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A IMPORTÂNCIA DA AGROECOLOGIA NA AMAZÔNIA PARAENSE E

A IMPORTÂNCIA DA AGROECOLOGIA

Abstract: In the perspective of an adequate sustainable agroecological rural development, this work presents a brief history of agroecology in the Amazon and some results of works by the authors in northeastern Pará aiming to contribute to the understanding and planning of new procedures and the current situation we experience due to the pandemic of covid­19. Thus, reflections on the probable technological trends that may arise, to mitigate the effects of the pandemic on soils through agroecology are addressed. In addition to describing a set of practices and technologies aimed at sustainable production, agroecology is also based on ecological principles that constitute a dynamic biodiversity management system, formation of nutrient cycling, and energy conservation at various scales, among others. Most studies show that harmony between production and preservation is possible in order to protect the edaphic conditions of the environment and social sustainability.

Traditional communities tend to understand the environment in which they live in a unique way, as they are dependent on it for their livelihood and quality of life, despite variations in this perception, according to the degree of community participation in the use of natural resources. What will naturally be reflected in view of the scenario ahead of the covid­19 pandemic in the world and in Brazil, the involvement of the Amazon community seeking a better social organization, so that they can claim rights and the local cultural valorization and the scientific knowledge generated it works as a basis for the generation of subsidies that involve the implementation of public policies that are aimed at preserving the environment with ecological and sustainable practices and thus guaranteeing food security and environmental preservation and the practices of agroecology will be fundamental in this new normal.

Introdução

A Amazônia é a maior extensão de floresta tropical do mundo, e fornece nos âmbitos local, regional e global, benefícios significativos ao homem, tanto em termos de bens econômicos de procedência local (por exemplo, madeira e produtos agrícolas) como serviços de ecossistema alheios ao mercado (regulação do clima local e global, purificação da água e conservação da biodiversidade). Entretanto, a provisão contínua desses bens e serviços está sendo ameaçada por taxas de desmatamento insustentavelmente altas e projetos agressivos de desenvolvimento regional, sob a égide da recente Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional da América do Sul (BECKER, 2005; VIEIRA, 2019). Considerando­se a escala e a iminência dessas ameaças, os próximos anos representam uma ocasião oportuna para se identificar e implementar práticas de uso da terra mais eficientes e

sustentáveis, que possam escorar tanto os ganhos econômicos quanto a conservação da Biodiversidade e Produtividades dos Solos Amazônicos.

No nordeste paraense, como em outras regiões da Amazônia, a intensa atividade agrícola e agora a de mineração, com ênfase na remoção da floresta para implantação de pastagem, exploração madeireira, agricultura de derruba e queima desmatamentos para exploração de minérios (classe II e bauxita), em função das atividades econômicas e a exploração madeireira desordenada, tem sido um grande fator para acelerar o processo de alteração do solo e do ambiente e sociedade, em geral.

Sobre a temática da agroecologia, Altieri (2012) comenta que o paradigma dominante da agricultura convencional alega que as deficiências dos nutrientes e outros fatores são a causa da baixa produtividade. Com uma visão de que a produtividade é afetada por causas específicas e bastaria saná­

las por meio de novas tecnologias para resolver o problema. Ao passo que num outro entendimento, agroecológico, os nutrientes só se tornam um fator limitante quando o agroecossistema não está em equilíbrio.

A prática da agroecologia na Amazônia é algo em construção. Embora sempre houve práticas agroecológicas, como o uso dos sistemas agroflorestais (SAFs) pelas comunidades tradicionais (sistemas que mantém o equilíbrio nutricional próximo ao de uma floresta), existe uma carência de técnicas inovadoras que evidenciem experiências em relação às atividades agrícolas que fogem a essa regra de SAFs, ou porque são espécies que precisam de maior insolação e por isso não podem ser desenvolvidas satisfatoriamente nesse microclima, como no caso da mandioca, pimenta­do­reino, etc., ou mesmo por haver um problema de dificuldade em obter biomassa suficientemente para promover a fertilidade nutricional do meio ecossistêmico agricultável.

De acordo com Paludo e Costabeber (2012), os SAFs representam uma forma de agricultura mais sustentável, se comparada com a agricultura convencional, constituindo­se como um instrumento importante para a conservação e para a melhoria ambiental, na luta contra a pobreza rural e na busca da garantia da segurança alimentar. Também se constituem como alternativa de sustento para as famílias, como auxílio no acréscimo à renda, melhorando o bem­estar dos agricultores e evitando, com isso, que abandonem o ambiente rural.

Neste sentido, na perspectiva de um crescimento de um desenvolvimento rural Sustentável agroecológico, são analisados os caminhos da sustentabilidade a partir dos enfoques principais e suas relações com o atual

modelo de produção agropecuária ou agricultura convencional, e agroecológica. A agroecologia além de descrever um conjunto de práticas e tecnologias direcionadas para produção sustentável, também se baseia em princípios ecológicos que constituem para um sistema de manejo dinâmico da biodiversidade, formação da ciclagem de nutrientes, e a conservação da energia em diversas escalas, dentre outros.

Neste trabalho, apresentamos um breve histórico da agroecologia na Amazônia, as várias pesquisas realizadas em diferentes sistemas, atributos pedológicos, manejo do uso do solo, aspectos socioeconômicos e ambientais e a importância da sustentabilidade no uso do solo, visando contribuir neste novo processo de situação conjuntural que vivenciamos devido à pandemia do Covid­19, para reflexão das prováveis tendências tecnológicas que possam surgir, para mitigação dos efeitos da pandemia nos solos através da agroecologia.