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E XTRAMUROS : O CACC COMO AGENTE ( TRANS ) FORMADOR DA POPULAÇÃO MARISQUEIRA DE C ABEDELO

E é como seres transformadores e criadores que os homens, em suas permanentes relações com a realidade, produzem, não somente os bens materiais, as coisas sensíveis, os objetos, mas também as instituições sociais, suas ideias, suas concepções. Paulo Freire

Segundo censo revisado e publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE12) Cabedelo era o 3º maior Produto Interno Bruto (PIB) da Paraíba

e a 8ª maior população do estado em 2010. A pesca artesanal de peixes e crustáceos se constitui como destaque na economia local. Segundo pesquisa realizada por Mendes Filho, Cabedelo tem:

vocação marítimo-pesqueira, devido a sua localização, com logística privilegiada para o desenvolvimento da pesca em função de empresas de armazenagem e facilidade do escoamento da produção, tanto pela rodovia federal BR-230, ou pela linha férrea, quanto pelo aeroporto mais próximo, que está a 37 km de distância. (2010, p. 94)

A educação ainda é um desafio que afeta aspectos sociais e econômicos da região e que, consequentemente, provoca maior limitação na inserção no mercado de trabalho e na geração de renda. Apesar dos avanços, isso ainda promove a migração de pessoas em busca de qualificação para outras cidades ou centros urbanos. As maiores fragilidades educacionais são o analfabetismo, a manutenção dos estudantes na escola, a profissionalização dos moradores e a melhoria da qualidade de ensino (BRASIL, 2010b).

12Fonte: http://cidades.ibge.gov.br/download/mapa_e_municipios.php?lang=&uf=pb. Acesso

Num panorama mais atual, o protagonismo feminino, por exemplo, vem ganhando outras nuances. Cada vez mais elas são chefes do lar e sua renda é, consequentemente, base para o sustento familiar. Através de levantamento feito pelo Governo Federal (BRASIL, 2017), a participação das mulheres no mercado de trabalho é crescente e passou de 40,8% em 2007 para 44% em 2016.

Contudo, verifica-se ainda uma disparidade na média salarial de cerca de 16% entre os gêneros. Apesar das mulheres terem maior tempo de estudo e qualificação, isso não se materializa numa maior participação em ocupações de maior rendimento. De acordo com o Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), alguns outros fatores também influenciam nessa desigualdade salarial como a menor taxa de formalização do trabalho; maior inserção em ocupações de menor remuneração; menor inserção em ocupações não-assalariadas; baixa ocupação de cargos de chefia e gerência por elas, variando entre 5% e 10%; baixa atuação das mulheres como empregadoras (BRASIL, 2017) (ROLIM, 2018).

No combate a essas vulnerabilidades e enfatizando as potencialidades da região, o IFPB apresenta uma larga história de atividades visando a qualificação de homens e mulheres, marítimos e pescadores e pescadoras artesanais, através de cursos de extensão. A instituição esteve firme em seu propósito ao longo dos anos passados e vem atuando nas ações desta região, mais especificamente em Cabedelo, desde a década de 1990. Porém, segundo o Relatório de Gestão 2006, as “atividades de Extensão no CEFETPB se firmaram em 2006, com o estabelecimento de políticas específicas” (IFPB, 2007, p. 43).

Antes mesmo de existir o CACC, existiu um Núcleo de Pesca Oceânica vinculado ao campus João Pessoa, quando o IFPB ainda era CEFETPB. Há muita história por trás do que é visto e vivido hoje. Revisitar esse passado, no intuito de conhecer um pouco da construção educacional promovida pelo IFPB no município de Cabedelo, é um passo para encontrar pistas do que pode ser construído para tempos vindouros na perspectiva de, doravante, alicerçar escolhas institucionais mais adequadas para esse local e seu público. Portanto, na seção seguinte, a história do CACC é contada a partir de documentos e do diálogo com as memórias de pessoas elementares para a construção desse espaço educacional.

5.1 CACC: uma história de superação navegada do mar ao mangue

As atividades voltadas para a pesca sempre enfrentaram desafios. Além de esbarrar, muitas vezes, na falta de disponibilidade e interesse dos poderes públicos para a área da pesca, ainda tropeçava na desconfiança dos próprios pescadores e da instituição. Isso fica claro na fala dos gestores entrevistados quando eles dizem que:

Gestor 2: Era uma área difícil de trabalhar até com as empresas, que não nos davam credibilidade para pesquisa. Essa ligação com os pescadores também veio por mérito da equipe.

