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Comentário 12 – A apreciação efectuada neste trabalho é globalmente positiva Começa

B- Vocabulário

Professora A

No campo B (Vocabulário), em i-adequação, sobre os vários textos, registou, respectivamente “ Boa adequação”(t. 1), “expressão escrita limitada”(t. 2) e “razoável”(t. 3) .Se o primeiro destes comentários nos parece aceitável, do ponto de vista didáctico, porque transmite ao aluno a ideia de que está no bom caminho, que o seu vocabulário foi seleccionado com propriedade e rigor e, globalmente, este reforço positivo dá segurança ao aprendente e permite- lhe adquirir uma certa auto-confiança, já o segundo comentário se nos afigura quase completamente ineficaz, em termos de didacticidade implícita ou explícita, isto é, não fornece ao escrevente pistas ou modelos a respeitar ou repetir; queremos, em termos empíricos, afirmar que “ isso já o aluno sabe”, ou seja, que o seu vocabulário e nível de expressão escrita não são muito bons já ele sabe, o que ele não sabe ou consegue determinar é como fazer melhor ou adquirir performances mais ricas e/ou adequadas, do ponto de vista linguístico; quanto ao terceiro comentário, parece-nos manifestamente insuficiente, já que não cumpre o objectivo pretendido, fornecer ao aluno elementos que lhe permitam situar-se num determinado patamar de realização e tomar consciência do percurso que lhe falta percorrer; estes dois últimos comentários afiguram- se-nos, pelas razões expostas, de ineficácia quase absoluta. Relativamente ao sub-campo ii-

variedade , sobre o texto 1 registou-se “reforço demonstrado na argumentação das personagens e utilização de variados objectivos na expressão dos sentimentos das personagens” ; acrescentou-se, ainda, em “N.B. confundiu ao com no”; do ponto de vista do que se pretendia dizer ao aluno neste sub-campo, este comentário apresenta-se-nos algo confuso, porque não se descortina facilmente o que se pretende comunicar ao aluno, e bastante vago ou impreciso, carregado mesmo de forte ambiguidade; não se centra no

campo da riqueza e variedade vocabulares, pelo que se revela bastante ineficaz para o aluno; sobre o texto 2, registou-se “algum esforço em qualificar substantivos com adjectivos”; continuamos a notar, por parte da professora correctora, alguma dispersão, talvez algum desconforto em lidar com esta grelha, pelo menos em alguns campos ou sub- campos; pensamos não ter havido um trabalho suficiente de interiorização da estrutura e objectivos parcelares desta grelha de observação/ avaliação ; provavelmente, também a professora não sabe com exactidão o que se pretende dela, em termos de registos escritos, nos vários campos ; nota-se, por vezes, um certo “desnorte” e uma certa falta de maturidade, em termos globais, para não dizer falta de técnica de registos didácticos; sobre o texto 3, registou-se “ demonstra algum esforço na selecção dos substitutos para a cabeça e na pertinência do diálogo”; com este comentário bipartido, pensamos materializar-se o que atrás ficou explicitado, isto é, a professora, na primeira parte do comentário, revela alguma precisão, já que focaliza com exactidão o objectivo deste registo, no que diz respeito à variedade de vocábulos encontrados como substitutos do significante “cabeça”, o que revela, por parte do aluno, uma certa preocupação com a variedade vocabular, mas, na segunda parte, ao referir-se à “pertinência do diálogo”, voltamos a estar perante a dispersão, o vago, o impreciso; será que o aluno percebeu o que a professora quis transmitir? Será que a professora tem consciência do que, objectivamente, pretendeu comunicar ao aluno? As respostas a estas e outras questões encontrarão eco, mais à frente, quando procedermos à inventariação das necessidades de formação dos professores de língua materna, no que diz respeito à didáctica do ensino da escrita, em contexto de sala de aula, e à elaboração do Roteiro/Guião que deverá orientar a reflexão e tratamento pragmático destas questões, materializadas num eventual momento e espaço de formação para professores de PLM.

