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Capítulo III Nova York e a estética da catástrofe

3.3. Woody Allen e o discurso do Oscar

A ausência de Woody Allen nas cerimonias da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, a popular premiação do Oscar, é, praticamente, uma tradição em Hollywood88. Não compareceu nem mesmo quando era o grande favorito, na cerimônia de 1978, quando concorria por seu trabalho em Annie Hall. Curiosamente, Allen é um dos grandes vencedores da história da premiação. Ganhou pessoalmente quatro estatuetas: Melhor Diretor e Roteiro Original por Annie Hall, em 1978, e melhor Roteiro Original por Hannah e Suas Irmãs, em 1987, e Meia-Noite em Paris, em 2012. Seus produtores levaram o de Melhor Filme por Annie Hall e muitos e atores e atrizes, como Diane Keaton, Kate Blanchet e Michael Caine, foram laureados atuando sob sua direção. Durante muitos anos, a justificativa alegada, que obviamente se tratava mais de uma ―desculpa‖, para a esnobar uma das mais importantes premiações da indústria do cinema, era a de que as apresentações com sua banda de jazz ocorriam no mesmo horário da festa. Em outras ocasiões, afirmou que não considera a arte cinematográfica como objeto de competição (Lax, 2009).

Contudo, na cerimônia do Oscar de 2002, Woody Allen surpreendeu a todos quando apareceu para homenagear a cidade de Nova York, vítima recente dos atentados de 11 de setembro de 2001. Assumindo seu status de ícone da cidade, entrou no palco inesperadamente, sem ninguém saber, salvo a produtora da cerimônia, Laura Ziskin. O

88 A ausência de Woody Allen nas cerimonias de entrega do Oscar difere de outras por ser constante. Marlon

Brando, por exemplo, ficou marcado por não comparecer à cerimônia onde recebeu o prêmio por sua atuação em

O Poderoso Chefão, em 1972. Contudo, o ator compareceu em diversas ocasiões anteriormente, inclusive

segredo foi uma das condições de Allen para aceitar o convite. Tanto que ele não passou pelo tapete vermelho, chegou apenas meia hora antes de sua apresentação e foi embora do Teatro Kodak assim que a terminou. Anunciado pela apresentadora, Whoopi Goldberg, recebeu uma grande ovação de pé de todos os presentes. Muitos ali ganharam ou foram indicados ao Oscar trabalhando sob seu comando. Woody Allen, assumindo sua imagem pública, de uma pessoa ao mesmo tempo tímida e espirituosa, discursou nos seguintes termos:

Muito obrigado ... isso compensa a busca por faixas.

Deixe-me dizer-lhes por que estou aqui exatamente. Há quatro semanas, eu estava sentado em casa, no meu apartamento em Nova York, e o telefone tocou e uma voz do outro lado disse: ―aqui é a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas‖, e entrei em pânico imediatamente, porque pensei que eles queriam meus Oscars de volta. Porque eu ganhei alguns Oscars ao longo dos anos e pensei que eles estavam ligando para recuperá-los e entrei em pânico porque, sabe, a loja de penhores está fechada há anos e eu não tenho nenhuma maneira de recuperar nada. E eles disseram: ―não, não é isso‖ e eu, eu, não consegui descobrir por que meu filme O Escorpião de Jade não foi indicado para nada este ano, nada, nenhuma categoria. E então, de repente, me ocorreu, talvez eles estejam ligando para pedir desculpas?

E lembrei-me de que, durante o ano, eu estava andando na Quinta Avenida, em Manhattan, e um homem sem-teto se aproximou de mim e me perguntou se eu poderia comprar o almoço para ele. Eu não lhe comprei o almoço, mas lhe dei cinquenta centavos e pensei que talvez alguns membros da Academia tivessem testemunhado isso, e eles me dariam um Prêmio Humanitário Jean Hersholt, porque é isso que passa pela sua mente. Eu pensei que talvez isso ou um Thalberg ou algo assim, porque você sabe que começa a calcular, eu tenho sessenta e seis anos, um terço da minha vida acabou agora... e, você sabe, você começa a pensar, talvez eles querem me honrar?