Gestor 1: Para o pescador, a via de conhecimento pesqueiro tem que ser adquirida com o tempo e em cima do convés do barco. Ele não entende como, através da academia, você vai receber aqueles conhecimentos empíricos. A experiência tem que vir de cotidiano, de prática. “Eu nasci no convés do barco, como é que, na escola, vão aprender sem ter vivência com o mar?” Gestor 3: Essa vertente de ensino em pesca era muito estranha para uma escola técnica. Para a escola, estávamos de calção tomando banho de mar. Para o pescador, ‘o que esse pessoal da academia veio fazer aqui?’. Havia preconceito até com a nossa vestimenta.

A Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do MEC (SETEC/MEC) e a Secretaria de Administração Pública da Paraíba (SEAP/PB) promoveram o Seminário Nacional de Política de Formação Humana na Área de Pesca Marinha e Continental e Aquicultura Familiar. Neste evento, foram criados quatro Núcleos de Pesquisa Aplicada à Pesca e à Aquicultura (NUPA). O núcleo Nordeste II (NUPA NE II) era composto pelos estados de Alagoas, Pernambuco e Paraíba – hoje, apenas os dois últimos.

Havia, à época, um projeto/parceria onde o governo espanhol oferecia um fomento para a revitalização de um prédio sede de atividades de capacitação e qualificação de pescadores e marisqueiras e a contrapartida do SEAP/PB seria executar essas atividades. Após o evento supracitado, a equipe do Núcleo de Pesca Oceânica foi convidada para assumir o projeto que estava pendente e se responsabilizar pela contrapartida ao governo espanhol no prédio cedido pela Prefeitura Municipal de Cabedelo e alvo da revitalização. De acordo com o Gestor 1:

O projeto com a SEAP foi importante porque arrumamos um teto. Até então a gente trabalhava nas colônias. Parcerias com a UFRPE, Prefeitura de Cabedelo, a cessão do prédio, recursos financeiros adicionais vieram a partir disso.

O Núcleo de Pesca Oceânica foi criado através da portaria nº 327/2001, lotando servidores capacitados e com interesse em desenvolver atividades de formação em pesca que, até então, sequer tinha instalação física. Essa equipe de profissionais já vinha trabalhando diretamente nas Colônias de pescadores – fizeram uma capacitação em parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) para se tornarem multiplicadores da tecnologia chamada espinhel longline, que já existia para a pesca industrial, mas seria adaptada para a pesca artesanal. A partir daí, construíram um histórico de atividades que balizou todo o percurso que vem depois disso. Segundo o Gestor 1:

Foi um projeto... na época, era um centro de formação em parceria com o governo espanhol, da Galícia, e esse projeto tinha sido, na verdade, formulado com a SEAP/PB. E envolvia justamente a revitalização desse prédio, que era um prédio da prefeitura, e equipagem. Em contrapartida, esse recurso vindo da Espanha... a parceria era Prefeitura de Cabedelo e SEAP/PB. E a contrapartida seria a capacitação e qualificação de pescadores e marisqueiras. Só que chegaram a fazer a obra, a reforma do prédio, equipado, mas os cursos não saíram. Numa conferência de pesca, que, em contato com o pessoal da SEAP nacional, se tocou nesse assunto, da pendência desse projeto... passou dois anos e não houve a concretização da contrapartida daqui que seria a qualificação e capacitação deles, dos pescadores e marisqueiras. Desse impasse, nessa falta do cumprimento dos parceiros daqui [SEAP-PB e prefeitura], a [SEAP] nacional, em contato conosco, nessa conferência, faz o convite à nossa equipe, que na época era Núcleo de Pesca, para assumir esse projeto, principalmente essa parte da qualificação e capacitação. Por que? Porque desde 99, 2000, a gente já vinha atuando com a capacitação de pescadores daqui, pelo nosso histórico. O Núcleo de Pesca era vinculado ao campus João Pessoa, nós não tínhamos nenhuma instalação física, predial. Mas a gente trabalhava diretamente nas colônias. É tanto que teve um projeto que a gente fez em parceria com o governo do estado, através do cooperar, e a UFRPE, que foi em 99 que a gente iniciou esse projeto, que foi uma qualificação, uma capacitação da gente, para nos tornarmos multiplicadores para depois atuar nas colônias de pescadores. Foi aquele projeto do Fabio Azin, professor da UFRPE. A tecnologia não era nova, a de espinhel long line, ela existia, mas para pesca industrial. A ideia era fazer uma adaptação para a frota artesanal. Então essa tecnologia seria adequada para as embarcações artesanais. Tinha a perspectiva tanto de resolver o problema da pesca artesanal, porque os estoques onde eles atuavam já estavam esgotados, então eles iam buscar uma nova área de pesca e outras espécies. Aí começa esse processo de qualificação. Então a gente passa por esse processo, depois a gente teria que voltar para as colônias para passar essa nova tecnologia. É aí que começa tudo. Com o ainda Nucleo de Pesca, que era vinculado a Direc, que hoje é Pró-Reitoria de Extensão. Nesse período, até 2007, a gente passou por qualificações de pescadores nas colônias. Com esse histórico é que, na