Professora B

Relativamente à adequação, esta professora teceu os seguintes comentários; “razoável”

(t.4) ; “um pouco limitada” (t.5) e “usou uma linguagem vulgar/familiar”. Se bem que

este campo de observação e análise textual não permita uma grande diversidade de comentários, o professor corrector pode sempre exemplificar ao aluno a substituição adequada de certo vocabulário usado indevidamente ou com falta de propriedade; só desta

forma o escrevente poderá reflectir sobre a inadequação do seu vocabulário e reconhecer eficácia expressiva ao vocabulário proposto pelo “leitor “ do seu texto.

Quanto à variedade vocabular, a professora B registou o seguinte: “pouca variedade” (t.

4) ; “Pouca variedade. Há repetições de palavras.” (t. 5) e “algum esforço em qualificar substantivos com adjectivos” (t. 6). Se o primeiro comentário se nos afigura de eficácia didáctica quase nula, os segundo e terceiros afiguram-se-nos tentativas muito ténues de fornecer ao aluno um reforço positivo pelo seu trabalho; no entanto, não concretizam, não focalizam e, consequentemente, não dizem ao aluno como poderia ter feito; quando se diz ao aluno que o seu texto contém repetições de palavras não estamos a dizer- lhe nada de novo, mas se lhe dissermos que no caso X em vez de repetir a mesma palavra ele poderia ter recorrido, por exemplo à palavra Y, ele vai perceber o que nós queríamos transmitir- lhe e, provavelmente, na reformulação do seu trabalho e em trabalhos futuros ele saberá o que fazer para que os seus textos sejam mais “ricos”, do ponto de vista da adequação e diversidade vocabulares.

Professora C/Trabalhos 7, 8 e 9

No que diz respeito à adequação vocabular, esta professora registou o seguinte: “razoável” (t. 7) ; “algumas incorrecções e por vezes utilização de termos pouco adequados. Razoável na globalidade.” (t. 8) ; “Vocabulário adequado e diversificado. O aluno conseguiu transmitir, através de termos utilizados ideias originais num contexto, igualmente, original” (t.9). Como já foi por nós referido, pensamos que o primeiro registo “razoável” pouco ou nada comunica ao aluno, sob o ponto de vista de remediação do seu texto; a referência a aspectos genéricos, não exemplificados, do tipo “algumas incorrecções...”, também não fornecem ao escrevente capacidade de auto-reflexão sobre as suas insuficiências a nível do discurso escrito; a possível confusão entre adequação e originalidade pode constituir factor de dispersão do aluno, aquando da reescrita do seu texto.

Quanto à variedade , a professora fez os seguintes comentários: “ razoável” (t. 7) ; “alguma variedade. Originalidade no vocabulário utilizado; “Não perdes pela demora” e “espera que já levas” (t. 8) ; “Não obstante, sublinham-se algumas expressões pouco adequadas ao contexto (ex: rolo de papel higiénico a fazer de megafone)” (t. 9). Se o

segundo destes três comentários nos parece bastante adequado por constituir um óptimo reforço positivo para o aluno, o terceiro afigura-se-nos de eficácia duvidosa, já que, para além do reparo negativo, não apresenta, exemplificativamente, uma proposta alternativa, por parte do professor-avaliador. Também não concordamos com a parte introdutória do comentário “Não obstante...”, pelo que pode acarretar para o autor do texto e pelo equívoco que a elipse pode constituir na descodificação por parte do escrevente.

Professora D/Trabalhos 10, 11 e 12

Relativamente ao primeiro sub- item, adequação, esta professora-avaliadora averbou os seguintes comentários: “vocabulário adequado, mas por vezes, algo limitado” (t. 10); “bastante adequado” (t. 11) ; “suficiente”. Se bem que medianamente esclarecedor quanto a um nivelamento numa escala de avaliação generalista, este último comentário parece-nos pouco clarificador em termos concretos do que se pretende saber sobre adequação vocabular, ao tema, à situação descrita, à intriga, ao tipo de texto, etc. ; quanto ao primeiro, temos vindo a propor a necessidade de situar e exemplificar, sem o que o escrevente jamais terá referências que lhe permitam melhorar e aperfeiçoar a sua escrita e os seus textos.