Eles disseram que não, eles disseram: ―eis a história, tendo em vista os terríveis eventos que ocorreram em Nova York no ano passado, a Academia queria mostrar apoio e fazer um gesto agradável e montar um pequeno filme, prestando homenagem aos filmes que foram filmados em Nova York ao longo dos anos‖. E eles queriam que alguém a apresentasse, e eu disse: ―Deus, mas vocês conhecem muitas pessoas que podem fazer isso melhor do que eu, por que não chamar Martin Scorsese ou Mike Nichols ou Spike Lee ou Sidney Lumet‖? Continuei nomeando nomes, você sabe, e disse ―olha, eu te dei quinze nomes de caras que são mais talentosos do que eu, e mais inteligentes e elegantes. Eles disseram: ―sim, mas eles não estavam disponíveis‖. Então, para a cidade de Nova York, você sabe que eu faço qualquer coisa, peguei meu smoking, vim aqui. É uma ótima cidade cinematográfica. Desde pequeno, vi filmes filmados em Nova York.

Eu vou começar um novo filme em duas semanas pelas ruas de Nova York. Um filme romântico. É sobre um sujeito que tem fetiche em pés e se apaixona por uma bela professora de Harvard. Ela é absolutamente linda e brilhante. E escreveu um artigo sobre filosofia existencialista. Ele fica sexualmente excitado por suas notas de rodapé. Filmo em duas semanas em Manhattan. Imploro aos produtores e atores que voltem para Manhattan.

Vocês estão prestes a ver um clip amorosamente feito em homenagem a Nova York pela cineasta Nora Ephron. Coloquem quando quiserem. 89

Em seguida, em um telão, exibem o curta-metragem Love Letter to New York in the Movies90, com cerca de quatro minutos de duração, uma compilação de cenas de filmes filmados em Nova York, selecionada pela cineasta Nora Ephron91, diretora de filmes como Mens@gem para Você, de 1998, e Sintonia de Amor, de 1993, além de roteirista de Harry & Sally, dirigido por Rob Reiner em 1989, todas obras com forte influência do estilo de Woody Allen. A inegável respeitabilidade profissional de Nora Ephron é fundamental para se compreender a importância de sua contribuição na concepção de Love Letter to New York in

89

Disponível em https://speakola.com/arts/woody-allen-love-letter-to-new-york-2002. Acesso em 14 de setembro de 2019. Tradução: ―Thank you very much ... that makes up for the strip search. Let me tell you why I‘m here exactly About four weeks ago I was sitting home in my apartment in New York, and the phone rang, and a voice on the other end said, ‗this is the Motion Picture Academy Arts and Sciences‘, and I panicked immediately, because I thought that they wanted their Oscars back. ‗Cause I‘ve won a few Oscars over the years, and I thought that, you know, they were calling to get them back, and panicked because, you know, the pawn shop has been out of business for ages, and I have no way of retrieving anything, and they said, ‗no this was not it‘ and I, I, couldn‘t figure it out because my movie ‗The Curse of the Jade Scorpion‘ was not nominated for anything this year, nothing, no category. And then it suddenly hit me, maybe they‘re calling to apologise? And I remembered during the course of the year, I had been walking on 5th Avenue in Manhattan, and a homeless man came up to me, and asked me if I could buy him lunch. And I didn‘t buy him lunch, but I gave him fifty cents, and I thought maybe certain members of the Academy had witnessed this, and they were going to give me a Jean Hersholt Humanitarian Award [laughter] because that‘s what goes through your mind. I thought maybe that or a Thalberg or something, because you know you start calculating, I‘m sixty six years old, a third of my life is over now... and you know, you start to think, maybe they want to honor me?