Conferência nacional, em contato com a SEAP nacional, eles convidam a gente para assumir esse projeto. Não foi do nada. Existia um trabalho aqui. Em editais, quando a gente recebe esse projeto da nacional e outros projetos... se deve ao nosso histórico de atuação e a termos uma equipe já especializada na área. A gente foi pioneiro. Dentro da rede federal, a nível de Brasil, fomos pioneiros na formação do homem do mar.

Implantar o CFPNM aparece como uma “Meta Alcançada da Extensão” no ano de 2006. Esse Centro buscava atender às necessidades do mercado e representava, para a instituição, naquele ano, “[...] um marco para a qualificação e capacitação de profissionais na pesca oceânica. Destaque-se o curso de pesca espinhel para os pescadores com início para 2007 [...] relevada importância para a economia regional” (IFPB, 2007, p. 42).

Em 2007, o CFPNM consolidou-se e, em dezembro de 2006, firmou-se o convênio com a SETEC/MEC e houve, finalmente, o repasse de recursos. Esse investimento, de R$ 134.827,00, deveria ser aplicado na capacitação profissional em pesca, auxílio financeiro aos estudantes, serviços terceirizados e aquisição de equipamentos e materiais permanentes (IFPB, 2007).

O Relatório de Gestão 2008 traz a Lei nº 11.982, de 29 de dezembro de 2008, que transforma o CEFETPB em IFPB e prevê a instalação de um Centro de Referência, após vencer concorrência com outras 10 instituições da RFEPCT (portaria do MEC nº 406, de 03 de setembro de 2008). Pioneiro no país, o CRPNM foi finalmente criado pela Resolução nº 12, de 04 de junho de 2009. Conforme dito pelo Gestor 2:

O prédio estava cedido para a SEAP. Quando o CEFET abraçou o projeto, recebeu o prédio e o Núcleo se instaurou, virando um Departamento de Pesca, ligado à Direc (Direção de Extensão e Comunicação), descentralizando de João Pessoa. Foi quando começou a relação muito boa com Brasília. Em função desse trabalho nosso de pesca, o MEC se interessou. Núcleo de pesca oceânica, Departamento de Pesca, Centro de Formação em Pesca e Cultura Marinha (quando absorve o prédio), Centro de Formação em Pesca e Navegação Marítima e depois Centro de Referência.

Com essa mudança de status, havia a preocupação da unidade perder o sentido que gestou aquele espaço. Para que isso não acontecesse, o CFPNM continuou funcionando como setor responsável pelas atividades de extensão. Na fala do Gestor 1, “tentou-se preservar a história do Centro de Formação. Manteve-se o

Centro de Formação mesmo dentro do Centro de Referência”. Embora as mudanças de concepção emergissem, a estrutura física se manteve – e se mantém – no mesmo lugar, primeiro espaço onde fincaram suas raízes (Fotografia 1).

Fotografia 1 – Prédio cedido pela Prefeitura de Cabedelo, onde funcionou o CFPNM e, atualmente, o CACC.

Fonte: http://www.paraibatotal.com.br/noticias/2014/11/14/40311

Em 20 de novembro de 2012, na reunião do Conselho Nacional dos Institutos Federais (CONIF), o antigo CRPNM/IFPB assinou com a Marinha do Brasil, na figura da Diretoria de Portos e Costas (DPC) e o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) um termo de Acordo de Cooperação Técnica que o credenciou a ministrar os cursos do EPM voltados à formação, certificação e regularização de pescadores. Essas atividades tinham comumente a extensão como mediadora e característica primordial de qualificar pessoas para trabalhar no mar. Essa parceria aparece também no Relatório de Gestão Anual 2012 do IFPB (IFPB, 2013).

Em 2013, atendendo a essa nova conjuntura, foram ofertadas as primeiras turmas do Curso de Formação de Aquaviários (CFAq) – Pescador Profissional (POP), Pescador Especializado em Pesca (PEP), Marinheiro Auxiliar de Convés (MAC) e

Marinheiro Auxiliar de Máquinas (MAM) –; e do Curso de Adaptação para Aquaviários (CAAq) – cozinheiro, taifeiro, enfermeiro e auxiliar de saúde.

