições dos entrevistados, ou seja, de cada um dos atores sociais, que após responder o questionário teve a oportunidade de fazer a sua manifestação,

sobre a legislação, o planejamento, a mobilidade urbana e a sustentabilidade, apresentando as seguintes contribuições:

1) Para a dimensão Legislação apresentaram-se sugestões para instituir tarifa de estacionamento para as empresas que não possuem estacionamento próprio. 2) Para a dimensão Planejamento, as sugestões identificam o planejamento como algo

sério que deve ser feito e cumprido pelos gestores e governo. Nesse segmento sugerem a construção de mais áreas de lazer e entretenimento para desfrutar os finais de semana com a família e amigos, citando que os únicos lugares disponíveis na cidade, são a praça e o Campus da Unijuí, identificando ações de manutenção e de cumprimento da legislação, e outras ações que poderão ser objeto de inovação na gestão, pois ainda não foram contempladas nos planos, tais como: a) atender a população do centro da cidade com parques e lugares para levar crianças; b) ciclovias, praças e áreas de lazer públicas em todo o perímetro urbano; c) estacionamento com custo razoável para os trabalhadores do centro ou liberação para estacionamentos temporários a esses trabalhadores; d) reavaliar a condição das rótulas em função do tamanho das vias e, e) buscar esforços conjunto com os proprietários de imóveis, para a colocação de passeio público em todas as laterais das vias e ruas do perímetro urbano da cidade. Além disso outras ações relacionadas a gestão foram objeto de sugestões, entre elas planejar a mobilidade urbana a longo prazo, fomentar a industrialização bem como a instalação de novas empresas e universidades no território do município.

3) Quanto a dimensão Mobilidade Urbana as sugestões de um modo geral indicam a necessidade de educar os cidadãos para a mobilidade urbana (utilização adequada dos estacionamentos), além de trabalhar melhor a gestão pública para a implementação de estratégias que venham ao encontro das necessidades diárias de locomoção da população garantindo acessibilidade à cidade e o seu desenvolvimento local, tais como: a) disponibilização de ônibus do transporte público equipados com ar condicionado e identificação dos respectivos horários disponíveis nas paradas para melhor qualidade do serviço prestado; b) aumentar o poder de fiscalização e sanção sobre os que ocupam os passeios com rampas, degraus, mesas, carros, produtos, placas etc. c) avaliar pontos críticos da mobilidade do transporte para a colocação de rotatória (exemplo da rua Benjamin Constant esquina dos bombeiros, que apresenta grande número de colisões semanalmente); d) possibilitar a construção de vias com sentidos únicos e ordenados sequencialmente,

para evitar acidentes; e) disponibilizar uma ciclovia na área central da cidade, possibilitando diminuir o fluxo diário de automóveis; f) experimentar o uso de semáforos em todas as vias do município, principalmente no centro, Praça da República (Farmácia Panvel dentre outras) e, g) mais empresas que ofereçam transporte coletivo.

4) Por fim, quanto ao alinhamento aos conceitos de Sustentabilidade, os participantes da pesquisa apresentam sugestões para o uso mais frequente de motocicletas e andar a pé nas ruas principais do centro. Esse alinhamento ao conceito de cidade sustentável, na opinião dos entrevistados, é de relevância para o planejamento da mobilidade urbana na organização dos espaços no território, sendo também necessário rever a questão urbanística de Ijuí para melhorar os acessos a cidade. Esse fato assume relevância no contexto em que Ijuí busca o reconhecimento nacional como “Capital das Etnias”, por sua gastronomia diversificada e o trato com as questões relacionadas aos direitos humanos e à valorização da diversidade. Contudo, deve-se buscar uma forma de atrair a participação da população para a colaboração, entre outras tantas melhorias, necessárias à consolidação das ações delineadas no Planejamento Estratégico.

4.3 Dinâmica atual do transporte e mobilidade urbana

De acordo com o Plano Diretor de Transporte Mobilidade de Ijuí (PLANMOB) (Lei complementar nº 5.481/2011) anexo – Relatório Técnico Redes de Mobilidade, a rede de transportes por ônibus está ligada a hierarquia do sistema viário para a circulação do transporte coletivo, onde são propostas redes de atendimento através das diferentes linhas e de acordo com a dinâmica que a cidade exige no processo de desenvolvimento e expansão urbana.

O documento expressa que modelo operacional da rede de transportes constitui um dos principais desafios atualmente e requer a realização de ações para a qualificação da infraestrutura viária de suporte ao transporte coletivo, com a construção de um terminal de integração e a instalação de um mobiliário urbano de apoio, instalado no espaço público para uso dos cidadãos e como suporte às redes urbanas fundamentais, tais como: rede de água, rede de luz e energia, caixas de coleta de correios, lixeiras e coletores diversos, etc., além da qualificação das vias de suporte ao transporte público.

A implantação da mobilidade urbana sustentável, dando à cidade uma condição de acessibilidade de modo a torná-la mais próxima do conceito de cidade colaborativa e inteligente, não está delineada nos planos PE, PDM e PLANMOB.

As ações locais para uma mobilidade urbana sustentável devem aproveitar os recursos existentes, como a revitalização do transporte ferroviário de cargas no município e a hierarquia do sistema viário.

O sistema viário atualmente está dividido em três níveis hierárquicos estruturais, qualificados pela capacidade, importância estratégica e pelo volume de veículos que irá suportar na relação classificação estrutural principal e secundária. Os eixos principais são constituídos pelos eixos viários de suporte à estrutura de mobilidade urbana da cidade, cuja função estratégica é a multimodalidade do transporte, o acesso ao centro e o acesso aos principais polos geradores e atrativos de viagens. Já os eixos secundários são o conjunto dos eixos das vias estruturais que formam uma retícula sobre o território urbanizado (Figura 8).

Os eixos têm por objetivo constituir o sistema de captação e redistribuição das linhas de transporte público, entre os eixos estruturais principais e eixos de capilaridade de atendimentos aos bairros, rotas alternativas e centro da cidade. Em relação a demanda por transporte interno no município de Ijuí salienta-se o número de registros de 60.281 até agosto de 2019, divulgados pelo Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), dos quais o automóvel representa a soma de 33.975 unidades de registro.

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