They said no, they said, here‘s what the story is, in view of the terrible events that have occurred in New York over the last year, the Academy wanted to show support and make a nice gesture and put together a little film, paying tribute to movies that had been shot in New York over the years. And they wanted somebody to introduce it, and I said, ‗god you can do much better than me, you know, why not get Martin Scorsese or Mike Nichols or Spike Lee or Sidney Lumet,‘ I kept naming names, you know, and said ‗look I‘ve given you fifteen names of guys who are more talented than I am, and smarter and classier. They said, ‗yes, but they were not available‘ so, for New York City, you know I‘ll do anything, I got my tux, I came out here, it‘s a great, great movie town. Ever since I was a little kid, movies that I grew up on in New York, movies that were shot there, it‘s been a great romantic and exciting backdrop for movies, New York, and it‘s a great place to come and work and make your movies because it‘s still a thrilling and very, very exciting city.

In a couple of weeks I‘m gonna be starting another movie, on the streets of New York, I‘m going to be filming a romantic movie about a foot fetishist interesting movie the guy is a foot fetishist and he falls in love with a beautiful Harvard professor. She‘s absolutely beautiful and she‘s absolutely brilliant, and, um, she writes this paper on existential philosophy, and he become sexually aroused by her footnotes. You know, I begin this in a few weeks in Manhattan, so I plead with you to please come, make the films there, it is, it remains a great great city. The film that you are about to see now, the clips, were loving put together by a terrific New York filmmaker, Nora Ephron, and you can roll this anytime you want now‖.

90

O filme é composto por trechos de Manhattan, Poderoso Chefão 2, um musical não identificado, Marujos o

Amor, Sindicato de Ladrões, Faça a Coisa Certa, Caminhos Perigosos, Um Dia de Cão, filme não identificado

com Tony Curtis, Embalos de Sábado a Noite, Melhor é Impossível, Perdidos na Noite, Tootsie, Uma Secretaria

de Futuro, Shaft, Chrorus Line, Quero Ser Grande, Pescador de Ilusões, Taxi Driver, filme com Jane Fonda, Caça-Fantasmas, Muppets, King Kong, Operação França, Annie Hall, New York New York, Bonequinha de Luxo, Querem me Enlouquecer, O Pecado Mora ao Lado, Homens de Preto, Sintonia de Amor, Marty, filme com Shirley MacLaine, Se Meu Apartamento Falasse, filme com Cary Grant, Splash, Os Bons Companheiros, Annie Hall e Manhattan.

the Movies e, o que é ainda mais importante, a relevância que os membros da Academia pretenderam emprestar ao curta-metragem apresentado na cerimônia.

É muito comum que seleções de filmes sejam apresentadas durante a festa do Oscar. A maioria possui apenas a pretensão de divertir o público presente, além dos telespectadores que acompanham a premiação pela TV, e servir de intervalo entre uma categoria premiada e outra. Via de regra, são compilações genéricas, eventualmente temáticas, providenciadas conjuntamente pela equipe de produção do Oscar. Sequer recebem créditos. Não é o caso de Love Letter to New York in the Movies, assinado por uma cineasta proeminente e apresentado por um dos mais premiados artistas da cinematografia mundial. Tudo isso faz de Love Letter to New York in the Movies algo muito maior do que um clipe; ele deve ser visto como uma peça artística por si só, com um tema mais do que importante, um tema urgente. O simbolismo de Love Letter to New York in the Movies é evidente. ―Os sistemas simbólicos distinguem-se fundamentalmente conforme sejam produzidos e, ao mesmo tempo, apropriados pelo conjunto do grupo ou, pelo contrário, produzidos por um corpo de especialistas e, mais precisamente, por um campo de produção e de circulação relativamente autônomo‖ (Bourdieu, 2009, p. 12). Neste sentido, Love Letter to New York in the Movies passou a representar a visão oficial de Hollywood acerca de Nova York. Não foi de modo algum arbitrário.