Em 2014, o CRPNM entra no plano de expansão da RFEPCT e é transformado em um campus temático especializado em pesca e navegação marítima, o CACC. Apesar disso, manteria o Acordo de Cooperação Técnica feito com a DPCc as parcerias com Universidades e MPA, e continuaria atuando, de forma itinerante, noutros municípios da Zona da Mata Norte.

De acordo com dados enviados pelo Ministério da Pesca, através da Superintendência regional na Paraíba, existem 25.543 pescadores cadastrados, que representam 48 colônias e 7 associações distribuídas em todo o estado, sendo representadas pela Federação dos Pescadores e Aquicultores do Estado da Paraíba – FEPESCA/PB. Nas cidades litorâneas estão cadastrados 9.081 pescadores, que compreendem os municípios de Cabedelo (1.748), Baía da Traição (728), Rio Tinto (331), Mataraca (229), Matarca (229), João Pessoa (863), Lucena (1.060), Santa Rita (844), Conde (525), Pitimbu (2.294), Bayeux (405) e Mamanguape (54), que representam em sua maioria a pesca artesanal. (IFPB, 2015, p. 44)

O CACC absorveu do Núcleo em Pesca Oceânica e do CFPNM seu cerne, não havia intenção de que a essência do projeto se perdesse. Tinha, segundo Relatório de Gestão de 2014 (IFPB, 2015, p 44):

o objetivo de ampliar os cursos de formação inicial e continuada que fortalece o trabalho de qualificação profissional da comunidade pesqueira e portuária que vem sendo desenvolvidos por este Câmpus Avançado em Cabedelo desde a década de 1990, quando foram iniciadas as atividades através do Núcleo de Pesca Oceânica.

Ainda no ano de 2014, Para expandir suas ações de maneira mais eficaz, passou a funcionar também de maneira descentralizada também em Lucena, numa unidade cedida por sua Prefeitura Municipal.

Onde antes havia apenas a oferta de atividades do EPM e de extensão, fossem de carga horária reduzida ou de Formação Inicial e Continuada (FIC), disponibilizou seus primeiros cursos regulares em 2015 através de cursos técnicos subsequentes ao ensino médio, o que fortaleceu ainda mais o campus. Em 2016, todas as

modalidades anteriores passaram a coexistir com cursos técnicos integrados ao ensino médio (IFPB, 2016, p. 32).

Segundo dados aferidos do Plano Territorial de desenvolvimento Rural Sustentável (PTDRS), o estado da Paraíba é subdividido em 223 (duzentos e vinte e três) municípios que compõem 15 (quinze) territórios rurais (Figura 4).

Figura 4 – Território do estado da Paraíba subdividida por seus territórios rurais

Fonte: Adaptado de BRASIL, 2010b, p. 8.

O CACC corroborou, em toda a sua história, com a intencionalidade de interiorização, expansão e alcance populacional maior, responsável e estratégico. Essa unidade educativa atende demandas educacionais da cidade de Cabedelo e de outras que formam a Zona da Mata Norte conforme a necessidade e o limite estabelecido para atuação entre os campi. Sob demanda, atuando com cursos de extensão na área de pesca, navegação (em parceria com a capitania dos portos) e turismo, eventualmente também pode expandir suas ações para outros municípios como já aconteceu com Pitimbu, Conde e João Pessoa.

A Zona da Mata Norte, ilustrada na Figura 5, constitui uma área forrada pelas bacias hidrográficas dos grandes rios Mamanguape e Paraíba, além de outros menores como Camaratuba e Miriri. Dentre os tipos de vegetação que podem ser encontrados, os manguezais se expandem por todo o seu território onde haja influência das marés, correspondendo a um ambiente fluvio-marinho de terreno

pantanoso. Ademais, é limitada a leste pelo oceano Atlântico, formando uma extensa faixa litorânea (BRASIL, 2010b).

Figura 5 – Território rural da Zona da Mata Norte

Fonte: Adaptado de BRASIL, 2010b, p. 9.

Apesar de desenvolver outras atividades econômicas produtivas para geração de renda – agricultura, pecuária, apicultura, artesanato, entre outras –, as características geográficas dessa região a tornam propícia ao cultivo de pescado (peixes, crustáceos e moluscos), sendo essa uma das suas atividades mais expressivas. A produção total de pescado, em 2008, foi de mais de 4 mil toneladas, sendo composta por 49% de peixes, 35% de moluscos e 16% de crustáceos – entre esses, o marisco (BRASIL, 2010b, p. 44).

A próxima seção traz o detalhamento de como foi pensado, estruturado e executado o curso pioneiro de capacitação ofertado a esse público pelo CACC.

