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Interfaces entre o NEAPO e a extensão

composto e explicou para os participantes como ela obteve. Os agricultores falaram da sua experiência com a produção orgânica durante a socialização dos resultados, o que resultou em uma troca rica de experiências e otimismo.

Figura 4. Dia de Campo na propriedade do Sr. Benevaldo para socialização dos resultados da pesquisa. Rorainópolis, 2018. (Foto: SILVA, L.C).

Figura 5. Instalação pedagógica, em uma escola rural, para socialização dos resultados das pesquisas e conversa sobre o tema agroecologia e produção orgânica com a participação de agricultores e acadêmicos de Agronomia. Rorainópolis, 2018. (Fotos: SILVA, L.C).

Figura 6. Evento na Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental João Rodrigues de Souza, Rorainópolis, novembro de 2018. A. Trabalhos realizados com as crianças com o tema biodiversidade, apresentado pela acadêmica de agronomia Iana Cleide Souza Vieira. B. Atividades de pintura para as crianças do livro “Meninos e meninas que cuidam do planeta” de Martha Dumont. C. Integração da cooperativa de sabão artesanal Coorizonte com a escola, apresentação feita pela presidente Salete Ferro. (Fotos: CASTRO, T.M.M.G. de; 2018)

Considerações finais

A extensão, aqui trabalhada como comunicação, tem propiciado uma aprendizagem significativa aos estudantes envolvidos e uma leitura do campo pelos (as) professores(as) dos aspectos técnicos e sociais da agroecologia. Os (as) estudantes tanto de graduação e pós­graduação têm relatado o quanto é transformador essas experiências em suas vivências em agroecologia. O mesmo vale para os (as) professores (as), os quais são convidados a expandir o seu espaço de aula tradicional no fazer, aprender e ensinar junto aos(as) agricultores(as). As ações na escola rural, de âmbito de comunicação, têm propiciado rico diálogo, especialmente com as mães e avós das crianças (quando essas são suas cuidadoras).

Alguns resultados já foram colhidos por meio das ações desenvolvidas pelo NEAPO. No entanto, pesquisas envolvendo graduação e pós­graduação deverão ser cada vez mais fortalecidas no desenvolvimento de estudos voltados para o uso, manejo e conservação da agrobiodiversidade, para o manejo de agroecossistemas, entre outros, o que subsidiará resultados que poderão ser utilizados direto por esses agricultores, no fortalecimento da agricultura familiar local.

Um desafio observado é propor alternativas para o processo de comercialização dos produtos disponibilizados pelos agricultores. Embora o município disponha de algumas alternativas para o agricultor é importante construir canais que os aproximem mais ainda do consumidor. Levar o consumidor a compreender que os alimentos orgânicos são saudáveis e que

traz benefício à saúde, também é extremamente importante. É uma forma de valorizar esses agricultores que tem um produto diferenciado, mas que muitas vezes não é valorizado. Nesse sentido o NEAPO tem estudado a possibilidade de promover a abertura de um circuito curto de comercialização que será uma feira agroecológica.

O trabalho ainda é embrionário e há a necessidade de fortalecer as parcerias com outros NEAs e a articulação com instituições de pesquisa e extensão e comunidade local, grupo de mulheres agricultoras e artesanais, cooperativas, etc, para que os mesmos possam ser integrantes no processo de construção do conhecimento e fortalecimento da cadeia produtiva sustentável, servindo de norteador para as futuras ações, interações e integração. Ampliar as ações buscando envolver mais agricultores do município, divulgando e fortalecendo a agricultura familiar de base agroecológica são objetivos pretendidos pelo NEAPO.

Agradecimentos

Aos agricultores do Sul Orgânico, a equipe do NEAPO, à Escola Municipal João Rodrigues de Souza em Rorainópolis, e à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Roraima. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq, e ministérios que apoiaram a chamada pública MCTIC/MAPA/MEC/SEAD ­ Casa Civil/CNPq Nº 21/2016, pelo aporte financeiro e concessão de bolsas de extensão.

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A IMPORTÂNCIA DA AGROECOLOGIA