O poder simbólico como poder de constituir o dado pela enunciação, de fazer ver e fazer crer, de confirmar ou de transformar a visão do mundo e, deste modo, a ação sobre o mundo, portanto o mundo; poder quase mágico que permite obter o equivalente daquilo que é obtido pela força (física ou econômica), graças ao efeito específico da mobilização, só se exerce se for reconhecido, quer dizer, ignorado como arbitrário. (Bourdieu, 2009, p. 14)

A seleção de Love Letter to New York in the Movies é multifacetada, contemplando diversas possibilidades estéticas, lembrando de filmes que mostram diferentes escopos de observação sobre a da cidade, indo muito além do drama e da comédia romântica. Há cenas de filmes realistas e violentos da Nova Hollywood, como Taxi Driver (1976), de Martin Scorsese, até exemplares do ―Blacksploitation‖ como Shaft (2000), de Gordon Parks, centrado na comunidade negra da cidade. Vemos trechos de Quero ser grande (1988), de Penny Marshall, uma comédia crítica sobre o ―modo de vida americano‖, e Bonequinha de Luxo (1961), de Blake Edwards, sobre a busca por oportunidades nas grandes metrópoles. Essa riqueza temática não é aleatória e, analisando o efeito que o curta-metragem teria sobre seu público-alvo, os espectadores da festa do Oscar espalhados por todo o mundo, não deve ser

ignorado que todos esses filmes são genericamente considerados ―obras de Hollywood‖, portanto da indústria do cinema como um todo, e não necessariamente de uma força criativa sediada em Nova York, sendo talvez o próprio Woody Allen a única exceção facilmente reconhecível.

Como foi discutido no primeiro capítulo, a estrutura de estúdios sediada na Costa Oeste dos Estados Unidos era intimamente ligada aos escritórios de Nova York, onde grande parte das decisões econômicas estratégicas eram tomadas.

A relação entre o dinheiro e as artes é sempre ambígua. Não está claro que as grandes realizações das artes na segunda metade do século devam muito a ele; (...) A cultura comum de qualquer país urbanizado de fins do século XX se baseava na indústria da diversão de massa — cinema, rádio, televisão, música popular —, da qual participava a elite, certamente desde o triunfo do rock, e à qual os intelectuais sem dúvida deram um toque cerebral para torná-la adequada ao gosto da elite. (Hobsbawm, 1995, p. 391).

Na segunda metade do século XX, na condição de cineasta crítico e iconoclasta, Woody Allen possuiu um papel fundamental nesse processo de construção de um status de respeitabilidade para o cinema entre o público mais elitizado dos Estados Unidos e, por extensão, do mundo. Seus longas-metragens são sempre considerados ―filmes de arte‖, mesmo os mais despretensiosos. O mercado de filmes intelectualizados não era um filão que os estúdios podiam desprezar. Ainda citando Hobsbawm:

O filme, que deu muito mais espaço para o talento criador após o colapso do sistema de estúdio ou produção fabril de Hollywood, quando sua plateia de massa se refugiou em seus lares para ver televisão e depois vídeo, tomou o lugar ocupado tanto pelo romance quanto pelo teatro. Para cada amante da cultura que podia citar duas peças de cinco dramaturgos, mesmo vivos, cinquenta podiam relacionar todos os principais filmes de dez ou mais diretores de cinema. Nada era mais natural que isso. Só o status social ligado à ―alta cultura‖ clássica impedia um declínio ainda mais rápido de seus gêneros tradicionais. (Hobsbawm, 1995, p. 393).

A imagem construída por Woody Allen como sendo alguém que, mesmo participando e sendo festejado pela indústria do cinema, está longe de Hollywood, numa distância inclusive geográfica, foi fundamental para torná-lo o símbolo desse cinema artístico produzido por Hollywood. Por exemplo: chama atenção o fato de que o começo e o fim de Love Letter to New York in the Movies foram extraídos de Manhattan, que, juntamente com Annie Hall, sãos os únicos filmes que se repetem na seleção. Se Love Letter to New York in the Movies possui autoria, essa autora é Nora Ephron, mas o espírito do filme é determinado pela presença de

Allen. Hoje, ainda mais do que em 2002, tendo se passado quase vinte anos, assistir Love Letter to New York in the Movies sem a apresentação de Woody Allen diminui fortemente seu impacto e sentido. Acredito ainda que não é absurdo defender que Love Letter to New York in the Movies só sobrevive como peça artística a partir dessa filiação. Do contrário, seria difícil até mesmo separá-lo de outros infindáveis exemplos de coletâneas de filmes disponíveis na internet.