5.2 A proposta de formação para a população marisqueira em Cabedelo

O Curso de Capacitação de Marisqueiras foi criado em 2007 com a abertura de 160 (cento e sessenta) vagas. Participaram do curso homens e mulheres do Renascer III e do Jardim Manguinhos, ambos na cidade de Cabedelo, divididos em 4 (quatro) turmas, distribuídas ao longo de aproximadamente 4 (quatro) meses, aqui denominadas de turma A (Fotografia 2), B, C e D.

Fotografia 2 –Turma A do Curso de Capacitação para Marisqueiras de 2007

Fonte: Guilherme Marconi Gomes de Brito e João Miguel Neto, através do Relatório iconográfico do curso

De acordo com o explicitado em acervo documental particular, gentilmente cedido por Guilherme Marconi Gomes de Brito – autor de parte das fotos anexadas a este trabalho e, à época, diretor do Departamento de Pesca Oceânica e Aquicultura do CEFETPB –, conforme corroborado pelo Gestor 2, a proposta era “desenvolver

uma ação afirmativa para capacitar pescadores e pescadoras para conquistarem seu lugar como sujeito de direitos na vida familiar e social”.

Segundo o Gestor 1, “a lógica de prioridade era: qualificar quem já trabalhava, depois suas famílias, depois quem queria entrar na área. A princípio, o primeiro contato era com as entidades representativas”. Portanto, os contatos foram feitos com associações e colônia de pescadores no intuito de alcançar o maior número de interessados para preencher as vagas.

As inscrições, por sua vez, foram efetivadas pela equipe do CFPNM e pela Associação de Pescadores do Renascer III, em Cabedelo. Contudo, algumas pessoas tinham carteira de pescador(a) artesanal, mas não estavam trabalhando no segmento naquele período. O objetivo principal era adequar os estudantes a boas práticas no exercício do ofício e formá-los para trabalhar na pretensa Unidade de Beneficiamento de Pescados. O projeto desse espaço previa sua instalação no Renascer III e atenderia à região, tornando-se espaço para tratamento e venda dos produtos da pesca artesanal.

O curso foi operado por um coletivo de servidores do IFPB, incluindo docentes e técnicos administrativos que possuíam conhecimento acerca da população atendida e da pescaria artesanal, convidados externos à instituição e reconhecidos por essas mesmas características e estagiários bolsistas. Eles foram convidados a participar do curso pela equipe do CFPNM e pela coordenação do curso devido às suas comprovadas experiências profissionais e histórico de trabalho na área da pesca e com as comunidades ribeirinhas. Não se localizou indício de ter havido alteração de professores, ou seja, foram os mesmos docentes que ministraram as aulas dos módulos para todas as turmas.

Os estagiários, por sua vez, tinham a função de auxiliar nas atividades administrativas e no bom andamento das aulas, elaborando fichas, acessando documentos, realizando inscrições, entre outras atividades inerentes às suas atribuições. Ademais, davam um apoio didático aos estudantes na feitura de suas atividades. Esses já atuavam no CFPNM e estavam sob sua coordenação, colaborando também em outros cursos.

Como o local de realização do curso foi no Núcleo, no CFPNM, em Cabedelo, 18 Km distante da sede do CEFETPB, hoje IFPB, em João Pessoa, no bairro de

Jaguaribe, os bolsistas foram divididos em dois grupos: uma parte atuando na sede, para reproduzir material e adquirir outros necessários à realização das aulas, e outra parte acompanhando a execução das atividades no local de realização do curso.

Dados garimpados na pesquisa documental feita junto à PROEXC e constantes no Relatório Final do curso foram fonte para construir o Quadro 3, no qual está elencada a composição da equipe, que contou com 22 (vinte e dois) colaboradores,.

Quadro 3 – Equipe gestora, de professores ministrantes e estagiários

Nome: Função:

Alberto Luiz de Vasconcelos (in memorian)

Prática de pesca em alto mar Ana Cláudia Guimarães da Silva Educação Ambiental

André Carlos Pereira Campo Equipe do CFPNM/Prática de pesca Augusto César P. S. Montalvão Estagiário

Carlos Antonio Araújo Pessoa Equipe do CFPNM/Prática de pesca Djalma Vicente da Silva Filho Estagiário

Edson Cardoso Equipe do CFPNM

Epitácio César Barbosa Brito Estagiário

Francisco Xavier Pereira da Costa Educação para o exercício da cidadania e Associativismo e Cooperativismo

Gilson do Nascimento Melo Educação Ambiental Gilson Ferreira de Moura

Ivanilda Matias Gentle Coordenação do curso/Educação para o exercício da