Como o discurso de Woody Allen pode ser interpretado? A melhor maneira de buscar esse sentido é retomar suas partes e elementos. O primeiro elemento é a presença física de Woody Allen. Como foi trabalhado anteriormente, ela não era esperada e, tendo acontecido, imediatamente ganhou uma dimensão ao mesmo tempo inusitada, inédita e surpreendente. O impacto dos acontecimentos de 11 de Setembro ainda eram muito vívidos, pesavam no ar. Portanto, diante de Woody Allen, a memória do que há de melhor para se dizer acerca de Nova York emergiu com bastante força, eclipsando, pelo menos por um momento, a memória recente da catástrofe. O que acontecia no palco, ainda que de modo não dito e sutil, era um duelo entre o artista Woody Allen e o terrorista Osama Bin Laden. Para usar duas imagens gastas, e espero ser perdoada por elas: a caneta contra a espada ou ainda a criação contra a destruição.

Se Woody Allen, apesar do escândalo pelo qual passou anos antes, era considerado uma referência artística, por outro lado:

Para seus seguidores, Bin Laden era realmente um herói, alguém que eles sabiam que havia aberto mão de uma vida de luxo como filho de um bilionário saudita. Em vez disso, ele vivia uma vida de riscos e pobreza a serviço da guerra santa, e era, pessoalmente, irresistivelmente modesto e profundamente devoto. Membros da Al-Qaeda se calcavam no homem que eles chamavam de ―o xeque‖, seguindo cada pronunciamento seu, e quando eles se dirigiam a ele, pediam-lhe permissão para falar. Seus seguidores o adoravam. (Bergen, 2012, p. 19)

Considerando o conhecido gosto de Woody Allen por arte sofisticada, atividades mundanas, bem como seu desdém por práticas religiosas, é possível acreditar que ele consideraria a abnegação antissecular de Osama Bin Laden algo, no mínimo, risível. Possivelmente, Woody Allen colocaria Osama Bin Laden no rol de figuras que considera ridículas e até mesmo patéticas, como o pastor Jim Jones, o líder de uma seita que levou dezenas de fiéis ao suicídio coletivo, apesar de perigosas. Mas o alcance do perigo representado por Bin Laden extrapolou todas os limites e, se Jim Jones merece ser alvo de piadas, Bin Laden ganha seu desprezo. Woody Allen não cita o nome do terrorista em seu

discurso. Allen é um homem de mídia, sabe que não há nada pior do que não ser lembrado. Mesmo uma citação negativa pode ter seu valor dentro de certa escala de interesses.

Osama Bin Laden estava ciente disso.

Em uma reunião com um bajulador partidário saudita algumas semanas depois do 11 de Setembro filmada pelo braço de mídia da Al-Qaeda, Bin Laden mostrou que ele entendia bem o valor de propaganda dos ataques quando explicou que os sequestradores ―fizeram com ações em Nova York e em Washington, discursos que ofuscaram todos os outros discursos feitos no resto do mundo. Esses discursos foram entendidos tanto por árabes como por não árabes – até por chineses‖. Ele acrescentou que o 11 de Setembro até resultou em números sem precedentes de conversões ao islamismo em países como a Holanda. (Bergen, 2012, p. 30).

Parece-me que Woody Allen estava ciente do desejo de Osama Bin Laden e, deliberadamente, negou-lhe o que ele queria: ser lembrado. Limitou-se a dizer: ―tendo em